Sumário: Eles passaram na prova de bolsas para a melhor escola do Japão, se mudaram para Tókio e com a 'pequena' ajuda de custo fornecida pela escola precisam arranjar um lugar para morar. Nada muito complicado, até surgir a brilhante idéia de dez adolescentes dividirem uma mansão de luxo.
Rate: M, por vocabulário inadequado e cenas fortes que podem aparecer no enredo. Tirem as crianças da sala e se beber não dirija.
A REPÚBLICA
Por: Lunna Kawaii
Capítulo três – A noite é uma criança depravada.
"Isso é um problema!" Catherine deixou escapar um suspiro. Eram dez horas da noite de sábado e a música no piso térreo da mansão inundava a casa toda, pra não dizer o quarteirão todo. As pessoas começaram a chegar por volta das oito, mas a morena não se preocupara com a hora de descer e dar o ar da graça tão cedo. Em sua concepção as pessoas mais importantes sempre chegavam tarde e além do mais, teria a noite toda para aproveitar, pra que ter pressa? Faria uma entrada triunfal, deixaria todos, tanto homens quanto mulheres, de queixo caído.
Estava pronta, mais sexy do que nunca, com a certeza de que seria o destaque da noite, mas o grande problema estava parado a sua frente, usando um moletom roxo e se negando a participar da festa.
- Cat, essa festa não tem nada a ver comigo! - Murmurou Hinata – Prefiro ficar aqui e dormir.
- Dormir? – Indagou revoltada – Como assim dormir? Essa pode ser a melhor festa do ano todo, você não pode ficar aqui e dormir. Aliás, quem conseguiria dormir com todo esse barulho? – Disse colocando uma ênfase indignada em cada "Dormir".
Hinata encolheu os ombros, não adiantava discutir com Catherine, a melhor resposta para fazê-la desistir sempre fora o silêncio.
- Vamos, tenho uma roupa que ficaria perfeita em você – Tentava arrastar a morena pelo braço, em vão! Ela só pendia para frente e para trás com os puxões sem sair do lugar – Se troca, desce comigo e se diverte um pouco.
Para Hinata, festas como aquelas não eram sinônimo de diversão, muito pelo contrário. Sempre que Catherine lhe arrastava para um desses lugares era a mesma coisa: Cat lhe deixava sozinha logo no começo da festa para dançar com algum garoto maravilhoso – ou, quem sabe, uma garota tão sexy quanto ela – que depois lhe arrastaria para algum quarto desocupado; ás vezes algum pervertido se aproximava e lhe falava no ouvido qualquer depravação que lhe fazia ficar vermelha como uma pimenta e fugir para algum banheiro – que não tivesse nenhum tipo de casal tentando transar – onde se escondia por algum tempo; no fim, sempre acabava isolada em algum canto.
Não queria ter que passar por isso aquela noite.
- Cat, aproveite a festa por mim, vou ficar bem aqui – Disse com tranqüilidade enquanto afastava suavemente a mão da amiga de seu braço.
Catherine bufou irritada, cruzou os braços e em seguida ficou séria e imóvel encarando a morena profundamente. Hinata sabia o que isso queria dizer, ela estava pensando no que dizer, com todo seu poder de persuasão, que fizesse Hinata vestir uma de suas roupas curtas e justas demais e ir aquela festa. Catherine era realmente boa em convencer as pessoas, seria capaz de fazer um padre acreditar que usar drogas é uma prática divina, mas Hinata estava confiante de que nada a faria mudar de idéia.
- Quando saí do banho, vi Naruto descendo para a festa – Disse após um minuto, com um sorriso insinuante – Não iria acreditar no quando ele está gostoso hoje, Hina! E aquele perfume? Céus... Por um momento até eu quis pegá-lo!
Hinata arregalou os olhos e Catherine soube que havia acertado em cheio. Era obvio que ela se sentia atraída pelo loiro, se sentia um pouco culpada por usar isso para persuadi-la, mas não podia deixá-la passar a noite trancada naquele quarto.
- N-não sei o q-que está querendo dizer c-com isso Cat! – Hinata respondeu amaldiçoando-se por não conseguir evitar gaguejar e sabendo que estava ruborizada.
Catherine sorriu de canto mais uma vez, caminhou até o guarda roupa e voltou de lá um vestido nas mãos. Hinata ficou encantada, era lindo! Branco, tomara que caia, como sempre justo e curto demais para seu gosto, mas tinha uma fita de seda azul royal maravilhosa marcando a cintura. Com certeza era de alguma marca famosa como Dolce&Gabbana e provavelmente Catherine o tinha usado.
- O que estou querendo dizer Hinata... – Catherine deixava as palavras flutuarem no ar enquanto caminhava até ela – É que você pode ficar aqui sem fazer nada... – Segurou-a pelos ombros virando-a para o espelho que cobria uma das paredes e posicionou o vestido na frente de seu corpo – Ou pode ousar uma vez na vida, deixar de ficar suspirando por ele pelos cantos, vestir isto e fazê-lo quebrar o pescoço ao olhar pra você, o que me diz?
Hinata admirou seu reflexo no espelho e mais uma vez as palavras de Catherine brincavam com seus desejos ocultos. Como queria que Naruto a notasse! Ele era tão encantador, e... Lindo. Mas um vestido era só um vestido, não fazia milagres, mesmo com as pernas de fora ela continuaria sendo a nerd tímida de sempre, o tipo de garota por quem o loiro jamais se apaixonaria. Suspirou se afastando de Catherine e do vestido e se jogou na cama.
- Ficarei aqui – Respondeu simplesmente, fechando os olhos.
- Certo, como quiser! – Catherine se deu por vencida, mas não sem antes jogar sua última carta – Se você cansar de desistir de tudo antes de tentar, de se esconder do mundo, vou estar te esperando lá em baixo.
E saiu.
A batida forte de uma música eletrônica explodia das caixas de som, havia um barman contratado em um dos cantos fazendo acrobacias com garrafas e servindo todo tipo imaginável de bebida. Na sala os efeitos pirotécnicos faziam o ambiente parecer uma verdadeira boate, flashes de luz piscavam acompanhando a música e feixes coloridos riscavam por todos os lados. Os móveis haviam sido afastados para os cantos de forma a disponibilizar mais espaço.
A mansão estava completamente lotada, era difícil dar um único passo sem esbarrar em alguém tanto na pista de dança arranjada, quanto nas áreas externas – o jardim de entrada e a área da piscina nos fundos. Havia casais se agarrando em todos os cantos possíveis, pessoas dançando com seus copos nas mãos, alguns já passavam da conta arriando no chão ou vomitando no gramado.
E a festa ainda iria muito, muito longe.
- Mais uma dose – Pediu a morena ao Barman, que sorriu de canto e depositou uma segunda dose de Tequila sobre o balcão.
- Você devia ir com calma – Ele comentou em tom de divertimento – A festa só começou.
Suspirou e o encarou, sem a mínima vontade de dar alguma explicação sobre o que bebia ou deixava de beber a um completo estranho. Analisando-o por um momento viu que era um rapaz charmoso, bonito, aparentemente um pouco mais velho, talvez com dezenove ou vinte anos. Esboçou um sorriso fraco apenas para não ser mal educada.
- Então vamos começar bem, certo? – Respondeu.
Em seguida colocou um pouco de sal na língua, virou todo o conteúdo do copo na boca de uma vez e espremeu um pedaço de limão contra os lábios sentindo o sabor azedo da fruta se misturar ao gosto forte da bebida enquanto engolia tudo. Apertou os olhos com força diante a sensação do liquido descendo por sua garganta, parecendo queimar por onde passava. Sacudiu levemente a cabeça, já sentindo que começava a ficar zonza e sabia que suas bochechas estavam um pouco coradas.
- Acho que você é das minhas, garota – O rapaz disse sorrindo, nitidamente tentando iniciar uma conversa – Posso saber seu nome?
- ALEXIA! – Miranda gritou antes que pudesse abrir a boca para responder qualquer coisa e se aproximou de onde estavam - Te procurei por toda parte.
- Surpresa por me achar aqui? – Perguntou irônica.
- Infelizmente não – Respondeu franzindo o cenho em desaprovação – Vem comigo, vamos dançar um pouco...
Miranda tinha um sorriso tão radiante no rosto que Alexia se sentiu culpada em se desvencilhar da mão que lhe segurava pelo pulso. Antes que ela pudesse protestar, Alexia olhou para o barman - que já tinha servido uma porção de pessoas e se aproximava dela novamente – e disse:
- Mia, eu estava aqui conversando com o...
- Pietro – Ele completou com um sorriso charmoso.
- É – Afirmou. Poderia se aproveitar um pouco do interesse do rapaz para conseguir mais algumas doses de Tequila, ou quem sabe Vodka – Que tal se eu te encontrasse na pista de dança daqui a pouco?
Miranda lhe encarou desconfiada, com os braços cruzados. Suspirou profundamente pensando que se não fizesse alguma coisa Alexia acabaria a noite mal e se arrependeria de um milhão de coisas no dia seguinte. "Se não pode com eles, junte-se a eles".
- Quer saber? – Disse enquanto se acomodava em um dos bancos a beira do balcão, ao lado de Alexia – Vou querer um Martini, Pietro.
Enquanto esperava pela bebida - que por sinal demoraria um pouco já que o Barman estava entretido em manter um diálogo com Alexia a qualquer custo – Deu uma olhada em volta. Seu rosto se contraiu involuntariamente ao notar o "algodão-doce ambulante" que todos conheciam por Sakura a se atracar com Naruto no sofá do outro lado da sala. Não era bem ciúmes, só achava que o loiro merecia algo melhor.
- Pietro – Alexia chamou com voz sexy, percebendo a distração de Mia – Me indique alguma coisa que me faça sair de órbita...
Ele abriu um sorriso insinuante, se debruçou sobre o balcão aproximando perigosamente os lábios de seu ouvido.
- Acho que sei de uma coisa, se você quiser – Ele sussurrou com timbre rouco que Alexia precisava admitir, era muito sexy.
Ela o afastou um pouco, empurrando-o suavemente.
- Claro que sabe – Sorriu – Faça o seguinte: Traga-me qualquer coisa desse bar e se sua escolha for boa o bastante, talvez consiga o que quer – Disse e piscou sedutoramente.
E naquele momento estava mandando o bom senso pro inferno.
Observava atentamente enquanto seus dedos brincavam com o canudo do drinque que tinha em mãos. Kirye falava qualquer coisa sobre Hidan estar tremendamente cheiroso hoje, mas não dava muita atenção. Quem estivera esperando ver desde que a festa começou finalmente havia chegado. Estava de tirar o fôlego - como era de se esperar – e era nítida a animação de vários grupinhos de garotas que sorriam e sussurravam olhando em sua direção. Ele passou pela porta, sorrindo para algumas delas e para sua decepção seus olhos nem vacilaram em sua direção, seguindo diretamente para onde os garotos do terceiro ano estavam reunidos. Suspirou, um pouco frustrada, enquanto tomava um gole de seu "Sex on the beach".
Foi então que percebeu os dedos brancos de Kirye estalando convulsivamente na frente de seu rosto.
- Ei, Hikari, em que mundo você está? – Ela perguntou lhe encarando.
- Desculpe – Pediu voltando sua atenção para a ruiva – Eu estava...
- Secando o professor? – Ela interrompeu com um sorriso insinuante.
- Distraída! – Corrigiu.
- Claro que estava – Disse sarcástica – E provavelmente não vai dar a mínima se eu disser que ele está olhando pra cá agora.
Quando ouviu isso seu estômago pareceu congelar de repente, seu olhar seguiu em direção ao lugar que ele estava antes que seu cérebro pudesse pensar qualquer coisa e o que encontrou foi decepcionante. Ele estava de costas, conversando qualquer coisa com Itachi. Ouviu sorrisinhos ao seu lado e teve vontade de esganar Kirye, direcionando-lhe um olhar mortal.
- Isso foi golpe baixo! – Murmurou entre dentes.
- Calma Foxie – Disse sorrindo – O professor vai ser seu esta noite, escreva o que eu digo.
- Não delire Kirye! Está vendo essas dezenas de garotas loucas para transar com ele? Ele vai escolher uma delas, talvez duas e...
- Esqueça esse bando de oferecidas, eu tenho um plano – Interrompeu, sorrindo de canto.
Antes que pudesse dizer qualquer coisa Kirye simplesmente saiu andando, se infiltrando no meio da multidão. Chamou-lhe duas vezes, desesperada com a idéia do que aquela desmiolada pudesse fazer envolvendo seu nome, mas ela nem ao menos olhou pra trás. Pensou em segui-la, mas talvez isso apenas piorasse as coisas. Bufou observando-a deslizar entre a multidão até o grupo onde Kakashi e os garotos estavam. Ela se aproximou de Hidan, que estava na roda, e disse qualquer coisa em seu ouvido. Seja lá o que ela tenha dito o fez abrir um sorriso tremendamente sacana. Para seu desespero, pode ver Hidan indo até Kakashi e lhe dizendo alguma coisa, este por sua vez sorriu de canto discretamente e acenou uma afirmativa. Hidan voltou para Kirye e, ainda com seu sorriso malicioso, sussurrou algo em seu ouvido. Kirye sorriu e voltou a andar em sua direção.
Hikari se encontrava desesperada para saber o que tanto se passara em toda aquela troca de mensagens que não conseguira ouvir... Se ao menos soubesse leitura labial!
- O que diabos você fez, Kirye? – Perguntou com certo desespero quando a ruiva parou ao seu lado.
- Ouvi dizer que você joga Poker muito bem – Respondeu simplesmente – Vamos dizer que Hidan e Kakashi aceitaram um pequeno desafio.
Hikari sorriu de canto. Subitamente o plano de Kirye lhe parecia... Incrível!
O salão pareceu parar quando Katherine finalmente apareceu no topo das escadas. Estava simplesmente deslumbrante em seu vestido preto curto e colado ao corpo. Um tentador decote em V realçava a curva de seus seios e uma abertura em U deixava suas costas a mostra. Os cabelos se ondulavam nas pontas e caiam-lhe pelo tronco contornando suas curvas sinuosas. A sombra preta esfumaçada fazia um lindo contraste com os olhos de um azul bem claro. Todas as atenções estavam focadas nela, exatamente como desejava.
Desceu as escadas com seu rebolado sensual sendo abordada por Itachi assim que pisou no ultimo degrau. Antes de dizer qualquer coisa ele simplesmente lhe entregou um copo com algum liquido azul fluorescente e sorriu de canto.
- Catherine – Ele disse com timbre rouco bem próximo ao seu ouvido quando ela aceitou o copo – Você é gostosa demais pro seu próprio bem!
Sabia que com ela não precisava fazer rodeios, então deixaria suas intenções bem claras logo de cara. Catherine não era o tipo de garota que gostava de elogios carinhosos e discretos, sabia bem o que provocava nos homens e gostava que eles tivessem atitude. Bastava um pouco de percepção para ver isso.
Ela sorriu sedutoramente e tomou um gole da bebida.
- Eu sei – Disse simplesmente.
E saiu andando em direção a pista de dança, deixando-o pra trás.
Itachi observou-a se afastar e assim que ela sumiu de seu campo de visão, virou todo o uísque em seu copo de uma vez. Não era nenhum segredo que ela se faria de difícil a festa inteira, mas não tinha pressa. Gastaria a noite toda, faria o que fosse preciso, mas no final teria aquela garota em sua cama... E como teria!
Edgar chegou bem a tempo de ver o pequeno espetáculo que fora entrada de Catherine, mas não pode apreciar como queria, estava acompanhado e a morena ao seu lado por certo lhe daria um belo beliscão se ele ficasse a olhar para todo rabo-de-saia que aparecesse, como era de seu costume. Havia buscado Tenten na casa dela, convencera Itachi a emprestar seu precioso Vectra preto, já que praticamente todos os garotos da república sabiam dirigir, mas apenas ele possuía carteira de motorista e por conseqüência, um carro. Concordara com a sentença de morte caso o carro aparecesse com um arranhão que fosse, mas valia o esforço para manter sua boa imagem.
Claro, a morena havia ficado encantada ao vê-lo lindo e cheiroso a porta de sua casa, praticamente se derretera. Com certeza a noite seria ótima com a bela chinesa, principalmente depois da festa, obviamente. Ela estava linda! Aquele vestido vermelho lhe fazia parecer um pecado capital, especificamente a luxúria, em carne, osso e curvas.
O fato de estar acompanhado também tinha suas desvantagens, que implicavam basicamente em: uma única garota para a noite toda! Era necessário bastante autocontrole, principalmente se tratando dele. Edgar costumava fazer as mulheres com quem saia se sentirem as únicas do mundo, uma doce ilusão, pois fidelidade era algo que há certo tempo não fazia parte de seu vocabulário. De qualquer forma, se alguma garota muito interessante aparecesse – alguém que ao ver julgasse indispensável – ele sempre tinha suas cartas na manga, mil e uma desculpas para despistar Tenten sem que ela percebesse, como já fizera com vários dos seus 'encontros' antes.
- Nossa – Exclamou Tenten – Itachi realmente fez um bom trabalho, isso está incrível!
- O difícil será encontrar algum espaço na casa – Respondeu levando em seguida uma cotovelada acidental de alguém que passava, o que fez com que contorcesse o rosto em aborrecimento– De que inferno veio toda essa gente?
- Do inferno chamado Konoha Gakuen, se não me engano a maioria desses rostos me é familiar – Disse olhando em volta – Mas não se preocupe, daremos um jeito.
A morena lhe segurou pela mão e avançou entre a multidão, delicadamente abria caminho no meio da massa de pessoas que se amontoavam nas proximidades da pista de dança improvisada. Logo virou em uma direção onde a concentração parecia se dispersar aos poucos, conduzindo-o a um canto da sala próximo a um sofá e alguns pufes que Itachi havia emprestado de alguém para a festa.
- Acho que aqui tem algum espaço – disse lhe empurrando suavemente contra a parede, para que se encostasse nela, e se aproximando em seguida.
- Mais do que suficiente – Sorriu de canto enlaçando a cintura da garota a sua frente.
Com certa pressa, acabou com a distância que os separava, puxando-a mais para perto e roçando suavemente seus lábios para em seguida aprofundar um pouco mais o contato. Estivera esperando por isso desde que a vira naquele abençoado vestido, mas como era um perfeito cavalheiro, cultivou a paciência e fora gentil, elogiando-a e dando-lhe um selinho que fora breve demais para o seu gosto.
Pediu passagem para a língua, que a morena concedeu de bom grado enquanto enlaçava seu pescoço. O beijo que começou suave e calmo aos poucos tornava-se mais urgente, a medida que os toques também ficavam mais ousados. Desceu as mãos da cintura para o quadril da morena acariciando toda a área que elas percorriam e agradecendo imensamente pelo quanto aquele vestido era justo.
Agarrou o quadril feminino com mais força quando ela passou a beijar seu pescoço, distribuindo mordidinhas, subindo um pouco para o lóbulo de sua orelha.
E foi no momento em que tornou a abrir os olhos que tudo foi pelos ares.
Parada timidamente no topo da escada estava a garota mais bonita que jamais vira antes, parecia um anjo! O vestido branco valorizava seu corpo de uma forma encantadora, sem parecer vulgar. Os cabelos preto-azulados perfeitamente lisos caiam pelo seu colo até a cintura, sem um único fio fora do lugar. E seus orbes exóticos... Jamais notara que eram assim tão lindos! Emoldurados por um iluminador perolado pareciam duas jóias claríssimas e cristalinas, era capaz de passar a noite toda olhando pra eles.
- Hinata – Sussurrou incrédulo.
No mesmo instante sentiu os beijos em seu pescoço cessarem abruptamente e se deu conta da idiotice que tinha feito, bateria a própria cabeça contra a parede se isso não fosse deixar ainda mais claro que cometera o pior erro possível: Dissera o nome de outra enquanto estava com uma garota. Tenten lhe encarou nitidamente aborrecida, os lábios crispados eram um claro sinal de perigo. Precisava pensar rapidamente em algo para reverter a situação.
- Do que você me chamou? – A morena questionou enfurecida.
- Não, eu não estava te chamando! – Esclareceu rapidamente.
- Então estava chamando a quem, Edgar? – Perguntou franzindo o cenho e cruzando os braços sobre o peito.
- Eu só pensei ter visto uma velha amiga, não fique aborrecida – Disse serenamente acariciando o braço da morena que pareceu tranqüilizar-se um pouco – Era realmente muito parecida!
- Isso é sério? – Perguntou manhosa.
- Claro Tenten! Com quem mais eu iria querer estar se não com você, a garota mais bonita desta festa?
Mentiras são necessárias quando sua vida corre perigo. Tenten era linda, mas não chegava a ser a mais bonita da festa comparada as garotas da república, como Catherine, Alexia e... Hinata! Rapidamente seus olhos procuraram pela figura delicada que agora descia graciosamente os degraus. Não se demorou muito, pois seria pedir por uma crise de Tenten, sendo assim voltou a encará-la enquanto ela terminava de dizer qualquer coisa como "Oh Ed, me desculpe".
- Não se preocupe – Disse com a cara mais lavada que pode arranjar - Não quer beber alguma coisa?
- Adoraria um Martini – Respondeu docemente.
- Certo, me espere aqui que eu trago pra você – Disse utilizando todo o seu charme e depositando um selinho nos lábios da morena.
- Não demore – Ela sussurrou com um sorriso.
Logo se afastou em direção a base da escadaria, procurando por Hinata no meio de toda aquela gente.
Já começava a se irritar com a ruiva que rebolava a sua frente. Em qualquer outra noite se aproveitaria de tanta 'boa vontade', mas naquela em particular tinha outros planos em mente. Não passaria a noite com qualquer 'gostosa' que aparecesse, por mais tentador que fosse.
- O que foi Sasori-kun? – A ruiva perguntou manhosa em seu ouvido, se esfregando sensualmente contra seu corpo – Não quer se divertir um pouco?
Respirou fundo reunindo todo seu auto-controle para afastar o corpo feminino do seu.
- Não com você, May – Respondeu seco, sem rodeios – Talvez outro dia.
E tão rápido quanto ouviu essas palavras, a garota fechou o semblante, lançou-lhe um olhar mortal, virou as costas e saiu pisando duro sob suas sandálias abotinadas de couro, com seu rebolado felino e todo seu orgulho ferido. A visão do traseiro avantajado indo compassadamente de um lado para o outro quase fez com que mudasse de idéia.
Quase.
Encostou-se a parede e olhou em volta, encontrando – com certo desgosto – Alexia encostada ao balcão, conversando entre sorrisinhos e sussurros muito íntimos com o barman. Aquela garota só podia estar de brincadeira! Com certeza estava conseguindo lhe tirar do sério. Facilitava para o pirralho Uchiha e para o cara das bebidas, mas pra ele ficava a se fazer de difícil!
- Dispensando uma ruiva dessas pra ficar aqui parado se mordendo de ciúmes de uma líder de torcida mimada? Acaba de cair no meu conceito, Sasori! – Disse Itachi encostando-se ao lado do ruivo.
- Não estou vendo Catherine com você – Provocou sorvendo um gole da vodka que tinha em mãos – Então cale a maldita boca.
- É só uma questão de tempo, meu caro – Sorriu de canto.
- Pois me parece que você não vai ganhar essa, Uchiha – Disse apontando com o queixo o centro da sala, onde Catherine dançava sedutoramente na frente de Sasuke, e sorrindo com escárnio.
- Isso? – Itachi fez pouco caso – Deixe ele pensar que está ganhando, só vai tornar minha vitória melhor.
- Claro – Sasori rolou os olhos.
- Só espere e verá – O moreno disse confiante – E você, vai fazer algo a respeito? – Perguntou encarando Alexia.
- Já estou cheio disso – Resmungou aborrecido - De hoje não passa, nem que eu precise quebrar a droga da cara desse barman.
- Pra que tanto trabalho se existem meios tão mais simples?
Sasori lhe olhou interessado, não que não pudesse conseguir por si próprio, mas se tratando de Alexia teria que investir muito tempo e paciência, duas coisas que pra ele estavam em falta. Quanto mais rápido conseguisse levá-la pra cama, melhor! Se o Uchiha tinha algo que pudesse acelerar o processo, que fosse.
- E quais seriam esses meios? – Colocou o copo de vodka sobre a mesa ao lado e cruzou os braços observando Alexia.
O moreno tirou do bolso da calça jeans uma embalagem plástica com cerca de uma dúzia de comprimidos coloridos e sacudiu-o a frente dos olhos de Sasori.
- Faça ela tomar uma dessas e ela lhe dará tudo o que quiser – Disse com um sorriso sacana.
Sasori arqueou uma sobrancelha.
- E que merda é essa? – Perguntou o ruivo.
- Isso é Trimix, uma droga nova – Respondeu sem paciência – Se não quer, te vira então.
- Não disse que não queria – Disse erguendo os ombros – Como isso funciona?
- É uma mistura de êxtase com mais algumas coisas que vão deixar sua garota mais... Selvagem.
- Hum – Murmurou interessado, uma dezena de imagens obscenas envolvendo Alexia passaram em um turbilhão por sua mente, fazendo um sorriso malicioso se formar no canto de seus lábios – Parece bom. Esse é seu grande plano pra ganhar a aposta, então?
Itachi sorriu de canto.
- Você consegue a sua patricinha e eu ganho a minha aposta, não tem erro.
E como se tudo conspirasse a favor deles, neste exato momento Catherine se afastou de Sasuke indo em direção ao bar, sentou-se bem ao lado de Alexia e pediu qualquer coisa ao Barman, que já há algum tempo parecia atarefado demais em servir bebidas para continuar o diálogo com a morena. Quando Cat se virou parecendo começar uma conversa com a garota a seu lado, ambos souberam que aquele era o momento perfeito.
Miranda começava a ficar entediada. Apesar de não estar sendo completamente ignorada – por pura educação, sabia – era um tanto óbvio que estava sobrando na conversa. Estava preocupada com Alexia, ela já não se encontrava tão sóbria depois que Pietro lhe trouxe uma dose de absinto, mas chegou a conclusão de que nada de tão ruim poderia acontecer se apenas fosse circular um pouco e depois voltasse. Alex parecia mais desinibida, mais risonha do que o comum, mas não parecia prestes a cometer alguma loucura... Por enquanto.
Pediu a Pietro um Blue Island e assim pegou o copo levantou-se indo em direção a pista de dança. Queria que Naruto não estivesse tão ocupado trocando saliva com a cabeça-de-algodão-doce e pudesse lhe fazer companhia. Por onde andava Edgar, aliás? Estava louca para dançar um pouco, mas seria deprimente fazer isso sozinha. Correu os olhos por toda a sala e não encontrou ninguém que pudesse lhe fazer companhia, então decidiu ir a área da piscina tomar um ar, não havia notado o quão quente a sala estava até aquela momento.
Passou pela a porta de vidro e quando contornava a piscina – tomando todo o cuidado com as pessoas que pulavam e espirravam água – sentiu algo bater com força contra seu ombro, empurrando-a bruscamente. Cambaleou para trás sem conseguir recuperar o equilíbrio, então ao dar mais um passo apenas metade de seu pé encontrou o chão, seu calcanhar afundou no ar. Fechou os olhos sabendo que pisara em falso na beira da piscina e, portanto, iria cair. Amaldiçoou mentalmente o desgraçado que havia esbarrado nela tão bruscamente enquanto esperava pela água.
Nada.
Tornou a abrir os olhos percebendo que seus pés estavam firmes na quina da piscina, seu corpo inclinado pra trás em direção a água, mas uma mão segurava firmemente seu pulso, sustentando seu peso e impedindo a queda. Tudo acontecera rápido demais para que pudesse assimilar.
Levantou o olhar encontrando um par de orbes negros que imediatamente lhe fizeram enrugar a testa. Sasuke Uchiha, quanta ironia! Era só o que lhe faltava.
- Você! – Exclamou estreitando os olhos – Esse seu cabelo ridículo não te deixa ver por onde anda, garoto?
Não era bem verdade que achava o cabelo ridículo, os fios negros bagunçados eram muito charmosos em sua opinião, mas obviamente ele não precisava – nem iria – saber disso.
Ele lhe encarou por um segundo, então arqueou a sobrancelha.
- Devia me agradecer!
- Por quase ter deslocado meu ombro e me derrubado na piscina? Acho que não! - Disse irritada e ao perceber que ainda estava inclinada pra trás continuou – Agora dá pra me puxar?
O moreno pareceu pensar por um segundo, então sorriu de canto, um sorriso quase malévolo.
Miranda arregalou os olhos apavorada.
- Você não vai...
- Me dê um bom motivo pra não te deixar cair – Provocou divertindo-se imensamente com a expressão mista de desespero e raiva da garota que tentava, inutilmente, se firmar em seus próprios pés.
- Se soltar a minha mão Uchiha, você morre! – Ameaçou emanando raiva pelo olhar.
O aperto em seu pulso afrouxou, a adrenalina se espalhou rápido por seu corpo, prendeu a respiração no segundo seguinte sentiu-se afundar na água, sendo tomada pela sensação de estar se movendo em câmera lenta. Aquele filho da puta! Xingou mentalmente batendo os pés no fundo da piscina para voltar a superfície.
Emergiu puxando o ar que parecia ter desaparecido naqueles poucos segundos que estivera debaixo d'água. Olhou ameaçadoramente para o moreno que estava parado na beira da piscina, os braços cruzados sobre o peito e um sorriso de deboche nos lábios. Mataria aquele desgraçado, com as unhas se preciso! Tiraria aquela droga de sorriso da cara dele.
Com o sangue fervendo nas veias suas reações foram praticamente mecânicas. Saltou sobre a beira da piscina se impulsionando para cima até firmar os pés no chão, no instante seguinte estava de pé... Se atirando como um tigre raivoso sobre Sasuke. Tentava arranhar, estapear, chutar, enquanto o moreno se defendia como podia tentando manter seus braços parados.
- Garota, qual é o seu problema? - Ele perguntou atônito, conseguindo por fim agarrar um dos pulsos de Miranda.
- Você! Seu idiota, grosso, estúpido! – Xingava enfurecida tentando atingi-lo como podia com a mão livre ao mesmo tempo que tentava livrar a outra do aperto de sua mão.
Depois de mais alguns tapas e arranhões Sasuke, por fim, conseguiu agarrar o outro pulso de Miranda. Ela puxava os braços e se debatia tentando se soltar, mas Sasuke era evidentemente bem maior e mais forte.
- Me solta! – Ela gritou ainda insistindo em tentar se soltar.
Sasuke franziu a testa diante da explosão da garota, sentia a maçã do rosto arder e sabia que ali se encontrava uma marca de unha. Certo, não tinha sido muito sensato de sua parte deixá-la cair na água, mas pra começo de conversa nem mesmo fora ele quem esbarrara em seu ombro, apenas estava ao lado quando ela se desequilibrou e em um reflexo conseguiu agarrar seu braço. Ao invés de um simples 'obrigada' por tê-la salvo da queda, recebeu ofensas... Nada mais justo do que dar a ela motivos pra tanto.
Era engraçado vê-la assim tão nervosa, parecia uma criança, chegava a ser adorável. Por um segundo até se esqueceu que ela tentara arrancar seu rosto com as unhas segundos atrás. Quando Miranda se aquietou um pouco, limitando-se apenas a encará-lo mortalmente, Sasuke reparou em algo que lhe fez perder o rumo... Algo que se resumia em duas palavras: Regata branca. Seu maxilar travou instantaneamente diante do que via.
Não era só pelo fato de o branco contrastar maravilhosamente com a sedosa pele morena de Miranda, isso também, mas principalmente pelo tecido ter ficado demasiadamente transparente e colado depois de molhado. Podia ver perfeitamente o corpo dela da cintura pra cima e apenas a visão da barriga lisinha e sua cintura fina já seria capaz de deixar qualquer homem perturbado, imagine então como se sentira quando notou – e quem não haveria notado? – que ela não estava usando nada por baixo. Sentia-se idiota por admitir isso – jamais reparara que aquela miniatura petulante pudesse ser atraente – mas caramba, vê-la assim era terrivelmente torturante, ainda mais estando tão perto. Permaneceu estático, sua vontade era simplesmente puxá-la pra mais perto, aliás, fazer muito mais do que isso... Mas claro, tinha um orgulho a zelar, seria capaz de jurar que a achava horrível se isso pudesse irritá-la, afinal o gênio daquela garota lhe dava nos nervos! Só não conseguia, por mais que tentasse, se afastar dela ou parar de encarar lugares que não devia. E aquelas malditas gotículas de água que escorriam por seu corpo não ajudavam nem um pouco. Engoliu seco pedindo aos céus um pouco mais de auto-controle.
Percebendo que Sasuke lhe olhava de cima a baixo como quem vê um espírito ou algo parecido, Miranda resolveu verificar o que lhe causara uma reação tão estranha. Baixou o olhar para o próprio corpo constatando que, em curtas palavras, seus seios estavam expostos. Sentiu a face ferver no mesmo momento. Não é que simplesmente tenha resolvido não usar um sutiã, ou que tivesse algum tipo de intenção com isso, era só que sua blusa de seda branca era frente única, aberta até mais da metade das costas e seria um enorme crime da moda deixar um sutiã aparecendo. Mia não costumava se envergonhar facilmente, mas caramba, dezenas de garotos podiam ver algo que até então não tinha mostrado a nenhum! Sasuke também não facilitava nem um pouco... Como ele tinha a coragem de ficar encarando daquele jeito? Além de estúpido era abusado!
Ainda mais cheia de raiva, aproveitou-se da distração do moreno e puxou os braços com força, livrando-se das mãos que prendiam seus pulsos. Em seguida ergueu um dos braços e reunindo toda força que pode desferiu-lhe um tapa muito bem calculado que lhe fez virar o rosto e, por conseqüência, parar de olhar seus peitos. Sasuke, que fora pego de surpresa, levou uma das mãos a lateral do rosto que latejava dolorosamente. Como diabos uma pessoa tão pequena conseguia bater assim tão forte?
Miranda olhou em volta constatando que várias pessoas, principalmente os garotos, lhe encaravam, riam e alguns até provocavam dizendo coisas como "Que delícia, heim?". Quis cavar um buraco no chão e se enterrar ali mesmo, mas mais do que isso queria esfolar o rosto de Sasuke no concreto, não ligava se fosse um grande desperdício, ele era o culpado de tudo aquilo! Lançou-lhe um ultimo olhar mortal, então cruzou os braços sob os seios tentando escondê-los como pode e disparou para fora dali.
Sentia a cabeça girar e teve a certeza de que já não se encontrava em estado de total sanidade. O barman, Pietro, parecia realmente bem empenhado em lhe deixar fora de si o suficiente para que não tivesse muito consciente do que estava fazendo, quem sabe assim acabasse a noite com ele, sem roupas... Exatamente por isso, ao sugerir ela mesma que ele lhe trouxesse algo forte o suficiente para facilitar o processo, ele apostou alto, depositando sobre o balcão uma dose da famosa "Fada Verde", ou absinto, como preferir. Depois de respirar fundo e tomar tudo de uma vez, Alexia apoiou-se sobre o balcão sem coragem o suficiente para mais uma dose do que quer que aquilo fosse, mas a essa altura, outra dose nem mesmo era necessária.
Agora, permanecia sentada no mesmo lugar, sentindo que tudo girava ao seu redor, com um leve "pressentimento" de que estava fora de controle e acabaria fazendo algum tipo de loucura se instigada pelas pessoas erradas. Pietro, para a própria infelicidade, estava ocupado demais servindo bebidas a dezenas de pessoas para checar se o absinto fora um golpe certeiro.
E foi então que a pessoa mais errada possível apareceu na pior – ou quem sabe melhor – hora.
- Uma tequila – A garota pediu a Pietro sentando-se no banco ao seu lado. Quando ele depositou a bebida a sua frente, sorveu todo o conteúdo em um único gole, depositou o copo vazio sobre o balcão e então virou-se para Alexia – Alex... O que tá rolando?
Alexia apenas riu alto, sem saber do que. Só depois de alguns segundos conseguiu ver com clareza a figura ao seu lado.
- Catherine, meu bem – Disse com a voz arrastada – Já tomou absinto? É maravilhoso... Você devia provar.
Logo que disse isso riu mais uma vez, fechou os olhos e jogou a cabeça pra traz. Tudo girava... E girava.
- Realmente – Cat sorriu de canto observando que a líder de torcida ao seu lado já estava um tanto... Alta – Mas se quer saber, existem coisas melhores que você deveria provar.
Alexia tornou a olhar para Catherine, encarando os olhos azuis cristalinos a sua frente, suas pálpebras pesavam um pouco sobre seus olhos fazendo com que piscasse lentamente.
- Porque não me diz o motivo de estar aqui pendurada nesse balcão, Lexi? – Catherine disse e Alexia apenas continuou encarando-a. Lexi. Ninguém jamais a chamara assim antes, era estranho, mas soava bem de alguma forma – Quero dizer, que mágoas a Miss perfeição poderia estar querendo afogar? Vamos, diga...
Catherine lhe encarou e ergueu uma sobrancelha lhe encorajando a falar de uma vez.
Alexia não era do tipo que saia contando seus problemas a qualquer um, mas naquela noite, pouco se importava.
- Miss Perfeição? – Alexia riu de canto, um misto de ironia e rancor em seus olhos – Pro inferno a droga da Miss Perfeição, eu não sou perfeita porra nenhuma! Pelo menos nisso, ele deve concordar comigo.
- Ele? – Catherine perguntou interessada.
No único episódio em que a Pequena Miss Perfeição do Konoha Gakuen havia perdido o controle, ela quase acabara transando com Uchiha Sasuke, um dos garotos mais cobiçados de toda a cidade, em uma cabine de banheiro de uma boate lotada. Catherine estava curiosa sobre que travessuras ela poderia fazer aquela noite se tivesse o "empurrãozinho" certo.
- Meu pai – Alexia murmurou entre dente, quase em um sussurro, e abaixou os olhos para o balcão.
- Dane-se o que ele pensa – Catherine sorriu de canto puxando o queixo de Alexia para que lhe olhasse nos olhos – Está a fim de enlouquecer um pouco?
- Completamente – Alexia se viu proferindo aquela palavra antes mesmo que seu cérebro pudesse processá-la – Como?
Catherine soltou seu queixo e se virou de costas para o balcão olhando em direção a pista de dança.
- Eles nos dirão como, Lexi – Disse fitando os dois rapazes que se aproximavam.
Quando Alexia seguiu o olhar de Catherine e deparou-se com Itachi e Sasori andando em sua direção um tipo de alarme em sua cabeça disparou em sinal de perigo. Aqueles dois, nada vindo deles poderia acabar bem. Por um momento quis levantar dali e ir procurar por Miranda, sua "consciência ambulante", ela lhe manteria longe de encrencas... Mas algo dentro dela queimava, era uma mistura de curiosidade com uma vontade insana de esquecer seus problemas, de enlouquecer, exatamente como Catherine havia lhe oferecido.
- Hey, garotas – Itachi cumprimentou com um sorriso cheio de segundas intenções – Espero que estejam aproveitando as bebidas.
- Corte o papo furado Uchiha, vocês estão com sorte – Catherine disse insinuante – Seja lá o que vocês vieram nos convencer a tomar, não daremos trabalho. Certo Alex?
- É – ela murmurou simplesmente encontrando os olhos amendoados de Sasori. Eles lhe encaravam tão profundamente, com um brilho de cobiça que a fez estremecer. No que diabos ela estava se metendo?
Sasori e Itachi se entreolharam um pouco surpresos, mas a surpresa em seus rostos deu lugar a satisfação.
- Vejam só quem está mostrando as garras – Sasori riu irônico.
- Acho melhor vocês nos darem isso logo, antes que nossa Miss Perfeição mude de idéia – Catherine disse olhando de canto para Alexia – Vocês sabem, ao contrário de mim, ela é uma boa menina.
Alexia arregalou levemente os olhos. Catherine sabia que ela estava vacilando entre sair dali ou ir até o final e havia tocado no ponto fraco de qualquer líder de torcida... O orgulho. Estava lhe desafiando.
- Sem chance – Disse com firmeza – Eu nunca volto atrás, Cat.
- É assim que se fala, doçura – Sasori sorriu e pegou sua mão pálida, colocando em sua palma um comprimido de cor rosa.
Alexia fitou os olhos enigmáticos de Sasori mais um momento e então seus olhos fixaram-se no comprimido em suas mãos. Suas pernas vacilavam, seu coração estava a mil. Não podia voltar atrás agora, mas precisava... Precisava manter distância de Sasori, pois sabia muito bem suas intenções. Ele não estava querendo lhe drogar a troco de nada.
- Pronta, Lexi? – Catherine lhe perguntou, encarando-lhe com o mesmo ar de desafio e um comprimido igual ao seu em mãos. Alexia engoliu seco, mas afirmou com a cabeça – Então... Agora.
Dito isso Catherine levou o comprimido a boca e o engoliu jogando a cabeça para trás, sendo seguida por Alexia.
A mesa de centro foi carregada para o espaço da sala mais distante da pista de dança, onde a luz estava acesa. Hikari foi até o quarto buscar as cartas e as fichas. Em menos de cinco minutos tudo estava pronto para que o jogo começasse. Tratou-se que para tornar a disputa mais interessante – ou para melhor proveito dos jogadores, se assim preferir – seria uma partida de Strip Poker e pelas regras, os que perdessem mais fichas em cada rodada teriam que se despir de uma peça de roupa. Ao centro da mesa foram posicionados vários shots de Tequila, Vodka e Whisky para aliviar a tensão entre uma rodada e outra.
Estando tudo resolvido, as ruivas – Kirye e Hikari – sentaram-se entre Hidan e Kakashi no chão, em volta da mesa de centro. As fichas foram divididas, Hikari tomou a frente de embaralhar e distribuir as cartas... E o jogo começou.
Com as cartas em mãos, os quatro permaneciam com um semblante indecifrável. Tentavam ao mesmo tempo identificar qualquer mínima reação dos demais jogadores, um leve arregalar de olhos, um suave tremer de lábios, tudo era uma pista para quem conseguia pegá-las no ar.
Hikari observou as cinco cartas que tinha em mãos constatando que não começara tão bem, tinha apenas um par de ás, mas isso nem de longe era o suficiente para fazê-la perder, tinha tantos conhecimentos sobre pôquer quanto tinha para matemática e literatura, não eram poucos. Manteve-se impassível observando os demais jogadores. Pelo que ouvira falar, todos jogavam muito bem, principalmente Kakashi e isso só tornava tudo muito mais interessante. Aproveitou o momento para encará-lo, como quem apenas analisa um adversário. Ele estava sério, compenetrado com os olhos fixos nas cartas, não deixava nenhuma brecha para que soubesse se ele tinha um bom jogo em mãos.
Hidan, que estava a sua esquerda, era o primeiro a jogar. Apostou duas fichas, dando vez para Kirye, não antes de olhá-la nos olhos e sorrir de canto, como que em desafio. Kirye por sua vez apenas ergueu uma sobrancelha suavemente, acompanhando a aposta.
Era a vez de Kakashi, que correu os olhos pela mesa, demorando-se em Hikari.
Ela se sentiu invadida pelo olhar sério e profundo do professor de literatura, não, a palavra exata era hipnotizada! Reuniu todo seu controle para manter-se impassível, mas se ele continuasse a lhe olhar daquela forma, como se quisesse sugar sua alma com os olhos, acabaria conseguindo lhe desconcentrar e isso a prejudicaria no jogo. Por fim, ele também acompanhou a aposta. Em sua vez Hikari fez o mesmo, percebendo estava um pouco tensa, coisa que não costumava ficar nesses jogos em que tinha plena confiança do que estava fazendo.
Na troca de cartas Hikari tirou a sorte grande, conseguindo um Full House, recobrou a confiança de jogo que Kakashi roubara dela momentaneamente, dando-se conta de que ele não lhe olhara assim à toa, queria desconcertar-lhe, fazê-la perder o foco. Uma boa estratégia, mas não boa o suficiente. Analisou suas cartas e resolveu que não deixaria por isso mesmo, subindo lentamente o olhar para ele, encarando-lhe sensualmente por debaixo dos cílios fartos e umedecendo os lábios de um jeito sutil.
Ele pareceu surpreso. Moveu-se discretamente em seu lugar desviando o olhar para Hidan, um leve meio sorriso no canto de seus lábios.
Kirye olhava fixamente para as cartas.
- Que jogo você está escondendo gata? – Hidan lhe perguntou, com seu mesmo sorriso sacana no canto dos lábios.
- Um melhor que o seu – Retrucou com um sorriso convencido.
Neste momento Kirye desviou o olhar do jogo, correndo os olhos rapidamente pela festa, mas algo a fez congelar. Então ele havia chegado, concluiu olhando para a porta da sala por onde Gaara entrava acompanhado de uma garota, abraçando-a pela cintura. Ela era muito branca, os cabelos castanhos lhe batiam nos ombros, tinha uma beleza contida que não encantava assim só de bater os olhos, mas era bonita.
"Matsuri" sua mente sussurrou a lembrança do nome da namorada do ruivo.
Os dois se sentaram no sofá da sala, de frente e não muito distante de onde a partida de pôquer acontecia. Não soube identificar ao certo porque aquela cena não lhe agradou em nada. Bem, existiam uma série de motivos, mas ela se negava a admitir qualquer um deles para si mesma. Olhou diretamente para Gaara, percebendo que ele lhe olhava de volta parecendo interessado no que ela estava fazendo.
Suspirou e voltou a se concentrar no jogo. Tinha um Flush de copas, com um pouco de sorte poderia ganhar aquela rodada.
- Mesa – Hidan disse.
- Mas já está recuando, meu bem? – Kirye riu apostando mais duas fichas.
Hidan enrugou a testa, aborrecido. Kakashi e Hikari acompanharam a aposta parecendo não vacilar por sequer um segundo e Hidan, contrariado, apenas abaixou as cartas sobre a mesa. Estava com uma mão péssima, seria burrice continuar na rodada já que quem tiraria as roupas de uma forma ou de outra seriam os que perdessem mais fichas.
Os três restantes se entreolharam.
- Eu tenho um flush – Disse Kirye revelando suas cartas.
- Full House – Kakashi sorriu de canto mostrando suas cartas, uma trinca de valete e um par de oito, e encarando Hikari, que ainda não havia mostrado o jogo.
- Desculpe, mas acho que o meu Full House tem a carta maior – Disse por fim mostrando seu jogo.
Kakashi praguejou baixinho enquanto Hikari apenas saboreava sua vitória, recolhendo as fichas na mesa com um sorriso.
- Me parece que vocês dois estão com roupas demais – Hidan provocou olhando para Kirye e Kakashi, que haviam perdido o maior numero de fichas na rodada – Principalmente você, Tay. Porque não tira esse vestido logo de uma vez? Garanto que fica bem melhor sem ele – Sugeriu com um sorriso malicioso.
Kirye rolou os olhos diante do comentário e apenas tirou as sandálias, fazendo com que Hidan bufasse impaciente. Kakashi também se desfez dos sapatos, deixando Hikari um pouco decepcionada, partilhando silenciosamente a mesma opinião de Hidan. Porque ele não tirou aquela camiseta logo de uma vez? Com certeza seu abdômen – que dava impressão de ser deliciosamente malhado – seria uma visão um milhão de vezes melhor do que suas meias!
Antes que Hidan pegasse o baralho todos estenderam as mãos em direção aos shots no centro da mesa, como se houvesse sido combinado. As garotas tomaram uma dose de tequila enquanto Hidan escolheu vodka e Kakashi whisky. Em seguida Hidan embaralhou as cartas, dando início a mais uma rodada.
Assim o jogo se seguiu - de certa forma equilibrado considerando que todos a mesa jogavam bem – e entre uma rodada e outra os jogadores viravam mais shots e perdiam peças de roupas pelo caminho. Após algumas rodadas as coisas começavam a ficar interessantes. Ao pegarem as cartas os jogadores não mais permaneciam sérios, pelo contrário, a bebida aniquilou todo controle de forma que provocavam uns aos outros, desafiavam e se entregavam ao ritmo do jogo.
Hikari observou com atenção quando Kakashi finalmente fora obrigado a tirar a camisa. Ele se levantou parecendo bem a vontade com a situação, apenas tirou a camiseta, jogando-a para o lado. Hikari ficou simplesmente em êxtase com a visão que lhe era proporcionada, na verdade, todas as garotas naquela casa ficaram. Céus, aquilo não era um homem, era um Deus grego ou algo do tipo. Até mesmo Kirye que até então estava mais interessada em Hidan ficou boquiaberta.
Kakashi voltou a se sentar, pegando o baralho para uma nova rodada. Hikari por sua vez tomou sua quarta dose de tequila, sentindo um súbito calor tanto pelo álcool quanto pelos olhares nem um pouco cristãos que direcionava ao abdômen do "professor". Dali por diante tinha a certeza que jamais conseguiria assistir uma aula de literatura novamente sem que pensamentos nada religiosos se passassem em sua cabeça ao imaginar o que Kakashi escondia debaixo daquelas – desgraçadas – camisas.
Conforme as rodadas passavam o clima em volta da mesa – assim como o teor alcoólico – Iam aumentando significativamente. As provocações deixaram de ser apenas em relação ao jogo, na verdade o pôquer já começava a ficar em segundo plano.
Ao tirar o vestido, Kirye não pode evitar encarar Gaara que permanecia sentado no sofá a alguns metros dali. Podia ser apenas um delírio em função do álcool – esperava que não – mas o ruivo parecia bem mais interessado em vê-la de lingerie do que na garota ao seu lado, que lhe dizia qualquer coisa. Mordeu os lábios em um gesto automático, não que quisesse seduzir um cara comprometido, mas no estado em que estava um simples olhar de Gaara lhe provocava arrepios. Ele continuou a lhe observar enquanto Hidan dizia qualquer coisa como "Garota, você deveria ser proibida de usar roupas". Em outra situação aquele comentário sim lhe provocaria arrepios, mas sinceramente? Não era a Hidan que estava desejando naquela noite.
Sacudiu a cabeça tentando evitar pensar que havia acabado de admitir a si mesma que desejava Gaara. Caramba, eles eram amigos. Só amigos. Repetindo esse mantra mentalmente, tornou a se sentar. Disse que não jogaria mais, já que suas fichas tinham acabado e não queria perder mais nenhuma peça de roupa na frente de toda aquela gente.
Quando não se conteve e tornou a olhar na direção de Gaara, este se levantava, acompanhando a namorada – que parecia ter engasgado com alguma coisa, já que tossia convulsivamente – para fora da casa. "Droga" murmurou pra si mesma, tentando – inutilmente – tirar o ruivo da cabeça e prestar atenção no jogo que continuava com os três jogadores restantes.
Sentia-se completamente perdida. O que diabos estava mesmo fazendo ali? Aquela festa não combinava em nada com ela, nem aquele vestido curto, nem todo aquele barulho ou toda aquela gente. Sentia-se tonta só de olhar para as luzes piscando ao ritmo da batida frenética da música. Olhou em volta sem distinguir sequer uma pessoa ao seu redor. Estava tão abafado, um ambiente tão claustrofóbico e ruidoso que ficou zonza de repente.
Quando finalmente enxergou um rosto familiar o coração lhe saltou a boca e desejou, ainda mais, não estar ali naquele momento. Naruto estava sentado em um sofá a sua direita com Sakura em seu colo beijando-lhe o pescoço sem nenhum pudor. Aquela cena lhe atingiu como um soco no estômago. Mesmo que não quisesse admitir só havia colocado aquela roupa e aparecido naquela festa em uma tentativa desesperada de fazer o loiro lhe notar, nem que fosse por um único segundo. Como pudera ser tão ingênua? Ele jamais se interessaria por uma garota sem sal como ela quando podia ter uma líder de torcida ousada como Sakura. Era patético, mas quis chorar... De decepção, vergonha de si mesma, talvez até de ciúmes.
Antes que pudesse se dar conta estava se esgueirando no meio daquela multidão em direção a porta que dava para o jardim. Precisava, mesmo, de ar!
Quando estava a apenas um passo da porta sentiu algo agarrar seu braço com firmeza, impedindo que fosse adiante. Seus olhos assustados procuraram por quem lhe segurava, encontrando um sorriso de dentes brancos e alinhados que lhe fez relaxar instantaneamente.
- Finalmente te achei! – Só nesse instante se dera conta de que era Edgar parado a sua frente, ainda segurando seu antebraço – Pensei que não iria aparecer.
Ele soltou suavemente seu braço. Hinata corou e olhou para as próprias sandálias.
- Não ia – Sussurrou – Mas sabe como Catherine pode ser insistente.
- Sei – Ele riu – Você me parece meio... Perdida.
- Tem muita gente aqui – Ela disse olhando para a pista de dança – E eu não conseguia encontrar nenhum conhecido – Continuou, sentindo seu coração apertar.
Havia encontrado o "conhecido" que mais lhe importava, mas ele estava... Ocupado demais.
- Que bom que te encontrei, então – Ele sorriu mais uma vez e Hinata não pode deixar de notar como seu sorriso era bonito, mas logo desviou o olhar, um pouco desconcentrada com a proximidade entre os dois – A propósito, você está linda.
- O-obrigada – Agradeceu suavemente, sentindo as bochechas ferverem desta vez e tornando a encarar o chão – V-você também está muito elegante.
Edgar não pode deixar de sorrir. Só mesmo Hinata com todos seus modos tímidos e polidos para dizer que ele estava "elegante" no meio de uma festa como aquela. Deu-se conta de que um elogio tão simples, que costumava fazer com tanta freqüência as mulheres como "você está linda", fora capaz de deixá-la completamente desconcertada. Quis levar uma das mãos ao rosto de porcelana da garota e erguer suavemente seu queixo para que pudesse olhar no fundo daqueles olhos tão encantadores, mas se conteve, isso provavelmente a assustaria.
- Quer beber alguma coisa? Um drink, um martini...
- Eu não bebo – Recusou educadamente.
- Então que tal uma volta pelo jardim? – Sugeriu – Tem menos gente lá.
- Seria ótimo – Concordou ansiosa por um pouco de ar fresco e, claro, por distância de certo episódio que vira na sala.
Surpreendeu-se ao sentir uma das mãos de Edgar envolver a sua, conduzindo-a para fora da casa até os gramados da mansão. Nem mesmo a brisa refrescante que soprava em sua direção fora capaz de amenizar o calor efusivo que parecia começar na palma da mão que Edgar segurava e subir diretamente para a maça de seu rosto.
- Aqui parece melhor – Ele disse indicando um dos bancos de jardim que estava milagrosamente desocupado e limpo.
- Sim – Hinata sentou-se delicadamente, sentindo-se desconfortável pelo vestido que subira ainda mais em suas pernas e tentando, em vão, puxá-lo para que cobrisse um pouco mais suas coxas, o que fez com que Edgar risse novamente – O que foi?
- Nada – Ele respondeu sentando-se ao seu lado e deixando o braço repousar no encosto do banco, ao redor de Hinata, gesto que fez com que a Hyuuga se encolhesse e corasse ainda mais, se é que isso era possível – É só que você é muito diferente das outras garotas nessa festa.
- Me desculpe – Ela sussurrou constrangida. Céus ele devia lhe achar uma boba.
- Não, não precisa se desculpar – Ele disse amavelmente – Isso é bom. Quer dizer... Você não tem que ser como elas. Gosto do seu jeito.
Hinata se pegou sorrindo daquelas palavras, ninguém jamais lhe dissera algo assim antes. Por um momento esqueceu-se de Naruto e permitiu-se pensar em como o português estava sendo gentil em lhe fazer companhia e lhe elogiar daquela forma.
O sorriso dela era lindo, pesou Edgar admirando-a. Iluminava seu rosto de porcelana. Aliás, ela era linda. Como não havia reparado nisso antes em todos os dias que a vira na república e até mesmo na escola? Não era só o fato de estar usando um vestido que a deixava tão encantadora, a beleza sempre estivera ali, nos olhos, no sorriso, no jeito tímido de olhar para todos os lados menos pra ele, nas bochechas coradas. Mais uma vez fora invadido pela vontade insana de segurar seu queixo, com toda delicadeza, apenas para encontrar seu olhar cristalino que tanto lhe fugia.
- Fico feliz que tenha aparecido – Disse por fim, não resistindo a afastar uma mecha dos cabelos negros que lhe caia sobre o rosto, roçando suavemente o polegar em sua bochecha corada.
Hinata fechou brevemente os olhos diante o toque sutil em seu rosto. Sentia o coração lhe pular na garganta. Sua cabeça girava, lentamente. O silêncio se instalou entre os dois e por mais estranho que pudesse parecer, pela primeira vez Hinata não se sentia desconfortável assim tão próxima de algum garoto... Era algo no jeito dele, educado, suave, seu olhar tranqüilo que lhe encarava sem ser indiscreto.
Virou o rosto lentamente e permitiu-se fitar diretamente os orbes castanhos que estiveram sobre ela todo o tempo. Congelou, prendeu o ar. Não tinha idéia de que estavam assim tão próximos, havia se distraído e mal se dera conta que Edgar praticamente lhe abraçava pelos ombros, puxando-a discretamente mais para perto, acabando aos poucos com a distância que os separava. O charmoso português da república estava mesmo flertando com ela? Isso não podia ser sério.
Edgar finalmente conseguiu olhar a fundo nos olhos perolados. Eles tinham um brilho de insegurança e de serenidade ao mesmo tempo. Eram os olhos mais exóticos e encantadores que já havia visto. Lembravam-lhe os olhos azuis cristalinos de... Bem, só importava que eram igualmente lindos.
Tentou aproximar um pouco mais o rosto do dela, mas isso pareceu despertá-lo de um tipo de transe. Ela se encolheu, tornou a ter as bochechas tingidas de vermelho e desviou o olhar para o lado oposto.
Com o coração disparando dentro do peito a Hyuuga se deu conta que Edgar quase lhe beijara. Aquele seria seu primeiro beijo, caso tivesse acontecido. Sentia suas mãos tremeres sob seu colo e uma sensação estranha na boca de seu estomago.
- Ei – Edgar chamou-lhe a atenção, sorrindo de canto e tocou de leve em sua mão, fazendo com que estremecesse ainda mais – Você tem os olhos mais incríveis que já vi – Declarou sinceramente e a Hyuuga abaixou ainda mais a cabeça, as faces quase em cor de beterraba.
- É m-muita gentileza s-sua – agradeceu com um sorriso discreto, sem conseguir evitar o gaguejo e sentindo sua mão formigar onde ele tocava – A-acho que vou buscar uma água – Acrescentou, dando conta que sua boca estava seca, talvez de nervosismo.
- Pode deixar, eu pego pra você – Edgar disse, levantando-se prontamente.
Essa era a deixa perfeita. Entraria na festa, levaria o martini que prometera a Tenten e trataria de inventar mais alguma desculpa convincente para voltar com a água de Hinata. Não gostava de pensar que de certa forma estava enganando as duas, mas não podia simplesmente dispensar Tenten, isso seria grosseiro, nem muito menos queria abrir mão da companhia da Hyuuga, logo agora que ela parecia mais a vontade ao seu lado.
Estava tudo planejado, mas logo que virou-se, tudo acabou sendo sugado por um buraco negro com nome e sobrenome: Tenten Mitsashi. Ela estava bem a sua frente, encarando-lhe, parecendo confusa. A vontade que o português teve foi de simplesmente cavar um buraco ali no meio do jardim e se enterrar. Estava ferrado.
- Finalmente te achei – Disse Tenten – Onde estava? Te esperei por mais de meia hora.
"Mas que merda" Edgar exclamou mentalmente. O que faria agora? Precisava pensar rápido.
- Me desculpe Tenten – Disse educadamente – É que quando fui buscar o seu Martini, encontrei Hinata meio perdida no meio de toda aquela gente, ela não conseguia encontrar nenhum conhecido.
Os olhos da Hyuuga se fixaram no casal a sua frente. O que estava acontecendo ali afinal? Perguntou-se confusa. O que Edgar disse não era mentira, mas porque ele parecia tão desesperado para dar alguma explicação aquela garota?
- Oh pobrezinha – Exclamou Tenten, seu tom parecia simpático e irônico ao mesmo tempo, o tipo de coisa que apenas líderes de torcida conseguem fazer quando tentam se fingir de inocentes. Era quase como um dom nato – Bem, que sorte ter encontrado Edgar, mas se incomodaria se eu o pegasse de volta agora meu bem?
Tenten sorriu para Hinata e em seguida virou-se para Edgar levando uma de suas mãos a nuca do rapaz, puxou-o ao seu encontro e uniu seus lábios depositando sobre eles dois selinhos sensuais e demorados.
"Droga" Edgar murmurou mentalmente. Enquanto isso o pensamento de Hinata girava mais em torno de "Oh meu Deus".
Quando Tenten se afastou, tanto ela quanto Edgar se voltaram para Hinata que permanecia sentada no banco do jardim. Seus olhos estavam levemente arregalados e ela abria e fechava a boca várias vezes parecendo tentar proferir alguma coisa, sem sucesso. Edgar sentiu-se tremendamente estúpido, estava claro que todas as chances que pudesse ter com a doce Hyuuga estavam arruinadas, isso sem contar que ela deveria estar furiosa... Não, Hinata jamais ficaria furiosa com alguém, isso só piorava as coisas. Ela ficaria decepcionada, o que era – em sua opinião – mil vezes pior do que furiosa.
- Er, Hinata... – Edgar começou, numa tentativa frustrada de dar-lhe alguma explicação – Eu...
- Tudo bem – A Hyuuga disse por fim, parecendo recuperar a voz subitamente e direcionando a Edgar uma expressão de "Relaxe, você não me deve explicações" que apenas o deixou mais aflito – F-Fiquem a vontade, eu v-vou procurar por Cat.
E logo que disse isso levantou-se e disparou para dentro da mansão sendo seguida pelos olhares do casal que ficara para trás.
Logo Tenten tornou a fitar Edgar com um sorriso.
- Te perdôo pelo atraso apenas porque ela parece ser um doce – Disse tranquilamente.
- Oh, ela é – Edgar murmurou.
Havia estragado a chance de beijar a garota que de fato era a mais doce que já conhecera, era um idiota.
Estava encharcada e humilhada. Aquele Uchiha prepotente havia acabado com a sua noite e isso não era o pior. No dia seguinte todos ficariam sabendo do episódio, tinha certeza.
O Konoha Gakuen possuía um sistema infalível para "circular informações", ou espalhar fofocas se assim preferir. Além do tradicional boca-a-boca, onde fulano acabava contando o que viu a ciclano e logo todo colégio estava inteirado do assunto, havia outro meio mais eficaz de estar por dentro do que acontecia... O pesadelo de alguns e entretenimento de outros: Blog da Jenny.
Só para constar, não havia nenhuma Jenny na escola, talvez até houvesse, mas qualquer 'candidata' com esse nome não preenchia os requisitos, ou seja, não era influente o bastante para estar em todas aquelas festas e conseguir todas aquelas notícias e fotos, o que levava a uma conclusão lógica: Quem quer que escreva aquele blog permanecera desde sempre no anonimato, utilizando um pseudônimo – um nome falso – para espalhar os escândalos dos jovens estudantes do Konoha Gakuen e todo seu circulo de amizades.
Jenny, ou apenas J., parecia ser onipresente. Sabia de todos os fatos relevantes não importando onde eles acontecessem no tempo e espaço. Provavelmente tinha muitos informantes além de seu próprio trabalho 'investigativo'. Na realidade, todos na cidade tinham o endereço de e-mail e o numero de celular que J. havia disponibilizado em seu blog, portanto qualquer pessoa no lugar certo com um celular com câmera em mãos era um informante em potencial. Não havia um suspiro sequer que escapasse da temida e adorada Jenny.
E na manhã seguinte Miranda estaria, pela primeira vez, entre os destaques da primeira página na pior situação possível. As pessoas iriam lhe julgar e sussurrar maldosamente pelos cantos que ela fizera aquilo de propósito, apenas para se mostrar.
Era fácil revidar com a doce ironia – que Miranda conhecia muito bem – aos comentários sarcásticos de uma pessoa... Mas de uma escola inteira? A semana seguinte, para não dizer o mês todo, seria um inferno para ela.
A única coisa que lhe restava era esperar que alguém fizesse algo pior que ofuscasse sua participação no Blog da Jenny na manhã seguinte. Era necessário um pouco de otimismo, já que com certeza haveria uma foto sua e de sua blusa completamente transparente... Mas nem tudo estava perdido. Aquela era uma festa organizada por Itachi, afinal.
Escândalos faziam parte do pacote.
Sentiu suas costas baterem violentamente contra o azulejo frio, provocando-lhe um arrepio pelo corpo todo. Sua boca foi tomada com urgência, mãos apertavam sua cintura e de alguma forma, a porta ao seu lado foi trancada.
Não conseguia lembrar-se com muita clareza como haviam chegado ali. Lembrava-se do pôquer, várias doses de tequila – talvez oito ou nove – depois, isso. Kakashi lhe prensando contra a parede do banheiro, ambos vestindo apenas suas roupas intimas e céus, como aquilo era bom!
Sua boca ardia em conseqüências dos beijos selvagens, todo o caminho que as mãos habilidosas percorriam formigava como se implorasse por mais daquele toque.
Suspirou pesadamente quando os beijos desceram para a extensão do seu pescoço, inclinando a cabeça para o lado para lhe dar melhor acesso. As mãos que apertavam sua cintura mantendo seus corpos deliciosamente colados subiram por suas costas, acariciando cada pedaço da pele pálida, provocando-lhe deliciosos arrepios até chegarem aonde queriam, o fecho de seu sutiã.
Hikari mordeu os lábios para conter um gemido quando ele mordiscou o lóbulo de sua orelha ao mesmo tempo em que se livrava da incomoda peça de roupa. Seu sutiã fora parar em algum lugar no chão e no instante seguinte Kakashi lhe puxou de volta pela cintura, grudando seus corpos mais uma vez. Aquela sensação de ter seu corpo prensado entre peitoral forte e ardente de Kakashi e o azulejo frio era delirante, pouco se importava com o fato de estar 'dando uns amassos' com seu professor de literatura em um dos banheiros da república.
- Hikari – Ele chamou contra a pele do seu pescoço enquanto descia novamente as mãos por suas costas até sua cintura, puxando-a ainda mais contra si – Quantos anos você tem?
- Dezoito – Respondeu com a voz entrecortada e um sorriso de canto.
- Ótimo. Pelo menos não corro o risco de se preso por isso – Ele disse divertido e Hikari sentiu seus lábios se curvarem em um sorriso contra a curva de seu pescoço – Só de perder meu emprego.
Hikari riu e jogou a cabeça para trás encostando-a na parede quando ele passou a beijar e mordiscar a região de suas clavículas, descendo cada vez mais. Suspirou, tentando manter o controle, mas seu corpo parecia estar em chamas.
- Você fala como se qualquer um desses 'riscos' já o tivessem feito parar antes, professor – Disse irônica enquanto suas mãos passeavam pelos ombros largos de Kakashi, levando uma delas a sua nuca e arranhando o pedaço de pele com suas unhas compridas.
Kakashi enrijeceu-se com o toque, sua boxer preta pareceu-lhe tremendamente incomoda e apertada, tinha plena consciência do estado em que Hikari havia lhe deixado em apenas alguns minutos.
- Tudo bem, você me pegou, eu admito – Ele disse com timbre rouco de excitação enquanto seus lábios desciam ainda mais roçando sobre a pele macia de Hikari em direção aos seus seios e suas mãos apertavam suas nádegas com firmeza – Acho que gosto de viver perigosamente.
Desta vez ela não conseguiu conter um gemido quando Kakashi passou a sugar um de seus seios ao mesmo tempo em que lhe levantou pelas coxas, prensando-a ainda mais contra a parede e fazendo com que enlaçasse as pernas em sua cintura. Podia sentir a ereção dele entre suas pernas, roçando contra ela de uma forma torturante. Sua respiração era pesada, descompassada, sentia o ar escapar de seus pulmões rápido demais e não conseguia pegá-lo de volta. Com uma das mãos cravou as unhas no ombro de Kakashi e com a outra agarrou um punhado de cabelo de sua nuca, puxando-o ainda mais para si com urgência. Seu corpo todo formigava, principalmente a região que ele beijava e entre suas pernas.
- K-kakashi – Gemeu em seu ouvido, apertando os olhos com força e contorcendo o tronco para frente ao encontro dos lábios experientes que distribuam carícias por todo seu colo.
Kakashi sentia a pélvis latejar dolorosamente, deliciosamente. As unhas cravadas em seu ombro, a mão puxando seus cabelos, os seios macios em sua boca, os quadris avantajados que inconscientemente começavam a movimentar-se contra o seu... Tudo era extremamente excitante. Rosnou roucamente contra a pele agora marcada por seus beijos e empurrou o quadril contra o dela com mais força enquanto a puxava contra ele pelas coxas, sentindo uma vontade insana de rasgar as malditas roupas entre eles, o que só se intensificou a ouvi-la soluçar de prazer. Precisava possuí-la, estava louco por isso, colocaria a própria mão em uma panela de óleo fervendo se fosse necessário, mas tudo o que era necessário era se livras do maldito pano que os separava. Sem pensar duas vezes subiu as mãos que lhe seguravam pelas coxas até seu quadril enroscando os dedos nas laterais de sua calcinha e tornou a tomar os lábios rosados entreabertos de Hikari em um beijo.
Hikari tornou a apoiar-se em seus próprios pés, sentindo os joelhos vacilarem, teria caído sentada caso não estivesse prensada contra a parede. Kakashi puxou sua calcinha pra baixo sem muitos rodeios, deixando com que caísse em seus pés e tornou a empurrar seu quadril contra o dela, gemendo contra sua boca, seus lábios abafando um grito da ruiva. Olhos negros e verdes se encararam profundamente quando as bocas se separaram em busca de ar.
- Espero que não tenha nenhum ataque de consciência agora – Kakashi murmurou com os lábios em seu ouvido.
- Kakashi – Ela disse com a voz fraca, descendo as unhas de seus ombros até seu abdômen malhado desenhando o contorno dos músculos que se enrijeciam com seu toque, fazendo com que ele suspirasse em seu ouvido – Eu não tenho uma consciência agora.
Ele riu e mordiscou o lóbulo de sua orelha, suas mãos passeando pelas curvas sinuosas enquanto as unhas femininas desciam cada vez mais, seguindo as entradas de seu abdômen até encontrarem o elástico de sua boxer. Travou o maxilar quando reprimindo um gemido quando ela passou a atiçar-lhe brincando com as unhas nessa região. Ela puxava o elástico de sua cueca, arranhava a região próxima a ele, descendo pouco a pouco. Ela enfiou o rosto na curva de seu pescoço, depositando beijos e leves mordidas. Sentia-se torturado por aquelas mãos que lhe provocavam e negavam-se a dar o que ele realmente precisava.
- Ruiva – Rosnou agonizando de prazer – Não faça isso...
- Não é bom? – Ela perguntou fazendo-se de inocente – Tudo bem, eu posso pa...
- NÃO – Ele interrompeu bruscamente e Hikari riu – Pelos céus, não pare. Só faça... Mais.
Ela já havia entendido o recado. Quando finalmente abaixou sua boxer Kakashi sentiu um alívio absurdo, aquela maldita cueca havia sido um grande incomodo desde o início. Apertou a cintura feminina com força quando ela passou as unhas compridas por sua virilha, sua ereção cada vez rígida e torturante, e depois de alguns segundos disso decidiu acabar com aquela cessão de provocações e inverter o jogo.
- Sua vez, ruiva – Ele murmurou roucamente.
Hikari foi pega de surpresa, as mãos em sua cintura lhe viraram de frente para a parede, prensando-lhe contra ela mais uma vez. Gemeu ao sentir seus seios e a lateral de seu rosto serem comprimidos contra o azulejo frio, em seguida Kakashi afastou os fios ruivos molhados de suor de seu pescoço jogando-os para o lado e passou a distribuir beijos e mordidas naquela região. Hikari suspirou quando a mão de Kakashi desceu sensualmente por toda extensão de sua barriga até parte interna de sua coxa e tornando a subir até sua virilha. Revirou os olhos gemendo alto quando ele finalmente tocou seu clitóris com a ponta do dedo indicador, iniciando movimentos circulares lentos. Desencostou a lateral do rosto da parede, jogando a cabeça pra trás e mordendo os lábios na tentativa frustrada de conter mais gemidos que brotavam involuntariamente em sua garganta, estava completamente entregue. Suas mãos se espalmaram contra o azulejo em busca de apoio, além dos dedos ágeis em seu clitóris podia sentir o membro de Kakashi roçando entre suas pernas e estava lhe deixando insana.
- K-kaka...shi – Engasgou em tom de súplica.
- Shhhh – Ele sussurrou em seu ouvido – Calma pequena, só mais um pouco.
Hikari encostou a testa na parede, apertando os olhos com força e sentindo gotículas de suor escorrerem por suas têmporas. Aquilo era... Era... Não havia uma palavra que pudesse descrever as sensações que percorriam todo seu corpo como corrente elétrica. Não podia mais agüentar aquilo, seu desejo era tanto que a cavidade entre suas pernas ardia dolorosamente implorando para ser preenchida. Numa tentativa desesperada passou a erguer o quadril e empurrá-lo contra o de Kakashi, o que apenas a incendiou ainda mais, mas pelo menos pareceu surtir efeito em Kakashi que grunhiu em seu ouvido e apertou sua cintura com força.
- Certo Foxie, você venceu – Rendeu-se por fim.
Hikari gritou quando Kakashi finalmente penetrou-lhe de uma vez só, ouvindo-o gemer alto em seu ouvido. A sensação era maravilhosa, pode entender por que ele havia lhe torturado tanto, a urgência levava as sensações a um nível bem mais alto. Ele agarrou sua cintura erguendo um pouco mais o seu quadril e puxando-a contra ele iniciando movimentos sincronizados em um ritmo lento e profundo. Seus seios permaneciam comprimidos contra a parede pelo tronco de Kakashi, mal conseguia respirar. Arfava e gemia cada vez mais, gritava quando ele ia mais fundo tocando pontos cada vez mais sensíveis e ele gemia roucamente em seu ouvido.
- Oh Deus – Gemeu alto quando ele acelerou o ritimo dos movimentos, indo ainda mais fundo. Suas unhas arranhavam o azulejo buscando desesperadamente por algum apoio.
Jogou a cabeça para trás quando ele deu uma estocada mais firme, seus lábios se abriram e pensou que iria gritar, mas sua voz simplesmente desaparecera de forma que apenas um soluço patético escapou deles. Sentiu uma vontade insana de gritar alguns palavrões, mas havia perdido o ar, a voz, só tinha consciência de Kakashi se movimentando rapidamente entre suas pernas. Abriu os olhos, mas tudo o que viu foi um grande clarão salpicado por milhares de estrelinhas flutuantes, então tornou a fechá-los. Sua cabeça pesava, girava e mais uma vez encostou a testa no azulejo.
As curvas comprimidas contra seu corpo, a sensação de entrar e sair do corpo feminino, os gemidos e gritos que enchiam o cômodo, aquilo era abrasador. Costumava fazer sexo com muitas mulheres, mas precisava admitir que nem sempre era assim tão... Intenso, alucinante. Era sempre bom, mas não nesse nível. Queria poder prolongar aquela sensação por horas, mas sentia que seu clímax logo chegaria. Estava difícil agüentar, mas Kakashi era adepto do lema "Primeiro as damas". Puxou-a para trás desencostando-a da parede e apertando a cintura fina contra seu corpo. Hikari deixou sua cabeça pender para trás repousando-a em seu ombro, de forma que podia sentir a respiração pesada e frenética em seu ouvido. Aumentou a velocidade das entocadas, indo cada vez mais rápido e fundo. A ruiva gemia e soluçava em seu ouvido, as unhas compridas cravaram-se em seus braços, definitivamente não conseguiria agüentar por muito tempo.
- Hikari – Murmurou suplicante em seu ouvido apertando mais sua cintura.
Aquela súplica de Kakashi era mais do que podia suportar. Agarrou os braços masculinos com toda a força que tinha e se entregou ao ápice que viera adiando até aquele momento. Seus lábios estavam abertos e sabia que estava gritando mais alto do que deveria, podia sentir a ardência em sua garganta, mas não escutou nada, era como se alguém tivesse apertado a tecla "mudo". Seu corpo todo estremeceu em espasmos violentos, correntes elétricas que começavam no meio de suas pernas e se espalhava pelo corpo todo até a ponta de seus dedos. Depois disso seu corpo todo amoleceu, exausto, trêmulo. Kakashi precisou sustentar todo o seu peso, não se agüentava sobre os próprios pés, mas isso não lhe pareceu uma tarefa difícil. Ele se moveu mais duas ou três vezes antes de chegar ao clímax também, ele gemeu alto e apertou seu corpo com força afundando o rosto na curva de seu pescoço.
Ele se virou encostando as costas na parede, ainda segurando a ruiva pela cintura. A respiração de ambos era urgente e descompassada como se tivessem passada horas intermináveis na ausência de oxigênio e seus corpos estavam cobertos de suor. Kakashi virou-a de frente pra ele enlaçando sua cintura com os dois braços e ela afundou o rosto em seu pescoço, espalmando as mãos em seu peitoral. Permaneceram imóveis por um minuto, tentando recuperar o fôlego.
- O que... – Murmurou Hikari com a voz fraca, quase um sussurro, mas era tudo o que podia conseguir de suas cordas vocais – O que diabos foi isso? – Perguntou ainda sentindo pequenos tremores pelo corpo e vendo pontinhos negros pairarem diante de seus olhos.
Kakashi apenas riu repousando seu queixo sobre o topo da cabeça da ruiva.
- Acha que podemos ir para o seu quarto? – Perguntou por fim.
- Sem problemas, Kirye deve ter ido para a casa de Hidan – respondeu.
- Ótimo, porque depois disso, não pretendo te largar tão cedo – ele disse com um sorriso de canto.
- Espero que não – ela retrucou erguendo a cabeça e depositando um selinho sobre seus lábios.
Sabia que na manhã seguinte tudo estaria acabado, e que na segunda feira ele voltaria a ser apenas seu professor de literatura, exatamente por isso precisava aproveitar sua companhia o máximo possível aquela noite.
Se com apenas algumas doses de tequila e uma de absinto tudo estava girando, agora o mundo todo parecia desmoronar e dar cambalhotas. As coisas aconteciam em câmera lenta, aceleravam demais no instante seguinte, sua visão não passava de um borrão confuso de cores e sua cabeça estava inundada pela batida da musica.
Estava sentada sobre alguma coisa – ah sim, o balcão do bar – e havia alguém entre suas pernas, lábios em seu pescoço. Sabia que precisava sair dali, mas seu corpo não obedecia aos seus comandos, ele estava em chamas, ardia, ardia de... Excitação e desejo. Muito, muito desejo. Não sabia o que estava acontecendo, mas aquela necessidade absurda de fricção era sobre-humana, não pensava que fosse possível sentir algo parecido, tanta urgência, tanto calor, era doentio.
Sentia mãos em sua cintura, subindo, elas lhe provocavam arrepios insanos. Respirava com dificuldade, tudo estava tão confuso.
- Você vai adorar isso, doçura – Uma voz tremendamente sacana.
Aquela voz lhe trouxe de volta um baque de consciência, fazendo-a entrar em pânico. Reconheceu os cabelos ruivos, os olhos amendoados repletos de luxúria... O desespero correu mais rápido em suas veias do que a droga em seu sangue. Precisava sair dali!
Apesar daquela vontade abrasadora que sentia de apenas ficar ali e deixar-se levar, apesar de uma parte de si implorar por todo o prazer que aquilo podia proporcionar, reuniu todas as forças que tinha e empurrou o corpo a sua frente, se jogando para fora do balcão. Olhou para o lado distinguindo Catherine beijando Itachi Uchiha fervorosamente, parecendo tão necessitada quanto ela. Aquela porcaria de comprimido, pensou amargamente, devia ser algum tipo de afrodisíaco ou de Viagra feminino, porque pelos céus, estava quase subindo pelas paredes, seria capaz de se esfregar contra uma pilastra naquele momento.
- Alex, fique só mais um pouco – Sasori disse tentando puxar-lhe pra perto mais uma vez. Sabia que não seria necessário mais do que alguns segundos de contato físico para que ela cedesse no estado que estava. Aquela droga que Itachi arrumara era realmente boa, podia ver que Alexia estava quase enfiando a própria mão entre as pernas no meio de toda aquela gente.
Quando ouviu isso, Catherine também empurrou o Uchiha. Não que quisesse se livrar dele, não mesmo, apenas queria saber o que estava acontecendo com Sasori e Alexia.
- Fique longe de mim – Ouviu Alexia dizer a Sasori, puxando o braço que ele segurava e cambaleando alguns passos para longe dele.
- Ei, Lexi – Catherine pegou-se indo atrás dela e segurando seu braço – O que aconteceu?
- Eu preciso... – Alexia sufocou, mas que maldita sensação era aquela? – Preciso... – Ela praticamente gemeu a palavra novamente – Sair...
- Garota, relaxe – Catherine disse puxando-a de volta para o balcão – Você não adora essa música? Vem dançar comigo.
Sasori e Itachi se entreolharam confusos enquanto Catherine pedia que Pietro as ajudasse a subir no balcão.
- Mas o que diabos elas estão fazendo? – Sasori perguntou.
- Não faço idéia – Itachi respondeu observando-as – Mas precisamos pegá-las de volta.
- E o que? – O ruivo indagou – Estuprá-las? – Disse mal humorado revirando os olhos.
- Ei cara, elas estão loucas de tesão por causa daqueles comprimidos – Itachi disse despreocupado – Nós temos o que elas precisam... Acredite, elas vão voltar.
Bem, assim esperava.
Quando finalmente conseguiram subir no balcão, Catherine passou a dançar sensualmente no ritmo da música puxando Alexia para que dançasse também. No primeiro momento Alexia estava tonta e confusa, mas logo deixou-se levar pelo ritmo da música, juntando-se a Catherine.
Logo todas as atenções estavam sobre elas que rebolavam sensualmente com seus corpos praticamente colados. Catherine e Alexia, as duas líderes de torcida mais cobiçadas do Konoha Gakuen, dançando sensualmente com seus corpos colados era a personificação da maior fantasia sexual de qualquer homem e até mesmo de qualquer mulher. Não havia um único par de olhos naquele lugar que não estivesse atento a cada movimento das garotas sobre o balcão. Logo havia um amontoado de pessoas ao redor do bar, assoviando, gritando coisas profanas, mas as duas garotas estavam alheias a tudo isso... Elas estavam em chamas.
Alexia deixou-se levar pela música, entregou-se ao ritmo. Em um de seus movimentos perdeu o equilíbrio pendendo para frente e, quando se deu conta, estava deitada sobre Catherine. Tudo pareceu congelar de repente. Permaneceu imóvel encarando os olhos profundamente azuis a sua frente sem saber o que fazer... E então, tudo aconteceu rápido demais para que pudesse processar.
Em um instante estava deitada sobre o corpo quente de Catherine, no instante seguinte sentiu-se girar, suas costas bateram contra a madeira do balcão e Catherine estava sentada sobre seu quadril com uma perna de cada lado de seu corpo. Uma cortina de cabelos negros caiu sobre a lateral de seu rosto e os mesmos olhos azuis que fitara um momento atrás agora lhe encaravam com um brilho de puro desejo. Sentiu algo macio contra sua boca, invadindo-lhe com o gosto de tequila e gloss de morango.
- Caralho – Xingou Sasori observando a cena – Elas estão se pegando, Uchiha.
Mas Itachi apenas riu alto.
- Sou capaz de perder a aposta, mas não perco a por nada a oportunidade de ver essas duas dando uns amassos – Disse cruzando os braços sobre o peito.
GENTE, mil desculpas, sei que demorei demais e não vou ficar tentando me explicar... Espero que o capítulo compense a demora. São quase duas da manhã e eu não vou ficar enrolando muito... Gostaria de saber a opinião de vocês sobre se estou fazendo um bom uso de seus personagens e se gostaram da primeira cena de hentai (pois é, é a primeira que escrevo assim tão explicita, espero que não tenha ficado um lixo).
Então, não se esqueçam de promover a felicidade da autora que aqui vos fala com uma review.
Ah, e não se preocupem, eu e a Anne estamos nos empenhando em Z-Blood, e o primeiro capítulo logo virá.
Beijos ;*
