Saint Seiya não me pertence... Mas se pertencesse, Seiya ia sofrer tanto...u.u Créditos ao tio Kurumada...

Créditos à Cassandra Clare.

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Tenshi Aburame: Thnxs a review mocinha! Esse povo parece tudo doido né? xD

Margarida: É essa Maia sim! Não se preocupe que o Shura irá largar o carma de nerd, mas irá demorar um pouco, curta o nerdinho por enquanto xD

Black Scorpio no Nyx: Bom, não posso dizer o que aconteceu com a mãe da Clary... Todos saberão ao tempo, mas agora, curta um pouco de emoção!

Dark Ookami: Nyaaaah! Review da Mika! Sim, histórias assim são TDB!

Metal Ikarus: Hahahahaha! Como havia dito, consegui meu objetivo, fazer as pessoas ficarem curiosas sobre a fic! Pode deixar que não irá se decepcionar com o resultado! Ainda bem que múmias vivas não existem né(traumatizada com o filme Mummy)? mas zumbis existem...x.x

Bom crianças, aqui vem mais história!

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Aquilo estava curvado contra o chão, uma extensa criatura com vários olhos negros aglomerados em frente ao crânio, uma mistura de jacaré com centopéia, o longo focinho e a cauda farpada, as inúmeras pernas ao longo do corpo, preparadas para saltar.

Clary recuou um passo, a criatura deu um esguicho, a garota desequilibrou e caiu, rolando para o lado quando a criatura pulou, no chão, fundas marcas no piso de madeiras feitas pelas garras afiadas.

Clary se pôs em pé rapidamente, a criatura borbulhou um rosnado feroz, a garota correu aos tropeços para o corredor, mas a criatura era muito rápida, dando um salto, se pendurou na porta sobre a garota como uma aranha maligna. Sua boca abriu lentamente, mostrando a fileira de pequenos e pontiagudos dentes, a língua preta e fina chicoetava entre eles lançando uma baba verde.

Aquilo gorgolejava e sibilava, para o terror de Clary, aqueles grotescos sons formavam palavras.

- Garota... Carne. Sangue. Para comer, ah, para comer...- Aquilo se arrastava pra baixo da parede, partes do corpo da garota passaram do terror para um tipo de silêncio gelado.

Clary olhou em sua volta enquanto dava passos para trás, aquela coisa se rastejava perto de seus pés. As mãos da garota alcançaram uma pesada moldura com uma foto dela, sua mãe e Luke em Coney Island, no carrinho bate-bate, ela jogou a moldura com força, ela atingiu o meio da criatura e pulou longe, espatifando no chão, a criatura pareceu não se importar, Clary bateu as costas na parede.

- Ossos pra mastigar, olhos para sugar, veias para beber...

Clary sentiu algo vibrar em seu quadril, em seu bolso. Ela puxou o aparelho que tinha pegado de Milo, aquilo queimava em sua mão, ela o segurou firme justo na hora em que a criatura pulou sobre ela.

Ela foi fortemente golpeada para o chão, sua cabeça e costas bateram no piso, ela tentou se virar, mas aquilo era pesado. Clary pensou que suas costas fossem quebrar.

- Para comer, para comer... Mas não é permitido... Para saborear...- Aquilo gemia.

A respiração quente daquilo sobre seu rosto, os dentes afiados e a baba quase fizeram Clary desmaiar, ela tentava tirar aquilo de cima de si, não conseguia respirar direito, seu braço estava entre a criatura e seu peito, o aparelho queimando em sua mão.

- Valentine nunca saberá...Ele não disse sobre uma garota. Ele não vai se zangar.- Aquilo abriu a goela no fundo da garganta e um ar pútrido veio dela.

A mão de Clary se libertou e ela gritou enquanto golpeou a criatura com força, esperando esmagá-la ou cegá-la. A coisa abriu a mandíbula e abocanhou o aparelho entre os dentes, uma baba ácida caiu sobre sua mão e braço, queimando a pele.

A criatura deu um salto assustado com o sensor entre os dentes, aquilo rosnou, um zumbido zangado e erguendo a cabeça engoliu o aparelho, Clary viu o movimento da garganta.

"Agora sou eu... Estou...", Clary pensou ser seu fim.

De repente, a criatura se contorceu, se espasmando incontrolavelmente, aquilo ficou de costas com as inúmeras pernas agitando no ar, um líquido preto saiu de sua boca.

Sugando o ar, Clary tentou se afastar para longe, estava quase perto da porta, quando ouviu algo assobiando perto de sua cabeça, ela tentou se levantar mas era tarde, algo golpeou sua cabeça, e ela tombou para a escuridão...

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Luz apunhalava através de suas pálpebras, azul, amarelo e vermelho, eela ouviu o som da sirene e o grito de uma criança, assustada ela abriu os olhos.

Viu o céu escuro com pequenos pontos brilhantes em meio às nuvens e poluição, ao seu lado Milo com seu bracelete de metal lançando centelhas de luz, ele rasgava um pedaço de sua roupa.

- Fique quieta.- Disse calmamente.

Desobedecendo, ela tentou girar o corpo, mas sentiu a tontura e a aguda dor nas costas, ela estava deitada na grama atrás do cuidadosamente delicado arbustos de rosas de sua mãe. As folhagens tampavam parcialmente sua visão, mas ela pôde ver o carro policial na rua piscando luzes azuis e brancas e tocando a sirene, um pequeno grupo de vizinhos curiosos se aglomerava em frente ao prédio.

- A polícia...- Clary tentou inutilmente se levantar, seus dedos se contraindo na terra.

- Já disse para não se mover. Aquele demônio Ravener te pegou atrás do pescoço, está meio morto, então não passou de uma pequena picada, mas temos que ir para o Instituto imediatamente.- Milo estava preocupado.

- Aquilo... Aquele monstro falava...- Clary começou a temer incontrolavelmente ao se lembrar daquela coisa.

- Você já ouviu um demônio falar antes.- As mãos de Milo amarraram um pedaço de pano delicadamente em seu pescoço, havia algo melado nele, algo que lembrou as pomadas de mãos de Jocelyn.

- Aquilo no galpão da escola...

- Aquele era um demônio Eidolon, um transmorfo. Os Ravener parecem como eles realmente são, nada atrativo. Mas são burros demais para ligar.

- Aquilo disse que ia me comer...

- Mas não comeu. Você o matou.- Diz Milo.

Para o alívio de Clary, a dor em seu pescoço estava sumindo, se arrastando, ela conseguiu ficar sentada.

- A polícia... Deveríamos ir lá...- Sua voz saiu como um coaxo de sapo.

- Não há nada que eles possam fazer. Algum dos vizinhos deve ter ouvidos seus gritos e chamados por eles. Mas provavelmente não são policiais de verdade, demônios tem um jeito de esconder seus rastros.

- Minha mãe...- Clary forçou as palavras através de sua garganta inchada.

- Tem veneno Ravener em suas veias, precisamos ir imediatamente para o Instituto ou você morrerá em uma hora!- Milo ajuda Clary a se levantar.

O mundo girou, Milo passou as mãos em suas costas e a firmou perto de si, ele cheirava a sujeira, sangue e metal.

- Você pode andar?- Pergunta preocupado.

- Acho que sim...

Clary vê através do denso arbusto uma policial loira se aproximar com uma lanterna nas mãos, ela viu uma das mãos escarnada, ossos pontiagudos.

- Suas mãos...- Clary diz.

- Eu disse que podia ser um demônio. Temos que sair daqui o mais rápido possível. Podemos ir pelo beco?- Pergunta Milo.

- Está pavimentada, não tem saída...- Sua voz fraca se converteu em uma tosse, ela cobriu a boca, sua mão se manchou de vermelho.

Milo puxou seu pulso, até que a pele vulnerável e branco do braço ficasse sobre o luar, em suas mão algo afiado e prateado, Clary tentou puxar seu braço de volta, mas ele era muito forte, uma dor aguda beijou sua pele e ela viu uma marca preta queiamr sua pele, parecida com as que Milo tinha em seus braços, estes pareciam círculos sobrepostos.

- O que vai fazer?- Pergunta Clary.

-Te esconder. Temporariamente.- Milo guarda o que Clary pensou ser uma faca em seu cinto, era cilíndrico, com a espessura de um dedo polegar, era longo e afinando na ponta.- Minha estela.

Clary não perguntou o que era, estava ocupada tentando não desabar, o chão subia e descia sobre seus pés.

- Milo...- Ela sussurrou caindo sobre ele.

Ele a amparou como se pegasse garotas desmaiadas todos os dias. Talvez ele o fizesse... Ele a pegou nos braços e sussurrou algo em seu ouvido, algo que soou como uma promessa. Clary virou a cabeça pra cima, mas viu apenas as estrelas girando sobre o céu escuro, logo tudo foi ficando escuro, até ela desabar em um desmaio.

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- Você acha que ela vai acordar? Já se fazem três dias...- Era uma voz feminina.

- Você tem que dar tempo para ela, é apenas uma mundana, o sangue de demônio é forte para ela. Ela não tem as marcas de proteção que temos para nos manter fortes.- Dessa vez era uma voz masculina.

- Mundanos morrem tremendamente fácil, não é?- Era a voz feminina novamente.

- Isabelle! Você sabe que dá azar falar sobre morte na enfermaria!

"Três dias...", pensa Clary. "preciso acordar...", mas seu corpo não obedecia, seus olhos estavam pesados como se alguém os tivesse costurado.

Ela tinha sonhos, um após o outro, um rio de imagens que abriam caminho como uma folha jogada ao vento. Ela viu sua mãe em uma cama de hospital com seus olhos em contusões sobre o rosto branco, ela viu Luke sobre uma pilha de ossos, viu Milo com asas brancas brotando de suas costas, viu maia sentada em uma árvore sobre o luar com seus olhos amarelos, viu Shura com cruzes queimando de suas mãos, viu Isabelle nua com o chicote enrolado em seu braço como anéis de ouro... Anjos, caindo e queimando. Caindo do céu.

- Eu disse que era a mesma garota.- Diz a voz feminina.

- Uma coisinha ela não? Milo disse que ela matou um Ravener!- Diz a voz masculina.

- Eu pensei que ela fosse uma fada da primeira vez que a vi. Se bem que ela não é tão bonita para ser uma fada...

- Ninguém parece bonita depois de tomar uma ferroada de Ravener... E Dohko vai chamar os Irmãos?

- Espero que não... Eles me dão arrepios. Ninguém se que se auto mutila como eles...

- Mas nós nos auto mutilamos também!

- É diferente Alec! E mesmo quando o fazemos não é permanente, isso nem sempre machuca.

- Que seja! Onde está Milo? Pensei que ele fosse querer vê-la, afinal, foi ele quem a salvou.

- Não sei, Dohko disse que ele não veio desde que a trouxe aqui, talvez ele não se importe.

- Talvez... Por isso é que me pergunto se... Olhe! Ela se mexeu!

- Eu acho que ela está viva apesar de tudo...- Ouve-se um suspiro.- Vou avisar Dohko!

Clary pensou que sentiria suas pálpebras rasgarem no momento em que abrisse os olhos, mas não o sentiu, ela olhou para o teto e piscou, depois de três dias.

Ela viu acima, o céu azul, nuvens brancas fofas e anjinhos gordinhos com fitas douradas arrastando pelos punhos.

"Eu morri?", pensa enquanto pisca novamente.

O céu certamente se pareceria com aquilo. Clary piscou os olhos novamente e percebeu que aquilo era um teto abobado de madeira pintado com motivos em rococó de nuvens e querubins.

Ela dolorosamente ficou em uma posição sentada, sentia dor em todo o corpo, principalmente na parte de trás do pescoço. Ela olhou ao redor, estava deitada em uma cama pregueada com linho, uma fileira de camas semelhantes com cabeceira de metal, ao lado da sua uma pequena cômoda com um jarro branco e um copo de vidro.

Cortinas de renda estavam puxadas sobre as janelas, bloqueando a luz, mas ela podia ouvir distante o sempre presente tráfego de Nova York.

- Finalmente acordou. Todos pensamos que morreria em seu sono..- Clary virou o rosto em direção à voz.

Isabelle estava empoleirada na cama seguinte, vestia um vestido preto na altura dos joelhos e sem mangas, os longos e negros cabelos enrolados em uma grossa trança alcançando a cintura, sua pele era branca e lisa como um pote de creme.

- Sinto muito desapontá-la.- A voz de Clary parecia uma lixa.- Aqui é o Instituto?

- O que Milo não te contou?

- Estamos no Instituto, certo?

- Sim, aqui é a enfermaria, caso não tenha percebido.

Uma súbita onda de dor fez Clary apertar o estômago.

- Está tudo bem?- Isabelle se levanta preocupada.

- Meu estômago...- A dor havia passado, mas ainda sentia o gosto amargo no fundo de sua garganta.

- Ah! Dohko disse para te dar isso quando acordasse.- Isabelle pega o jarro de cerâmica e derrama um líquido turvo e vaporizado dentro do copo, entregando para Clary.- Faz três dias que você não come, isso vai te fazer sentir melhor.

Clary cheirou o conteúdo, tinha um rico cheiro de ervas, tomou um gole, era delicioso, rico e saciante, com um sabor amanteigado.

- O que é isso?- Clary pergunta esvaziando o copo.

- Um dos chá medicinais do Dohko. Eles sempre funcionam.- Isabelle escorregou da cama e pousou no chão como um gato arqueando em suas costas.- Sou Isabelle Lightwood, aliás, eu moro aqui.

- Eu sei seu nome, me chamo Clarissa Fray, mas todos me chamam de Clary. Milo me trouxe para cá?

- Dohko ficou furioso! Você sujou todo o tapete da entrada com sangue. Se meus pais estivessem aqui, com certeza Milo seria enterrado.- Ela olhou para Clary minuciosamente.- Milo disse que você matou aquele demônio Ravener.

- Eu acho que sim...- Em sua mente a imagem, daquela coisa cheia de patas e dentes afiados.

- Mas você é uma mundana!

- Incrível não?- Clary saboreou o olhar dissimulado de espanto no rosto de Isabelle.- Onde está Milo?

- Por aí.- Isabelle deu os ombros.- Tenho que levar você para falar com Dohko. O banheiro fica ali, tem algumas das minhas antigas roupas e uma toalha, caso queira se trocar.

Clary silenciosamente desceu da cama e se enrolou em no lençol.

- O que aconteceu com minhas roupas?

- Milo as queimou, estavam sujas, rasgadas e cheia de veneno.

- Ótimo!- Ela diz brava.- Ele é sempre mau educado ou é só porque sou mundana, como vocês dizem.

- Normalmente ele é educado com todo mundo!- Isabelle diz alegremente,- Isso faz dele bem sexy, além de que ele já matou mais demônios do que qualquer um da sua idade.

- Ele é seu irmão?

- Irmão? Não.

- Mas ele mora aqui com você não é?

- Mora.

- Porque ele não mora com seus pais?

- Porque eles morreram. Sua mãe logo que ele nasceu e seu pai foi assassinado. Milo viu tudo.

- Ah...- A voz de Clary saiu pequena.- Assassinado por demônios?

- Olha, você faz perguntas demais! Vou avisar a todos que você acordou, fique aqui está bem?- Isabelle sai do quarto.

Clary foi até o banheiro, ela ligou o chuveiro e molhou os cabelos, havia um sabonete que cheirava a fruta cítrica. Com a toalha enrolada nos cabelos, ela colocou as roupas de Isabelle, que ficaram ridiculamente grandes, a calça teve que ser dobrada duas vezes e a camisa parecia mais um vestido. Ela se olhou no espelho, tinha uma grande contusão no lado esquerdo do rosto, um arranhão na bochecha e seus lábios estavam secos e rachados. Seus tênis estavam ao lado da cama.

"Preciso ligar para Luke, ele deve estar preocupado...", pensa enquanto abre a porta do quarto."Deve haver telefone em algum lugar."

O corredor do lado de fora da enfermaria estava vazio, ela olhou para baixo perplexa, aquilo parecia um saguão de entrada que ela se via correndo perdida, escuros e infinitos, as lâmpadas de vidro em formato de rosas sopravam luz penduradas nas paredes. O ar cheirava a poeira e vela.

A distância ela podia ouvir um ruído fraco e delicado, como o repicar do vento em uma noite de tempestade, alisando a parede com a ponta dos dedos, o papel de parede parecia vitoriano, um desbotado vinho com detalhes em cinza, dos dois lados do corredor, havia portas fechadas.

O ruído que ela seguia foi aumentando, até ela conseguir identificá-lo como sendo o piano sendo tocado com uma volúvel, mas inegável habilidade embora ela não conseguisse identificar a melodia.

Ao virar a esquina, ela deparou com uma enorme porta de madeira dupla, o som vinha de dentro, abrindo devagar, ela colocou a cabeça dentro da sala, havia um piano de cauda em um canto da sala, fileiras de cadeira empilhadas em uma parede e uma harpa coberta ocupava o meio da sala.

Sentado no piano de cauda, estava Milo, descalço, vestia apenas um jeans e uma camiseta cinza, os dedos se moviam habilmente sobre as teclas do piano, os cabelos dourados soltos caíam sobre os ombros, e emolduravam o rosto. Clary devia ter feito algum barulho, pois seus dedos pararam.

- Alec? É você?- Milo vira em direção à porta.

- Não... Sou eu...- A garota entra timidamente na sala.

- Nossa própria Bela Adormecida finalmente acordou! Quem foi que te beijou?- Milo fica de pé.

- Ninguém, eu acordei sozinha.

- Alguém estava com você?

- Isabelle. Mas ele foi chamar Dohko, ela pediu para eu esperar, mas...

- Esqueci de avisá-la que você não costuma obedecer.- Ele a olhou de soslaio.- Essas roupas são de Isabelle? Estão ridículas em você!- Milo ri baixo.

- Quem mandou queimar minhas roupas!

- Foi por pura precaução.- O rapaz deslizou os dedos sobre a tampa do piano, fechando os teclados.- Dohko deve estar na biblioteca, venha, eu te levo lá.

O Instituto era enorme, um vasto e cavernoso espaço, havia várias portas semi abertas naquele corredor, Clary pôde vislumbrar o interior delas, praticamente idênticas, com uma cama e uma cômoda. Pálidos arcos de pedras presos ao teto, a maioria esculpida com pequenas imagens, a maioria sendo espadas, sóis, rosas e anjos.

- Pra que tantos quartos? Pensei que aqui fosse um Instituto para investigação.- Clary quebra o silêncio.

- Aqui é a ala do dormitório, às vezes algum Caçador de Sombras de outro lugar vem passar uma temporada aqui. Podemos acomodar até duzentas pessoas.

- Mas a maioria está vazia...

- É que a maioria vem e vão, normalmente ficam apenas eu, Isabelle, Alec, Max e seus pais e Dohko.

- Max?- Esse era um nome que ela não havia ouvido ainda.

- Se você encontrar alguém tão belo quanto Isabelle, esse é Alec, irmão mais velho dela. Max é o caçula, mas está no exterior com os pais.

- De férias?

- Não exatamente...- Milo hesitou por um momento.-Você pode pensar neles como sendo diplomatas em um país estrangeiro, e se tratando de uma embaixada desse tipo, eles estão no país natal dos Caçadores de Sombras para uma delicada reunião sobre tratados de paz. E Max foi com ele por ser muito novo.

- País dos Caçadores de Sombras? Como se chama?

- Idris.

- Nunca ouvi falar desse lugar...

- Você não deveria.- Seu tom de superioridade estava de volta.- Mundanos não sabem sobre isso, existe um feitiço de vigilância em torno do país. Se você tentar atravessas as fronteiras de Idris, vai simplesmente chegar ao país seguinte, sem nem ao menos saber o que aconteceu.

- Então ela não está em nenhum mapa?

- Não no dos mundanos. É um pequeno país entre a Alemanha e a França.

- Não há nada entre a Alemanha e a França, exceto pela Suíça...

- Exatamente!

- Você já esteve em Idris pelo visto.

- Eu cresci lá.- Pelo tom de voz, Clary percebeu que perguntas do mesmo sentido não eram bem vindas.- Existem Caçadores de Sombras em todo o lugar, mas Idris sempre será nosso lar.

- Como Jeruzalém ou a Meca?- Clary pergunta pensativamente.- Então vocês são levados para lá e quando crescem...

- Nós somos mandados onde somos necessários.- Milo disse curtamente.- Existem alguns como Alec e Isabelle que crescem em uma país diferente por causa dos pais. Mas com todos os recursos daqui e o treinamento de Dohko...- Ele parou.- A biblioteca é aqui.

Eles haviam chegado à um arco na forma de um conjunto de portas de madeira, um persa de olhos verdes estava enrolado no chão, ele se levantou e se aproximou ronronando.

- Ei Church.- Milo acariciou o gato com o pé descalço, o gato fechou os olhos de prazer.

- Espere...- Clary disse pensativa.- Isabelle, Alec e Max são os únicos Caçadores de Sombra com essa idade por aqui?

- Sim.

- Como vocês passam o tempo? Tipo, parece ser solitário...

- Tenho tudo o que preciso.- Milo abre as portas com as duas mãos.

A biblioteca era circular, com um teto que afilava para um ponto, como se tivesse sido feito em uma torre, as paredes eram prateleiras cheias de livros, tão altas que havia escadas com rodinhas em intervalos.

O piso era de madeira polida, incrustada com pastilhas de vidro, mármore e pedras semipreciosas. A incrustação formava um desenho que Clary não podia decifrar, podia ser uma constelação ou o mapa mundial, ela teria que escalar a torre para ver.

No centro da sala uma magnífica mesa. Era esculpida em uma única peça de madeira, um pesado e grande pedaço de carvalho, estava apoiada nas asas de dois anjos esculpidos na mesma peça, as faces de sofrimento como se a tábua estivesse quebrando suas costas. Atrás da mesa, um homem magro e não muito alto, de cabelos castanhos e bagunçados, traços orientais e um pássaro bicudo e negro no ombro.

- Uma amante de livros, você não me disse isso, Milo.- Ele disse sorrindo, olhando para Clary.

Quando ela deu por si, ele estava atrás dela com as mãos atrás das costas. Seus olhos castanhos observavam a garota, estava estudando.

- As aparências enganam...- Clary estava tão distraída admirando a biblioteca e olhando Dohko, que não percebeu Alec esparramado em um sofá de veludo vinho.

Como filha única, Clary estava admirada com as semelhanças de Alec e Isabelle, ambos tinham os cabelos negros azeviche, lisos e brilhante, a mesma pele pálida e limpa, as mesmas sobrancelhas delicadas e arqueadas. Mas onde Isabelle tinha arrogância, Alec saía do sofá como se quisesse que o notassem. Os longos cílios negros como os da irmã, mas diferentes dos olhos negros da garota, Alec tinha os olhos azuis escuros como garrafas de vidro.

- Não tenho certeza do que você quer dizer com isso, Alec.- Dohko olhava para o garoto que se juntava à Milo. Clary não sabia exatamente dizer quantos anos Dohko tinha, talvez a mesma de Luke, ou mais velho. Parecia um bondoso professor universitário vestido em seu elegante terno cinza de tweed, perfeitamente passado. – Você está sugerindo que ela não matou aquele demônio?

- É claro que não! Ela é uma mundana! E ainda por cima uma criança! Até parece que ela vai matar um Ravener, por mais estúpido que eles sejam!

- Não sou uma criancinha! Tenho dezesseis! Quer dizer, faço domingo!- Clary odiava ser chamada de criança!

- Ela tem a mesma idade de Isabelle, não pode chamá-la de criança.- Diz Dohko.

- Mas Isabelle vem de uma famosa dinastia de Caçadores das Sombras! Não pode compará-la à essa garota de Nova Jersey!

- Sou do Broklyn se quer saber! E qual o problema se eu matei aquela coisa?- Clary lança um olhar ácido para Alec.- Acha que pode me destratar apenas porque não sou um babaca podre de rico como você e sua irmã?

- Do que você me chamou?- Alec encara Clary atônito.

- Ela tem um ponto, Alec.- Milo ri.

- Não tem graça! Você vai deixar ela ficar pondo apelidos em mim?

- Vou sim, aliás, isso vai fazer bem pra você! Pense nela como uma prova de paciência.

- Podemos ser guerreiros, mas sua petulância está cansando minha paciência!- Alec encara Milo.

- E sua obstinação está abusando da minha! Quando eu cheguei naquele apartamento, achei ela deitada em uma poça de sangue com aquele Ravener quase morto. Se não foi ela quem matou, quem foi?- Pergunta Milo.

- Raveners são burros, vai ver ele se ferroou sozinho! Isso já aconteceu antes...

- Está sugerindo que eu estava tentando me suicidar?- Clary encara Alec, ele aperta a boca.

- Não é certo ela estar aqui! Mundanos não são permitidos no Instituto! Podemos ser denunciados para a Clave.- Alec olha para Clary.- Caso não saiba, a Clave é o órgão que faz decisões e cria leis para os Caçadores de Sombras e os Downworlders.

- Isso não é inteiramente correto. A Clave permite dar asilo para mundanos em certas circunstâncias.- Dohko diz pensativamente. O Ravener atacou a mãe de Clary, ela poderia ser muito bem a próxima.

- Atacou...?- Clary sente um arrepio ruim, será que era o mesmo que "assassinou"?

O corvo no ombro de Dohko crocitou.

- Raveners atacam e destroem maquinalmente.- Alec diz.- Normalmente sob as ordens de bruxos ou senhores de demônios. Agora o que levaria um bruxo ou um poderoso senhor do demônios a querer atacar um lar mundano?- Alec olha para Clary, seus olhos tinham um brilho de antipatia.- Alguma sugestão?

- Deve ter sido um engano!- Clary diz.

- Demônios não cometem erros! Sua mãe deve ter algum motivo para ser caçada, mas se você diz que ela é inocente...

- O que você quer dizer com "inocente"?- A voz de Clary saiu baixa.

- Eu...- Alec baixa o olhar.

- O que Alec quis dizer, é que é extremamente raro algum bruxo ou senhor de demônios ter interesse em meros mundanos. E humanos não podem convocar demônios, à não ser que procurem algum bruxo.- Diz Dohko.

- Mas minha não conhece nenhum bruxo, ela não acredita em mágica.- Diz Clary, um pensamento ocorreu nela.- Madame Hilda... Ela é uma bruxa e mora no andar de baixo, talvez os demônios tenham ido atrás dela e pagaram minha mãe por engano!

- Uma bruxa no andar de baixo?- Dohko ergue uma sobrancelha.

- É picareta.- Diz Milo.- Eu já olhei por lá... Demônios não iam querer nada com ela, a não ser que ela esteja no negócio ilegal de bolas de cristal...

- Voltamos à estaca zero...- Dohko acaricia o corvo em seu ombro.- Acho que chegou a hora de notificarmos a Clave.

- Não podemos!- Diz Milo.

- Fazia sentido quando não sabíamos se ela iria se recuperar ou não. Mas agora que ela acordou, é a primeira mundana a atravessar os portões do Instituto em cem anos! Nenhum mundano pode ter acesso aos segredos do Caçadores de Sombras! Você conhece as regras da Clave, Milo!

- Concordo absolutamente com isso Dohko, se quiser eu mando uma notificação para meu pai...- Diz Alec.

- Mas ela não é uma mundana!- Diz Milo apressadamente.

- Oque?- Dohko e Alec olham para Milo e depois para Clary.

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Eis mais um capítulo! Como disse ao Metal Ikarus, acho que estou conseguindo deixar os leitores curiosos... Bom, mais mistérios e mais aventura!

Sorry os erros de ortografia, não gosto de revisar ^^"""

bjnhos e não esqueçam das reviews! Faça uma gata de rua feliz!