Saint Seiya não me pertence... Mas se pertencesse, Seiya ia sofrer tanto...u.u Créditos ao tio Kurumada...
Créditos à Cassandra Clare.
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Dark Ookami: Nyaaah! Thnxs a review!
Margarida: Linda! Como disse, não se preocupe que o Shura não é aqueles nerds ridículos! Ele tá entre o nerd e o metaleiro, tipo, óculos de grau e camisa preta de alguma banda de rock xD
Metal Ikarus: Hahahaha, você ainda vai ver muitas coisas bizarras nessa fic...u.u Como te disse antes, esses bichos estão no livro que uso de guia, achei melhor manter a aparência deles...u.u
Black Scorpio no Nyx: Sou má não sou? xD(apanha) Well, vai ter mais dourados sim, mas os gêmeos não são os Irmãos do Silêncio, quando você conhecer os Irmãos, você vai entender que estão muito longe do Saga e do Kanon xD
Tenshi Aburame: De você eu não vou poder esconder os mistérios xDDDD Mas o livro é muito bom! Tem muito mais surpresas nos outros dois!
Agora, vamos a história!
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- Mas eu sou uma humana!- Diz Clary.
- Não, você não é.- Milo a olhava sério, ele se vira para Dohko. Clary viu o leve movimento de sua garganta quando ele engoliu, um nervosismo estranhamente tranqüilizador.- Aquele dia, havia demônios Du'sien vestidos de policiais, teríamos que passar por eles, mas Clary estava muito fraca, provavelmente morreria se demorasse mais, então usei minha estela e marquei uma runa mendelin no interior de seu braço, eu pensei...
- Você perdeu a cabeça?- Dohko bateu tão as mãos tão forte na mesa que ela pensou que ela racharia ao meio.- Você sabe o que as Leis dizem sobre marcar mundanos! Você sabe mais do que ninguém!
- Eu sei...- Sua voz saiu baixa.- Mas não aconteceu nada com ela! Mostre a eles Clary!
A garota colocou a mão no braço, e se lembrou o quanto ele parecia frágil naquela noite no beco. Ao olhar, viu a marca um pouco acima de seu pulso, três pequenos círculos sobrepostos que agora mais pareciam com uma fina e branca cicatriz.
- Está quase desaparecendo! – Diz Milo.- E não a machucou.
- Esse não é o ponto!- Dohko olha rigidamente para Milo.- Você poderia tê-la transformado em uma Abandonada, ou na pior das hipóteses até...
- Não acredito no que você fez?- Alec estava visivelmente alterado.- Apenas os Caçadores de Sombras podem receber as Marcas do pacto, ela matam os mundanos!
- Mas ela não morreu! Olhe para ela! Ela deve ter o sangue dos Caçadores de Sombras.- Diz Milo.
- Mas, eu não posso...- Clary gelou.
- Mas você deve.- Milo diz sem olhar para ela.- Caso contrário essa marca que fiz poderia...
- Já chega! Esse não é o caso.- Diz Dohko.- Não há necessidade de assustá-la ainda mais.
- Mas estou certo não estou? Isso explica a mãe dela ter sido atacada! Se ela for uma Caçadora das Sombras no exílio, deve ter muitos inimigos Downworlders.
- Mas minha mãe não era uma Caçadora de Sombras!
- E seu pai?
- Eu não sei, ele morreu antes de eu nascer.- Milo vacilou imperceptivelmente.
- Mas isso faz total sentido, talvez seu pai fosse um caçador das Sombras e sua mãe uma mundana. É contra as leis da Clave esse tipo de casamento, mas eles podem ter escondido...- Diz Alec.
- Não acho provável, minha mãe teria me dito!- Clary diz sem muita certeza, já não tinha certeza sobre sua mãe. Ela quase não falava de seu pai e a única lembrança que ela tinha era a foto.
- Mas todos tem segredos...- Diz Milo.
- Luke!- Clary diz se lembrando dele em um flash.- E amigo da família! Ele deve saber. Preciso ligar para ele! Luke deve estar preocupado comigo. Tem um telefone?
- Ali.- Dohko aponta para o aparelho antigo e preto com discagem rotativa prata estava no canto da sala.
- Alô?- Luke atendeu no terceiro toque.
- Luke? Sou eu, Clary!
- Clary? Você está bem?
- Estou, eu acho... Desculpe não ter ligado antes, mas minha mãe...
- Eu sei, a polícia veio aqui.
- E o que eles disseram?
- Que ela está desaparecida.- Qualquer fio de esperança de que sua mãe tivesse fugido e se escondido desapareceu, era impossível que ela não tenha contactado Luke.- Onde você está?
- Na cidade... Olha, se você tiver dinheiro, eu posso ir de taxi até sua casa, e...
- Não!- Luke diz brevemente.
- O que?- Sua mão começou a suar.
- Eu disse não. É muito perigoso, fique onde está.- Sua voz era dura.
- Mas eu não quero ficar aqui...- Ela ouviu a queixa de sua voz como uma criança.- Eu não conheço mais ninguém a não ser você e eu pensei...
- Não sou se pai Clary! Já disse isso antes..
- Me desculpe, mas eu...- Clary sente seus olhos queimarem.
- Não ligue mais! Não sei em que problemas sua mãe se meteu, mas eu tenho os meus próprios, não me amole com os seus!- Luke desliga o telefone.
Clary ainda tentou ligar mais uma vez, mas o telefone deu ocupado, as mãos de Clary deslizam lentamente para baixo.
- Parece que ele não ficou feliz em ouvir sua voz...- Diz Milo, apoiado na parede.
Ela sentia seu coração comprimido no tamanho de uma noz, sabia que Luke não era seu pai, mas ele sempre foi tão carinhoso com ela que a atitude dele a chocou. Ela segurou a vontade de chorar, não iria chorar, não na frente dessas pessoas.
- Eu acho que gostaria de ter uma conversa com Clary.- Diz Dohko calmamente.- Sozinho.- Diz firmemente, vendo a cara de desgosto de Milo.
- Isso não é justo! Fui eu quem a encontrei! Eu deveria estar sempre presente!- Milo diz emburrado.
- Ninguém quer você por perto o tempo todo.- Diz Dohko.
- Nós entendemos, não é Milo? Vamos logo!- Diz Alec.
- Isso é ridículo!- Milo resmungou, parecia desapontado.- Mas tudo bem! Estaremos na sala de armas.
Assim que a porta se fechou atrás deles, Dohko olha ternamente para a garota, Clary sentia seus olhos arderem por segurar as lágrimas por tanto tempo.
- Agora, sente-se.- Diz apontando para o sofá, onde Alec estava antes.
Ela sentou agradecida nas almofadas macias, sentindo a bochecha molhada. Clary chegou a limpar algumas no caminho ao sofá.
- Eu não costumo chorar facilmente.- Era uma desculpa para si mesma.- Estarei boa em um minuto.
- Chorar faz bem...- Ele diz carinhosamente.- A maioria das pessoas não choram quando estão chateadas ou amedrontadas, mas sim quando estão frustradas. Eu entendo sua frustração, esteve tentando por muito tempo.
- O que quer dizer com "tentando".- Clary limpava mais algumas lágrimas.
- Tem algo que eu posso fazer por você? Talvez um chá?- Disse sentando em um so´fá em frente ao dela, seus olhos eram castanhos.
- Não quero chá...- Clary diz entre soluços.- Eu quero encontrar minha mãe! E depois descobrir levou ela, para matar eles!
- Infelizmente, não podemos ter tudo que queremos. Estamos fechados para uma amarga vingança. É chá ou nada...- Ele diz calmamente, fuçando em seus bolsos, tira um lenço de mão, a estendendo para Clary, que pega em silêncio.
- Você poderia me dizer como tudo começou. O demônio que viu em seu apartamento era a primeira? Você sabia da existência deles?- Dohko vê Clary balançar a cabeça negativamente.
- Não... Vi uma vez antes, quando conheci o Milo...
- Ah, claro, como posso me esquecer, na sua escola... Aquela foi sua primeira vez?
- Sim...
- E sua mãe nunca disse sobre essas coisas? Criaturas mágicas ou demônios?
- Não, ela não acreditava nessas coisas, odiava até os desenhos da Disney, não gostava que eu lesse mangá. Dizia que era coisa de criança.
- Muito peculiar..- Dohko coça a cabeça.
- Na verdade não. Minha mãe era bem normal.
- Mas pessoas normais não tem as casas saqueadas por demônios.- Dohko diz gentilmente.
- Mas não pode ter sido um engano?
- Mas se fosse um engano, você provavelmente não o veria, ou teria visto outra coisa, um cão raivoso ou um humano. O fato é que você o viu na forma real e ele até falou com você.
- Como você sabe que ele falou?
- Milo me disse que você falava "ele falou" o tempo todo.
- Aquilo sibilou...- Clary lembrou-se tremendo.- Dizia sobre me comer, mas que era proibido.
- Normalmente Raveners estão sob as ordens de algum bruxo poderoso, eles não são muito inteligentes para fazer algo sozinho.- Diz Dohko.- Ele disse o que seu Mestre procurava?
- Não exatamente... Ele falava um nome, Valentine.
- Valentine?- Dohko se moveu ereto, tão abruptamente que Hugo que descansava em seus ombros abre um pequeno vôo, seguido de um crocitar irritado.
- Sim... Ele dizia que Valentine nunca saberia...
- Esse é um nome conhecido entre nós...- Dohko disse curtamente, mas Clary percebeu que suas mãos tremiam. Hugo de volta ao seu ombro, esticava as penas.
- Ele é um bruxo? Ou um mestre de demônios?
- Não. Ele era um Caçador das Sombras.
- Um Caçador das Sombras?- Clary se espanta.- Porque você disse que ele "era"?
- Porque ele está morto. Já faz mais de quinze anos.
- Talvez pudesse ser outra pessoa, alguém com o mesmo nome...- Clary se afundo no sofá, um chá seria bem vindo.
- Muito provavelmente pode ser alguém usando seu nome, ainda mais agora com o Acordo.
- As negociações de paz que Milo comentou?- Clary disse. Paz com quem?
- Downworlders...- Dohko diz baixo, como se lesse os pensamentos da garota.- Parece confuso para você?
- Um pouco...
- Downworlders são aqueles que compartilham o Mundo das Sombras conosco. – Dohko acaricia distraidamente as penas de Hugo.- Vivemos uma conturbada paz com eles.
- Você quer dizer, os vampiros, lobisomens, e...
- E o Reino Folclórico, as fadas, filhos de Lilith ou bruxas e bruxos, sendo eles meio demônios.
- E o que são vocês, Caçadores das Sombras?
- Também somos chamados de Nephelim, uma raça de meio humanos meio anjos. A lenda sobre os Caçadores das Sombras tem mais de mil anos, na época em que os humanos eram atormentados por demônios. Um bruxo convocou o Anjo Raziel, que misturou seu sangue ao dos humanos em uma taça, dando ela para os humanos beber. Aqueles que beberam dela, se tornaram Caçadores das Sombras e assim se fez com seus filhos e os filhos de seus filhos. Essa taça ficou conhecida como a Taça Mortal. Apesar da lenda poder não parecer verdade, quando as fileiras de Caçadores das Sombras eram diminuídas, sempre era possível se criar mais caçadores através da taça.
- Sempre foi possível?
- A taça se foi.- Diz Dohko, se levantando.- Valentine a destruiu antes de morrer. Ele a lançou ao fogo antes de queimar a si mesmo até a morte junto com seu filho e esposa. Queimou até a terra ficar negra. Nada pode ser construída naquele local, está amaldiçoada. A Clave amaldiçoou o local.
- E porque? O que Valentine fez de tão horrível?
- Ele quebrou a maior das leis. Valentine usou as armas contra seus companheiros Caçadores das Sombras e os matou. Junto com seus companheiros do Círculo assassinou muitos Caçadores das Sombras e Downworlders no último Acordo. Mas eles foram derrotados.
- E porque alguém iria querer matar seus companheiros?- Clary estava horrorizada com a história.
- Ele era contra os Acordos de Paz. Valentine desprezava os Downworlders e achava que deveriam ser abatidos indiscriminadamente, para deixar o mundo dos humanos puro. Apesar dos Downworlders não serem demônios ou invasores, ele achava que apenas por terem a natureza demoníaca deveriam ser morto. A Clave não concordou, para eles, os Downworlders eram preciosos aliados na guerra contra os demônios. O Reino das Fadas e se outros seres são muito mais antigos que o dos humanos.
- Os acordos chegaram a ser assinados?
- Por sorte sim. Os Downworlders viram que a Clave os protegerem de Valentine, viram que eles não eram seus inimigos.- Dohko volta a se sentar.- Me desculpe, essa parece ser uma história chata para você. Mas esse era Valentine, um agitador, um visionário. Um homem de grande charme pessoal e convicção. E um assassino. Agora alguém está invocando o seu nome...
- Mas quem? E o que minha mãe tem a ver com isso?
- Não sei. Mas irei descobrir, não se preocupe. Vou mandar um comunicado para a Clave e para os Irmãos do Silêncio. Acho que os Irmãos vão querer falar com você.
Clary não perguntou quem eram os Irmãos do Silêncio, estava muito cansada para fazer perguntas. Dohko se levantou novamente.
- Não tem como eu voltar para casa?- Clary se levanta do sofá.
- Não acho se seja muito sábio...- Dohko parecia preocupado.
- Mas eu preciso de algumas coisas. Mesmo que eu fique aqui... Preciso de roupas...
- Podemos lhe dar dinheiro para comprar roupas novas.
- Mas eu preciso... Preciso ver o que restou...
- Tudo bem, se Milo concordar com isso, ambos podem ir.- Dohko diz depois de hesitar por um minuto. Ele se virou para sua mesa e começou a inspecionar alguns papéis.
- Ele está na sala de armas.- Diz vendo que Clary ainda estava ali.
- Eu não sei onde fica...
- Church irá levá-la.- Dohko diz com um divertido sorriso.
Clary olha em direção à porta, onde um gordo persa estava enrolado em um pequeno otomano.
O gato se levantou preguiçosamente assim que ela se aproximou e com um miado, a guiou para o corredor. Clary ainda olhou para trás, onde viu Dohko rabiscando em um pedaço de papel. Deveria estar mandando um recado para a tal Clave. Eles não pareciam ser pessoas muito legais... Qual seria a resposta?
A tinta vermelha parecia sangue no papel branco. Franzindo, Dohko Starkweather enrolou o papel em um tubo e assobiou para Hugo que crocitou suavemente, pousando em seu punho. Dohko piscou. Havia um antigo ferimento em seu ombro, que mesmo com o leve peso de Hugo, um certo movimento do braço ou até mesmo com a mudança de temperatura ou umidade, despertavam uma antiga dor aguda que o fazia lembrar de um passado doloroso que era melhor esquecer.
Havia, porém, memórias que não podiam ser apagadas, que vinham como flashs em suas pálpebras quando os fechava para dormir. Sangue, corpos e terra amassada, o pódio branco manchado de vermelho. O choro da morte. Os verdes campos ondulantes de Idris e o infinito azul do céu perfurados pelas altas torres da Cidade de Vidro. Uma dor súbita encheu seu peito, fazendo Dohko apertar o punho, e Hugo, tremulando as asas, lhe picou os dedos, tirando sangue. Dohko abriu as mãos, libertando o pássaro negro que sobrevoou sua cabeça até a clarabóia, para então desaparecer.
Retirando o senso de presságio, Dohko pegou outro papel, não percebendo as gotas escarlates que manchavam a carta.
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A sala de armas tinha as paredes de metal escovado, onde estavam pendurados todos os tipos de espada, punhal, adaga, baioneta, arco, bastão, lança, açoite, clava e gancho. Sacos macios cheio de flechas balançavam presos à ganchos, havia pilha de botas, couraça para as pernas, luvas de metálicas e proteção para punhos e braços. O local cheirava à metal, couro e aço polido.
Alec e Milo, agora vestindo botas, estavam sentados em volta de uma mesa, as cabeças curvadas para baixo, observando algo entre eles.
- E Dohko?- Pergunta Milo vendo a porta se fechar atrás de Clary.
- Mandando uma carta para os Irmãos do Silêncio...
- Urgh!- Alec reprimiu um estremecimento.
- O que vocês estão fazendo?- Clry se aproxima, ciente do olhar reprovador de Alec.
- São lâminas Serafim, Sanvi, Sansanvi e Semangelaf.- Diz Milo se afastando um pouco. Sobre a mesa, três objetos longos e finos objetos parecendo varinhas com um brilho pesadamente prateado.
- Não parecem facas. O que elas fazem, mágica?- Diz Clary.
Alec a olha horrorizado, como se ela tivesse pedido para ele vestir um vestido frufru rosa e dar piruetas no ar.
- A coisa engraçada nos mundanos... São obcecados pela palavra sem ao menos saber o verdadeiro significado delas.- Milo disse para ninguém em particular.
- E o que exatamente "mágica" significa?
- Mágica é uma escura e elemental força. Não apenas varinhas de condão, bolas de cristal e peixes dourados falando.- Diz Milo.
- Eu nunca disse que mágica era apenas varinha de condão, bolas de cristal e...- Milo levanta a mão abruptamente, cortando a frase de Clary ao meio.
- Só porque você diz que uma enguia elétrica é um patinho de borracha, não faz dele um patinho de borracha, certo? E Deus ajude o pobre coitado que quiser tomar banho com ela...
- Você está viajando!- Diz Clary.
- Não estou não!
- Está sim!- Alec disse inesperadamente.- Nós não fazemos mágica, ok?- Ele diz sem olhar para a garota.- É tudo o que você precisa saber.
Clary ficou com vontade de dar um belo fora nele, mas se conteve. Estava mais do que óbvio que Alec não gostava dela, não havia nenhum ponto em agravar sua hostilidade.
- Dohko disse que eu posso ir para casa.- Clary diz virando para Milo.
- Ele disse o que?- Milo quase derruba a lâmina serafim que segurava.
- Ele disse que eu posso pegar algumas coisas em casa. Se você concordar em ir junto.
- Milo...- Alec exalou, mas foi ignorado pelo outro.
- Se você quer provar que minha mãe ou meu pai eram Caçadores das Sombras, acho que você deveria ir até lá ver o que restou das coisas da minha mãe para ver se encontra algo.
- Descer à toca do coelho...- Milo sorriu torto.- Ótima ideia, se formos agora, ainda termos umas três ou quatro horas da luz do dia.
- Quer que eu vá com vocês?- Alec diz, vendo Clary e Milo se aproximando da porta. Clary olhou para ele, que estava meio fora da cadeira com os olhos em expectativa.
- Não. Eu e Clary podemos dar conta disso sozinhos.- Milo disse.
Alec lançou um olhar tão amargo quanto veneno para Clary que ficou feliz quando a porta se fechou atrás deles.
- Você tem as chaves da sua casa?- pergunta Milo, à frente no saguão.
- Yeah!- Diz Clary, apertando o passo para alcançá-lo.
- Bom, não que não possamos arrombar, mas corremos uma grande chance de chamar muita a atenção.
O saguão ampliou-se em um foyer de piso de mármore com um portão de ferro fixado na parede, Clary só percebeu que era um elevador, quando Milo apertou o botão, aquilo rangia e tremia enquanto a gaiola subia.
- Como você sabia que eu tinha sangue de Caçador das Sombras?- Pergunta Clary enquanto montava na gaiola de ferro.
- Eu chutei.
- Chutou?- Clary parecia não acreditar no que ouvia.- Poderia ter me matado!
- Mas não morreu, certo? Eu tinha noventa e oito por cento de certeza!- Milo aperta o painel na parede da gaiola, aquilo vibrou novamente enquanto descia.
- Sei...- Clary devia ter algo em seu tom de voz, pois Milo olhou para ela, sua mão estalou na bochecha dele, uma bofetada que o fez balançar até os calcanhares.
- O que foi isso?- Milo pergunta assustado com a mão no rosto.
- Os outros dois por centos, idiota!
O resto do caminho até a estação de trem foi em silêncio, Milo parecia irritado sentado ao lado de Clary no trem prosseguindo para o Brooklyn. Ela se sentiu um pouco culpada vendo a marca vermelha no rosto do rapaz.
Mas o silêncio era bom para Clary pensar um pouco, na sua cabeça, a conversa que teve com Luke mais cedo.
Do outro lado do trem, duas garotas, do tipo que Clary não gostava em St Xavier, sua escola, estavam rindo juntas, usavam mini saia, mule rosa e ostetavam um falso bronzeado. Por um momento, Clary pensou que elas estavam rindo dela, até perceber que estavam olhando para Milo.
Ela se lembrou que garotas olhavam para os rostos quando achavam alguém bonitinho... Clary tinha se esquecido de como Milo era fofo, apesar de tudo o que havia acontecido. Diferente do rosto delicado de camafeu que Alec tinha, Milo tinha belos olhos azuis que estavam... Olhando diretamente para ela!
- Posso ajudar?- Milo diz erguendo uma sobrancelha.
- Aquelas garotas estão olhando para você?
- É claro que estão! Eu sou terrivelmente lindo!- Diz com um enorme sorriso.
- Alguém já te disse que modéstia é uma característica atraente?
- Apenas vindo de pessoas feias.- Milo confidenciou.- A terra será herdada pelos mansos, mas no momento ela pertence aos vaidosos, como eu.- Diz piscando para as garotas que riem, escondendo os rostos atrás do cabelo.
- Elas podem te ver?
- Glamours é doloroso de usar. Ás vezes não nos incomodamos de sermos vistos.
- Glamours?
- Camuflagem.
O incidente com as meninas no trem pareceu deixar Milo em um melhor estado de espírito. Quando deixaram a estação e se direcionavam para o apartamento de Clary, ele pegou uma das lâminas serafim de seu bolso e começou a lançá-la para frente e para trás entre as juntas de seus dedos enquanto sussurrava algo.
- Quer parar com isso? Está me irritando!- Diz Clary.
O zumbido de Milo aumentou, ele cantarolava algo entre um "Feliz Aniversário" e o "O Hino da batalha da República".
- Sinto muito por ter te batido.- Diz Clary.
- Fique feliz que tenha me acertado e não ao Alec, ele teria batido de volta.
- Ele parece estar se coçando por uma chance.
Eles haviam chegado ao apartamento, o coração de Clary estava batendo rapidamente, em sua mente, lembranças ruins. Ela parou em frente à cerca viva e levantou os olhos, esperava ver a faixa amarela da polícia, os vidros quebrados espalhados pelo gramado e tudo reduzido aos escombros.
Mas não havia sinais de destruição.
O sol da tarde banhava o triplex, que parecia brilhar. As abelhas zumbiam preguiçosamente sobre as flores abaixo da janela de Madame Hilda.
- Parece tudo normal...- Diz Clary.
- Por fora.- Milo tira um outro aparelho de metal e plástico, igual ao que ela havia confundido com um celular.
- O que é isso?
- Um sensor. Ela pega freqüências, como um rádio faz, mas de ação demoníaca.
- Ondas curtas de demônios?
- Algo parecido...- Milo disse enquanto subia as escadas clicando rapidamente no aparelho. Ao chegar na metade do caminho, parou, fechando a cara.- Estou recebendo baixas freqüências... Pode ter sido deixada para trás aquele dia. Mas parece que não tem demônios presentes agora.- Clary deu um suspiro de alívio ao ouvir isso.
- Bom.- Disse pegando as chaves.
Na porta havia duas marcas de garras profundas, devia estar muito escuro da ultima vez para ela não ter visto.
- Eu vou primeiro.- Diz Milo se pondo na frente da garota.
Clary queria dizer que não precisava ficar se escondendo atrás dele, mas as palavras não vieram, um súbito terror tomou conta de seu corpo ao se lembrar do Ravener. Um gosto amargo subiu em sua garganta.
Ele abriu a porta e acenou para ela o seguir, Clary piscou tentando se acostumar com a falta de claridade no local. A lâmpada acima estava desligada e a clarabóia muito suja não lançava nenhuma luz e lançava estranhas sombras sobre o chão estragado. A porta de Madame Hilda estava fechada, nenhuma luz vindo da fenda debaixo da porta. Clary pensou preocupadamente se algo havia acontecido com ela.
Milo levantou a mão e tocou no corrimão, havia algo molhado e listrado, um vermelho escuro na luz fraca.
- Sangue...- Diz Milo observando a mão.
- Talvez seja meu, daquele dia.- A voz de Clary saiu baixa.
- Já deveria estar seco. Vamos.- Milo sobe na frente, com Clary no seu encalço.
A chave escorregou de sua mão três vezes antes de alcançar a fechadura.
- Eu vou primeiro.- Diz Milo.
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Nyahooo pessoas! mais um capítulo! Pra quem não percebeu, o Luke é um dos personagens de Saint Seiya, um doce pra quem adivinhar quem ele é! xDDDD
Novamente a lesada aqui está com ideias para fics...Alguém me pare! Preciso urgentemente parar de ter ideias! x.x Bom, vou ver o que faço...u.u
Well, sorry os erros de ortografia...u.u
bjnhos xD Não esuqeçam as reviews!
