Saint Seiya não me pertence... Mas se pertencesse, Seiya ia sofrer tanto...u.u Créditos ao tio Kurumada...
Créditos à Cassandra Clare.
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Tenho uma beta! Thnxs Black Scorpoio no Nyx!
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AnaPanter: Thnxs a review linda! Continue acompanhando!
Metal Ikarus: Quem sabe na próxima eles não aparecem na sua casa? xD Shion foi um menino muito mau...u.u Será? Respostas mais para frente! HuaHuaHua (apanha) x.x Bom, você acertou quem era o Luke! Vou preparar um doce mais para frente! xD
Tenshi Aburame: Pedido anotado! Fenrir na lista! Bom, o Valentine infelizmente não é o Hades xD Quem sabe um pouco oxigenado? xDDD
Black Scorpio no Nyx: Thnxs por betar a fic linda! Shion é um Luke perfeito! Estava em d[uvida entre ele e o Dohko, mas decidi deixar o Shion xD Adoro mistério xDDDD
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Clary caminhou até Milo, pensou em dizer algo, mas o que se poderia dizer para alguém que acabou de ver os assassinos de seu pai? Ela ia tocar seu braço, quando ele se afastou do toque dela, como se tivesse picado.
- Melhor nós irmos.- Diz Milo.- Não sabemos quando Luke pode voltar.
Apressadamente os três desceram as escadas e saíram pela porta dos fundos, Milo trancando ela com uma marca. O caminho até a rua foi silencioso. A lua acima como um medalhão pendurado no céu lançava uma luz prateada sobre o East River, um distante zumbido dos carros passando sobre a ponte de Williamsburg fazia um som parecido com o bater das asas de um morcego.
- Alguém pode dizer para onde estamos indo?- Pergunta Shura
- Para o trem L.- Diz Milo.
- Vocês estão brincando?- Shura disse piscando.- Não sabia que Caçadores das Sombras usavam o metrô.
- É mais rápido do que de carro.- Diz Milo.
- Eu pensei que fosse algo mais legal, tipo uma van com a escrita "Morte aos Demônios" na parte de trás e...
Milo nem se deu ao trabalho de interromper. Clary o olhou pelo cantos dos olhos, às vezes quando Jocelyn ficava realmente brava ou quando ela estava com os piores dos humores, ela fazia o que Clary chamava de "a calma assustadora". Era uma calma que fazia Clary pensar no enganoso reflexo duro de gelo apenas antes dele rachar-se sob seu peso. Milo estava assustadoramente calmo, seu rosto inexpressivo, mas algo brilhava por detrás de seus olhos azuis.
- Shura!- Diz Clary.- Já chega!
Shura lhe lançou um olhar como se dissesse: "De que lado você está?", mas Clary o ignorou, ela ainda olhava para Milo enquanto viravam a esquina da Avenida Kent. As luzes dos postes acima deles iluminavam seus cachos loiros.
- Você mora aqui?- Pergunta Shura vendo a velha catedral com as janelas quebradas e a porta lacrada com a fita amarela da polícia.- Mas é uma igreja!
Milo alcançou sua camisa e puxou uma chave de bronze presa à uma corrente, parecia o tipo de chave que abria velhos baús. Clary o olhou curiosamente, não haviam trancado o portão quando saíram, apenas deixou o portão fechar atrás deles.
- Achamos que seria útil habitarmos em terreno sagrado.
- Saquei isso, mas sem ofensas, esse lugar é um lixo!- Diz Shura olhando duvidosamente para a cerca de ferro dobrada que cercava o terreno, havia lixo acumulado na escadaria.
Clary deixou sua mente relaxar, como se tivesse pegado um pouco de solvente de sua mãe e atirado sobre uma tela, o glamour se dissolvendo como tinta. Ali estava a verdadeira catedral, as altas torres, a parede de pedras, os vidros escuros, uma placa de bronze com o nome do Instituto nela ao lado da porta. Ela segurou a visão por um momento, antes dela se ir como em um suspiro.
- Isso é fascinante! Realmente não é o que parece.- Diz Clary.
- Não sei se você é sensível o suficiente para ter a honra do que estou fazendo com você.- Milo diz olhando para Shura pelos ombros.- Você é o primeiro mundano a entrar no Instituto.- Diz colocando a chave na fechadura.
- Provavelmente o cheiro afasta todos daqui.- Diz Shura tampando o nariz.
- Ignore ele!- Clary diz para Milo dando uma cotovelada em Shura.- Ele costuma dizer o que lhe vem à cabeça, sem filtrar.
- Filtro são para cafés e cigarros.- Shura murmura.- Duas coisas que eu podia utilizar agora mesmo.- Não que Shura fumasse.
- Café...- Diz Clary.
Eles subiram as escadas de mármore entalhadas com hieróglifos, Clary parecia reconhecer alguns deles, como quando se vê alguma palavra em inglês que talvez tenha estudado na escola. Os três caminharam em silêncio para o elevador, seus passos ecoando sobre o piso.
Clary ainda pensava sobre café, canecas enormes com metade de leite, do jeito que sua mãe fazia todas as manhãs, às vezes Luke trazia rolinhos doces da padaria Carruagem Dourada de Chinatown. Só de pensar em Luke, seu estômago apertou e ela perdeu a fome.
A porta do elevador se abriu e tirando a jaqueta, Milo a colocou nas costas de uma cadeira próxima, assobiando entre os dentes. Logo Church veio lentamente, seus olhos verdes com um ar sonolento.
- Church!- Milo se aproxima para acariciar a cabeça do gato.- Onde está Alec? Onde está Dohko?
O gato arqueou as costas e miou, Milo enrugou o nariz e Clary achou isso bonitinho.
- Eles estão na biblioteca?
O gato miou novamente e começou a andar por um corredor, Milo começou a segui-lo como se fosse a coisa mais natural do mundo, acenando a mão para que Clary e Shura o seguissem.
- Eu não gosto de gatos.- Diz Shura.
- Que pena. Conhecendo Church, sei que ele gostou de você- Diz Milo.
- Quantas pessoas moram aqui?- Pergunta Shura, assim que passaram pela ala dos dormitórios.
- Aqui é um Instituto.- Diz Clary.- Um lugar onde os Caçadores das Sombras podem utilizar quando estão na cidade, um tipo de refúgio ou um lugar para facilitar na investigação.
- Eu pensei que era um igreja.
- É dentro de uma igreja.
- Por isso não é confuso.- Ela sentiu uma ponta de ironia.
Clary se aproximou de Shura e apertou sua mão.
- Eu sei que é estranho, mas preciso que confie em Milo.
- Eu confio em você.- Diz Shura retribuindo o aperto.- mas não confio nele!- Diz apontando para Milo, que mais a frente conversava com Church, sobre o que eles falavam? Política? O preço alto do atum?
- Ele é a única chance que eu tenho de encontrar minha mãe, pelo menos tente confiar nele...- pede Clary.
- Vou tentar.- Shura sorri um pouco contrariado, soltando sua mão assim que viraram a esquina.
Era a cozinha, diferente do resto do local, era ampla e moderna, com uma bancada de aço e prateleiras de vidro com fileiras de louça. Perto de um conjunto vermelho e do fogão, estava Isabelle com uma colher de pau na mão, os cabelos presos em um coque no alto da cabeça e preso com um palito, vapor vinha de uma panela, havia tempero espalhado por todo canto, tomate e cebloa picada, queijo ralado, vidros de azeite e ervas, amendoim descascado e um peixe inteiro.
- Estou fazendo a janta, está com fome...- Isabelle olha para Milo, para Clary e depois para Shura.- Você trouxe outro mundano?
- Eu sou Shura.
- MILO WAYLAND!- Isabelle ignora a mão estendida de Shura.- Dohko vai te matar! Pode ir se explicando!
- Eu disse para me levar até o Alec! Para trás seu Judas apunhalador!- Milo olha torto para o gato.
Church rolou no chão ronronando.
- Não culpe Church! Ele não tem culpa se Dohko vai te matar!- Isabelle diz com a colher de pau na mão. Clary imaginou que gosto aquilo teria, peixe, azeite, amendoim ou sopa de tomate.
- MILOOOOOO!- Algo ou alguém pulou no garoto loiro que quase caiu para trás com o susto.
- Saori?- Milo diz olhando para a pequena garota pendurada nele.- O que faz aqui?
Não aparentava ter mais que 13 anos, era quase da altura de Clary, talvez um pouco mais alta, o que fez ela se sentir uma anã. Sua pele era tão clara e delicada quanto a de Isabelle, seus cabelos eram muito longos, lisos e negros, tinha traços orientais, mas os olhos esverdeados, usava um delicado vestido bata na cor rosa bebê e sapatilhas brancas.
- Vim passar uns dias com você priminho querido!- Ela dá um estralado beijo na bochecha do outro.
- Aquela pirralha pervertida com certeza não vê Milo como um primo.- Isabelle resmunga, soltando distraidamente um pedaço de peixe no chão.
- É por isso que esse traidor nos trouxe aqui! Você está deixando ele rechonchudo Isabelle!- Milo tentava se soltar de Saori.
- Ele não está rechonchudo. Eu peguei essa receita de uma Sprite no mercado de Chelsea.
- Se você soubesse cozinhar, eu certamente comeria...- Diz Milo.
- O que disse?- Isabelle lança um olhar mortal.
- Eu disse que ia procurar Dohko.
- Eu achei que você disse isso.- Isabelle dá as costas.
- Vamos?- Milo diz para Clary.
- Oh!- Exclama Saori, como se tivesse reparado neles apenas naquele momento.- Você trouxe mundanos...- Ela se aproxima e cutuca Shura como se ele fosse uma criatura fantástica.
- Ela nunca viu um mundano de perto, ela mora em Idris.- Explica Isabelle.
- Então fique com seu mundano que eu e Clary vamos procurar Dohko.- Milo puxa Clary.
- Voltem depois, tem sopa!-Grita Isabelle.
- Não quero sua sopa!- Diz Milo.
- Será que Dohko quer sopa?
- Ninguém quer sua sopa!
- Dohko! Nos leve até Dohko dessa vez ou eu faço uma raquete com você!- Milo ameaça Church.
O persa bufou e se arremessou salão à baixo na frente dos dois.
- Isabelle sempre faz o jantar?- Pergunta Clary.
- Não, graças a Deus!- Diz Milo.- Normalmente os Lightwoods estão aqui e Maryse, a mãe de Isabelle é quem cozinha. Ela é uma ótima cozinheira!
- E porque ela não ensina Isabelle a cozinhar?
- Porque...- Começou Milo.- Apenas recentemente as mulheres tem sido Caçadoras das Sombras junto com os homens. Quero dizer, sempre houve mulheres na Clave, dominando as runas, criando armas e ensinando na arte de matar, mas apenas algumas poucas eram guerreiras. Maryse é dessa primeira leva, acho que ela não quis ensinar Isabelle a cozinhar porque ficou com medo que ela iria relegar a cozinha permanentemente.
- E ela faria isso?- Clary se lembrou de Isabelle na luta contra o demônio no galpão da escola, o jeito imponente que ela parecia com aquele chicote.
- Não Isabelle.- Milo riu suavemente.- Ela é uma das melhores Caçadoras das Sombras que já conheci.
- Melhor que Alec?- Pergunta Clary.
Church, riscando silencioso escuridão adentro na frente deles, parou subitamente e miou. Estava sentado abaixo de uma escada de metal em espiral que subia até uma nebulosa meia luz acima.
- Então ele está na estufa.- Demorou um tempo até Clary perceber que Milo falava com o gato.- Nenhuma surpresa aqui.
- Estufa?
- Dohko gosta de ir na estufa.- Milo se coloca no primeiro degrau.- Ele cultiva ervas medicinais, coisas que podemos usar, a maioria cresce em Idris. Talvez isso faça ele se lembrar de casa.
- Ele não é melhor que Isabelle? Quero dizer, Alec.- Clary pergunta novamente, seus sapatos ecoavam na escada de ferro.
- Melhor? Caçando demônios?- Milo se inclinou para baixo na escada como se fosse cair. Clary se lembrou do sonho, anjos caindo e queimando.- Não, realmente ele nunca matou um demônio.
- Sério? Porque?
- Não sei bem ao certo. Talvez porque ele está sempre protegendo Izzy e eu.- Eles haviam chegado ao topo. Havia uma porta dupla de vidro esculpida com padrões de folhas e vinhas, Milo empurrou a porta.
O cheiro acertou Clary no momento em que passaram pela porta, um cheiro de verde acentuado, coisas vivas crescendo, terra úmida. Ela imaginou que o local seria como a pequena estufa por detrás da St Xavier onde os alunos de biologia clonavam vagens de ervilha, ou seja lá o que eles faziam lá. Mas ali era grande, murado com paredes de vidro rodeado com frondosas árvores cujos ramos sopravam ar fresco. Havia arbustos pendurados com brilhantes bagas, vermelho, roxo e preto, havia várias árvores com frutos de formatos estranhos, frutos que ela nunca havia visto antes.
- Aqui cheira como...- Clary pensou em "Primavera", antes do calor que vinha e esmagava as folhas em polpa e murchava as pétalas de flores caídas.
- Casa...- Diz Milo.- Para mim.- Ele puxou para o lado uma folhagem e mergulhou nela, Clary o seguiu.
A estufa tinha sulcos que, para os não treinados olhos de Clary, não apresentavam nenhum padrão em especial, mas para todo lado que ela olhava havia colorido, azul, roxo, flores derramando para baixo e para os lados, árvores com frutos que pareciam jóias, enormes gemas cor de laranja. Elas surgiam em um limpo espaço onde um limpo pedaço de granito descansava entre árvores com folhas prateadas. Água luzia fracamente em uma piscina de pedras. Dohko estava sentado em um banco de pedra com seu pássaro preto no ombro, ele olhava pensativamente para o lago, mas virou para o teto assim que Clary e Milo se aproximaram. Clary seguiu seu olhar e viu o brilhante teto de vidro da estufa acima deles com o reflexo de um lago invertido.
- Parece que está esperando por algo.- Diz Milo quebrando um galho perto dele e torcendo entre seus dedos. Para alguém tão contido, ele tinha um monte de hábitos nervosos.
- Estava apenas perdido em pensamentos.- Dohko se levantou e esticou o braço para Hugo, seu sorriso sumiu assim que olhou para eles.- O que aconteceu com vocês? Parece que foram...
- Nós fomos atacados.- Milo disse curtamente.- Esquecido.
- Guerreiros esquecidos aqui?
- Guerreiro. Vimos apenas um.
- Mas Madame Hilda disse que havia mais.- Disse Clary.
- Hilda?- Dohko colocou sua mão para cima.- Isso poderia ficar mais fácil se vocês colocassem os fatos em ordem.
- Certo.- Milo disse lançando um olhar de advertência a Clary, antes que ela pudesse dizer algo. Ele contou os eventos da tarde, deixando de fora o fato que os homens que eles viram na casa de Luke eram os mesmos que assassinaram seu pai há sete anos atrás.- O amigo da mãe de Clary, ou seja lá o que ele seja, vai além do nome Luke Garroway.- Milo finalizou.- Mas enquanto estávamos na casa deles, os dois homens que disseram ser emissários de Valentine, se referiram a ele como Shion Graymark.
- E seus nomes eram...
- Minos.- Disse Milo.- E Aiacos.
- Era isso que eu temia...- Dohko diz para si mesmo com o rosto muito pálido.- O Circulo está surgindo de novo.
- O Círculo?- Clary olhou para Milo como se esperasse uma explicação, mas ele parecia tão perplexo quanto ela.
- Venham comigo.- Dohko balança sua cabeça como se estivesse limpando as teias de aranha de seu cérebro.- É hora de eu lhe mostrar uma coisa.
As lâmpadas a gás estavam acesas na biblioteca, e as superfícies polidas de carvalho pareciam estar latentes como sombrias jóias. Riscadas com sombras, as faces dos anjos segurando a mesa de madeira parecia com mais dor.
- Dohko, se você precisar de ajuda para procurar...- Milo diz sentado impacientemente sobre o braço do sofá vermelho onde Clary estava.
- De forma alguma- Dohko surgiu por detrás da mesa limpando a poeira de seus joelhos.- Eu encontrei.- Ele carregava um grosso livro com capa de veludo marrom. Ele passava um ansioso dedo enquanto seus olhos piscavam como os de uma coruja por detrás de seus óculos, ele murmurava baixinho.
- Onde...Onde... Aqui está!- Diz limpando a garganta antes de ler em voz alta.-" Venho por tomar obediência incondicional ao Círculo e aos seus princípios...Vou estar pronto para arriscar minha vida a qualquer momento, pelo Círculo, a fim de preservar a pureza de sangue de Idris, e para o mundo mortal com cuja segurança nós somos cobrados."
- De onde era isso?- Milo faz uma careta.
- Era o juramento de lealdade ao Círculo de Raziel, vinte anos atrás.- Diz Dohko que soava estranhamente cansado.
- Parece assustador.- Diz Clary.- Como uma organização fascista ou algo assim.
- Eles eram um grupo... - Dohko diz colocando o livro sobre a mesa, ele parecia tão triste e grave como as estatuetas de anjos sob a mesa.- De Caçadores das Sombras liderados por Valentine, dedicados a limpeza de todos os Downworlders e devolver o mundo a um estado "puro". Seu plano era esperar que os Downworlders chegassem a Idris para assinar o Acordo. Deveriam ser assinados a cada quinze anos para manter a sua magia potente.- Dohko explica para auxiliar Clary.- Então, eles esperavam assassinar todos os Downworlders desarmados e indefesos. Essa matança, eles pensavam, iria desencadear uma guerra entre os humanos e os Downworlders, um deles tencionava vencer.
- Essa foi a Revolta.- Diz Milo, finalmente reconhecendo a história de Dohko.- Eu não sabia que o grupo de Valentine tinha um nome...
- O nome não é falado com freqüência atualmente.- Diz Dohko.- A sua existência ainda tem sido um embaraço para a Clave. A maioria dos documentos pertinente a isso foi destruído.
- Então porque você tem uma cópia do juramento do Círculo?- Pergunta Milo.
- Porque...- Dohko hesitou por um momento, mas Clary viu, e sentiu um tremor em sua espinha.- Eu ajudei a escrevê-lo.
- Você estava no Círculo?- Milo olha para Dohko.
- Estava. Muitos de nós...- Dohko olhava para frente.- A mãe de Clary também estava.
- O que? - Clary pulou para trás.
- Eu disse...
- Eu sei o que você disse! Mas minha mãe nunca teria participado de um grupo tão... Tão odioso!
- Ela não...- Começa Milo.
- Eu duvido... - Dohko corta o rapaz.- Que ela tenha tido muita escolha.
- Do que você está falando? Porque minha mãe não teria muita escolha?- Clary olha para ele.
- Porque... - Diz Dohko.- Ela era mulher de Valentine.
Houve um momento de silêncio antes que ambos, Clary e Milo, começassem a falar.
- Valentine tinha uma esposa? Ele era casado? Eu pensei que...
- Isso é impossível! Minha mãe nunca... Ela foi apenas casada com meu pai! Ela nunca teve um ex-marido!
- Crianças... - Dohko levantou as mãos.
- Eu não sou criança!- Clary girou para longe.- Não quero ouvir mais nada!
- Clary... - A bondade na voz de Dohko machucava. Clary virou lentamente e olhou para ele do outro lado da sala. Ela pensou que era estranho que Dohko com sua face amargurada parecesse ser bem mais velho que sua mãe. E mesmo que tivessem sido "jovens" juntos, eles tinham sido do Círculo juntos, tinham conhecido Valentine juntos.
- Minha mãe, ela nunca...- Clary começou, mas sua voz diminuiu. Ela já não tinha mais certeza se conhecia tão bem sua mãe. Jocelyn havia se tornado uma estranha, mentirosa, guardadora de segredos. O que ela não teria feito?
- Sua mãe deixou o Círculo. - Dohko não se aproximou dela, mas a observava com seus olhos de pássaro calmo.- Depois que ela soube o qual extremo havia se tornado os ideais de Valentine. Uma vez que todos nós soubemos de seus planos, muitos desistiram. Shion foi o primeiro a sair. Foi um golpe duro, os dois eram muito próximos. Depois, Michael Wayland, seu pai, Milo.
Milo nada disse, apenas ergueu uma sobrancelha.
- Houve aqueles que permaneceram fiéis. Minos, Aiacos, os Lightwoods...
- Os Lightwoods? Quer dizer, Maryse e Robert?- Milo parecia fulminado.- O que me diz de você? Quando saiu?
- Eu não sai.- Dohko diz suavemente.- Nem eles... Ficamos com medo, muito medo do que ele podia fazer. Após a Revolta, os leais como Minos e Aiacos fugiram. Nós ficamos e cooperamos com a Clave, demos os nomes. Ajudamos a perseguir os que tinham fugido, por isso recebemos clemência.
- Clemência?- O olhar de Milo foi rápido, mas Dohko percebeu.
- Você está pensando na maldição que me prende aqui não é? Você sempre supôs que era uma vingança, uma mágica lançada por algum bruxo poderoso ou um demônio. Eu deixei você pensar que era isso, mas a verdade é que a Clave me amaldiçoou.
- Por ter sido do Círculo?- Milo tinha uma máscara de espanto no rosto.
- Por não ter saído antes da Revolta.
- Mas os Lightwoods não receberam essa maldição!- Diz Clary.- Eles fizeram a mesma coisa que você!
- Houve circunstâncias diferentes. Eles eram casados e tinham um filho. Embora eles não morem aqui por vontade própria. Fomos banidos os três, quer dizer, os quatro. Alec ainda era um bebê chorão quando deixamos a Cidade de Vidro. Eles podem ir para lá apenas em caráter oficial, apenas em um curto período. Mas eu não, eu não posso sair daqui, nunca mais verei a Cidade de Vidro.
- A lei é dura, mas é lei.- Milo diz olhando para seu tutor como se o visse com novos olhos, porém não era Milo quem tinha mudado.
- Eu lhe ensinei isso.- Diz Dohko, secura em sua divertida voz.- E agora você torna as lições de volta a mim, corretamente também.- Parecia que ele queria se afundar na cadeira mais próxima, mas Dohko permaneceu de pé, em sua postura rígida havia algo do soldado que ele havia sido, pensou Clary.
- Porque você não me disse isso antes? Que minha mãe era casada com Valentine? Você sabia o nome dela!
- Eu a conheci como Jocelyn Fairchild, e não Jocelyn Fray.- Diz Dohko.- E você era tão insistente em sua ignorância sobre o Mundo das Sombras que me convenceu que ela não poderia ser a mesma pessoa que conheci, e talvez eu não quisesse acreditar nisso. Ninguém deseja o retorno de Valentine.- Ele balançou a cabeça.- Quando eu mandei uma mensagem para os Irmãos na Cidade de Osso, não sabia que teríamos notícias de Valentine. A Clave vai entrar em pânico quando souberem que Valentine não morreu e que está procurando pela Taça. Espero que não perturbe os Acordos.
- Acho que Valentine gostaria disso.- Diz Milo.- Mas porque ele querer a Taça é tão ruim?
- Não é obvio?- Dohko ficou cinza.- Ele pode criar um exército para si!
- Mas isso nunca...- Milo estava assustado.
- Hora da janta!- Era Isabelle parada no batente da porta da biblioteca, a colher de pau ainda em suas mãos, mas o coque de seus cabelos estava desfeito, os cabelos caindo sobre o pescoço.- Desculpe se estou interrompendo...- Diz depois de um tempo.
- Querido Deus...- Milo olha para o alto.- A hora tenebrosa está se aproximando.
- Eu... Eu tive um café da manhã reforçado- Dohko gagueja alarmado.- Quero dizer um almoço reforçado. Eu possivelmente não poderia comer...
- Joguei a sopa fora.- Diz Isabelle.- Pedi comida Chinesa naquela loja do centro da cidade.
- Ótimo, estou faminto!- Milo se estica e pula do sofá.
- Acho que eu poderia comer um pouquinho...- Dohko admitiu brandamente.
- Vocês dois são péssimos mentirosos!- Isabelle diz sombriamente.- Eu sei que não gostam quando eu cozinho...
- Então pare de fazer isso.- Diz Milo.- Você pediu porco mushu? Você sabe que eu amo porco mushu!
- Sim. Está na cozinha... - Diz Isabelle, lançando os olhos para o alto.
- Fantástico! - Milo deslizou até Isabelle, prendendo os cabelos em um rabo. Dohko logo atrás, deu leves tapinhas em seu ombro e sorri meio sem graça. Clary não podia acreditar que há poucos minutos atrás ele tinha a face dura e fria.
Isabelle ficou para trás, olhando Dohko e Milo se afastarem rodando a colher em seus cicatrizados dedos pálidos.
A cozinha estava quente e iluminada, o cheiro agridoce da comida fazia Clary se lembrar de casa, ela enrolava o macarrão no garfo enquanto observava Saori sentada ao lado de Milo querendo colocar comida em sua boca.
- Isso é muito romântico.- Diz Isabelle tentando sugar os grãos de tapioca de seu suco de manga.
- O que é romântico?- Pergunta Saori.
- Todo esse negócio da mãe da Clary sendo casada com Valentine.- Milo e Dohko haviam informado todos sobre o que foi conversado, deixando de fora o fato dos Lightwoods terem sido do Círculo e sobre a maldição.- Portanto, agora que ele voltou do mundo dos mortos, ele veio procurando por ela. Talvez ele queira que eles fiquem juntos.
- Tipo, eu duvido que ele queira que eles fiquem "juntos", caso contrário não mandaria um demônio Ravener para o apartamento dela.- Diz Alec, que apareceu somente no momento em que a comida era servida, ninguém perguntou onde ele estava e ele nem deu a informação. Ele estava ao lado de Milo e evitava olhar para Clary.
- Esse não seria o meu jeito.- Diz Milo concordou.- Primeiro flores e doces, depois uma carta de desculpa e por último, um demônio devorador, nessa ordem!
- Gostei das flores e dos doces, você podia mandar pra mim, Milo!- Diz Saori.
- Alguém quer me dizer o que ela ta fazendo aqui?- Pergunta Alec.
- Vim passar uns dias com meu priminho.- Saori se agarra mais ao loiro que parecia não se importar.
- Talvez ele tenha enviado flores e doces, ninguém sabe.- Diz Isabelle ignorando totalmente o trio.
- Isabelle...- Diz Dohko.- Este é o homem que espalhou destruição em Idris, que colocou os Caçadores das Sombras contra os Downworlders, acho improvável que ele mande flores ou doces.
- Só se for envenenado.- Diz Milo.
- Isso é tipo sexy.- Diz Isabelle.- Do modo mau.
- Mas o que é que Valentine iria querer com a Taça?- Pergunta Shura.
- Ele poderia fazer um exército!- Diz Clary.- Vocês podem usar a Taça?- Pergunta se virando para Dohko.
- Sim.
- Então Valentine apenas anda pela rua e pára um cara, o transformando em Caçador das Sombras? Só com a Taça?
- Será que funcionaria em mim?- Pergunta Shura.
- Talvez sim, mas provavelmente você está velho demais. A Taça só funciona com crianças. Em um adulto, ela pode causar alguma mutação ou simplesmente matá-lo.
- Um exercito de crianças.- Isabelle diz suavemente.
- Mas por pouco tempo, crianças crescem rápido, tão logo não seriam mais úteis.- Diz Milo.
- Para se criar um Nephelin, deve se ter um duro teste de resistência, coisa que Valentine não teria tempo de fazer. Provavelmente ele iria utilizar a taça em qualquer criança e usar os vinte por cento de sobreviventes para fazer seu exército e atacar a Clave.- Diz Dohko.
- Como você sabe que ele faria isso?- Pergunta Alec, tão horrorizado quanto Clary.
- Porque esse era o plano dele quando estava no Círculo.- Diz Dohko.- Ele dizia que era a única maneira de construir um tipo de força necessária para manter o mundo limpo.
- Mas isso é assassinato!- Diz Isabelle.
- Ele disse que era um mal necessário. Que nós tínhamos feito um mundo seguro para os humanos por mil anos, e agora era a vez de o reembolsar com seu sacrifício.
- Sacrificar seus filhos?- Milo estava revoltado.- Mas isso vai contra tudo que supomos ser! Proteger os indefesos, salvaguardar a humanidade.
- Valentine estava louco!- Dohko disse.- Brilhante, mas louco! Ele estava cego em matar demônios e Downworlders. Nada além de tornar o mundo puro. Ele teria sacrificado seu filho para isso e não entendia porque ninguém faria o mesmo.
- Valentine tinha um filho?- Pergunta Alec.
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Mais confusão nesse capitulo! E como sempe, termino em uma parte emocionante! (apanha)
Esse Church é um charme não? Adoro o jeito Garfield dele!
Continuem acompanhando e review please! xD
bjnhos x3
