Saint Seiya não me pertence... Mas se pertencesse, Seiya ia sofrer tanto...u.u Créditos ao tio Kurumada...

Créditos à Cassandra Clare.

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A tosca aqui pulou um capitulo ao postar e só reparei hoje ao reler a fic para ver se me empolgo novamente... Bom, aqui ta um calor do cão(frio do cão pra quem ta no Brasil) e eu ODEIO calor x.x Ainda mais grávida... Estou no sexto mês e ainda não sei o sexo porque meu baby sempre fecha as perninhas...T-T mas meu instinto de mãe diz que é uma menina! Vamos ver né...

Bom, mas vamos ao capítulo! Peço desculpas à todos, já que a fic ficou sem sentido... Vou tentar tomar cuidado na próxima vez...

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Uma bela pessoa esbelta estava na porta olhando com curiosidade para eles.

- Magnus? Magnus Bane?- Isabelle tratou logo de mostrar um sorriso.

- Esse seria eu... - Diz a pessoa.

- É uma mulher? - Pergunta Saori.

- Sou tão belo quanto uma mulher, não é à toa que muitos me chamam de Afrodite. - Diz com um sorriso branco. Tinha os cabelos longos e prateados caindo em uma cascata lisa sobre os ombros, metade dele presos para trás por uma presilha. Vestia calças pretas e uma jaqueta sem mangas coberta de fivelas de prata. Tinha uma máscara de guaxinim de glitter em volta dos olhos e um batom azul nos lábios. Ele passou os dedos finos e delicados nos cabelos e olhou para eles. - Crianças Nephelins... Não me lembro de ter convidado vocês.

- Mas eu tenho um convite! - Isabelle acena o papel como se fosse uma bandeira branca. - E esses, são meus amigos. - Diz indicando o resto do grupo com um grande acenar de braço.

- Eu devia estar bêbado. - Diz Magnus arrancando o papel das mãos de Isabelle e olhando com um monótono desgosto. - Entrem, entrem, mas tentem não matar nenhum dos meus convidados! - Diz dando passagem.

Isabelle pegou o convite de volta, Milo o encarou de cima para baixo.

- Mesmo se um deles derrubar bebida nos meus sapatos novos?

- Mesmo isso. - Magnus puxou a estela das mãos de Milo com uma velocidade surpreendente, Clary não tinha percebido que ele estava com ela nas mãos. - E quanto a isso, tente mantê-lo na sua calça, Caçador das Sombras. - Diz enquanto empurrava a estela no bolso do jeans de Milo, que parecia envergonhado.

Magnus sorriu e subiu as escadas, deixando um surpreso Milo segurando a porta.

- Andem logo!- Diz para o resto do grupo. - Antes que alguém pense que a festa é minha.

Eles passaram por Milo rindo, apenas Isabelle ficou parada olhando para ele.

- Tente não irritá-lo ou ele não irá nos ajudar. - Disse balançando a cabeça.

- Eu sei o que estou fazendo! - Milo parecia aborrecido.

- Espero que sim!- Isabelle passa por ele em um redemoinho de saias.

O apartamento de Magnus ficava no topo de uma raquítica escada, Shura se apressou para alcançar Clary que havia se arrependido de ter colocado a mão no corrimão, havia algo grudento de um verde claro brilhante.

- Eca!- Diz Shura oferecendo sua camiseta para ela limpar a mão. - Está tudo bem? Parece distraída...

- É que esse Magnus me parece familiar...

- Será que ele estuda na St Xavier?

- Não quis dizer isso!

- É claro! Ele parece muito velho para estudar lá... Talvez ele tenha dado aulas de química no ano passado... - Shura disse sério, mas Clary acabou gargalhando.

- Estou perdendo algo engraçado?- Saori ficando entre os dois.

- Você não perdeu nada... - Diz Clary querendo chutar ela para longe. Até um dia atrás era Milo, agora Saori parecia estar interessada em Shura.

O loft era enorme e quase sem móveis, a janela que ia do chão ao teto estava com uma espessa camada de tinta, bloqueando a maior parte da luz ambiente que vinha de fora. Grandes pilares de metal e arcos com luzes coloridas, havia um bar com balcão circular e pequenas cadeiras rotatórias com estofado de couro verde escuro, uma mulher de pele arroxeada e bustiê prata misturava as bebidas ao longo do balcão, copos com conteúdos coloridos que iam do vermelho sangue à azul cianótico, passando pelo verde veneno.

Mesmo para uma bartender profissional de Nova York, ela trabalhava com uma surpreendente eficiência, talvez ajudasse o fato de ela ter dois pares extras de graciosos braços. Clary se lembrou da estátua da Deusa Kali que Luke tanto adorava.

O resto da multidão era muito mais estranho, um lindo rapaz com cabelo preto esverdeado escorrido e molhado sorriu para ela sobre um peixe cru inteiro, seus dentes eram serrilhados como os de um tubarão, ao lado dela, uma garota com o cabelo loiro sujo enfeitado com flores, os pés abaixo do vestido pareciam com os de um sapo. Havia um grupo de garotas tão brancas que Clary pensou estarem usando pó de palco, elas bebericavam um líquido vermelho um tanto grosso para ser vinho, havia um grupo de pessoas dançando alucinadamente na pista de dança, mas ela não conseguia ver a banda que tocava a música.

- Está gostando da festa? - Pergunta Magnus com um sorriso.

- Err... É alguma comemoração? - Pergunta Clary.

- O aniversário do meu gato.

- E onde ele está?

- Não sei. Ele fugiu. - Magnus sorri.

- Onde estão Shura e Saori? - Pergunta Clary.

- Na pista de dança. - Aponta Isabelle.

Realmente se podia ver os dois em meio à muitas cabeças dançantes, Shura estava dançando da maneira que ele sempre fazia, se levantava e abaixava girando seus calcanhares, Saori estava cercando ele e dançando sensualmente como uma cobra, passando os dedos no peito dele. Clary podia jurar que ela queria arrastá-lo para um canto e fazer sexo! Na verdade estavam quase tão próximos que nem precisariam ir para um canto.

- Olha... - Milo se dirigiu para Magnus. - Nós precisamos ter uma conversa em part...

- MAGNUS BANE! - A voz estridente pertencia a um homem baixo com cerca de trinta anos, sua cabeça careca e brilhante e um pontudo cavanhaque, ele apontava o dedo tremendo para Magnus. - Alguém derramou água benta no tanque da minha moto! Ela está arruinada, destruída! O tanque está todo derretido!

- Derretido? Que terrível... - Magnus diz com calma.

- Eu quero saber quem foi o responsável! - O homem mostrou os dentes, caninos afiados. Clary olhou com fascinação, não se parecia com o que ela tinha imaginado que seriam dentes de um vampiro, eles eram afiados e finos como agulhas. - Eu pensei que não haveriam homens-lobo, Bane!

- E realmente não convidei nenhuma criança da Lua. - Magnus disse vendo suas brilhosas unhas. - Simplesmente por causa dessa sua pequena e ridícula inimizade. Se algum deles resolveu sabotar sua moto, e não foram meus convidados... - Ele deu um singelo sorriso. - Não é responsabilidade minha.

- Está querendo me dizer que não fará nada? - O homem rosnou.

Magnus levantou um dedo brilhante, tão rápido que Clary não percebeu quando ele fez isso, nesse momento o rosnado do vampiro morreu em sua garganta, ele parecia estar sufocando.

- Você abusou da minha cordialidade... - Magnus diz preguiçosamente, abrindo bem seus olhos, Clary viu com espanto que a íris de seus olhos azuis claros eram fendas laterais como as de um gato. - Agora some! - Magnus abaixou o dedo e o corpo do vampiro se virou bruscamente, como se alguém o tivesse empurrado. Ele foi lançado escadas a baixo.

- Isso foi impressionante... - Assobiou Milo.

- Você quer dizer, ajustar esse assobio? - Magnus olhou para o teto. - Eu sei. Qual o problema?

Alec soltou um ruído sufocado, depois de um tempo Clary reconheceu como sendo uma risada contida, ele devia fazer isso mais vezes.

- Nós colocamos água benta no tanque daquela moto, você sabe. - Diz Alec.

- ALEC! - Diz Milo. - Cale a boca!

- Eu imaginava isso. - Magnus deu um sorriso divertido. - Pequenos bastardos vingativos, vocês hein? Sabiam que a moto era movida a energia demoníaca. Duvido que ele consiga consertar ela.

- Um sanguessuga a menos com um transporte extravagante. - Diz Milo. - Meu coração sangra... - Diz teatralmente.

- Ouvi dizer que alguns deles podem fazer suas motos voarem, é verdade? - Alec parecia se animar novamente.

- Meramente uma história de bruxa velha. - Magnus pisca seus olhos de gato. - Afinal, vocês vieram apenas estragar algumas motos de vampiros?

- Não. - Milo fica sério. - Precisamos conversar. De preferência em algum lugar privado.

Magnus ergueu uma sobrancelha. "Droga", pensou Clary.

- Estou com problemas com a Clave? - pergunta Magnus.

- Não. - Diz Milo.

- Provavelmente não. - Diz Alec. - Ai! - Diz após levar um chute no tornozelo.

- Não. - Milo diz mais uma vez. - Eu juro em nome do pacto que se nos ajudar, qualquer coisa que disser será confidencial.

- E se eu não quiser ajudar...

- Acho que uma visitinha da Cidade do Silêncio ajudaria... - Milo sorri sadicamente.

- Muito bem. - A voz de Magnus havia virado mel. - Essas são as escolhas que você me dá, Caçador das Sombras?

- Isso de forma alguma é uma escolha. - Diz Milo.

- É isso que eu quis dizer... - Diz Magnus.

- Eu vou ficar aqui de olho naqueles dois. - Diz Isabelle sumindo na multidão.

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O quarto de Magnus tinha as paredes de um vermelho vinho, as cortinas eram negras estampadas com enormes rosas vermelhas, a mesma estampa da colcha sobre o colchonete, a penteadeira era de um azul metálico cheio de potes de pintura e mais maquiagem do que a de Isabelle. Havia um vaso de vidro com uma solitária rosa negra.

- Lugar legal. - Diz Milo mexendo na cortina. - Acha que paga bem sendo alto bruxo do Brooklyn?

- Paga isso... - Disse Magnus. - A única desvantagem é que não cobre o plano dentário. - Magnus fecha a porta atrás de si. Ele cruzou os braços e encostou na porta. - Então... O que suas desonestas mentes desejam comigo?

- Não são eles. – Clary diz antes que Milo dissesse algo. - Sou eu quem quer falar com você.

- Você não é um deles. - Magnus a observa com seus olhos desumanos. - Não é da Clave, mas pode ver o mundo invisível.

- Minha mãe era da Clave. - Era a primeira vez que ela dizia isso em voz alta. - Mas ela nunca me contou sobre isso. Ela o manteve em segredo, e não sei porquê.

- Então pergunte à ela. - Diz Magnus.

- Não posso... Ela... - Clary hesitou. - Se foi.

- E seu pai?

- Morreu antes de eu nascer.

- Tal como Oscar Wilde disse uma vez "Perder um dos pais é uma tragédia, perder os dois é descuido". - Magnus disse irritadamente.

- Minha mãe não morreu! - Diz Clary. - Ela foi tirada de mim! Por Valentine.

- Não conheço nenhum Valentine. - Magnus disse, mas seus olhos piscaram como uma chama ondulante, ele estava mentindo. - Sinto muito por sua trágica circunstância, mas não sei como posso ajudá-la. Se você pudesse me dizer...

- Ela não pode te dizer, porque ela não se lembra. - Diz Milo. - Alguém apagou as memórias dela. Então fomos a Cidade do Silêncio para saber o que os Irmãos poderiam descobrir, havia duas palavras, pode adivinhar o que elas eram?

Houve um breve silêncio, até Magnus olhar para eles e um sorriso torto brotar em seus lábios.

- A minha assinatura. - Disse amargamente. - Eu sabia que era loucura quando fiz isso, um ato de arrogância.

- Você assinou minha mente? - Clary disse descrente.

Magnus levantou sua mão, traçando flamejantes letras no ar. Quando ele baixou sua mão, elas perduraram no ar, quentes e douradas, fazendo as linhas de seus olhos se iluminarem com a luz refletida, Magnus Bane.

- Estou orgulhoso do meu trabalho em você. - Ele disse lentamente, olhando para Clary. - Tão limpo, tão perfeito. Qualquer coisa que você visse, iria se esquecer de ter visto, uma simples fada ou gnomo, ou um monstro cheio de tentáculos. Nada iria atrapalhar seu inocente sono mortal. Do jeito que ela queria.

- Do jeito de quem? - A voz de Clary era fina com a tensão.

Magnus suspirou, as letras flamejantes apagaram e foram mandadas para longe como cinzas. Ele olhou para ela, Clary sabia o que ele iria dizer, não estava surpresa. Ela no fundo queria que fosse mentira, ela recebeu aquelas palavras como um duro golpe no coração.

- Sua mãe...

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Isabelle se aproximou do bar, sentando em um dos bancos de frente para a pista de dança, odiava ter que dar uma de babá, ainda mais para um mundano e aquela pirralha mimada.

- O que uma Caçadora das Sombras faz por aqui? - Diz uma voz feminina.

Isabelle olhou surpresa para o lado, ela não havia percebido que havia alguém no banco sentada ao seu lado, era uma bela jovem de pele alva e delicada, cabelos vermelhos e vivos, flutuando no ar como uma chama, ele estava todo coberto por pequenas flores brancas, em vez de enfeites, elas pareciam florir ali. Estava vestida toda de branco, o peito parecia explodir no justo espartilho branco todo enfeitado com pequenos bordados em prata, a calça de couro era justa e as botas de bico fino eram de fivelas. Delicadas asas de borboleta transparentes como vidro soltava um pó colorido e brilhante à medida que se movia graciosamente em suas costas.

- Uma fada. - Diz Isabelle.

- Seelie, ao seu dispor. - A outra vira os olhos felinos de um verde folha brilhante, os cílios longos e vermelhos tinham pequenos botões nas pontas, ela sorriu com seus dentes branquíssimos, os lábios estavam tão vermelhos quanto seus cabelos. - Camus...

Isabelle devia estar muito distraída para não ter percebido a presença de um ser tão lindo, um elfo com certeza, as orelhas pontudas não o deixavam mentir, tinha os cabelos longos, lisos e azuis petróleo, tinha um rosto lindo e fino.

- Mademoseille... - O rapaz entrega à Isabelle uma taça de cocktail contendo um líquido lilás turvo. Além de lindo era francês... "Perfeito", pensou Isabelle.

A morena pegou a taça e cheirou o conteúdo, um leve aroma de frutas silvestres, ela olhou desconfiada para a fada que esperava ela tomar um gole.

- Não se preocupe minha criança, isso não é nada alucinógeno, apenas algumas flores silvestres. - Sorri Seelie.- Ainda não me disse seu nome.

- Isabelle... - Diz a morena, sorvendo um pouco do líquido, ele era deliciosamente adocicado. - Seu nome, Seelie, não me é estranho...

- A senhorita está em frente à Rainha das Fadas, Seelie Viverenne. - Diz Camus, frio e secamente, ele parecia não ter sentimentos.

- Oh! Rainha Seelie... - Isabelle abaixa a cabeça em sinal de respeito. - O que uma pessoa tão importante faz em um lugar como esse?

- Negócios minha querida. - Sorri Seelie bebericando sua bebida, de um rosa transparente e borbulhante, cheio de pequenas flores azuis. - Além de que, gosto das festas que Magnus dá, apear de estar infestado de Crianças das Trevas. - Ela diz com um pouco de desdém.

- Majestade, a carruagem está pronta. - Diz uma garota de cabelos verdes e braços semelhantes a galhos de árvore.

- Obrigada Cléa. Foi um prazer conhecê-la Isabelle, espero podermos nos encontrar mais vezes. - Diz Seelie se levantando com a ajuda de Camus.

O elfo olha para Isabelle com seus olhos azuis e frios como blocos de gelo, após uma reverência some na multidão atrás de Seelie e Cléa.

Isabelle vê que a Rainha das fadas havia deixado uma folha prateada em cima da mesa, era uma maneira de entrar em contato com o Reino das Fadas.

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- Minha mãe fez isso comigo?- Clary exigiu, mas sua surpresa indignação não soava convincente, nem mesmo para suas próprias orelhas. Ela olhou para os lados e viu pena nos olhos de Milo, e até mesmo Alec que tinha adivinhado, parecia lamentar por ela.- Mas porquê?

- Eu não sei. - Magnus esticou suas mãos.- Não é o meu trabalho fazer perguntas. Eu apenas faço o que sou pago para fazer.

- Dentro dos limites do Pacto. - Lembrou Milo, sua voz era suave como o pêlo de um gato.

- Dentro do limite do pacto é claro. - Magnus inclinou sua cabeça.

- Então o Pacto está de acordo com isso? Essa violação mental? - Pergunta Clary amargamente. Diante do silêncio de todos, ela se afundou na cama de Magnus. - Foi apenas uma vez? O que ela especificamente queria que eu esquecesse? Você sabe de alguma coisa?

- Não espero que você entenda. - Diz Magnus andando até a janela. - A primeira vez que te vi, você tinha apenas dois anos, eu a vi por essa janela. Ela carregava algo embrulhado em um cobertor, me assustei quando ela bateu em minha porta. Parecia tão normal, tão jovem. - A lua tocou seu rosto afilado com prata.

- Ela desenrolou o cobertor quando chegou na minha porta, te colocando no chão. Você logo foi circulando por aí, mexendo nas coisas e puxando o rabo do meu gato, você gritou feito um espírito quando ele te arranhou. Eu perguntei a sua mãe, se você era parte espírito, ela não riu. - Ele pausou por um momento, todos olhavam ele intensamente, até mesmo Alec. - Ela me disse que era uma Caçadora das Sombras, ela não tinha motivos para mentir sobre isso, era possível ver as marcas nela, apesar de antigas, pareciam cicatrizes prateadas. - Ele esfregou a maquiagem do olho. - Ela me disse que esperava que você tivesse nascido com o olho cego para o Círculo, alguns Caçadores das Sombras tem que ser ensinados a ver o submundo. Mas ela havia pegado você provocando uma fada na cerca. Então ela me perguntou se poderia ocultar de você a Visão.

Clary fez um pequeno barulho, uma dolorosa exalação de ar, Magnus continuou sem remorso.

- Eu disse a ela que incapacitar essa parte de você poderia te danificar, deixá-la louca. Mas ela não chorou. Ela não é o tipo de mulher que chora com facilidade. Ela me perguntou se não havia outra maneira, e eu disse a ela que poderia fazer você esquecer aquelas partes do Submundo que você podia ver, mesmo as vendo. Mas que ela deveria te trazer de dois em dois anos, quando os resultados do feitiço começavam a perder o poder.

- E ela veio?- Perguntou Clary.

- Eu vi você a cada dois anos desde que te vi pela primeira vez. - Magnus acenou. - Eu vi você crescer. Você é a única criança que eu vi crescer desse jeito, você sabe. Em meu negócio não é geralmente bem vindo estar em torno de crianças humanas.

- Então você reconheceu Clary no momento em que entramos? - Pergunta Milo. - Você deve ter reconhecido!

- Claro que reconheci. - Magnus soou exasperado. - Foi um choque! Mas o que eu poderia fazer? Ela não me reconheceu, e de fato não era para reconhecer. Mas uma vez que ela estava aqui era sinal de que o feitiço estava perdendo o poder. Eu liguei para Jocelyn depois que voltei da Tanzânia, mas ela havia dito que vocês tinham tido uma briga feia e você saiu. Ela disse que ligaria quando você voltasse. - E em um elegante encolher de ombros. - Mas ela nunca ligou.

- Eu não posso retirar isso de você. - Magnus parecia desconfortável.

- Como assim não pode? - Milo pergunta. - A Clave exige que você...

- Eu não gosto que me digam o que fazer, pequeno Caçador das Sombras!- Magnus olhou para ele friamente.

Clary podia ver o quanto Milo estava furioso ao ser chamado de "pequeno", mas antes que ele pudesse dizer algo, Alec se pôs na frente.

- Você não sabe como reverter isso? - Alec pergunta calmamente. - Eu digo, o feitiço?

- Retirar um feitiço é muito mais complicado do que criar ele, para começar. A complexidade desse, o cuidado que coloquei tecendo ele, qualquer pequeno erro, poderia danificar sua mente permanentemente. Além de que... - Ele adicionou. - Ele começou a sumir. Logo o efeito será varrido por completo.

- Então eu terei minhas lembranças de volta? - Pergunta Clary. - Qualquer que seja os que eu tenha perdido.

- Eu não sei. Elas podem voltar de uma só vez, ou de pouco em pouco. Ou talvez nunca voltem. O que sua mãe me pediu para fazer era único em minha experiência. Eu não sei o que pode acontecer.

- Mas eu não quero esperar. - Clary fechou firmemente suas mãos em seu colo, os dedos tão apertados, que as pontas deles ficaram brancas. - Toda minha vida eu senti que havia algo errado comigo, algo faltando... Agora eu sei...

- Não quero te prejudicar. - Era a vez de Magnus interromper, seus lábios se ergueram raivosamente, mostrando dentes brancos. - Todo adolescente sente assim, como se tivesse algo errado ou quebrado, a realeza nascida no meio de camponeses. A diferença é que você realmente é diferente. Talvez não melhor, mas diferente. E não é nenhum piquenique ser diferente. Você quer saber o que é quando seus pais são bons religiosos e você nasce com a marca da besta.

Magnus apontou para seus olhos, dedos estirados.

- Quando seu pai recua a visão de você e quando sua mãe se esconde de si mesma no celeiro, ficando louca por aquilo que ela tinha feito? Meu pai tentou me afogar no riacho quando eu tinha dez anos, eu bati nele com toda a força e ateei fogo em seu corpo. Fui para os padres, eventualmente, para o santuário. Eles me esconderam. Eles disseram que piedade era uma coisa amarga, mas melhor que o ódio. Quando eu descobri o que eu realmente era, metade humano, me odiei! Tudo era melhor do que ser aquilo.

Houve um silêncio quando Magnus terminou de falar, para a surpresa de Clary, foi Alec quem falou.

- Você não tem culpa. - Disse Alec.- Você não pode fazer nada por ter nascido como é.

- Eu estou acima disso. - A expressão de Magnus era fechada.- Eu acho que queria dar meu ponto de vista. Diferente não é melhor, Clarissa. Sua mãe estava tentando te proteger. Não jogue isso na sua cara.

- Eu não me importo de ser diferente. - Diz Clary, relaxando as mãos.- Eu apenas queria saber quem eu sou.

Magnus jurou em uma língua que Clary não conhecia, soou como chamas estalando.

- Tudo bem. Eu não posso retirar o que fiz, mas posso te dar algo a mais. Algo que deveria ser seu, caso tivesse sido levantada como uma verdadeira criança Nephelim. - Ele andou largamente para o outro lado do quarto e puxou da estante um pesado livro encapado com verde apodrecido. Ele lançou através das páginas, derramando poeira e pedaços de panos empretecidos. As páginas eram finas, quase um translúcido pergaminho como casca de ovo. Cada uma, marcada com uma gigante runa preta. A sobrancelha de Milo ergueu.

- Isso é uma cópia do Livro Cinza? - Pergunta Milo, Magnus não respondeu.

- Dohko tem um desses. - Diz Alec. - Ele me mostrou uma vez.

- Ele não é cinza. - Clary se sentiu compelida a apontar isso. - É verde.

- Se houver semelhante coisa quanto expressão literal, você estaria morta na infância. - Disse Milo limpando a poeira da bancada da janela, sentando nela. - "Gray" é abreviação para "Gramarye". Que significa "mágico, sabedoria escondida", que é copiada as runas que o Anjo Raziel escreveu no livro original do Pacto. Não há muitos exemplares, cada um tem que ser especialmente feito. Algumas runas são tão fortes que elas queimam nas páginas regulares.

- Eu não sabia disso... - Diz Alec surpreso.

- Nem todos dormem na aula de história. - Milo cruzou as pernas.

- Eu não...

- Sim, você dorme. E ainda por cima, baba em cima da mesa!

- Calem a boca. - Magnus diz suavemente. Ele enganchou seus dedos entre duas páginas do livro e se aproximou de Clary, colocando o livro sobre seu colo. - Agora, quando eu abrir o livro, eu quero que estude a página. Olhe para ela até que sinta algo mudar em sua mente.

- Isso vai doer? - Clary perguntou nervosamente.

- Todo conhecimento machuca. - Diz Magnus, abrindo o livro. Clary olhou para baixo, para a página branca com uma grande runa preta derramada sobre ela. Parecia um espiral alado, então ela inclinou a cabeça para ver melhor, agora elas pareciam um grupo de curvas em volta de uma videira. Os mutáveis cantos do padrão fizeram cócegas em sua mente, como uma pena deslizando sobre a pele sensível. Ela sentiu o tiritante cintilar da reação, fazendo ela querer fechar seus olhos, mas ela os manteve abertos até começarem a picar e a desfocar. Ela estava prestes a piscar os olhos quando sentiu aquilo, um clique em sua mente, como uma chave girando em uma fechadura.

A runa parecia saltar da página, Clary logo pensou na palavra "Recordar", se a runa fosse uma palavra, seria essa, ela não conseguia imaginar outra palavra que pudesse se encaixar melhor que essa. Era a primeira memória de criança, as luzes caindo através das barras do berço, se lembrou do cheiro da chuva e da rua da cidade, a dor da perda não esquecida, a dor aguda da humilhação relembrada, e dos cruéis esquecimentos dos velhos, quando as mais antigas das memórias aparece com agonizante e clara precisão.

Com um pequeno suspiro, ela virou a página e mais outra, uma após a outra, deixando as imagens fluírem em sua mente. Tristeza. Pensamento. Proteção. Graça. Força. E então ela lamentou em surpresa repreensão quando Maguns retirou o livro de seu colo.

- Já chega. - Magnus desliza o livro de volta a prateleira, limpando a poeira na calça preta, deixando estrias em cinza. - Se você ler todas as runas de uma só vez, terá dor de cabeça.

- Mas...

- A maioria das crianças Caçadoras das Sombras aprendem uma runa ao final de um tempo, a cada período de anos. - Diz Milo.- O livro cinza contém runas que nem eu mesmo sei.

- Imagine só isso. - Diz Magnus, Milo ignorou.

- O Magnus mostrou a você as runas do Entendimento e da Recordação. Isso irá te ajudar a reconhecer o resto das Marcas. - Diz Milo.

- Também pode servir de gatilho para ativar memória latentes. - Diz Magnus.- Elas podem retornar a você mais rapidamente do que de outras formas, é o máximo que eu posso fazer.

- Ainda não lembro nada sobre a Taça Mortal... - Clary olha para seu colo.

- Então era isso? - Magnus estava atônito. - Vocês estão atrás da Taça do Anjo? Olhe, eu já olhei em sua mente e não há nada sobre os Instrumentos Mortais!

- Instrumentos Mortais? - Clary pergunta confusa. - Eu pensei que...

- O Anjo Raziel deu três instrumentos para o primeiro Caçador das Sombras, uma espada, uma taça e um espelho. - Diz Milo. - Os Irmãos do Silêncio têm a espada, a taça e o espelho estavam em Idris, pelo menos até Valentine aparecer.

- Ninguém sabe onde o Espelho está. - Diz Alec. - Ninguém sabe há anos...

-É a Taça que nos preocupa. - Diz Milo. - Valentine está atrás dela.

- E vocês querem chegar a ela, antes que ele o faça? - Magnus ergueu uma sobrancelha.

- Você não tinha dito que não sabia quem ele era? - Pergunta Clary.

- Eu menti. - Magnus admitiu candidamente. - Eu não sou bobo, você sabe. Eu não sou obrigado a ser sincero. E só um idiota vai ficar entre Valentine e sua vingança.

- É disso que você acha que ele está atrás? Vingança? - pergunta Milo.

- E do que mais pode ser? Ele sofreu uma terrível derrota e ele dificilmente parece ser o tipo de homem que aceita uma derrota graciosamente.

- Você estava na Revolta? - Alec olha duramente para Magnus.

- Sim, eu estava. E matei muitos de seu povo.

- Membros do Círculo. - Corrige Milo. - Não nossos...

- Se você insiste em negar aquilo que é horrível sobre o que você faz... - Magnus diz ainda olhando para Alec. - Então você nunca irá aprender com seus erros.

- Você não parece surpreso em ouvir falar que Valentine está vivo. -Diz Alec evitando olhar para Magnus, puxando a coberta para esconder as mãos, seu rosto enrubesceu em um vermelho infeliz.

- E você? - Magnus esticou suas mãos.

Milo abriu a boca, mas acabou a fechando sem soltar nenhum som, parecia confundido.

- Então você não vai nos ajudar a encontrar a Taça Mortal?

- Não iria, se pudesse. - Diz Magnus. - O que a propósito eu não posso. Eu não sei onde ela está e nem quero saber. Como disse, apenas um tolo iria querer saber.

- Mas sem a Taça nós não podemos... - Alec se sentou ereto.

- Fazer mais de vocês. Eu sei. - Diz Magnus. - Talvez nem todos considerem uma catástrofe aquilo que vocês fazem. Veja bem, se eu tiver que escolher entre a Clave e Valentine, eu escolheria a Clave. Eles com certeza não querem o fim de minha espécie. Mas nada que a Clave fez até agora conseguiu ganhar inabalável lealdade. Agora se já terminamos por aqui, eu posso voltar para a festa, antes que os convidados resolvam comer um ao outro?

Milo estava abrindo e fechando a mão, parecia estar prestes a dizer algo furioso, mas Alec apertou seu ombro, o fazendo parar.

- Você está bem? - Milo pergunta para Clary.

- Eu acho que sim... Não sinto nada diferente... - Diz Clary pensativamente.

- Mexam-se adolescentes! - Magnus estava batendo os dedos impacientemente na borda da porta. - O único que pode ter os afagos em meu quarto é meu magnífico eu.

- Afago? - Clary estranhou a palavra.

- Magnífico? - Milo parecia estar apenas provocando. Magnus rosnou algo que significava um "SAI".

Eles saíram do quarto, Magnus trilhando o caminho atrás deles. Podia ser apenas impressão de Clary, mas ela via a festa com olhos diferentes, tudo parecia mais claro e brilhante, ainda havia um grupo de pessoas dançando ao som de um grupo que ocupava um canto da sala, vestiam roupas fluídas em ouro, roxo e verde, e tinham as vozes altas e etéreas.

- Odeio banda de fadas. - Resmunga Magnus.

- Onde está Isabelle e Saori? - Pergunta Milo.

- Oh! Shura! - Clary havia esquecido completamente de seu amigo.

- Achei eles! - Alec parecia aliviado, acenando a mão para eles. - Aqui! E cuidado com o phouca.

- Cuidado com o phouca? - Milo estranhou, olhando para um homem magrelo de pele castanha em um colete verde estampado que olhou para as meninas pensativamente quando passaram ao lado dele.

- Ele me deu um beliscão quando passei perto dele mais cedo. - Alec disse duramente.- Em uma área grandemente pessoal!

- Eu odeio cortar você, mas se ele estava interessado em uma área grandemente pessoal sua, ele dificilmente vai querer algo com elas. - Diz Milo.

- Não necessariamente. - Diz Magnus. - O povo das fadas não são específicos.

- Você ainda está aqui? - Milo olha para Magnus.

Antes que Magnus pudesse dizer algo, Saori estava em cima deles, com o rosto levemente rosado e cheirando a álcool.

- Alec! Milo! Onde vocês estavam? Estava procurando vocês! - Disse desesperadamente.

- O que aconteceu? E Shura? - pergunta Clary.

- Ele é um rato! - Diz a garota.

- Essa garota está dizendo isso desde que a encontrei! Está bêbada! - Diz Isabelle.

- Não estou bêbada! - Saori disse indignada. - Talvez um pouco...

- Cadê o Shura? Fala logo! - Clary estava preocupada.

- Ele bebeu um daqueles drinks azuis... Eu disse para ele não beber... Aí ele virou um rato...

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