Notas da Autora

Oie!

Quero dar 2 recados rapidinho antes de vocês lerem essa oneshot: Tem duas oneshots que vocês perceberão referências: Inocência e Proteção.

Há também trechos da longfic "The Massacre" (com a diferença que em The Massacre, o Satoshi existe em nossos corações, e aqui não, pois queria ser 100% fiel).

Boa leitura, e espero que gostem!


Capítulo 1 - Capítulo Único

A neve ainda podia ser vista no topo das montanhas através das grandes árvores da floresta do País do Fogo.

Mesmo com poucos dias, a primavera já mostrava-se presente; seja no indício do desabrochar das cerejeiras, seja nas ervas medicinais que Sakura ocupava-se em colher.

"Sasuke-kun", Sakura chamou o marido, concentrada demais no que estava fazendo, "Guarde essa também, por favor, quero aproveitar para pegar todas que estão aqui".

"Achei que estivessem jovens demais para serem colidas", Sasuke não entendia tanto de ervas medicinais como Sakura, é claro, mas ele havia convivido o suficiente com a esposa para entender que algumas espécies precisavam desabrochar por completo para serem usufruídas.

Vendo Sakura tão concentrada no que fazia, ele sabia que precisaria de muito para chamar sua atenção, mesmo com seus instintos shinobi aguçados. Sasuke não conseguia segurar um sorriso de canto sempre que via-a daquela forma, e somando àquilo, havia o fato dela estar usando o anel que ele lhe dera há anos atrás — o brilho do rubi reluzia por conta dos feixes solares que atravessavam entre as árvores, destacando-se em suas delicadas mãos.

Sakura não usava o anel com frequência quando ele lhe dera, e ele entendia muito bem que aquele acessório a atrapalhava quando no hospital. Agora que ambos estavam em uma viagem sem rumo, fazendo pequenas missões aqui e ali, Sakura usava o anel, e ele não deixara de notar que antes mesmo deles deixarem Konoha, ela já estava com ele em mãos, como se aguardasse tão logo usá-los — fazendo-o sentir-se quente por dentro.

Ele sabia que era bobo e irracional — pois ambos já estavam juntos há 20 anos — mas ele sempre se sentia preenchido por saber que um pequeno acessório, como aquele anel feito com seu próprio chakra, a deixava empolgada e orgulhosa de usar.

"Não há necessidade nesse caso. O que importa nas bougainville é a casca do seu caule, não a flor em si. Você está acostumado a me ver usando as pétalas, mas nesse caso, a bougainville é útil para se produzir algumas enzimas no laboratório como—", Sakura estava em seu modo Iryō-nin, tão absorta nas propriedades da planta que falava como se ministra-se uma aula, "Como enzimas que podem ativar somente células saudáveis de nosso organismo, aquelas não infectadas por DNA danoso, sabe? Elas auxiliam no controle de radicais livres em células cancerígenas, por exemplo. Elas são mais comuns no País da Cachoeira, raríssimas vezes que as encontrei no nosso território—aqui, só mais essa", levantando-se do monte de grama, Sakura rapidamente limpou os joelhos — cheios de gosma verde — e só então notou como o marido a olhava.

"O que foi?", ela perguntou, tombando a cabeça para o lado, enquanto arrumava a alça de sua mochila.

Sasuke se limitou a responder, virando-se rapidamente com a cesta cheia de bougainville, também ajeitando sua mochila.

"Qual a graça?", ela arqueou a sobrancelha, não deixando de ignorar sua reação anterior. Ela tinha certeza que vira um pequeno sorriso em seu rosto quando virou-se para ele há momentos atrás.

"Não sei do que está falando", ele deu de ombros, o que a fez bufar e passar por ele, indo em direção a mesma trilha que antes seguiam.

Mas ela não chegou a dar nem 2 passos além, pois Sasuke havia a segurado pelo braço, e sem sem ela perceber, ele já invadia seu espaço pessoal — rondando-a com seu único braço.

"Se quer saber, eu só gosto disso", ele soprou em seu rosto, seus lábios perigosamente próximos dos seus.

"Disso o quê?", ela conseguiu responder, mesmo que ainda sentisse a mente paralisada devido a proximidade íntima tão de repente.

Sua pergunta era retórica, pois agora ela sabia exatamente do que ele falava.

"Você sabe", ele respondeu, com um sorriso singelo, e atrevidamente dera um selinho em seus lábios antes de soltá-la e seguir caminhando para a trilha — como se não a tivesse deixado sem ar e totalmente excitada naquele exato momento.

Sakura ficou parada por alguns segundos, impregnada pela proximidade e o cheiro que Sasuke exalava. Ela sabia que ele falava de sua palestra sobre ervas, pois Sasuke já lhe dissera que gostava de quando a via empolgada com as coisas que ela gostava, mas ter aquela afirmação novamente, após tantos anos, a pegara desprevenida.

Sasuke-kun… mesmo após tantos anos…

Inconscientemente, Sakura tocou sua testa — algo que costumava fazer em momentos íntimos como aquele.

—Ploft, proft!

Foi somente um bater de asas pairando em sua cabeça que a fez voltar a si.

Tão logo o sorriso domou seu rosto, tão logo ele se desfez.

O falcão nada carregava consigo.

"Shanaroo", ela soltou derrotada, notando o vazio do pequeno caixote que o falcão carregava.

"Nada de Sarada?", Sakura não havia notado Sasuke se aproximando novamente, fazendo com que acabasse dando um pequeno salto em surpresa — assustando o falcão pousado em seu braço, fazendo-o com que ele voasse de seu braço para pousar na de Sasuke.

Mesmo com a muleta, Sasuke possuía disposição como qualquer outro ninja de sua idade, esticando o braço em cima da muleta, e facilitando a pousada de seu falcão em seu único braço. Ambos seguiam viagem em seu ritmo, pois a muleta dificultava sua velocidade na caminhada, porém, Sasuke tinha a mesma stamina para longas caminhadas como sempre teve.

Nenhum dos dois tinham pressa, pois aquela viagem, diferente da que eles fizeram há anos atrás — uma missão — não era nenhum tipo de compromisso para com o País do Fogo. Era uma viagem sem rumo, sem hora ou dia marcado.

Claro, os problemas pareciam sempre procurar por eles, e por várias vezes, ambos se pegavam em pequenas missões não só para o País do Fogo, como para outras nações. Por diversas vezes, ambos se pegavam passando dias e até semanas em um mesmo vilarejo — totalmente esquecido pelo próprio país administrativo — para ajudar os cidadãos locais com qualquer que fosse o problema; uma praga, a fome ou até mesmo a bandidagem aos arredores.

Quando finalmente perceberam, a promessa de voltar antes do início do inverno para Konoha já tinha sido quebrada, e aquele era o motivo do silêncio da única filha do casal.

Sakura sabia que Sarada era uma mulher independente, e que possuía a própria vida — mesmo que ainda morasse na mesma casa. A kunoichi ia completar 19 anos no próximo dia 31 de março, e Sakura estava ansiosa para atravessarem logo o inverno que pegaram no País do Vento, e chegar a tempo de curtir o aniversário da filha.

Porém, uma conspiração na capital de Suna havia feito com que Sakura fosse necessária no Hospital Principal para cuidar de diversos feridos — de ninjas a civis — e Sasuke necessário para aprimorar a inteligência comandada por Kankurou.

Pois não havia como eles negarem um pedido pessoal do Kazekage.

E com isso, com o coração partido, Sakura havia enviado uma carta para Sarada, dizendo que eles não conseguiriam voltar para Konoha antes do inverno como prometido, mas que fariam de tudo para chegar a tempo para seu aniversário no início da primavera.

O silêncio foi tudo o que Sakura recebera.

E aquilo a corroía por dentro.

Sarada nunca havia a ignorado daquela forma antes, nem mesmo em suas piores brigas, quando a mesma passava por um período rebelde na adolescência.

Mas também…

…Sakura nunca antes quebrara uma promessa feita para a filha.

E pela quarta vez desde que deixaram Suna em direção a Konoha, o falcão voltava vazio, mostrando claramente que Sarada havia recebido a carta, mas não perdera o tempo de respondê-la.

Sakura sabia que as cartas chegavam até ela, pois aquele falcão pertencia a Sasuke, e somente os três usufruíam de seus serviços — ou Naruto, seu melhor amigo e também Hokage, quando era necessário que informações confidenciais chegassem até ele.

"Talvez ela só não teve tempo de responder", Sasuke tentou argumentar, odiando ver como aquilo afligia a esposa.

Por algumas semanas, Sasuke não sabia exatamente como agir perante ao fato, pois nunca antes ele passara por algo parecido. Sarada sempre fora carinhosa, altruísta e generosa, traços totalmente herdados de sua mãe. Ele não conseguia pensar em qualquer motivo para o enorme gelo da filha com a mãe, mesmo que eles não tivessem cumprido a promessa de retornarem antes do início do inverno, Sarada sabia muito bem como era a vida de um shinobi quando o dever chamava.

E foi exatamente pensando nisso que Sasuke resolveu agir quando a terceira carta de Sakura fora ignorada.

Sasuke pensara em muito e em nada ao mesmo tempo, imaginando o que ele poderia escrever para Sarada, para tentar colocar um pouco de juízo na filha e convencê-la a responder as cartas da mãe.

Mas depois de horas pensando, tudo o que ele conseguiu foi enviar um enorme pergaminho com uma única frase:

"Sarada, sua mãe não merece seu silêncio".

Claro que fora inútil, pois o falcão com nenhuma carta já era a resposta.

Sarada também estava ignorando-o.

E aquilo afligia-o também, mas ele não queria demonstrar para Sakura.

Não era uma aflição sobre pressentir algo de errado, pois ambos sabiam que Sarada estava muito bem, pois fora Naruto a dar-lhes notícias da filha — e em seguida, perguntando o motivo dele perguntar de Sarada para ele, e não a própria, assunto que fora totalmente ignorada por Sasuke.

Sarada estava magoada com algo, e qualquer que seja o motivo, eles só poderiam resolver aquilo quando vissem a filha cara a cara.

"Talvez tenha razão", Sakuta tentou ser prática, mas o sorriso falso em seu rosto não era convincente, "Vamos antes que escureça, ainda dá tempo de chegarmos em casa antes de anoitecer".

Libertando o falcão, Sasuke aguardou até que Sakura caminhasse em direção a ele, para que então, seguissem direto aos portões de Konoha.


"Tem ovos", Sakura enfim disse, "O que acha de eu fazer waffles?".

Há poucas horas ambos haviam chegado em casa…

…deparando-a com a mesma vazia.

Mesmo com a falta de comida na geladeira e roupas sujas no cesto, Sakura imaginava que Sarada estava em missão próxima da aldeia, pois os ovos na geladeira não pareciam estar lá por mais do que 7 dias.

"Sim", Sasuke respondeu simplesmente, os cabelos ainda molhados após tomar um banho quente, "Sarada não está longe, eu vi um mapa no quarto dela, e bem…", Sasuke parecia relutante se falaria ou não para Sakura, com medo do que a esposa acharia sobre ele bisbilhotando a filha, mas no fim, resolveu compartilhar, "Eu posso sentir o chakra dela pelas redondezas, ela está chegando em casa".

"Você consegue dizer isso somente pelos brincos dela?", Sakura não interpretou aquilo como bisbilhotar, mas parecia estufada pela informação, fazendo com que Sasuke suspirasse em alivio, "Anata, por quantos quilômetros você consegue nos sentir através do seu próprio chakra?". Sakura sabia que Sasuke conseguia encontrar a ela e a Sarada se estivesse em um mesmo ambiente, como a casa deles por exemplos, devido ao anel em seu dedo anelar e os brincos que ele presenteara a Sarada — ambos feito com seu próprio chakra — quando a mesma fora promovida a Chunin aos 13 anos.

"Talvez por uns 20 ou 30 quilômetros", ele respondeu como se aquilo não fosse nada, fazendo com que Sakura risse de sua falta de interesse em si próprio.

Suspirando satisfeita, Sakura pegou os ovos na geladeira, e começou a unir os ingredientes para os waffles, pensando também, que Sarada chegaria faminta de onde quer que estivesse vindo.

"Amanhã cedinho irei ao mercado, imagino que Sarada não fazia tantas compras por ficar sozinha em casa", ela disse enfim, concentrada em seus afazeres.

Não muito tempo depois, ambos ouviram a porta da frente se abrir, e o susto de sua primogênita fazer eco pelo corredor.

"Mas o quê—", Sarada quase tropeçou nos próprios pés quando retirava as sandálias ninjas ainda de pé, e com muito custo não perdeu o equilíbrio na batente da porta.

Ela provavelmente deixara várias shuriken caírem no chão, tamanho o eco até a cozinha.

Sasuke foi o primeiro a se levantar, maneando a cabeça para que Sakura continuasse a fazer o que estava fazendo. Rapidamente pegado sua muleta, ele logo alcançou a entrada da cozinha, vendo Sarada parada de frente a porta e recolhendo as armas no chão.

Vendo a forma estranha que a filha se portou quando o viu, Sasuke ficou parado sem dizer uma palavra, aguardando para ver até onde sua indiferença iria.

E mesmo com a indiferença, vê-la a sua frente fez com que seu peito se preenchesse de alegria e quietude. Céus, ele sentiu muito a falta de sua Sarada.

"Hm", ele a ouviu murmurar baixinho, e sem nem mesmo disfarçar a careta descrente, ela enfim lhe disse, "Vocês estão aqui".

Ela estava magoada.

Sasuke podia notar aquilo claramente pelo seu tom de voz.

"Moramos aqui", ele respondeu de volta.

Não era sua intenção soar grosso, mas como uma resposta simples e óbvia.

Mas para sua surpresa, os meses fora parecia fazer com que Sarada se esquecesse do seu jeito direto e sem rodeios.

"Não se preocupe, não serei incômodo", ela disse com voz estranha, ignorando-o completamente e indo em direção as escadas para o segundo andar.

"Sua mãe—".

"Eu já jantei", ela respondeu alto, já fechando a porta de seu quarto.

O que foi isso?

Sasuke não conseguiu disfarçar o 'O' com a boca em resposta ao comportamento de Sarada. Ele não sabia exatamente o que esperar, mas a indiferença em seguida da ignorância era algo que ele não sabia lidar.

Ele sabia que Sakura provavelmente ouvira o diálogo entre eles, pois mesmo com o barulho na cozinha, Sakura era uma kunoichi de ouvidos aguçados, e conhecendo-a como ele conhecia, ela estaria transtornada e a beira de lágrimas, e Sasuke não estava pronto para vê-la daquela forma.

Não que ele estivesse pronto para enfrentar Sarada em seu quarto — seu canto pessoal — mas aquilo parecia ser o mais sensato a se fazer naquele momento.

Ignorando ao máximo sua vontade de acolher Sakura na cozinha, Sasuke subiu devagar pelas escadas — o som de sua muleta era mais do que indício de sua proximidade com o segundo andar. Sasuke não fez nenhum ensaio mental, e nem mesmo pensou em como iniciaria uma conversa, pois ele sabia muito bem que quando pensava demais, nada exatamente saia, como quando ele enviou uma carta de uma única frase para Sarada há semanas atrás.

Sasuke não bateu na porta, pois ele sabia que Sarada já percebera que ele estava ali, então se atreveu a abrir a porta logo que se aproximou, notando que a mesma se encontrava sentada em sua janela, com o rosto totalmente virado para as estrelas que povoava Konoha naquele noite.

Ele não precisava pedir para que ela virasse o rosto, pois ele conseguia notar pelo tom avermelhado de seu rosto, que ela tentava ao máximo segurar as lágrimas que caiam.

Sentindo o coração se apertar, sem saber exatamente o que viria, Sasuke se aproximou, sentando-se em sua cama, de forma que pudesse ficar de frente para seu corpo.

Sarada foi a que quebrou logo o silêncio, surpreendo-o.

"Eu vou arrumar minhas coisas amanhã, encontrei um apartamento", ela disse com a voz mais controlada, e suas palavras fizeram com que Sasuke perdesse totalmente sua compostura, deixando com que sua muleta caísse no chão.

"Co—como?", ele gaguejou e odiou-se por aquilo.

Sair de casa? Por quê?

Sarada parecia surpresa em vê-lo gaguejar, pois ela virara um pouco o rosto, somente suficiente para que ele visse um de seus grandes olhos ônix através de sua franja caída de lado.

"Eu já sou adulta. Quase todos os meus amigos já saíram da casa dos pais, e eu ainda continuo aqui", pareceria um argumento plausível se Sasuke não conhecesse Sarada muito bem.

Sarada não era influenciável, muito menos se importava de ainda estar com eles. E seu argumento, mesmo que plausível, não fazia tanto sentido.

Sim, ele sabia que alguns amigos de Sarada saíra da casa dos pais, mas também sabia que os mesmos estavam casados, outros já até mesmo tinham filhos.

Sarada não estava perto de casar — até onde ele sabia, Boruto respeitava o desejo e foco de Sarada em se tornar Hokage, e por mais que ele ainda não aceitasse o Uzumaki por puro e simples ciúme, ele não podia negar que admirava a paciência e apoio de seu ex-pupilo para com sua filha — e não havia motivo para que ela se mudasse se tratando de independência.

Sarada era livre para fazer o que bem entendia e como queria. Ela não tinha hora para voltar para casa, e muito menos ele e Sakura palpitavam em sua vida, respeitando e apoiando sempre suas decisões.

"Fizemos algo para você querer sair?", Sasuke conseguiu perguntar após minutos inteiros em silêncio, a respiração de ambos sendo a única coisa presente no quarto.

"Vocês ficaram quase um ano fora, então não", e foi ali que Sasuke notou quão contraditório foi a resposta da filha.

Ela dissera não, mas seu tom de voz gritava pelo sim.

"Vocês ficaram quase um ano fora, então SIM".

Era isso que Sasuke entendera.

E também, não entendera.

Sarada fora a primeira a apoia-los quando Sakura anunciou que eles pensavam em sair sem rumo para fora de Konoha, como uma espécie de férias prolongadas, e Sarada sabia que aquilo fora uma forma da mãe tirar o pai um pouco do tédio de ficar somente no País do Fogo.

Sasuke era um shinobi aposentado há 4 anos, quando após a última catástrofe com os Ootsutsuki e a Organização Kara, ele perdera parte do movimento de sua perna direita, obrigando-o a usar o auxílio de uma muleta para se locomover. E mesmo aposentado, pequenas missões lhe eram dadas, como espionagem dentro da inteligência da aldeia, ou mesmo missões que demandava estratégia entre grupos, porém ainda dentro das dependências do País do Fogo.

Sasuke também treinava com Sarada, não para ensinar algo, pois àquela altura do campeonato, era Sarada quem tinha o que ensinar ao pai, não o contrário. Porém, era algo que eles faziam juntos, e gostavam da companhia um do outro para tal.

Sarada sabia que o pai estava contente, mas também sabia o como ele se sentia inútil as vezes por não poder sair do País do Fogo, sabendo que poderia ser um estorvo em uma missão por conta de sua perna direita. E de uma forma genuína e inusitada, sua mãe resolveu usar de sua licença premium no hospital para poder tirá-lo um pouco da rotina, alegando que seria uma boa ideia eles viajarem pelo mundo novamente.

Como fizeram uma vez antes dela nascer.

Sarada nunca vira aquele brilho de expectativa nos olhos de ambos quando lhe contaram a decisão, e ao mesmo tempo que ela ficara feliz por ver os pais empolgados em sairem viajando novamente mundo afora, pois ela sabia muito bem como eles mereciam aquilo, no fundo, Sarada não conseguia segurar o desejo egoísta de implorar "por favor, fiquem".

Claro, ela conseguiu disfarçar muito bem seu ímpeto de dizer aquilo, e até mesmo, despediu-se com um sorriso enorme no gosto quando ambos saíram pelos portões de Konoha, sob a promessa que voltariam antes do início do inverno.

Mas o inverno chegara, e nenhuma aparição dos pais.

Sarada no início, tentou não se preocupar, pois ela sabia que ninguém em sã consciência se meteria com Sakura e Sasuke Uchiha. Mas conforme os dias foram passando, e a neve a se espessar, Sarada não conseguia mais controlar sua preocupação para com os pais, e por alguns momentos de fraqueza, percebia o quanto dependia emocionalmente dos mesmos.

E se algo aconteceu com eles?!

E se eles precisam de ajuda?!

Pior… e se onde eles estão, não conseguem pedir ajuda?!

E… eu?

No mesmo dia que Sarada resolveu compartilhar de sua preocupação com o Hokage, logo no início da manhã, ela quase chorara de alegria ao reconhecer o falcão em sua janela.

Eram notícias de seus pais — através de sua mãe — explicando-lhe o motivo de terem ficado quase 6 semanas inteiras sem lhe dar notícias, e sobre uma conspiração política no País do Vento, e o pedido formal do Kazekage para que ficassem para auxilia-los.

"
(…)

Me perdoe, filha… infelizmente, eu e seu pai não vamos conseguir chegar antes do início do inverno como prometemos, mas voltaremos para casa logo que as coisas forem resolvidas por aqui.

(…)

"

Um sorriso aliviado estampava seu rosto enquanto lia a carta, grata por saber que suas preocupações foram em vão, e que seus pais estavam bem, somente fazendo mais uma missão, como eles sempre acabavam fazendo pelos lugares que iam.

Porém, a alegria logo fora substituído por mágoa.

Por que esperaram 6 semanas para lhe dar notícias?

Sarada sabia que estava sendo irracional, e que os pais ficaram até mais tempo do que isso sem dar notícias — por qual ela respondia sempre radiante por saber tantas novidades e lugares incríveis que eles visitavam.

Ela também sabia que os pais respeitavam seu espaço, sabendo muito bem quão ocupada ela ficava em suas missões como Jounin e seu treinamento interno dentro da seção administrativa de Konoha, pois aquilo era importante para que ela soubesse tudo que fosse necessário para quando fosse uma Hokage um dia.

Mas mesmo que ela gritava para si mesma que não podia ressentir, ela não conseguia não sentir.

Era mais forte do que ela.

Cada carta de sua mãe era como uma kunai atravessando-a, pois ela sentia nas palavras daquele pergaminho como a mãe ansiava por uma resposta sua.

Ela sabia que estava machucando-a com sua falta de resposta, porém, não estar presente a sua frente, tornava mais fácil a ignorância.

Até receber uma carta de seu pai.

"Sarada, sua mãe não merece seu silêncio".

Não era a primeira carta de seu pai, pois ele também a escrevia — cartas curtas, mas que complementavam os enormes textos de sua mãe — mas se seu pai estava lhe escrevendo aquilo, era porquê sua mãe realmente estava magoada, e aquela certeza fez com que Sarada perdesse até mesmo as noites de sono por vários dias, fazendo-a com que nem mesmo abrisse a última carta que a mãe enviara.

Porém, mesmo sentida por ignorar a mãe por tanto tempo, algo a impedia de respondê-la.

Orgulho.

Sarada não conseguia engolir seu orgulho para responder sua carta, e agora, com os pais presentes em casa, ela imaginava que a última carta que ela nunca abrira era seu anúncio que ambos estavam finalmente voltando para Konoha.

Para casa.

Será mesmo que ele voltaram por saudade de casa…

…ou por sentirem-se na obrigação por causa dela?

"Sarada", Sasuke disse o nome dela como um mantra, "Você é adulta", seu tom de voz era serena, e suas próximas palavras saíram de sua boca sem ele ensaiar como dizê-las, somente externando sem pensar, pois ele sabia que nada sairia se ele ponderasse muito, "E vamos apoia-la se quiser sair de casa por vontade própria, mas se sua decisão é por achar que não deveria estar aqui, você está muito enganada".

Sasuke sabia que havia acertado um ponto, pois no momento que falava, Sarada virara o rosto para ele, prestando a atenção em cada palavra. Mesmo com o rosto virado para ele, seus olhos — vermelhos devido a lágrimas — olhavam através dele, evitando seu olhar.

"Por que diz isso?", ela murmurou baixinho, após alguns segundos encarando sua estante de livros atrás da cabeça do pai.

Sasuke não conseguiu segurar um sorriso gentil, não era voluntário, ele nem mesmo percebeu que estava sorrindo quando disse, "Por nós, você moraria aqui sempre".

"Eu não deveria atrapalhar mais", ela retrucou, encostando o queixo sobre os joelhos.

"Eu disse algo, ou sua mãe, que a fez pensar assim?", Sasuke não conseguia compreender o que fez com que Sarada pensasse daquela forma.

Sakura e ele sempre deixaram claro que, para eles, ter Sarada junto era seu maior desejo. Eles sabiam que ela cresceria, teria suas próprias obrigações, casaria, teria filhos… Mas sempre deixaram claro que a queriam com eles até o tempo que ela quisesse. Nenhum dos dois admitiriam, mas eles não estavam prontos ainda para perdê-la, mesmo sabendo que aquele fato um dia aconteceria.

"Não…", Sarada suspirou, e Sasuke percebeu — aliviado — que sua guarda finalmente fora baixada.

Ela não conseguiria manter por muito tempo seu orgulho se estava sendo confrontada pessoalmente, diferente das cartas que ela ignorara por semanas.

"Eu só…", ela parecia relutante se admitiria ou não o que pensava, e Sasuke aguardou com a maior paciência do mundo.

"…me senti solitária", logo que admitiu, ela balançou a cabeça em negação, parecendo envergonhada de admitir tão coisa, "Eu sei que não tem lógica", ela ergueu uma palma para limpar as lágrimas dos olhos, "E que eu não estava sozinha aqui… mas não é a mesma coisa".

Saudade.

Era aquilo que ela relutava em admitir.

"Talvez eu só tenha pensado certas coisas por ter percebido o quanto senti a falta de vocês", ela dizia aquilo como se fosse totalmente irracional sentir-se daquela forma, por viés, Sarada não era mais uma criança, mas para ele, mesmo que ele jamais diria aquilo na frente dela, ela sempre seria sua garotinha.

E para Sasuke, diferente do que Sarada imaginava, aquilo não era nada irracional.

Ele sabia e conhecia o sentimento de sentir-se solitário, mesmo que tivesse amigos próximos que se importavam com ele quando ainda garoto — Sakura, Naruto e Kakashi.

Para Sasuke, não tinha volta, pois ele sabia que teria que se acostumar com a solidão de não ter mais sua família naquela época. E saber que Sarada sentiu a mesma coisa, quebrara a promessa que ele havia feito para si mesmo quando sua primogênita nascera: que ela nunca sentiria o mesmo que ele uma fez sentira.

Ele sabia que era inútil proteger Sarada das perdas, pois seu caminho a levava para isso.

Sarada era um kunoichi formidável e respeitada muito além dos portões da Aldeia.

Quando se tratava da filha, Sasuke não conseguia pensar como ninja…

…somente como pai.

Sem perceber, Sasuke já havia levantado-se e aproximado-se da filha, que não parecia rejeitá-lo, pois seu único braço já estava envolvendo-a, e sua cabeça já estava encostada em seu ombro esquerdo.

Permaneceram daquela forma por alguns minutos, até que Sasuke achou uma brecha na janela para sentar-se junto dela. Com cuidado, ele limpou as lágrimas de sua bochecha, fazendo-a dar um sorriso amarelo — como se estivesse envergonhada de chorar na frente dele.

Sarada tinha muito de Sakura, mas aquele atitude dela, era totalmente dele.

"Você sabe o porquê não a chamamos", ele murmurou, olhando-a nos olhos.

Aquilo parecia pegá-la de surpresa, fazendo-o com que ficasse decepcionado consigo mesmo por Sarada pensar tão pouco deles.

"Hm?", seu tom era interessado.

"Eu sei o quanto é importante para você estar aqui, pensando em realizar seu objetivo", ele disse simplesmente, e aquilo acabou fazendo com que Sarada se sentisse a vontade de se abrir.

"Shikamaru-san disse que apesar de eu ser capaz, eu não tenho ainda experiência suficiente para liderar um Aldeia. Claro que o Hokage-sama discorda, mas eu não pude ignorar as palavras do Shikamaru-san. Vai demorar muito ainda, e eu não sei mais o que posso fazer, pois eu sei das minhas capacidades como Kunoichi", Sasuke também sabia de suas capacidades.

Sarada há tempos havia superado ele e Sakura, como até mesmo seu melhor amigo.

Não era segredo que Sarada era a kunoichi mais forte de sua geração, e sua capacidade de proteger a aldeia não estava em jogo.

O cuidado de Shikamaru era plausível.

Sarada não tinha experiência política, e isso para um Hokage, era essencial.

Por conta do período conturbado que vivenciaram em sua juventude — a Quarta Guerra Ninja, além de perdas dolorosas, também trazia experiência do que fazer e do que não fazer quando se tratava da união entre aldeias ninjas.

Mesmo com a última Guerra envolvendo a Organização Kara e os Ootsutsuki, as aldeias não interferiram, não porquê não quiseram, mas pela falta de ninjas capacitados em viajar entre dimensões.

A Guerra estava centrada entre poucos ninjas, ninjas que poderiam enfrentá-los, e nisso, não havia como adquirir experiência política, somente experiência em batalhas; algo que Sarada dominava muito bem.

E se fosse um erro Sarada ficar em Konoha?

"Talvez você deva expandir os horizontes também", Sakura apareceu pela porta, verbalizando o que Sasuke acabara de raciocinar.

"Mama…", Sarada sussurrou, e no mesmo momento, baixou os olhos, totalmente envergonhada pelos atos que fizera.

Na verdade, o que ela não fizera.

Sakura aproximou-se de ambos, sentando-se no mesmo lugar da cama onde Sasuke estava anteriormente. O sorriso gentil e complacente de Sakura fez com que Sarada tivesse uma enorme dificuldade de encará-la.

"Sua mãe tem razão", Sasuke acenou, ainda olhando para Sarada, "Talvez Konoha não tenha nada que possa lhe acrescentar por agora".

"Como assim?", seus pais novamente faziam aquilo; conversar telepaticamente um com o outro sem que ela inteira-se do assunto.

"Uma vez você disse que adoraria viajar sem rumo como fizemos, quando lhe contei o que vimos e o que fizemos", Sakura comentou, lembrando-se de uma longa conversa com Sarada, ainda no início da adolescência, quando a mesma perguntara dos lugares que os pais já estiveram antes dela nascer.

"Mas vocês estavam em missão por Konoha", ela lembra-se daquela conversa muito bem. Sarada ficara totalmente fascinada pelas histórias que a mãe lhe contara, e os lugares escondidos pelos quatro cantos do mundo que tiveram a oportunidade de conhecer. Na época, Sarada ainda não sabia exatamente o que tanto buscavam, mas agora ela sabia da importância da missão dos pais, e de sua continuidade dada por seu pai de maneira solo — fazendo que com que ela e a mãe ficassem anos sem vê-lo.

"Encare isso como uma missão", Sakura entendia onde ela queria chegar.

Sarada possuía obrigações com Konoha, e férias de meses era algo que ela jamais conseguiria. Sarada estava na flor da idade para uma Kunoichi, e seus serviços, principalmente em missões Rank S e A, eram altamente requisitados.

"Seu maior foco é ser a próxima Hokage, não é?", Sasuke murmurou, seu tom de voz altamente convincente, "A experiência que precisa, você vai encontrar no momento que pisar para fora do País do Fogo. Você mesma um dia me disse: um bom líder precisa pensar além dos próprios portões", aquilo fez Sarada dar um sorriso singelo, contente do pai ter lembrado de uma conversa antiga entre ambos.

"Vocês pensam… em sair outra vez?", Sarada podia notar a empolgação na voz de ambos. A ideia de saírem novamente portões afora parecia convidativo demais para ambos.

E até mesmo para Sarada, agora que ela se incluía.

"Meu amor, só estamos aqui porquê estávamos morrendo de saudade de você", Sakura levantou-se da cama, e foi em direção a Sarada, ajoelhando-se em frente da filha, "Acha mesmo que esquecíamos de você? Todo lugar que íamos, era impossível não pensarmos o quanto você adoraria estar vendo o que estava a nossa frente. Você estava em nossos pensamentos a todo momento", em algum momento durante sua fala, Sarada não conseguiu manter mais sua postura, saindo de perto do pai para abraçar a mãe.

"…me per—", ela precisava pedir perdão por ter ignorado as últimas cartas, por ter agido como uma criança mimada.

Por ter pensado tantas coisas irracionais em seus momentos de solidão.

Mas Sakura já estava afagando suas costas, e como sempre, dizendo as palavras certas para acalmá-la.

"Não tem porquê pedir perdão, Sarada… nós entendemos—", Sakura parou de repente, lembrando-se de uma conversa que tivera com Sasuke semanas após deixarem o País do Fogo.

.

.

.

"Será que foi uma boa ideia deixarmos ela por tanto tempo, Sasuke-kun? Sei que a Sarada sabe se virar sozinha, e que não é mais uma criança… mas será que não deveríamos tê-la trazido conosco?"

"Não iremos tão longe, e podemos voltar bem antes do início do inverno", Sasuke tentara acalmá-la. Ambos estavam atravessando a fronteira do País da Chuva até o País dos Pássaros, e atualmente, em uma pequena missão requisitada por Naruto — aproveitando-se de sua atual localização, "Ela parecia animada de nos vermos longe", Sasuke fizera uma careta, imaginando por qual motivo a filha estaria empolgada em saber que os pais estariam longe por um período de 8 meses.

Sua careta fez com que Sakura se esquecesse completamente de suas preocupações — porquê provavelmente, ela só estava preocupando-se demais. Sakura riu.

"Anata, com a gente ou sem a gente lá, Sarada e Boruto não vão deixar de se verem, mesmo com suas ameaças".

"Ameaças?", ele parou a caminhada, a encarando com a sobrancelha arqueada, o rosto rubro.

"Acha mesmo que eu não sei que você o ameaçou depois do Festival de Tanabata Matsu?", Sakura devolveu outra sobrancelha arqueada, o desafiando a contra-argumentá-la.

"Tsc", ele respondeu, virando o rosto como uma criança que acabara de ser pega no flagra.

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"Eu sei que vai me dizer que não é mais uma criança… mas eu sempre me perguntava se não deveríamos ter insistido para que fosse conosco — e se Konoha não tem mais nada para lhe oferecer — como seu pai mesmo afirmou, por que não?"

Sarada parecia ponderar seriamente sobre o assunto.

Ela não conseguia encontrar nenhum argumento para dizer não.

Ela sabia que ambos tinham um ponto.

Fortíssimo por sinal.

Havia também o fato de suprir sua curiosidade pelo mundo.

Sarada sabia que veria muita coisa nova, viveria muita coisa nova, e pensar que tudo isso seria ao lado dos pais, fazia-a sentir-se como uma criança realizando um sonho.

Porém, por outro lado, também haveria…

Boruto.

Como ele receberia a ideia dela vagar sem rumo pelo mundo shinobi, sem data ou previsão de volta?

Mesmo que magoada, no fundo, Sarada sabia que seus pais voltariam com frequência por conta dela, mas com ela presente ao lado deles…

…seus pais não teriam obrigações e nem mesmo um dia para voltar.

Sua mãe nunca antes havia tirado férias em toda sua vida, desde que era Genin. E por isso, conseguira usufruir de toda sua licença premium para sair sem rumo com o pai pelos quatro cantos do mundo — e ela sabia que sua mãe somente se aposentaria somente dali 9 anos.

Claro, ela sabia que uns pauzinhos foram mexidos — graças a amizade com o atual Hokage — pois Sakura ainda era a médica ninja mais requisitada do mundo, e uma referência no País do Fogo.

Não era como se Sarada fosse abandonar o que quer que ela e Boruto eram, mas também, eles nunca botaram algum rótulo no que eles tinham.

Apesar disso…

…assim como ela conhecia Boruto muito bem, o Uzumaki também a conhecia muito bem.

E sem dúvida, ele a apoiaria em sua decisão, mesmo que ficassem meses sem se verem.

"Quando você se tornar Hokage, eu serei seu braço direito e me esforçarei para protegê-la".

Ela sabia que aquela promessa seria cumprida, então, ela também precisava se esforçar para cumprir a dela.

"Você pode voltar quando quiser", sua mãe parecia ler seus pensamentos, tocando seu rosto com as mãos.

Aquilo era tudo o que Sarada precisava para poder tomar sua decisão.

Confiança.

Fé.

E apoio.

"Obrigada, mama", ela agradeceu, dessa vez, olhando fixamente para os olhos esmeralda da mãe, e em seguida, abraçando-a novamente — fazendo com que Sasuke olhasse para as duas com um olhar duvidoso; frustrado por não ter compreendido a conversa silenciosa das duas.

"Bom", Sakura se desvencilhou dos braços da filha, botando ambas as mãos em seus ombros, "Vamos comer, pois eu não sei você, mocinha, mas eu estou morrendo de fome, e seu pai também".

E quase que adivinhando, um ronco no estômago de Sasuke fez com que as duas rissem, deixando-o sem graça pela atenção.

"..Er…", Sarada começou a dizer quando os dois se levantaram para a deixar a sós no quarto — parando logo que a ouviram, "Tem waffles suficiente? Eu… não jantei".

Sasuke deu um sorriso torto com a birra anterior, e maneou positivamente a cabeça para ela, "Eu faço um sacrifício".

Devolvendo o mesmo tipo de sorriso, Sarada segui-os pelas escadas até a cozinha.

E pela primeira vez em meses…

…radiante em poder dividir uma refeição com seu maior porto seguro.

Seus pais.


Notas Finais

Sarada, você é o maior tesouro dos papais! Jamais dúvida disso!