O dia estava bastante ensolarado em Bedford, como uma promessa da aventura em que Dinah e Indiana estavam prestes a embarcar. Enquanto eles estavam animados, deixavam Marion, Carmem e Harry preocupados e apreensivos, porém compreensivos.

-Tomem cuidado, os dois, é melhor voltarem inteiros! - exigiu Marion.

-Eu não sou mais louco de desobedecer suas ordens - Indy brincou com a esposa, depois ficou mais sério - não se preocupe, eu conheço bem meus limites, e não vou por a Dinah em risco, de jeito nenhum.

-Eu sei que não - a sra. Jones confiou nele.

-Obedeça seu avô e o mantenha longe de encrenca, e não desobedeça as ordens da equipe, só se for por um motivo muito necessário - Carmem aconselhou a filha.

-Se divirta e tome cuidado - reiterou Harry, sendo mais compreensivo.

A família trocou mais abraços antes que o avô e a neta subissem no avião.

-Nós amamos vocês! - Indy falou para os três.

-Eu também, tchau pessoal! - Dinah acenou, já à distância.

Assim, os dois Jones em viagem tomaram seu lugar no avião e rumaram para a ilha de Açores. Era realmente uma sorte e coincidência Dinah ter uma mãe brasileira. Tanto ela como Indy aprenderam muito do português por causa dela, e era justamente essa língua que se falava em Açores.

Depois de se estabelecerem no local, deixando suas coisas no hotel, foram ao encontro de Hays, que os aguardava no porto em Ponta Delgada, bem em frente a um incrível navio. Não se tratava de um cruzeiro de férias ou transatlântico, era um navio equipado para exploração, logo se via que era essa sua função e ele estava bem equipado para isso.

-Sejam bem vindos a Açores - Gerald os cumprimentou, apertando a mão deles - e vejo que o senhor também tem companhia, Dr. Jones.

-Nada como uma ajudante confiável, sr. Hays - Indy respondeu, já um tanto desconfiado do executivo, ele não tinha tido uma boa experiência com caras como ele no passado.

-É um prazer conhecê-la, srta. Jones - disse Hays diretamente a Dinah, que estranhou o homem saber seu nome - nós nos informamos bem sobre a sua família, mas vamos indo, não temos tempo a perder.

Eles subiram as escadas e finalmente embarcaram, vendo mais de perto os recursos do navio que os levaria a explorar onde supostamente estava a antiga Atlântida. Seu nome era S.S. Maria da Glória, em homenagem a uma das antigas rainhas de Portugal. Hays então os deixou com a equipe principal e desembarcou, deixando-os com os perigos da aventura.

A capitã do navio logo veio fazer as honras. Ela era uma mulher baixinha, de mais de trinta anos, com a expressão meio cansada, mas muito determinada.

-Sejam bem vindos à bordo do Maria da Glória, sou a capitã James - ela se apresentou - eu sou responsável pela navegação.

Logo se juntaram a ela mais duas figuras, um homem e outra mulher, essa era a tripulação completa, contando com os dois Jones que acabavam de se juntar a eles.

-Esse é o tenente Longman, responsável pelo resgate e Helga Brooks, nossa mergulhadora, responsável pelas atividades submarinas - a capitã os descreveu.

-Vocês tem um submarino?! - Dinah não conseguiu se conter.

-É claro que tem, Dinah, lembra, estamos procurando Atlântida - seu avô disse de bom humor.

Depois das apresentações, a capitã continuou seu curso, Helga estava ocupada com o submarino, fazendo seu monitoramento, enquanto os Jones foram conversar com o tenente, para terem mais informações sobre o resgate e quem tinha desaparecido.

-Qual é o seu status de busca, Tenente? - Indy procurou se informar.

-Bom, o último relatório que tivemos faz exatamente três meses, da líder da missão Carrie Diple - disse Longman - não havia nenhum sinal de problema na transmissão ou entre eles. Temos um código de conduta restrito sobre a honestidade dos relatórios, se houvesse algum problema, a líder nos informaria.

-E se por algum motivo, ela não pudesse informar o que realmente estava acontecendo? - deduziu Dinah.

-Muito bom, docinho, gostei da perspicácia, era justamente o que estava pensando - Indiana completou - eles podem ter se perdido de repente, com tudo correndo bem até sumirem, mas eles também podem ter sido coagidos.

-Mas por quem? Pra onde eles foram não há vestígio de habitantes, nem outra forma de vida inteligente - o tenente procurou explicações.

-Acredite, sr. Longman, eu já vi de tudo pra acreditar que muitas coisas são possíveis - Indiana afirmou.

-Mas o senhor ainda duvida da existência de Atlântida? - era uma pergunta, mas Dinah estava querendo afirmar isso.

-Como eu disse, eu vi as coisas incríveis antes de acreditar nelas - retrucou o avô - vamos encontrar Atlântida primeiro e depois falar se é real ou não.

-Acho que penso como o senhor, Dr. Jones - disse Longman.

De repente, um chacoalhão inesperado interrompeu a conversa, o que os colocou em alerta.

-Que tá havendo? - exclamou Dinah, assustada.

-Pode ser que batemos - Longman deduziu.

Um aviso geral foi ouvido por todo navio, atingindo toda tripulação.

-Aqui é a capitã, teremos que passar por uma tempestade em breve - Ela soou profissional, mas estava aflita.

Dinah engoliu em seco, esperando que não se tratasse de nada grave.