Por curiosidade e preocupação, os Jones a bordo mais o tenente Longman subiram ao convés, procurando uma explicação para o que estava acontecendo.

-É melhor vocês descerem, as coisas vão ficar complicadas agora - declarou a capitã James, sendo sincera.

-Por que exatamente? - Indiana exigiu respostas mais diretas.

-Uma tempestade inesperada se formou, não estamos exatamente equipados pra isso - explicou a capitã - escutem, esperem lá embaixo, vou fazer meu melhor pra passar por ela, se algo pior acontecer, estejam preparados para evacuar.

Para Dinah, parecia que a capitã estava sendo pessimista de propósito. A garota acabou levando um susto logo em seguida, outro tremor estranho abalou o navio. Olhando para cima junto com o avô, ela viu o céu se fechando, o tempo limpo e claro ficando para trás, e cada vez mais nuvens negras cobriam tudo. Um raio caiu ali perto do navio, e Dinah, mesmo relutante achou melhor obedecer a capitã, voltando para a parte de baixo do navio.

-O que vamos fazer agora, vovô? - ela buscou respostas em Indiana.

-Esperar a chuva passar e torcer pra que o melhor aconteça - afirmou ele - vamos Dinah, isso não é nada.

-Mas a capitã parecia bem assustada - argumentou a jovem.

-Isso foi pra nos convencer a ficar aqui e nos manter em segurança - explicou o avô - acredite em mim, a aventura está só começando.

Eles ficaram ali pelo que parecia uma eternidade, o navio continuava balançando irregularmente, as ondas o agitavam pra lá e pra cá, às vezes o fazia se inclinar demais, deslizando objetos e até mesmo os tripulantes de um lado pro outro. Foi então que a situação se agravou de verdade. A embarcação bateu contra rochas que a capitã mal conseguia ver, foi então que a ordem veio pelo rádio.

-Abandonar o navio, vão pros botes salva vidas e quem sabe, com sorte, nos encontramos em Açores - afirmou Hannah.

Dinah olhou para o avô com olhos arregalados, assustada com a situação.

-Ei, não perca a calma, ela vai ser essencial agora - ele olhou diretamente para a neta, tentando mantê-la equilibrada - lembra-se dos seus dias de acampamento? É quase a mesma coisa.

Longman e Brooks se apressaram em obedecer a capitã, Indy e Dinah fizeram o mesmo. Dividiram os botes de dois em dois e em meio à chuva, saíram navegando quase às cegas, enfrentando o extenso mar agitado num pequeno barquinho. Por rotas diferentes, os Jones e os outros dois tripulantes chegaram à costa de Açores, mas não havia sinal da capitã.

-E agora vovô? Eu espero que todo mundo tenha ficado bem - Dinah disse, depois de estar em terra firme.

-Eu também docinho, mas alguma coisa me diz que eles sabem se cuidar - Indy afirmou - acho que cabe a nós continuar a missão.

-Certo, também acho - concordou Dinah, tentando encontrar coragem.

Na cidade portuária em que foram parar, eles se viraram bem com o que tinham. Uns trocados os compraram um lanche que ajudou a aplacar a fome, depois, Indy achou melhor se equiparem com instrumentos de mergulho.

-Qual o plano agora? - perguntou Dinah.

-Procurar alguém que saiba sobre a equipe do Hays ou a Glassbroken por aqui e seguir as pistas - o avô contou suas ideias, e dando uma caminhada juntos, eles começaram a colocá-las em ação.

Havia uma espécie de pensão que se destacava na região do cais, Indiana achou que ali seria o lugar perfeito para começar a procurar, já que gente de todo tipo passava por ali. O recepcionista no balcão observou os dois desconhecidos que se aproximavam.

-Boa tarde, bem-vindos a Açores, o que posso fazer por vocês? - perguntou ele, como bom e prestativo trabalhador.

-Obrigado, pra início de conversa, precisamos de um lugar pra ficar - o Dr. Jones solicitou - e mais uma coisa, se puder nos ajudar.

-Primeiro, preciso dos seus nomes - exigiu o funcionário.

-Dr. e srta. Jones, é tudo que precisa saber - Indy achou melhor manter a discrição.

-Certo, o que o senhor, digo, doutor, quer saber? - o funcionário achou melhor não discutir, já que seu cliente estava cheirando a fugitivo perigoso.

-Já ouviu falar da Companhia Glassbroken, ou de Gerald Hays? - questionou o arqueólogo.

-Hã, pra ser sincero, nunca ouvi falar - dava pra ver que o recepcionista não estava mentindo.

-Tá, mas alguém com o nome de James, ou Longman se registrou aqui? - Dinah teve outra ideia.

-Eu vou checar, senhorita - o funcionário ficou disposto a ajudar.

Indy sorriu de orgulho pela neta ter uma ideia melhor que os levaria a resposta. Eventualmente, o funcionário confirmou que não havia ninguém com aqueles sobrenomes ali.

-O que a gente faz agora? - Dinah queria mais instruções dessa vez, se sentindo perdida.

-Vamos tentar achar a capitã ou o tenente, eles podem ter se instalado em outro lugar, ou terem chegado ao um hospital, e se a gente encontrar algum deles, tomara que falem mais sobre a missão, se eles estiverem bem o suficiente pra falar com a gente, podem nos dar as instruções que estamos precisando - o avô deu os passos seguintes para a jornada deles.

Conseguiram chegar ao hospital e perguntar se havia algum Longman ou uma James ali. Confirmaram que uma senhorita James, com as características físicas que os Jones descreveram estava sendo atendida ali. Assim, eles receberam permissão para visitar a capitã, por sorte, era ela mesma. Estava com parte da cabeça enfaixada, um braço quebrado e as duas pernas imobilizadas. Ela fez uma expressão que mostrava que reconhecia os Jones.

-Eu sinto muito, capitã - Dinah se comoveu ao vê-la daquela maneira.

-Não lamente, srta. Jones, ao menos, todos nós escapamos - disse James, tentando não se esforçar demais - agora, essa missão tem que terminar com vocês.

-Sabemos disso, estamos aqui para ver no que você pode nos ajudar - reiterou Indy.

A capitã, conforme podia falar, lhes deu as informações que precisavam. Algumas delas batiam com o que o tenente Longman já tinha contado a Indiana, o restante falava sobre o caminho que os Jones deveriam tomar. Havia uma ilhazinha na rota de Ponta Delgada, um lugar chamado Rashidan, onde a equipe tinha desaparecido. Ali deveriam encontrar os exploradores, e se estivesse realmente ali, a própria Atlântida.

Os Jones se despediram da capitã, desejando-lhe melhoras e prometendo que finalizariam essa missão em nome dela, trazendo as respostas que precisava.