Arrumando uma carona improvisada de um barqueiro, Indy e Dinah deram um jeito de chegar a Rashidan. O lugar parecia precário, tinha apenas algumas casas simples, uma espécie de pequeno vilarejo à beira do mar. Fora isso, não havia outro sinal de civilização. Pelo menos, antes que a mata ficasse mais densa, dava para ver uma trilha que indicava a entrada da floresta. Suspirando fundo, Dinah seguiu o avô, que não conseguia conter um sorriso escancarado em seu rosto.
-O senhor sentiu falta de tudo isso, não foi? – ela especulou.
-É claro, e você, apesar de um certo medo, está doida pra ver o que nos espera lá dentro – ele deu um tapinha afetuoso em seu ombro – conheço você.
-Tá, admito que sim – ela revirou os olhos – mas vamos andando, vovô, acho que estamos perdendo tempo.
-Verdade, não são artefatos que estão esperando a gente dessa vez – ele engoliu em seco, mais sério, prosseguindo a caminhada, sabendo que pessoas contavam com eles.
No início da exploração da floresta foi tudo muito fácil, era só seguir a trilha, até que ela acabou e os anos de experiência de Indy lhe conduziram a apenas continuar em linha reta, seguindo outros sinais de direção e pontos cardeais. Eventualmente, algo descomunal se interpôs no caminho deles, uma enorme caverna.
-É, acho que não tem muita saída... – comentou Dinah, tendo suas dúvidas.
-Não, pelo que a James disse, estamos no caminho certo, você se lembra que ela mencionou uma caverna, com uma marca azul ao lado – Indy contrapôs, apontando para a marca azul, uma risca parecendo que foi feita com tinta há muito tempo, já que estava descascando, mas ainda conservava um tom escuro de índigo.
-É, o senhor tem razão, mas será que não tem nenhuma outra caverna por aí que talvez seja a caverna que estamos procurando? – Dinah questionou outra vez.
-Nós só vamos saber se é essa a caverna certa se nós verificarmos pessoalmente – Indy a instigou a entrar.
Dinah viu o tom de desafio do avô e se apressou a entrar. Obviamente, o local era muito escuro e ela ajudou o avô a acender tochas improvisadas. Cada passo dado pelos dois Jones era cheio de cuidado, ele estava acostumado com armadilhas e ela, as conhecia bem das histórias do avô. De repente, Dinah ouviu um barulho estranho, um som baixinho e agudo que irritou seus ouvidos.
-Que foi isso? – ela queria saber, para poder ficar mais tranquila.
-Os habitantes da caverna – Indiana respondeu em tom sinistro.
-Não acredito em fantasmas ou coisa do tipo, vovô – ela respondeu meio irritada.
-Não, estou falando sério, isso só pode ser... – ele ergueu a tocha e sua resposta veio na forma de uma grande e espessa nuvem negra, formada por milhares de morcegos.
Os dois se abaixaram, tentando se desviar dos animais. Tinha sido apenas um pequeno susto e eles prosseguiram a caminhada, até não encontrarem mais vestígio de nada, muito menos de pessoas, a não ser um lago ao fim da caverna.
-Água... – refletiu Indy – isso pode indicar que tem alguém aqui ou talvez não.
-Mas não tem ninguém aqui – afirmou Dinah.
-Aparentemente não, mas você tem que se atentar aos detalhes – rebateu o avô.
Entendendo o recado, ela se pôs a observar os arredores e realmente, havia um pequeno sinal de que seres humanos tinham passado por ali recentemente. Mais próximo da beira do lago, havia gravetos que um dia formaram uma fogueira. Dinah foi até lá mais rápido que o avô, um tempo depois ele a alcançou, mas antes que ele prestasse atenção nos gravetos, algo no fundo do lago chamou sua atenção.
Era uma estrutura de metal retorcida, algo que parecia parte de um carro, um avião, ou outro meio de transporte. Por instinto, Indy pensou em colocar a mão na água diretamente e pegar o objeto, mas ele viu que era um movimento perigoso, não sabia quais outras armadilhas poderiam ter naquele lago.
-Dinah, olha só pr'aquilo! – ele apontou para a neta, que tentou entender o que o avô tinha achado.
-Não me parece valioso, pode ser qualquer coisa... – ela avaliou rapidamente.
-Meu instinto diz que vale a pena averiguar com mais atenção – ele insistiu.
-Mas não dá pra pegar esse negócio, como é que vamos fazer isso? – Dinah contrapôs.
-É melhor não tocarem em nada – uma terceira pessoa apareceu, em forma de aviso.
