Foi um pouco divertido ver a pequena Miho tentando pronunciar seu nome,e fofo como a forma que ela estudava as bochechas vermelhas quando não conseguia.

Em seguida, alegando que,duas da manhã não era hora de crianças da idade deles estarem acordadas,e dar uma pequena palestra que ambos pareciam cansados de escutar.

Ele acompanhou as crianças até o casarão, e acabou por confirmar suas suspeitas.

Ambas as crianças eram órfãs, e o lugar que ele pensava ser uma capela, era na verdade um orfanato construído por um milionário.

Assim que garantiu que os pequenos estavam dentro,ele voltou pro bosque,apenas para encontrar alguém.

– eu sabia que tinha dedo de vocês nisso.

Comprovou, nenhum pouco surpreso ao ver um homem agachado do lado do corpo da Daemon.

Ele alto e muito bonito,de pele pálida, longos cabelos azul escuro,orelhas pontiagudas, e marcantes pontos sob o olho direito.

No entanto, o que chamava atenção, eram seus afiados olhos roxos que mais pareciam vermelhos,olhos que revelavam tanto sua natureza divina quanto citônica,um Daemon.

– eu não tenho conhecimento ou interesse no que você fala ou pensa,eu vim buscar minha irmãzinha, isso é tudo.

Declarou sem emoção, e com um movimento, sua mão atravessou o corpo, como se fosse bruma, e quando a puxou de volta, esta segurava um orbe roxo escuro que emitia uma fraca luz.

O corpo, sem sua alma,se desvanece em pó,não deixando nada para trás.

– você estava assistindo tudo, foi muito rápido, mas eu percebi, você estava prestes a salvar a garota.

Acusou severamente.

Ele havia percebido a presença do outro assim que lançou suas rosas.

– é muito cedo para uma guerra santa acontecer, e particularmente, do nosso lado,não há interesse, as guerras humanas são mais do que suficiente para nos satisfazer.

Respondeu desinteressado dando as costas para o mortal.

– escute bem cavaleiro de Athena, façam o que quiserem,lutem,se matem ou se amem,não é da nossa conta,nós lavamos nossas mãos.

E com isso desapareceu,levando a alma de Athéa consigo.

O cavaleiro, apenas balançou a cabeça, pelo menos havia alguns com bom senso do outro lado.

Pensou consigo mesmo, antes de saltar para o telhado da capela do orfanato e se deitar,onde ficou até o nascer do sol,só para garantir que nada mais iria acontecer, além do mais, finalmente ele havia encontrado algo interessante.

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De volta ao Porto.

– vejo que já resolveram tudo.

Observou mudando de assunto, ao que os outros três assumiram uma postura mais profissional.

– Sim senhor, já embarcamos os prisioneiros e garantimos que não há riscos de fuga.

Relatou Khristós sério, não parecendo em nada o homem de algum momentos atrás.

– ,o Anel de Nibelungo está seguro.

Continuou Alopex, depois do incidente com a obsidiana, ficou decidido que ela ficaria responsável pelo artefato,suas ilusões seriam um ótimo truque em caso de alerta.

– e também adiantamos e analisamos tópicos importantes dos relatórios.

Terminou Flágio, toda a sonolência jogada fora.

Não à toa,Afrodite era conhecido por sua rigorosidade, quando as coisas não saiam do seu jeito…Bem,uma cama de rosas não era agradável.

Obviamente,segundo os rumores,ele não era pior do que Shura,Camus ou Máscara,que tinham um histórico muito obscuro entre os campistas.

Felizmente Shaka foi excluído dessa lista,já que nunca ia em missões em grupo por motivos óbvios.

– Já estamos prontos para partir Senhor.

Declararam os três em uníssono,a sintonia deles era assustadora,mas ainda sim,deixando o dourado satisfeito pela competência e habilidade dos três.

O trio era famoso no Santuário devido à raridade de ter mais de um ou dois membros da mesma família que assumiram armaduras em pouco tempo.

Aldebaran havia os encontrado nas favelas de uma cidade no Peru,quando estava no meio de uma missão, ele achou Khristós fascinante, devido que este já controlava seu cosmo sem nenhum treinamento formal.

Quem diria que poucos anos depois, os priminhos daquele rapaz também desenvolveriam cosmo e habilidades impressionantes.

– isso está bom, vocês podem embarcar, eu não vou.

Declarou o sueco dando de ombros, como se falasse de aves e peixes.

O trio o olhou com olhos arregalados, como se uma segunda cabeça tivesse crescido nele,ele jurava que quase podia ver a cor dos olhos de Alopex por debaixo dos óculos.

– O QUEEE?

Exclamaram em uníssono, fazendo o cavaleiro se encolher com o volume.

– não gritem em cima de mim.

Murmurou mal humorado, esfregando as orelhas. Eles bateram o recorde do Máscara.

– e não a nada demais, eu só achei algo interessante,e que eu vou ter que cuidar.

Respondeu divertido,lembrando-se das crianças.

– aqui.

Disse tirando algo de suas roupas e entregando para os cavaleiros.

Eram três envelopes,um com o selo de Nike e os outros dois eram cartas,como ele havia conseguido isso era um mistério que os três não queriam desvendar.

– Ei,eu não roubei,não sou um larápio como o Máscara da Morte ou o Milo,eu comprei.

Resmungou ofendido, como se tivesse lido o pensamento do trio.

– que seja,o envelope com o selo dourado e o meu relatório de missão, entregue-o junto com carta branca para o Grande Mestre,já o envelope azul e para o Máscara da Morte.

Explicou pronto para ir embora,até ser parado por Pyxis.

– m-mas senhor Afrodite, o que faremos se o Grande Mestre perguntar algo.

Gaguejou Flágio ansioso,assim como a Raposa,tendo apenas a mínima esperança de convencer o dourado a retornar.

Ele e Alopex eram apenas cavaleiros de bronze,e ele estava ciente de que tudo isso iria recaída sobre o de patente mais alta presente,ou seja,Khristós de Cruzeiro do Sul,e é isso que ambos temiam.

O histórico do Mestre deles com papelada poderia ser classificado como o pior do santuário.

– está tudo na carta,mas se ele ainda questionar,diga que eu achei algo muito divertido aqui, e que vou voltar assim que conseguir,o resto é com vocês.

Declarou definitivamente dando as costas,deixando três servos de Athena estupefatos,como se Thanatos tivesse vindo buscá-los mais cedo.

A esperança deles foi esmagada sem piedade.

– estamos defuntificados.

Declarou Flágio pálido com o temido futuro, recebendo um aceno dos outros dois.

– não invente palavras.

Repreendeu Alopex sem vontade.

De repente o navio deles parecia tão macabro que a ideia de desertar para a morte não parecia tão ruim.