Capitulo 3

Jasper

A semana passou muito rápido com Peter não ficando muito por perto, eu tinha descoberto que não eramos muitos ali, parecia que eles tinham montado essa base temporária para manter algo sob vigilância, principalmente a fronteira de Houston. Estava mais do que claro que sua localização não era um segredo para quem vinha fazendo uma bagunça no estado, mas isso não parecia incomodar muito meu amigo, já que ele não vinha ficando parado muito tempo, fazendo ronda e principalmente fazendo questão de deixar claro sua presença, as rondas eram no limite da cidade estudando movimentos, mas nunca se aproximava tanto, pelo que pude ver quando o segui.

Damian era o responsável em verificar as cercas elétricas que tinham instalados ao redor da propriedade, assim como sensores. Emmett tinha ficado impressionado com os equipamentos que usavam para ajudar a detectar qualquer intruso que tentasse esgueirar sem ser detectado, Peter era o responsável por todas aquelas atualizações, não tínhamos conversado muito, ele, pelo menos, tinha parado de nos mandar embora a cada meia hora depois de eu explicar que Carlisle estava tentando localizar Eleazar e irem fazer uma visita para verificar como estavam as coisas, já que desde a última vez, eles não tinham entrado em contado novamente. Então, eu considerava isso um avanço.

Damian foi o único a se mostrar confortável em conversar sobre como os ataques começaram há cerca de 5 anos, como ficou ainda mais difícil com a chegada dos Romenos, pelo que eu entendi alguns Clãs saíram, com medo de serem associados ao movimento que os invasores vinham fazendo no país.

Para minha surpresa Damian me contou que quando os Romenos chegaram Maria estava em uma reunião com os Volturis sobre o número de nômades hostis que vinha aparecendo naquele lado do país, foi quando eles foram surpreendidos com a traição de Handall que levou parte do Exército para a morte em uma emboscada armada no porto de Galveston, e logo depois uma série de ataques em aliados e os grupos afastados desestabilizando e destruindo tudo o que eles tinham batalhados nos últimos anos.

Eu conseguia me focar apenas que Maria tinha conseguido voltar para Houston, esse tinha sido o primeiro território que ela tinha perdido o controle quando eu debandei, mas ela o tinha recuperado, assim como Galveston, Dallas e Louisiana, um pequeno império durante os anos em que eu estive fora do país e eu nunca tinha ouvido falar de toda essa movimentação, me fazendo crer o quanto eu tinha deixado de lado. "Sem olhar para trás" Uma promessa tão idiota a ser feita. Porque do mesmo jeito somos nós que saímos perdendo.

O passado faz parte de mim é por causa dele que eu sou quem sou hoje, posso não me orgulhar mas eu me orgulhava da família que ele tinha me entregado, Peter e Charlote eram amigos, irmãos, a primeira luz no fim de um túnel que eu achava não ter saída.

E eles estavam lá, enrolados em toda aquela confusão enquanto eu não fazia a mínima ideia, por ter escolhido partir, dessa vez foi eu a deixá-los, e eu senti vergonha em pensar que não insisti, não me importei o suficiente e não voltei a tempo.

- Porque vocês não saíram? - Rose perguntou, estávamos todos sentados a mesa de jantar para ouvir um pouco mais do que Damian tinha para contar naquele dia, ele não se afastava muito do seu posto de vigia na frente da propriedade.

- Porque aqui é nossa casa. Senhora. - Peter se aproximou, ele estava limpo, com uma camisa de manga curta deixando a mostra suas mordidas e seu inseparável chapéu vinho de cowboy na cabeça. - E defendemos o que é nosso.

- E não deixamos ninguém para trás, nunca. - completou Damian me atingindo de uma forma dolorosa, seu semblante ficou triste, não chegava nem perto da dor que ele sentia, eu tinha cometido esse erro o suficiente para sentir o peso desse significado.

- Nunca mais. - foi as únicas palavras de Peter.

- Então, eles estão em Galveston?

- Galveston, Dallas, Denver, Nova Orleans, Califórnia, Nova York… arrisco a me dizer que por todo país, mas resolveram que seria divertido fazer barulho aqui.

- E qual é o plano? Por onde vocês pretendem atacar? A mais alguém vindo para ajudar? Aliados? - Perguntou Carlisle.

Eles não estavam atacando e nem reagrupando, tinha treinamentos, manutenção e proteção, mas nenhuma estratégia estava sendo traçada.

- Eu não menti quando disse que não tínhamos nada para vocês aqui. Temos nossas ordens e estamos cumprindo, estamos aqui de prontidão e vigilância, não iremos embora e não faremos nada além do que foi ordenado.

- Que ordem é essa Peter? - perguntei sem entender.

- Fiquem vivos. - disse Damian com o olhar novamente perdido.

- E estamos cumprindo isso por um ano, e cumpriremos por mais tantos necessários.

Eu tinha ficado surpreso com aquilo, Rose ainda tentou conversar sobre a chance de saírem, já que não tinha mais pelo que lutar naquelas terras, eles não iriam embora. Eu sabia disso.

Não tivemos ataques pelos próximos dias, eu não tinha me aproximado muito das pessoas e nem me envolvido muito, mas a curiosidade venceu e resolvi acompanhar Damian em algumas rondas, já que todos ele era o que se mostrava mais receptível, naquela noite nos aproximamos de Nova Orleans aonde ouvimos boatos de brigas ocorrendo em Galveston, não sabíamos o que estava acontecendo e por mais que ele quisesse se aproximar eu não achava seguro, os ânimos estavam exaltados em todos os lugares, ficamos sabendo de batalhas em Dallas, sobre territórios para alimentação, era uma briga feia e aproveitamos a distração e saqueamos um dos hospitais voltando dois dias depois com suprimentos de bolsas de sangue. As novas informações trouxeram vida a base, assim como o sangue.

Peter tinha um esquema de rondas até mesmo para refeição, com os vampiros organizadamente formando grupo para se alimentar, sem violência, sem briga, sem bagunça, eu fiquei abismado em ver como eles se comportavam em grupo, um respeitando o outro, a base ficava a todo vapor, reparos sendo feito. Eu até mesmo consegui me aproximar e ajudar Peter no concerto da casa de barco, que eu descobri ser um local que parecia ser bem organizado, reparamos a parede e a porta quebrada e o idiota decidiu pintar de roxa e o restante de branco.

E nesse ritmo completamos um mês da nossa chegada, Esme desejava vir ao nosso encontro, embora eu não concordasse, eu sei como estava sendo difícil para Carlisle ficar longe da sua companheira, ao mesmo tempo ele não queria sair e deixar seus filhos no meio dessa confusão, Eleazar tinha desaparecido, o que estava preocupando o médico, que pediu ajuda de Esme para localizá-lo ou algumas das meninas, Rose e Emmett deixaram claro que ficariam enquanto eu ficasse, e eu não tinha planos de ir, mesmo com todo o show e drama que Alice vinha fazendo por não conseguir ver meu futuro.

Mas eu não sairia, com toda a minha experiência, eu sabia que tinha bastante coisa que nem Peter e nem Damian nos contavam. Telefonemas em seu escritório que era abafado até mesmo para nós, noites em prontidão nas fronteiras de Houston como se esperasse algum sinal que nunca chegava e depois voltava para a propriedade levando a vida, cuidando da propriedade, treinando os soldados, saindo em busca de comida, cada um cumprindo devidamente seu papel, sem se abalar com a calmaria, com as brigas ocorrendo nas proximidades, com o tempo passando, eles os estavam vivendo e esperando…

Uma semana depois de conversar com o restante da família e explicar como as coisas estavam complicadas e estagnadas, tivemos a feliz e assustadora surpresa com a chegada do restante da família, Edward acompanhou as meninas, não achando uma boa ideia que elas fizessem essa viagem sozinhas, e pelo que eu podia sentir ele não estava nenhum pouco feliz com isso. Eles tinham bastante coisa para contar sobre o que ouviram pela estrada e como os ânimos estava na Europa com os Volturis, que abriu as portas da cidadela abrigando os refugiados que saíram dos Estados Unidos ao longo dos anos, segundo ele tinha feito pesquisas e Brasil ainda estava livre de ataques e membros Romenos, então ele achava uma ótima ideia a família seguir para a ilha que Carlisle tinha dado a Esme, enquanto buscávamos notícias sobre os Denalis.

Eu achava impressionante como ele tinha sempre a capacidade de chegar com seus planos definidos, esperando que todos nós os seguíssemos. Era sempre assim, mas apenas dei boas vindas aos chegados e segui meu caminho terminando de ajudar Marco com uma cerca nova para colocar além do lago, eu já tinha minha decisão tomada e nada me faria muda de ideia dessa vez.

Com a chegada do restante da família, Peter voltou a se afastar assim como Damian passou a dar mais espaço, mesmo que não fosse bem isso que eu queria. Tínhamos um número grande na propriedade agora, o que não parecia deixá-los muito contente, nós eramos 7 vampiros, enquanto Peter e seu pessoal chegava a 9 vampiros, mesmo que parte desse grupo, ficava mais fazendo ronda pelas cidades pequenas vizinhas e apenas voltavam com suprimento, notícias, e se preocupavam em repor algumas peças de roupa, alguns até mesmo se banhavam, marcavam um tempo e logo voltavam para rua. E os outros ficavam pela mata cumprindo tarefas e vindo a propriedade apenas para se limpar e alimentar, nas horas já programadas com Peter.

E claro que não seria diferente, O mau humor de Peter tinha voltado, foi triste eu repetir o pouco que eu tinha descoberto sobre o ataque de Charlotte para Esme e Alice, embora ninguém, nem mesmo Damian quisesse me contar sobre o ataque que fez meu amigo ser mutilado.

- Tire a porra do pé da mesinha, mau educado. Sua mãe não te deu educação não. - Peter bateu com o chapéu que ele sempre tinha em sua cabeça no ombro de um dos vampiros que tinha acabado de entrar na sala e se sentar. - Vá se alimentar, já faz dois dias, estamos racionando, mas não quero ninguém enlouquecendo de fome ao meu lado. Ou não me importarei em chutar a bunda de vocês.

- Certo, capitão.

O Vampiro se afastou fazendo uma pequena reverencia de cabeça para Esme que passava por ele pelo corredor.

- Sabe o que é pior nessa merda toda?

- Não conseguir coçar o seu braço. - respondi enquanto passava a folha do livro que eu tinha pego para ler desde a madrugada e não tinha conseguido sair da metade dele.

Estranhando o silêncio e a falta de um xingamento eu ergui meus olhos encontrando com toda calma do mundo estendendo o dedo médio para mim, com o cotovelo apoiado no joelho da perna dobrada encima da outra.

- Enfim. - disse recolhendo a mão, e se ajeitando na poltrona em que tinha sentado. - Se sentir a porra de uma babá no meio disso tudo.

- Você é um capitão, Comande-os.

- Esses homens não são meus. Major… e nem seus. - ele me respondeu quando ergui minha sobrancelha para a sua resposta, e sua ainda atitude debochada de se referir a mim.

- Não vejo ninguém aqui os comandando.

- Esse é o poder que ela possui, sua liderança… ela não os domou, ela os conquistou.

- Eu não esperava Maria ser capaz…

- Não estou falando de Maria. Jasper. Ela nunca chegou a lugar nenhum sozinha e agora não é seria diferente, a filha da puta é sortuda ou já estaria morta a muito tempo.

- Quem é essa vampira Peter?

- Eu não quero te contar e deixei claro aqui para ninguém fazer isso. E não tenho certeza se Edward conseguirá ver algo sobre ela em nossa. Entenda Jasper, eu deixei você ficar, estou deixando você ajudar, deixando que faça algo para que alivie a sua consciência, mas isso não quer dizer que eu não farei dessa estadia a mais irritante e infernal possivel.

- Então não receberei nada diferente vindo de você, velho amigo.

Meu sorriso sínico espelhou o dele, ele não ficou muito tempo em seu lugar depois que Alice chegou falando que tinha arrumado nosso quarto. Eu se quer tinha feito questão de ter um desde que cheguei, isso não era algo que eu tinha como prioridade, já que nunca fui de conforto enquanto estava no campo, e era assim que eu me sentia nesse momento. Peter já tinha deixado claro que tinha ordens, que não os fariam sair, não os fariam atacar… bem. Eu não tinha recebido nenhuma ordem de quem quer que seja e a muito tempo Maria não me controlava.

Algo estava acontecendo em Galveston e eu queria me aproximar.

Quando a noite chegou naquele dia eu acompanhei Alice para o quarto, nenhum de nós dois dormia, mas era um costume que tínhamos para manter a aparência e buscar um pouco de privacidade, ela se trocou e se ajeitou nas cobertas enquanto eu apenas tirei as botas e deitei por cima delas.

- Porque você não se deita, Jasper?

- Porque eu irei para a ronda em poucos minutos, All.

- Eu não gosto disso, você me disse que não se sentia vontade de se envolver mais com isso. Eu me lembro de tudo o que você me contou do seu passado, e não quero isso para você, todo esse sofrimento. Eu posso ver como Peter está sofrendo sem Charlote e não quero sofrer assim. A ideia de Edward é boa, eu posso ver que daria certo, ou se você preferir podemos voltar para a Europa, os Volturis podem nos proteger, eles são amigos de Carlisle, podemos conseguir até mesmo uma acomodação no castelo, eu aceito qualquer, só para sair daqui.

- Não vou mentir,eu ficaria bem mais tranquilo se você tivesse ficado por lá Alice. Eu lembro que prometi protegê-la sempre pequena, você me salvou do passado feio que eu vivia e me mostrou um estilo de vida que eu… me adaptei facilmente. Eu vou mantê-la segura e não vou deixar que nada aconteça com você.

- Meu medo é que algo aconteça com você. - beijei seu beicinho.

- Farei algo sobre isso também. - brinquei beijando sua testa e abraçando.

Por mais de 70 anos, eu tinha recebido Alice como minha esposa, depois de aceitar ir com ela no que ela prometeu ser um estilo de vida que me libertaria da dor, da fome, do sofrimento que era me alimentar, ela me apresentou aos Cullen, a alimentação vegetariana, a um amor puro e completamente calmo e diferente do que eu tinha com Maria. Em troca e todo o bem que ela me fez, sem nem ao menos me conhecer, não importasse que ela tivesse visto em sua visão que era o seu destino ela me encontrar… eu prometi amá-la, respeitá-la e cuidá-la.

Depois do que seria 2 horas fazendo companhia a Alice enquanto ela folheava uma revista de moda, eu em despedi para a minha ronda, não me aventurei até Galveston, mas cheguei a fronteira de Houston encontrando alguns olheiros que vigiava o local. Quanto mais eu me aproximava da cidade, mais eu sentia uma ligação assim como fleches de pequenas memorias do meu passado, minha infância, meus pais, eu me alistando, minha morte… Houston fazia parte de uma fase em minha vida, um tanto agridoce, eu amava, sentia saudade e ao mesmo tempo queria esquecer. Eu tinha a intensão de nunca mais pisar naquela cidade, e cumpri em todos esses anos, até agora. Bem, aqui estava eu caçando algum jeito de entrar na cidade sem ser detectado. Fiquei até próximo ao amanhecer, achando melhor voltar antes que clareasse e ficasse difícil me esconder. Eu não iria desistir de fazer algo, eu continuaria voltando, até descobrir o que estava acontecendo na cidade.

Nos dias que se seguiram, eu vim encontrando dificuldade de me manter calmo com a tranquilidade a nossa volta, o que me instigava ficar em alerta o tempo todo, isso acabou fazendo Edward insistir que não tínhamos motivos para ficar por mais tempo, que já tínhamos ajudado e que agora precisávamos ser rápidos, para não sermos notados e deixar rastros. Sua insistência, somado aos bicos e resmungos de Alice, estavam deixando até mesmo Rose e Carlisle também agitados, o que ão vinha me ajudando em nada.

Eu estava com os nervos aflorados, vendo Peter e Damian sempre de um lado para o outro enquanto eu me sentia no escuro, os poucos homens entrando e saindo, Esme assumindo os cuidados da casa, mantendo limpa e arejada, para alívio e desespero de Peter, que sempre aparecia rosnando atrás de Alice quando ela surgia com assuntos de decoração, ou encarava tempo de mais uma cortina ou um tapete.

Era engraçado como eles faziam tudo ao redor da propriedade, mas sempre cuidado e preservando o ambiente.

Tínhamos terminado a reforma da casa de bracos, inclusive com Azaleias foram plantadas por Esme em um canteiro em volta. Damian estava sempre regando e cuidando delas, Edward tinha virado sombra de Carlisle empenhado em encontrar um jeito de tirarmos todos dali o mais rápido possível, o que eu sabia que era apenas sobre a sua família. Mas eu não expressava a minha opinião em voz alta, embora ele soubesse muito bem o que eu pensava sobre isso. Emmett tinha se enturmado bem com os outros soldados, muito melhor do que eu e o restante da família. Ele tinha se colocado no planejamento de rondas e cuidado dos arredores com os outros.

Quando eu atingi meu limite acabei invadindo o escritório de Peter depois de mais uma discussão nossa quando eu fui até ele contar como eu tinha me aproximado de Houston ao longo dos dias, tinham sido reduzido o número de olheiros nas fronteiras, eu queria tentar chegar até Galveston e queria que ele fosse comigo. "Não deixarei meu posto, Jasper. Vá você." foi sua resposta e eu me sentia com o nervo a flor da pele, a situação só piorou quando Alice se aproximou com a nossa gritaria e logo ficou nervosa com a minha ideia, já que ela não tinha conhecimento do que eu tinha decidido fazer, sinal de que ainda não estava conseguindo ver meu futuro.

Acalmá-la tinha sido cansativo, um estresse que deixou todos ao nosso entorno nervosos e vigilantes, já que o humor do capitão tinha ido pelo ralo. Eu só queria que ele entendesse, essa era oportunidade e eu não queria disparti-la, algo estava acontecendo por lá e precisávamos saber o que era. Depois de toda aquela manhã turbulenta, as pessoas se dissiparam pela casa, cada um saindo da mira do outro, uma decisão inteligente considerando meu humor e do Peter…

A primeira sirene soou era próximo das 15 horas, Peter e Damian correram para o lado de fora da casa enquanto ouvíamos uma explosão da cerca que instalamos do outro lado do rio.

- A postos próximo ao rio, não sabemos se eles darão a volta. - apontei para Emmett e mais dois para que eles o seguissem e ficassem de prontidão, com os olhos bem abertos.

Eu tinha perdido Peter de vista mais sabia que ele estava dando suas ordens, ao mesmo tempo que eu sabia que muitos já tinham seus passos programados. Damian estava se posicionando em uma árvore próximo ao portão, tentando ganhar uma visibilidade do que poderia surgir no final da estrada.

Corri para dentro de casa querendo colocar Alice e Esme em segurança, mas fiquei aliviado quando Rose já estava cuidando disso.

- Vá e eu fico, pedi Carlisle que não se afastasse da casa. Para que me desse apoio se eu precisar.

- Eu não vejo nada… eu não vi isso chegando… eu odeio isso, Jasper. - era triste saber o quanto Alice se apoiava em seu dom, ela não seria capaz de se manter segura, nunca tinha tido interesse em ter algum tipo de treinamento como Rosalie gostava de ter as vezes comigo ou com Emmett, Alice achava que sempre estaria um passo a frente do seu oponente.

- Fique dentro de casa All, eu os manterei distante de você.

Quando voltei a me posicionar do lado de fora da casa, o silêncio reinava, eu conseguia ouvir o vento fraco correr pelas folhas das árvores, eu conseguia ouvir o som que vinha do rio, peixes, o rastejar lento de algum animal pela floresta e até mesmo o voar de um pássaro a distância, a tempos eu não sentia essa expectativa do que apareceria, de onde eles surgiriam, levou cerca de 20 minutos para eu ouvir o primeiro galho se partir, me virei para o lago, enquanto Peter e Damian não desviaram os olhos do portão principal, um minuto de silêncio e o farfalhar começou, rosnados, pancadas sons de dilaceração.

- Eles estão lutando? - perguntei em voz baixa.

- Não tenho ninguém além do rio apenas as cercas. - Peter me respondeu confuso, finalmente olhando para o lago.

Um vulto foi jogado no rio e outro pulou atrás com uma graciosidade incrível, pelo canto do olho eu vi movimentos do grande animal que descansava na beira se rastejar para dentro d'água. A superfície estava tranquila, sem nos dar nenhuma visibilidade do que acontecia lá dentro.

- São aliados?

- Qual a parte do que "eu não sei que merda está acontecendo" você não entendeu? - desviei meus olhos com vontade de mandá-lo ir se foder com todo o seu mau humor, mas o grito de Damian, nos atraiu para o portão.

Ele arremessou algo que tinha em mãos, para o leste acertando o que nenhum de nós conseguia ver, uma explosão jogou o que seria resquícios de terra, grama e corpos em chamas para o ar. Isso pareceu ser o suficiente para os enfurecer e começarem a atacar, a nuvem de poeira surgiu no início da estrada, sendo interceptava no meio do caminho, mais mesmo assim alguns ainda conseguiram chegar até a propriedade era um número maior do que foi da primeira vez que estiveram aqui, eles tinham planejado algo grande.

Mais bombas tinham sido arremessadas ao longo do caminho criando um caminho de fogo a nossa frente, movimentos na água me chamaram atenção, 2 novos vultos tinham pulado no rio, sem eu ao menos ter tido algum vislumbre dos que já estavam lá dentro.

- A casa Jasper. - gritou Peter, pedindo que eu me focasse, mas algo muito forte me atraia para a água.

Três dos invasores tentavam se aproximar com ideias de incendiar, Carlisle e Edward se aproximavam para me ajudar, foi com facilidade que eu me livrei do que segurava uma tocha, enquanto a usava para queimá-lo e os outros dois que logo Carlisle e Edward deram um fim. Uma nova explosão próximo a mim me fez pular me jogando para próximo ao lago e caindo de costas. Eu estava me levantando quando vi Peter ser jogado em minha direção e seu corpo bater violentamente contra mim, algo rolou de sua mão e meus olhos se arregalaram quando eu reconheci a granada sem o pino. Eu só tive o reflexo de jogá-lo para longe e tentar alcançar aquela merda, quando um pé apareceu chutando para longe no rio, enquanto uma mão me levantava sem nenhum esforço pela blusa e me jogava para próximo de Peter no tempo em que a bomba explodiu jogando água para a margem bem próxima de onde estávamos.

- Pare de tentar explodir a minha casa, Caralho.

Uma mulher de estatura media, encharcada com o resto de roupa colado no corpo, suja de lama estava parada na nossa frente com seus olhos negros em fúria, suas mãos estavam no quadril, a lama me impedia de ver seus rosto com clareza, mas aquela voz era …