Capitulo - 4

Isabella

Eu fiquei furiosa, com o meu limite sendo elevado ao máxima, tinha sido tempos difíceis e quando vi aqueles dois idiotas quase se matarem, por um segundo me deu vontade de tacá-los no rio junto com a bomba, aquilo estava uma bagunça imensa. O infeliz de Handall não estava brincando quando disse que tinha preparado algo grande dessa vez.

Não perdi tempo em discutir e avancei para a frente da propriedade, tinha uma contenção que deixei vindo pela retaguarda que eu sabia que não estava 100% para essa batalha, eu precisava encontrá-los e ajudar. Por conta da corrida minha roupa tinha secado facilitando meus movimentos em destroçar os poucos que ainda restavam e jogá-los nas chamas que cruzavam a estrada de terra, impedindo que qualquer um recuasse ou avançasse até a propriedade sem ter que passar por nós.

- Como estão? - gritei me aproximando do grupo, que recolhia pedaços de corpos destroçados e tacavam nas chamas.

- Firme General.

- Certo, vamos pessoal avante.

Liderei o caminho me aproximando da entrada, estudando a vegetação caso alguém ainda tentasse se esconder, Corine e Tobias logo me parelharam copiando minhas ações, mais atrás vinham vampiros que eu libertei quando consegui fugir, uns ainda estando desestabilizados, com seus membros realocados ainda cicatrizando.

Não tinha sido a primeira briga que encontramos no nosso caminho, um grupo menor que vinha como apoio a esse, o que Handall chamou de segunda onda, teve seu fim antes mesmo de chegar próxima a propriedade. O idiota estava imitando umas de minhas estratégias usadas no passado.

A situação já estava mais controlada, com algumas piras ainda queimando, eu tinha muito olhos espantados me encarando enquanto ainda trabalhava, nenhum deles esperavam me encontrar assim, tinha sido um tempo longo e desgastante para todos nós e enquanto eu conseguia sentir a surpresa deles, eu só conseguia sentir alívio.

Eles estavam aqui, bem e vivos.

Eu não via a hora de chegar e encontrá-los, saber se estava bem e juntos, os dois filhos da mãe que tinham o total poder em me fazer sentir medo, por serem inconsequentes e implacáveis. Peter e Damian eram uma dupla de idiotas quando ficavam juntos, mas eu não tinha outra escolha, deixando de ser implicante por um instante eu confesso que não confiaria em ninguém diferente para cuidar um do outro e juntos de todos eles.

Mas bombas?… Uteis, eu não podia negar… mas caramba era a mesma coisa que dar uma tesoura na mão de uma criança e esperar que ela não saísse por ai cortando as coisas.

Ia dar merda. Peter com certeza era o responsável por isso.

Eu não sabia o que dizer para eles. Eu parti com a promessa de que voltaria logo. Bem… não tinha sido tão logo assim, Foi a porra de um ano infernal, isso sim, mas eu tinha voltado e felizmente não sozinha.

Com um último olhar, e encarando a dor e alívio nos olhos de Peter, eu me virei e avancei até o final do grupo que me seguia, Ela estava fraca, eu a tinha encontrado desmembrada não fazia nem cerca de 10 horas e não tinha conseguido parar tempo suficiente para alimentá-la, Entre querer se afastar logo de Houston e destruir um pequeno grupo de jovens vampiros, nós tínhamos que correr se quiséssemos ajudar em algo e algo em mim me dizia que eles precisavam da nossa ajuda, mesmo acreditando na capacidade de todos,

Apoiando seu corpo, eu deixei que ela se movimentasse no seu tempo, eu poderia imaginar o quanto desesperada ela estava, tanto quanto ele.

- Charlotte… Caralho, Char… que inferno todo foi esse, amor, eu não acredito… eu pensei… - ela o recebeu em seus braços e apertando tanto quanto conseguia, ainda sendo sustentada por mim, já que sua pernas não estavam bem cicatrizadas.

Era lindo de se ver e eu não me importava, eu gostava que meus soldados valorizassem seus companheiros. Eles sempre dizia que eles tinham que ter pelo que lutar, eu estaria ao lado deles para isso, assim como eles me aceitam no comando.,,

- Descansar capitão. Estamos em casa agora. - falei firme, com um bolo na garganta, eu vi seu corpo estremecer quando ele se soltou e se ajoelhou aos pés de sua companheira, enquanto ela se soltava de mim e se juntava a ele no chão.

- É claro que eu voltaria para você, capitão. Você não conseguiria se virar sem mim. - a voz de Char soou fraca, estávamos todos abalados, mas reencontrar sua outra metade a enchia de forças.

- Claro que não, Char. Olha só para isso. O idiota quase explodiu a si mesmo, pior ainda, quase explodiu minha casa. - resmunguei me aproximando do casal e me ajoelhando junto a eles.

Peter foi e ainda é um dos homens mais forte que eu conheci, lutei contra e batalhei ao lado. Colocando a mão no ombro do meu melhor amigo, deixei meus olhos caírem para o espaço vazio onde faltava seu braço. Com pesar soltei um suspiro lamentando novamente aquele maldito dia, encostei minha testa e seu ombro esquerdo aceitando o apoio de Char em um meio abraço, enquanto senti os lábios frios de Peter encostar em minha testa, ele não gostava dos meus pensamentos sobre aquele dia, assim como eu não gostava dos dele.

Eles estavam juntos, isso tirava um peso tão imenso dos meus ombros, eu nunca tinha sentindo tanto medo de falar como eu senti ao longo desse um ano a qual meu único objetivo era nos mantermos vivos e nos tirarmos de lá.

- Você não cansa de nos salvar? - brincou Peter com o sorriso que eu morri de saudade.

- E passar pela eternidade sem vocês? Seria insuportável querido.

- Não sei nem o que dizer… eu cheguei a achar que estavam mortas… porra eu me odiava tanto…

- Eu nunca voltaria para casa sem ela, se tivesse a mínima chance, Peter. Eu não deixo ninguém para trás. - falei olhando mais uma vez para seu ombro.

- E não deixamos irmã. - disse Char olhando para trás de mim, o grupo que conseguimos libertar das celas que Handall mantinha tentando obter informações sobre mim quando eu mesma não abria a boca sobre o que ele queria saber. Sorri quando Damian finalmente resolveu se aproximar.

- Olha só você garoto. - pulei de pé, o puxando para mim, enquanto analisava todo o seu corpo, era natural.

- Estava na hora de voltar general.

- Desculpe a demora, soldado. - o puxei para um abraço me sentindo bem. Quando o encontrei em Nova Orleans desesperados por terem sido emboscado me contando desnorteado que eles tinham levado Charlotte, eu ordenei que ele voltasse a Peter, que ficassem vivos e acima de tudo que não fosse atrás de mim, porque eu voltaria. Eu não tinha controle no que aconteceria a partir dali. Mas a certeza que eu tinha era que eles nunca desrespeitariam minhas origens e elas era bem claras. "fiquem vivos e seguros."

- Vejo que seguiu minhas ordens. Damian.

- Da melhor forma que eu pude senhora. - eu reconheci os ferimentos recentes em sua pele, e eu odiava isso, me aproximando examinei com calma cada ferimento e toquei seus cabelos loiros sujos e bagunçados, eu o puxei para mais um abraço e me deixei ficar ali por um curto tempo, tendo o meu momento.

- Certo. - respondi mudando meu tom de voz e me afastando do breve conforto que eu me deixei ter.

Eu estava de volta, eu tinha salvado vidas que tinham sido condenadas. Tinha voltado para aqueles que tinham esperanças que eu não seria derrubada tão fácil, eu estava de volta. Handall destruiu tudo o que eu conquistei e sei que continuará de olhos em mim, mas enquanto eu ainda andasse por essas terras eu sempre me ergueria.

Virando para a formação na minha frente eu contemplei os homens e as mulheres que eu treinei, que confiavam em mim. Aqueles que me esperavam, sem ter nenhuma notícia minha, aqueles a qual eu salvei de mais torturas e fome, aqueles que eu recuperei. Eles estavam ali na minha frente apostos de cabeças erguidas, esperando ordens e direcionamentos, prontos para batalharem se for esse o caso. Eu caminhei me colocando de frente a eles admirando mais uma vez, sua lealdade.

- Sua esposa precisa ser alimentada, Capitão. Não entrarei em detalhes agora. A cerca além do lado precisa ser trocada e façam isso ainda hoje. Handall sabe que fugi, fiz questão de deixar isso bem claro quando chutei sua bunda para fora da minha cela, corram o perímetro e fiscalizem a proteção e voltem. Quero todos em casa. - olhei para o grupo que estava mais pálido que o normal, com escuras olheiras e olhos nas cores de sangue pesado.

- Damian preciso que alimentem os recém-chegados, providenciaremos mais sangue pela manhã, não quero que ninguém saia essa noite. Ficarei de guarda. Nós conseguimos pessoal e continuaremos conseguindo. - estudei a situação a minha volta, vendo meus soldados saindo para seguir minhas ordens enquanto alguns ajudavam as recém–chegados a entrar em casa. Mas acima de tudo avaliei a situação dentro de mim.

- Isabella, não faça isso, fique, entre e vamos cuidar de tudo irmã. - Char me pediu ainda ajoelhada próximo de Peter e estendeu uma mão me chamando.

- Estou bem Char, não se preo…

- Damian, ela está sem se alimentar eu… perdi a conta, tentei prestar atenção mas Handall nos afastava e na ultima semana ela abriu mão do seu para alguns de nós, Antes disso Handall a levou por 1 mês, eu acho, ele estava…

- Filho da puta. - esbravejou Peter se colocando de pé e segurando meu rosto com sua mão estudando meus olhos, com certeza não gostando nenhum pouco o que encontrou neles, enquanto eu não gostava nenhum pouco do que eu sentia dentro de mim.

- Venha se alimentar. - eu neguei, encostando minha testa em seu peito, e respirando profundamente seu perfume. E reconhecendo o sentimento de segurança e amor, eu estava em casa, mas eu ainda não conseguia me permitir reconhecer e nem relaxar. Eu odiava essa merda, eu odiava me sentir assim e principalmente deixá-los preocupados.

Quieta em seus braços eu tomei conhecimento da presença de todos que ainda estavam ao meu redor, quando eu estava nesse estado, meus sentidos se ampliavam de uma forma insuportável, me deixando ainda mais sensível sobre o que acontecia ao redor, seus cheiros eram doce de uma forma diferente para mim, mas estranhamente o cheiro dele era reconhecível para mim, com características diferentes dos restantes, foi isso que me fez ficar alerta quando sai da água e me deixou furiosa quando vi o que estava preste a acontecer, mas eu não queria lidar com isso agora, com nenhum deles, não quando eu estava uma bagunça e precisava agir para proteger os meus,

Eu não queria saber o porquê da presença de Jasper ser tão sufocante agora, que ele estava aqui.

- Bella…

Há anos eu não ouvia esse nome. Essa garota não existia mais, então não tinha porque eu insistir nesse nome. Eles só não sabiam disso, na verdade eles não sabiam nada sobre mim, assim como em todos esses anos eu não fiz questão de saber nada sobre eles. Pertencíamos ao mesmo "mundo", mas nossas histórias não se cruzavam mais, eu esperava que nem mesmos nossos caminhos se cruzassem, mas até mesmo isso o filho da puta de Handall tinha que estragar.

- Não sou mais chamada assim, a muito tempo. Eu não sei como vieram para aqui, mas acredito que vão fazer questão de me contar, eu só não estou com cabeça para lidar com isso agora, não vou responder perguntas.

- Minha cabeça está latejando de mais para isso. - minha resposta tinha sido clara para a família Cullen, eles não tinham porque insistir em algo agora e não seria nenhum pouco inteligente também, não quando eu tinha uma represa arrebentada em mim.

Eu era a única vampira que sofria de enxaqueca por falta de alimentação, mas um motivo para lista do porque matar Handall.

- Você precisa se alimentar, Isabella. - Damian se aproximou como se eu precisasse de apoio, meu olhar de quem iria socá-lo se ele segurasse meu braço o fez se afastar.

- Pelo amor de Deus, eu sei me virar, não é a primeira vez que tenho minha mente fodida, cuidem do que eu pedi, e ficarei aqui, satisfeitos? Só preciso... quando voltar conversamos. - falei passando a mão em seu rosto e ignorando as estatuas de mármores chiques atrás de mim.

Sem esperar nenhuma resposta me afastei, antes que qualquer um tentasse me impedir, fui em direção ao lado me aproximando do lago que cruzava a propriedade e mergulhei.

Mexer com meu equilíbrio, testar meu controle sempre foi a diversão de Handall, seu maior prazer em sua existência miserável enquanto ele vivia nos complexos de Maria, e pelo jeito ainda continua sendo. Quando assumi o controle do exercito que ele tão orgulhosamente se achava no direito de comandar tão porcamente, ele não perdeu o exercito, ele perdeu a mim, acredito que isso o enfureceu muito mais, não o fato de eu ter mais voz e controle sobre "aqueles seres inúteis" como ele costumava chamá-los.

Estar em suas mãos novamente foi mais exitante do que ter derrubado Galveston e nos desestabilizado, eu vi isso em seus olhos. Ele também sabia como eu amava aquele lugar, ter massacrado a população, Galveston estava morta, me contar sobre o que ele fez, era uma de suas torturas, assim com a promessa de que Houston teria o mesmo fim...

Eu sabia o que me esperava quando eu debandei meus homens e junto com Tobias corremos para Houston. Desmembramentos, longos períodos de jejum, ser induzida a lutar para que prisioneiros ganhassem o direito a uma refeição naquela semana e o principal, tentar encontrar Charlotte. Nos 3 primeiro meses assim que eu cheguei fui separada de Tobias e mantida em uma solitária abaixo da terra, Longe de tudo e de todos, mas totalmente disponível para Handall experimentar suas torturas favoritas, fiquei cerca de duas semanas com minha cabeça longe do meu corpo e isso não foi apenas uma vez, e quando eu não reagia mais, não entregando o que ele queria, que não era informações e sim reações a tudo o que ele fazia comigo, eu fui levada para as celas comuns, ele queria que todos vissem como eu não era tão indestrutível assim, tentando transmitir uma fraqueza que não existia em mim, eu fui rindo como o diabo, dormente de qualquer coisa que ele vinha a fazer em mim e com novas cicatrizes.

Eles estavam vivos,

todos enjaulados com corrente nos pescoços e membros faltando, mas estavam vivos e agora não estavam mais sozinhos. Me ver trouxe foco, eu vi em seus olhos a determinação, Handall não entendia que eu nunca transmitiria fraqueza para eles, eu era sinal de força e determinação, porque eu sempre lutaria ao lado deles até o fim, Tendo o foco restaurado eu comecei a cuidar dos meus, porque eu sabia que estava chegando a hora que iriamos sair de lá. Sua obsessão por mim o deixava burro, isso explicava o porque eu passei um ano em suas mãos e fiquei viva. Ele sabe que comigo não teria tal cortesia, sua existência era desnecessária para mim, então eu não prolongaria em nada.

As águas não demoraram a se agitar em volta de mim e eu senti expectativa, eu tinha acabado de batalhar, mas nem destroçar aqueles vampiros tinha aplacado a força, a sede por luta o que estava esquentando minhas veias frias, eu não era um ser compassivo com frequência, na verdade o monstro tem rugido em mim com mais frequência ultimamente do que nos últimos anos, eu tinha prioridades, eu era uma líder e sempre cuidaria daqueles que lutavam junto a mim, minhas batalhas eram nossas e as suas eram minhas.

O primeiro ataque veio por cima quando o animal tentou abocanhar minha cabeça que estava fora da água com seus dentes enormes, então deixei que me divertisse por um tempo, eu uma garota com um metro e sessenta e quatro de altura lutando com uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento era excitante, sua força era incrível o que tornava tudo muito divertido, lutei com minha presa de uma forma bem violenta por uns longos minutos, extravasando toda a frustração que eu passei nos últimos tempos, não seria o suficiente, mas era um começo, não levou muito mais tempo e o arrastei pela calda quando ele tentou uma fuga e o levei para a beirada aonde eu conseguia um pouco de apoio com as minhas pernas, e puxá-lo para fora da água, montei no animal me alimentando, não era o melhor gosto do mundo, mas a luta, a violência, era o que eu realmente precisava naquele momento, quando acabei, puxei a carcaça para beirada do lago. Enquanto me sentava ao seu lado e continuei sentindo os olhos curiosos me observando do deck. enrolando um pouco mais para voltar, me concentrei em coletar os dentes da fera que eu tinha acabado de jantar, contemplei o céu que eu não via por um tempo, me perguntando se ele teria coragem de se aproximar.

Eu nunca tive problemas nenhum com Jasper, o fato de que ele tentou em matar não tinha importância, pelo menos não para mim, já eles se mostraram muito sensível com isso no passado. Sentir fome faz parte do que somos, descontrole é o nosso nome do meio, e no caso dessa família centenária. Eu, uma simples humana tinha mais compreensão sobre isso do que eles, mas eu aprendi algo depois de todos esses anos vivendo pelo Texas, e crescendo como pessoa, eu sei que Jasper não me mataria.

Ele poderia até me dar o que eu tanto implorava a Edward naquela época, mas me matar? Jasper era um soldado antes mesmo de ser um vampiro, tinha formação, controle e seriedade em suas veias antes mesmo de correr veneno por elas e isso não foi apagado de sua memória e nem de seu ser, não é atoa que todos com quem cruzei em minhas batalhas sabiam quem era o Major, sem mesmo nunca tê-lo encontrado, ele era um soldado poderoso que não tinha perdido sua essência de um jovem digno que estava disposto a fazer tudo pela segurança da sua família. Foi esse Jasper que eu conheci em Forks, o que faz tudo pela sua família, até mesmo conviver com uma humana de sangue tentador,

Sua presença era viva por essas terras, ele não tinha sido esquecido e apagado, e ouvir histórias seja de Char ou de Peter, até mesmos vampiros que entravamos durante algum curta viagem, era bom, eu me senti ele, uma ligação mesmo que ele não estivesse mais por alí.

Jasper era dono de uma força que ele mesmo não tinha consciência, ele só estava ocupado de mais interpretando o papel de um covarde que não combinava nenhum pouco com ele.