Isabella

A água estava tão gelada quanto a minha temperatura corporal, o que trouxe uma sensação boa quando mergulhei no lago. Deixar que a água corrente daquele riacho limpasse meu corpo e minha mente naquele momento estava sendo excelente. As primeiras horas de viagem tinha vindo com surpresas, não apenas sobre os ataques, encontrar as estradas vazias, as cidades grande mortas, tinha sido uma surpresa também, a situação vinha piorando conforme o tempo vinha passando.

Eu tinha passado 10 anos correndo por essas cidades, aonde eu via vida, criaturas humanas correndo sempre atrasadas para algum compromisso, eles corriam contra um tempo que não tinha mais tanta importância para mim. Parar em minhas viagens sentar em uma cafeteria e apenas observar o ir e vir me anestesiava, matando uma saudade de um tempo que me trazia estresse e reclamações quando eu era apenas uma menina de 17 anos cheias de tarefas de casa e pilhada com a ideia de ir para a faculdade, sem contar o drama de um namoro malsucedido com um ser sobrenatural.

Dallas estava morta, o centro estava aberto, mas o número de pessoas nas ruas tinham diminuindo consideravelmente desde que toda essa confusão começou, e algo me dizia que em muitos outros lugares também estaria assim.

Eu estava nadando contra a correnteza, mexendo meus braços querendo agitar um pouco as coisas quando escutei o som da água se agitando do outro lado, não olhei rápido o suficiente, mas algo ou alguém tinha entrado na água, eu mergulhei e não consegui ver nada, voltando a tirar a cabeça da água eu via apenas as pequenas marolas que a correnteza fazia. Ficando atenta a qualquer outro movimento, eu diminui meus movimentos tentando ficar o mais imóvel possível, tentando captar qualquer outra vibração sendo feita na água, tentando não ser pega de surpresa.

O que não foi o suficiente já que engoli meu grito junto com água quando meu pé foi puxado me levando para o fundo, as bolhas que meus movimento fizeram não me deixou ver quem estava me puxando, já que a mão segurando firme meu tornozelo deixava bem claro ser uma pessoa e não um animal.

Ter nômades escondido na floresta não era improvável, não era atoa que todos estavam atentos para qualquer movimento e ataque, mas a atual situação de risco não ia me impedir de mergulhar quando tudo o que eu mais queria era me afundar um pouco nessas águas… bem não era tão literalmente assim, para um idiota tentar me arrastar para o fundo assim. Agitando minha perna direita que estava libre de qualquer aperto eu a sacudi até acertar uma parte dele, o que o fez com que me soltasse, e mesmo de baixo de água eu acredito ter ouvido uma gargalhada enquanto eu nadava para a superfície.

Quando eu finalmente sai puxando uma respiração para me livrar da sensação dos pulmões parados, eu olhei em volta e em menos de um minutos depois, a criatura loira emergiu ao meu lado rindo, eu espirrei uma quantidade considerava de água em sua cara voltando a molhar os cabelos que ele tinha agitado com as mãos tirando de seu olho.

- Você é um idiota, Jasper.

- Seu gritinho de menininha foi tão lindo.

Eu tentei chutá-lo por debaixo da água e tive minha perna segurada e puxada para ele.

- Sem violência desnecessária, Isabela.

- Desnecessária? Você tentou me afogar.

- Sim, e eu poderia ficar os restante da noite sentado encima de você no fundo desse lago, e você conseguiria sair e chutar a minha bunda depois, sem dano nenhum.

- Gilipollas. (babaca)

- Desculpe se te assustei cariño. (carinho)

Sua língua se enrolava de um jeito tão… charmoso quando falava a língua com seu sotaque ficando ainda mais evidente. Eu nunca tinha o visto falar Espanhol antes, mas eu sabia que ele estava na turma de espanhol quando estava na escola e em uma turma mais avançada, provavelmente por ser fluente enquanto eu me interessei mesmo pela idioma quando conheci Maria.

- O que faz aqui? - ele me estudou antes de responder, com seus olhos tentando buscar algo bem fundo nos meus olhos, mas não encontrando nada lá, e eu não deixaria que ele encontrasse.

- Acho que o mesmo que você. - eu poderia não deixá-lo sentir, mas isso não quer dizer que ele não poderia desconfiar.

Eu estava bem próxima dele, embora ele já tivesse soltado a minha perna, para que eu conseguisse nadar para não afundar, eu não me afastei, ele estava sem camisa, o que deixava sua Pele brilhando com os poucos raios de sol que escapava pelas folhagens das árvores, assim como eu sabia que eu também estava, já que eu tinha meu cabelo preso em um coque, deixando meu pescoço livre apenas com a alça do top que eu usava tampando parte dele.

- Você não se alimentou ainda. - falei estudando seus olhos amarelos, com nuvens pretas na borda. Com certeza ele tinha gastando um pouco de energia com a batalha, consumindo o sangue em seu organismo mais rápido. - Você precisa Jasper, ajudará as mordidas a cicatrizar mais rápido. - Falei pegando sua mão para levantar seu braço e vê-las. Eu não tinha gostado disso, eu nunca gostava de ver nenhum deles ferido, mas ouvi-lo rosnar ao ser mordido tinha me deixado ainda mais agressiva quando revidei nos filhos da puta.

- Eu não estava com cabeça para isso. Pensei só em mergulhar e me limpar.

A forma como ele disse isso, tinha me feito suspeitar que não era apenas da poeira da estrada e do veneno colocado no corpo, porque sim, nós tínhamos feito um estrago naquela estrada e não estávamos muito diferente da confusão que ficou para trás, meu cabelo estava só a misericórdia e eu não iria me preocupar com ele agora.

- Tem animais grandes do outro lado. Podemos correr. O que acha?

- Você não já se alimentou? - perguntou confuso quando eu comecei a nadar para a beirada do outro lado do rio de onde ficava nosso acampamento.

- Sim querido, mas meu punhos ainda coçam para acertar algo grande e raivoso, você poderia me ajudar nessa parte não. - gritei enquanto nadava chegando na frente dele e segurando em uma rocha dando impulso para subir.

Seus olhos me estudaram quando ele se aproximou, soltei meu cabelo o torcendo enquanto eu o sentia me olhar, eu estava composta, com a calça ainda rasgada em minha coxa, de top esportivo e descalça. Ele se apressou em subir pela mesma pedra, vestindo apenas uma calça, também descalço. Quando ele parou do meu lado ele sacudiu a cabeça jogando água em mim com seus cabelos, que mais pareciam fios de ouro, colado em sua testa caindo nos seus olhos. Eu o empurrei para que ele parasse e começamos a correr entre as arvores adentrando mais a mata.

Estávamos em uma velocidade tranquila, rindo e buscando por rastros de algum animal que nos atraísse. Nos afastando um pouco das arvore, chegando mais a um descampado próximo a montanha, e eu me agachei observando Jasper também em posição, com os olhos fixos em um leão da montanha que também estava em posição para dar um bote em um alce que estava sozinho. Foi excitante a forma como Jasper se moveu, um caçador letal, ele se jogou no leão no mesmo instante que o felino pulou ferindo o outro animal que estava se alimentando, levando assim duas refeições em apenas um golpe. Eu teria ficado ali sem problema nenhum apenas o admirando, mas um movimento e barulho de galhos quebrando atrás de mim me fez virar na hora que um urso se levantou e balançou os braços querendo me acerta e só foi o tempo que eu pular para trás. O animal estava extremamente furioso, o que me fez sorrir e olhar rapidamente para Jasper que ainda segurando sua refeição sorriu para mim com os lábios um pouco avermelhados, o que me encheu de arrepios.

Foi uma briga divertida, porque quanto mais o urso adulto ficava nervoso, mais forte era seus golpes e mais um ria. Eu me joguei no animal para rolarmos no chão enquanto suas garras acabava com os trapos de roupa que eu ainda vestia. Jasper já tinha terminado e estava encostado em uma arvore vendo a bagunça que eu fazia com o animal, até que eu finalmente dei um golpe que o animal caiu pesado e eu me agachei para me alimentar, quando me aproximei Jasper ria do meu estado e eu não estava nenhum pouco me importando de ser tão desleixada.

- Se divertiu?

- O suficiente. - respondi me aproximando.

Eu segurava minha calça com minha mão, para que ela não caísse, tinha um rasgo no cós da calça que deixaria impossível a calça ficar no lugar. E mesmo assim não me importava nenhum pouco. Jasper se aproximou abrindo as calças e a descendo, o que me pegou de surpresa e joguei o decoro pelo vento quando não desviei os olhos, enquanto ele tirava a peça de roupa ficando apenas com uma cueca boxer preta.

- O que você está fazendo? - perguntei quando ele me estendeu a peça, nenhum pouco incomodado por eu ainda olhar.

- Apenas sendo um cavaleiro Senhora, não deixarei que corra pela floresta em poucos trajes.

Um cavaleiro?

Sendo assim, um bem vistoso então.

Eu soltei a calça e terminei de empurrá-la pelas minhas pernas quando caiu e a deixei para trás me aproximando e pegando da sua mão me vestindo logo em seguida, eu ri quando ele desviou o olhar, mas não se virou de costas. Levei minha mão até seu rosto e fiz com que virasse seu rosto para mim, para que eu pudesse analisar seus olhos e ver se a sombra escura em sua íris tinha saído, assim como as mordidas já tinham parado de escorrer veneno.

- Seus olhos… está com um alaranjado tão profundo. - ele sussurrou roçando os dedos em minha bochecha. Ele não parecia incomodado, mas sim admirado. Para dizer a verdade ele não parecia nenhum pouco incomodado em ter sangue humano a sua volta como era quando estávamos na escola ou quando eu estava visitando a casa. Tudo bem que eram bolsas frias de sangue, e não um bando de adolescente hormonais de sangue quente correndo por todo seu corpo, mas o que eu estou querendo dizer é que nesses últimos dias, mesmo querendo manter toda a distância do mundo, eu não deixei de perceber como ele estava mais confiante de suas ações e movimentos.

Eu segui caminhando em direção ao lago novamente, mas dessa vez não entrei apenas sentei na beirada aproveitando os poucos fios de luz que saia pela arvore, Jasper acabou me seguindo e sentando ao meu lado.

- Você está tão diferente. Está muito além do que qualquer um de nós esperava que você fosse. Porque você continua aqui Bella?

- Bella Swan não existe mais, Jasper. - cruzei minhas pernas e me virei para ele, mas ele continuou virado de frente para o lago, apoiado em seus braços e com as pernas esticadas para frente e cruzadas no tornozelo. - Eu deixei esse nome para trás junto com a vida que um dia vivi. Eu não teria aquela vida de volta, eu não teria as pessoas do meu passado próximo, então eu não seria mais aquela garota.

- Eu vejo você preocupada com eles Bella. Você tirou Maria daqui, se ficar é um risco porque você não saiu ? Você ficou e se deixou ser capturada.

- Porque eu sou a que sempre fica. Só que agora é sempre uma decisão minha.

- Eu sinto muito Bella.

- Sabe Jasper, quando vocês se foram, doeu, Edward disse que não queria que eu fosse com ele, tudo bem, ele achava que meu lugar não era ao seu lado, ele tinha o direito de ter essa opnião, mas eu não desisti tão fácil de vocês como desistiram de mim, eu queria ir junto, com a família, eu queria fazer parte daquilo, mas um "Eu não quero você comigo" deixa tudo muito doloroso e eu falei para ele que aquilo mudava tudo. Ele não me querer era uma opinião e escolha própria, mas quando ele me disse que todos vocês estavam de acordo e que já tinham ido, isso doeu mais, eu percebi que ou ele falava por todos, ou vocês compartilhavam da mesma opinião que ele, eu não pertencia ao mundo de vocês.

Eu me mexo um pouco não por está em uma posição desconfortável, mas sim por está tocando em um assunto que eu tinha deixado de lado faz tempo.

- Só a ignorância deixa até mesmo o mais esperto das criaturas burra. Não existe isso de meu mundo e o seu. Habitamos na mesma terra, sentimos o mesmo sol, respiramos o mesmo ar, mesmo que ele seja essencial para um e nem tanto para o outro.

- Ele não quis dizer nesse sentido Bella, nossa espécie, estilo de vida, nossa realidade. Tudo era muito perigoso para você ainda humana, você tinha a chance de seguir com a sua vida em segurança. Edward te deu uma chance que nenhum de nós teve.

Eu ri sem nenhum humor realmente. - Engraçado, que quando pela primeira vez alguém realmente escolhe por essa vida de fato, ela é ignorada.

- Ele só queria te manter segura Bella. - vê-lo defender Edward me deixou um pouco furiosa e desapontada com ele.

- E vocês irem embora e me deixar para trás me deixaria segura como Jasper? - ele não me respondeu, quando percebeu a mudança em meu tom. - Vocês eram os únicos em que estavam se preocupando com a minha humanidade, minha alma, meus anos de vida que eu tinha pela frente.

Discutir por algo que já tinha passado era inútil, ainda mais com ele, que não tinha culpa pelas escolhas erradas. Eu sabia que ele se sentia culpado pelos acontecimentos do passado, por ter perdido o controle e me atacado, mas eu acreditava que ele nunca escolheria me deixar para trás, não sozinha, Jasper tinha um caráter… eu o via saindo e deixando a família se isso garantisse a minha segurança, mas a escolha e o controle não era dele.

- Eu não consigo imaginar o que você teve que passar…

- Você consegue Jasper. Você conhece Maria, você conhece Handall. Você também batalhou tanto quanto eu. - me surpreendendo ele vira e puxa minha mão e traça seus dedos em minhas cicatrizes, eu não tinha muito o costume de andar exportar, então está ali na frente dele com um top esportivo deixando todas a mostra era uma novidade ao seus olhos. Eu passava a maior parte do dia vestidas com blusas de manga comprida, justamente por gostar de correr sempre me mantinha protegida do sol com blusões, meu chapéu e o lenço no rosto, e isso era até mesmo útil porque não alertava meus inimigos com quem eles estavam enfrentando até ser tarde de mais para correr.

Um rosnado baixinho brotou no seu peito, era visível o incomodo em ver minhas cicatrizes de batalha, mas eu não me importava com isso. Eu as vias como a prova física de como eu era difícil de cair. Seus dedos pararam na recente cicatriz próximo a minha clavícula. E eu fiquei triste em ver nos seus olhos a verdade de que nossa criação tenha deixado mais traumas nele do que em mim, por conta de seu dom.

- Como você chegou até Maria?

Eu não queria responder essa pergunta, porque tinha toda a certeza do mundo que ele puxaria a culpa para si ainda mais. E não foi, eu não o culpava, eu não culpava ninguém além daquele demônio ruivo. Só que eu era justa, então, antes de trucidá-la eu a agradeceria, por me tornar o que eu sou hoje.

- Você tinha me perguntado porque eu fiquei… Bem, quanto mais eu lutava pelos territórios, mesmo em toda aquela nuvem de fúria que eu estava por causa de Handall. Eu estava lutando por algo, conquistando, não terras e nem o respeito de Maria, mas a confiança deles. Eu me importava com eles e não escondia isso de ninguém. Muitos foram destruídos por não se adaptarem ao estilo de vida, alguns eram rebeldes de mais e outros se negavam a lutar. Então Handall os destruía com a ordem de Maria e como exemplo e imposição aos que continuariam, mas o que o idiota não via, era que não era seus atos idiotas que os controlavam, era apenas a mim que eles ouviam. Eu tinha algo lá, e quando eles me mostraram apoio depois que fui punida por Maria por transformar Damian, eu nunca daria as costas a nenhum deles. Eu não deixaria ninguém para trás. Eu fico, eles não.

- E eu me apaixonei pelo lugar. - sorri com a sua surpresa por eu continuar, mas em um tom bem descontraído. - O sol, o deserto, a corrida, eu me apaixonei pelas pessoas e suas simplicidades, as cidades pequenas e a união delas, muitas delas eu livrei de grupos querendo fazer bagunça, mesmo que não estivesse dentro dos territórios de Maria, o que a deixava furiosa por eu sair arrumando briga em minha "folga". Muitas delas me lembrava Forks, de tão pequena.

- Pequenas? Você tinha que conhecer a Houston que eu conheci. - meus olhos brilharam.

- Eu não durmo mais, mas isso não quer dizer que eu não goste de ouvir uma boa história.

- Talvez eu conte quando você, finalmente me contar a sua Swan.

Foi inevitável fazer a careta pelo nome. Há muitos anos eu não era chamada assim.

Eu estava me sentindo tranquila quando estávamos chegando em Idaho, não encontramos mais nenhum problema na estrada ainda mais quando paramos para abastecer, Peter estava falando com Damian pelo telefone e estava tudo bem com o segundo grupo que estava alguns milhas a nossa frente seguindo por uma via secundaria.

Meu celular que estava preso no suporte no painel do carro apitou avisando o recebimento de uma mensagem. Peter que dessa vez estava sentado ao meu lado no carona se curvou para ler.

- Querem abastecer e esticar um pouco a perna seria bom também. - o abusado jogou as pernas para cima do painel do carro e eu quis chutá-lo.

- Podemos arrumar um lugar próximo a cidade, eu posso fazer uma viagem breve até a cidade com Damian enquanto Tobias nos segue para conseguir mais sangue.

- Certo. Organize tudo.

Conforme seguíamos viagem para encontrarmos o próximo posto de combustível, eu conseguia ver as nuvens negras vindo ao nosso encontro bem ao longe eu conseguia ouvir os trovões junto com os raios rasgando o Céu. Eu não precisei dizer uma palavras quando troquei um olhar com Peter, ele e Charlotte começaram a entrar em contato com todos. Nossa chamada com Tobias foi a mais breve, ele já tinha chegado a cidade, uma tempestade estava castigando o local, as ruas estavam completamente desertas e eles não tinha encontrado nada, isso foi a única coisa que conseguimos entender antes de perdemos contato.

Damian estava a nossa frente, e eu pedi que nos encontrássemos antes de ir ao encontro de Tobias.

A chuva lavaria nossos rastros, assim como qualquer outro que poderiam está se escondendo na cidade e até mesmo de olho em nós. Estávamos a uma hora da cidade, e não levou muito tempo para encontrarmos a chuva, que caia com força no teto do carro fazendo um barulho grande. Um Raio rasgou o céu, trazendo um clarão para a pista. O Barulho do trovão se junto ao som de pneus derrapando e um som de metal sendo retorcido junto com o de uma pancada violenta. Virei minha cabeça ao mesmo tempo em que eu puxava o freio de mão, o carro rodou na pista molhada, mas nada do que eu conseguia controlar, até que consegui pará-lo no sentido contrario em que estávamos indo. Liguei o farol para ajudar a visibilidade por conta da chuva. O carro em que Jasper estava tinha capotado e estava parado no canto da estrada enquanto eu procurava ao redor, atrás de um porque de isso ter acontecido, minha respiradão nervosa trouxe o cheiro forte de gasolina.

- Porra, não. - suspirei me apressando em abrir a porta do carro.

- Não… Porra, caralho, nem pensar Isabella. - Peter gritou de dentro do carro tentando em segurar e se atrapalhando em me seguir para fora do carro e tentando me impedir de me aproximar.

Eu corri, me abaixando perto do carro que estava de cabeça para baixo, e tentando ver alguma coisa dentro dele, uma bagunça de corpos estavam embolados no teto.

- Vocês precisam sair, tem gasolina. - chamei ajudando Esme a se virar para sair pela janela. De onde era a parte de trás, quando Alice gritou e começou a bater os braços, pedindo para largá-la. Eu me levantei e vi uma sombra agachada em sua janela e avancei rolando com a criatura.

Gritei para que Emmett não se aproximasse, por causa da gasolina, enquanto via pelo canto do olho que Carlisle já estava fora, enquanto eu não tinha visto nenhum sinal de Jasper. Uma banda me derrubou na poça de lama, e o vulto de pé veio em direção a minha cabeça, mas eu logo o agarrei e o torci jogando o imbecil para o meu lado.

O grito de Alice soou de novo, quando seu corpo foi puxado do carro e jogado no ombro de homem bem alto que a mantinha bem firme, eles não tentaram lutar, eles não queriam briga, a fuga rápidas nos pegou de surpresa, eles simplesmente foram embora a levando. Quando pensei em agarrar o imbecil que estava me atacando a uns instantes atrás, ele me chutou e se pós a correr e eu comecei a segui-lo. Não deixando que ele se afastasse muito para não perder nenhum rastro por conta da chuva.

Um vulto se emparelhou comigo e eu reconheci os cabelos loiros, ele estavam tão sujo quanto eu, não falamos nada, apenas corremos. Eles tinham saído da estrada, com certeza, indo para algum esconderijo, eu diminui um pouco a velocidade, conforme a chuva ia diminuindo sua força. E mesmo ficando para trás, não demoramos a chegar em um casebre, de onde ouvíamos os gritos estéricos de Alice.

- Não são mercenários. - Jasper cochichou não parado muito longe de mim.

- Eles nem deve saber quem somos.

- São 4 machos. Um entrou na frente do carro e não consegui desviar. Quando o carro terminou de capotar um grandão me puxou para fora, enquanto os outros agiam, acho que os outros ia saquear. Até que ele xingou, acho que em alemão e me deixou com o outro para ir pegar a Alice, consegui revidar, mas ele acabou correndo junto com os outros.

Eu pedi que ele fizesse silêncio quando o barulho dentro da casa diminuiu. Eu apontei para que ele desse a volta enquanto eu ia pela frente, estava estampado na sua cara que ele não tinha gostado da ideia, mas ele foi inteligente o suficiente para não desistir.

Eu não ia dar tempo para nenhum dele, e foi por isso que acertei o meu pé com força na porta, eu sabia que eles não tinham capturado nenhuma presença minha, eu tinha cuidado disso, e o Jasper estava contra o vendo o suficiente para se passar despercebido. A porta voou para cima do vampiro que estava mais próximo, e dando uma breve olhada eu parti para aonde Alice estava. Eu não tentava negociar, eu não conversava, eu agredia. E o fato de eles não esperar nenhum pouco por isso sempre funcionava ao meu favor.

Um vampiro imenso tinha o braço envolta do pescoço da Alice, que por ser pequena tornava tudo muito desproporcional, mas um pouco a mão daquele idiota seria do tamanho da cabeça dela.

- Hör lieber damit auf, Schlampe. - rosnou puxando Alice para mais perto dela. (É melhor você parar com isso, cadela)

- Chucrute. Para você também querido. - ele parou o movimento para tentar me entender e foi o suficiente, eu me joguei contra eles. Ao mesmo tempo que Jasper avançou pela janela dos fundos que estava fechada. Um pequeno pandemônio surgiu, mas foi o suficiente, para eu ter uma Alice desgrenhada atrás de mim, e empurrá-la em direção a porta de entrada. Jasper estava agachado em nossa frente, enquanto os 4 vampiros estavam na nossa frente. Alice estava ferida, ela tinha seu ombro rasgado e vazando veneno. Ela precisava se alimentar.

- Vão. - eu ordenei.

- Não. - Jasper respondeu, sem nem mesmo desviar o olhar para mim, ele fitava os 4 patetas furiosamente.

- Isso é uma ordem, Major. - e mesmo assim ele não se mexeu.

- Ah um cheiro bem interessante por aqui, Heinz. Podemos deixar tudo muito mais divertido. - Um vampiro, com o sotaque carregado, de cabelos negros tirou do bolso algo prateado e brilhante que me fez arrepiar, eu tinha que tirá-los dali. Eles estavam com a roupa ensopados de gasolina por conta do acidente. E Alice ainda tinha bastante veneno escorrendo, tornando tudo ainda mais perigoso.

- Fora daqui. - eu rosnei quando agarrei a blusa de Jasper em suas costas o atacando de surpresa e o impulsionando para trás de mim, nos virando e o empurrando para fora da porta, rápido suficiente para que ele não agisse.

Sua mão tentou me alcançar batendo em uma barreira invisível na porta.

- Vão embora, Jasper, agora. - eu gritei olhando em seus olhos, mostrando que estava tudo bem. E mesmo assim ele não deu um passo, não fez nenhum movimento até que Alice soluçando o puxou pelo braço o forçando a ir, o arrastando com ela, eles estavam bem, eles ficariam bem, eu sabia disso mesmo depois que eu os perdi de vista quando desviei do primeiro avanço contra mim.