O retorno de Ichigo e toda a sua turma foi um tanto quanto conturbado para Urahara, não somente pelo alívio de o resgate de Kuchiki Rukia ter dado muito certo, como também por aparentemente terem conseguido "devolver" Sora à Soul Society sem entregar o aparente segredo do menino a quem não deveria saber ainda. Além disso, Aizen Sousuke havia finalmente sido desmascarado. Kisuke estava em um alvoroço interno, apesar das boas notícias. Ele havia conseguido instruir correta e suficientemente o jovem Kurosaki, permitindo assim que ele fosse capaz de derrotar Shinigami. Isto, foi um grande feito. Também conseguiu impedir que a sua ideia de esconder o Hougyoku em Rukia, uma vez que não havia encontrado uma forma de destruí-lo, tivesse findado na morte da garota. Isto, foi muito mais uma sorte que qualquer outra coisa. Embora instigante, as vezes a vida de um cientista envolvia dúvidas acerca das suas próprias capacidades. Uma mente tão genial que consegue criar tantas coisas boas também podia criar grandes males, ainda que não intencionalmente, mas falhas faziam parte do processo criativo. Pensar que uma criação sua podia ter resultado na morte de Kuchiki Rukia o perturbava só de imaginar tal terrível possibilidade. E se tudo tivesse dado errado? Ele seria capaz de encarar os amigos e aliados restantes?

De mãos atadas, Urahara Kisuke e Tsukabishi Tessai, ambos suspeitos do incidente envolvendo capitães e tenentes do Gotei 13 que sofreram Hollowficação, olharam para cima. Urahara foi o primeiro a se manifestar:

- O que exatamente está havendo aqui?

- Demos à você a permissão para falar? – rebateu um dos 46 juízes – Você foi chamado aqui para ouvir e falará somente quando perguntado! Está claro, Capitão da 12 Divisão?

- Desculpem-me – era a única resposta que ele poderia dar, no entanto...

- Onde você estava por volta da meia-noite de ontem?

Somente pela primeira indagação, era possível deduzir que estava sendo acusado de algo que não fizera, mas de alguma forma se tornara o principal suspeito, e ele rapidamente entendeu o que. Em poucos instantes de acusações, veio o veredicto, em alta e boa voz:

- Chefe do Kidoushu, Tsukabishi Tessai! Pelo crime de utilizar técnicas proibidas, você será detido na 3 prisão subterrânea! E Capitão do 12 Esquadrão, pelos crimes de pesquisa proibida, enganar e ferir colegas, seus poderes de Shinigami serão removidos e você será banido eternamente no mundo dos humanos!

- Além disso... – disse uma outra voz – Com relação à todas as vítimas dos seus experimentos diabólicos, serão todas descartadas como os Hollow que se tornaram!

A pior de todas as sentenças, sem dúvidas: as vítimas do experimento de Aizen seriam executadas sem que se pudesse fazer algo a respeito... Não fosse Yoruichi-san e a cega confiança que tinha nele.

- Obri-... Obrigado, Yoruichi-san...! – disse quando já estavam em um local seguro, ainda em choque com tudo o que estava acontecendo.

- Não precisa agradecer – respondeu Yoruichi – Não vou perguntar o motivo de não ter me falado nada sobre a noite anterior. Trouxe todos aqui, juntamente com o seu protótipo de Gigai. Agora, termine o seu trabalho!

E as 20h seguintes foram as mais tensas de sua vida, com manobras aqui em ali em conjunto com Tessai-san para salvar os 9 Shinigami em processo de Hollowficação. Quando Kisuke terminou e dispensou por enquanto a ajuda do ex-Chefe do Kidoushu, eis que a então líder da Família Shihouin e Comandante da Omnitsukidou o agracia novamente, desta vez com um... Beijo?

...

Seu cérebro deve ter sofrido uma paralisia. Urahara somente se deu conta de que estava mesmo sendo beijado no momento em que encarou, agora de muito perto, os olhos brilhantes de Yoruichi. Ela os revirou assim que afastou o rosto do dele.

- Kisuke, este é o momento em que você fecha os olhos e retribui. Pode usar a língua também, 'tá?

A resposta dele foi a mais inteligente possível:

- Hã...?

Yoruichi o golpeou no braço, com um soco que provavelmente deveria ter sido fraco, mas que doeu bastante.

- Itaaai, Yoruichi-san...!

- Fala sério, Kisuke! Eu te beijo e você fica parado, me encarando com essa cara de tapado?!

Embora sentindo o rosto aquecendo, Kisuke tomou coragem.

- Yoruichi-san.

- O que?!

- É que eu nunca fui beijado antes.

A princesa da Família Shihouin somente teve uma reação depois de alguns dos mais longos e constrangedores instantes da vida de Urahara, um sorriso travesso estampando o rosto bonito.

- O QUE? Ah não, Kisuke! – ela começou a rir, sonoramente, do jeito que somente ela sabia fazer – Não acredito que eu roubei a sua inocência!

E Kisuke, O Inocente, não tivera tempo de retrucar, ou mesmo de rir da própria situação, pois Yoruichi, a Ladra de Primeiros Beijos, o calou com um novo, desta vez devidamente retribuído com olhos fechados e um abraço fechado ao redor de sua cintura.

...

- Obrigado. Por estar a meu lado.

- Cale a boca.

Aquela era Yoruichi-san. Não era difícil gostar. E não era só por causa da sua beleza única. Ela tinha as qualidades pertinentes da talvez única maluca que se disporia a acreditar na inocência de alguém e desafiar a autoridade da Central 46 sem nem mesmo ter investigado direito o que aconteceu. Uma personalidade que casava muito bem com o gato de rua que ela sempre pareceu ser.

- Boa noite, Kisuke! – disse a voz dela.

Quando ela tinha aparecido ali, sentada a seu lado, na varanda da Urahara Shop? Ele não tinha notado.

- Oh, Yoruichi-san! – a recebeu com o sorriso mais bobo que conseguiu fazer – Mas que surpresa! Bom trabalho em guiar e instruir Kurosaki-san em sua missão de salvar Kuchiki-san! Devo dizer que foi perfeito!

- Bom trabalho para todos nós – ela ficou encarando as próprias pernas cruzadas por alguns instantes, e então prosseguiu: - Falei com Kuukaku. Sobre o Sora.

- Então, você descobriu quem é o pai? Excelente! – exclamou juntando as palmas das mãos – Como esperado de Yoruichi-san e-...

Não conseguiu terminar sua sentença. A ex-princesa dos Shihouin acabou por lhe aplicar um soco bem sobre sua cabeça.

- Pode ser mais discreto, sim? É um assunto delicado, você sabe.

- Sim, sim. Me desculpe... – respondeu, massageando o topo da cabeça, mas logo voltou a alargar o sorriso – E então? Quem é o pai do nosso Sora-k-... Itai!

- Não vou avisar de novo! – ela ameaçou, pisando na cabeça dele.

- Mee... Desculpe...

Foi o gato Yoruichi quem liderou a Expedição Especial Para O Resgate de Kuchiki Rukia by Urahara Shop. Em um primeiro momento, achou que seria um desastre anunciado, uma vez que a dimensão que separava o mundo dos vivos do dos espíritos, mais conhecida como Dangai, era o lar do Koutotsu, uma entidade que existia exclusivamente para limpeza de qualquer corpo estranho que por um acaso tivesse tentado cruzar a barreira entre os dois mundos, sendo, portanto, algo impensável de se deter ou enfrentar de alguma forma. O próprio Dangai em si era inóspito, devido à existência também do Kouryuu, uma corrente de fluxo contínuo que recobria todo o seu espaço funcionando como um grande organismo vivo que aprisiona os indivíduos que por ela tentem passar com a finalidade de convertê-los em almas elegíveis à passagem para a Soul Society. Afinal, a Sociedade das Almas era para almas, especificamente as do tipo Plus e Shinigami. Yoruichi já era uma alma, mas estava acompanhado de um Shinigami substituto recém-treinado, dois de seus melhores amigos humanos e um Quincy, todos ainda vivos e inexperientes com relação às mecânicas do mundo não-humano. As chances de dar tudo errado era bem grandes. Felizmente, a corrida contra o Koutotsu deu muito certo: todos conseguiram aterrissar no Rukongai ainda vivos e com os corpos inteiros. Perfeito!

Havia chegado, talvez, a hora de confrontar Shiba Kuukaku. É claro que Yoruichi não esperava as explicações que desejava fáceis. Conhecia bem o gênio da amiga e imaginava que, se não houvesse o desejo de contribuir de alguma forma, a atual chefe da Família Shiba não iria facilitar em nada. A verdade era que a ex-líder da Família Shihouin e irmã mais velha de Shihouin Yuushirou se sentia meio traída... Ok, eles não tinham contato há algum tempo e, com o passar do tempo, as coisas naturalmente mudavam, inclusive as pessoas. Shiba Kuukaku, que nunca foi uma mulher adepta de relacionamentos, pode ter se apaixonado pela primeira vez por alguém, por que não? Ainda assim, era impossível não sentir estranheza e tentar supor quem teria sido o escolhido. Mahiro não pode ter sido. Talvez toda aquela cisma não passasse de um acesso de infantilidade, mas a ex-Capitã da 2ª Divisão do Gotei 13 não conseguia deixar de achar que, se não havia nenhum objetivo maior por trás, qual era o intuito de ocultar um filho de seus dois maiores amigos pessoais? Logo eles, dois foragidos do Gotei 13, que também tinham os seus próprios segredos para com a Sociedade das Almas?

O gato preto falante levou o grupo de Ichigo para a residência dos Shiba o mais rápido que pudera. Como o melhor meio de penetrar a Seireitei era por cima, ironicamente seria dos Shiba que eles iriam precisar. A recepção por demais calorosa e barulhenta dos gêmeos Shiroganehiko e Koganehiko como sempre fora a mais acrobática e espetacular possível, assustando os recém-chegados. Nem parecia que aqueles dois eram da mesma família de Mahiro, que bem diferentemente dos dois grandalhões tinha um temperamento muito mais sossegado. Toda vez que lembrava do rosto do rapaz, Yoruichi tinha mais certeza ainda de que aquele não era o pai de Sora... A Kuukaku que conhecia nunca corresponderia a um sentimento que nunca existiu de verdade.

Uma vez dentro da residência – que, para alguns, deveria ser espantosamente aquém do que um dia já foi –, o gato Yoruichi apresentou seus mais novos pupilos vindos do mundo humano e o plano para o qual iriam precisar da ajuda dos Shiba. Uma vez tendo conseguido a aceitação da chefe da casa, aproveitou o momento em que os visitantes foram levados para tentar aprender a condensar Reiatsu em forma de esferas para ter finalmente o seu momento a sós com a senhora da casa. Pelo olhar da mulher, a ex-princesa da Família Shihouin imaginou que já devia saber o motivo do particular.

- Muito bem. Recebemos a sua "encomenda". Kisuke está cuidando muito bem dela – disse, e esperou por uma reação.

- Mesmo...? – respondeu Kuukaku sem muita emoção, ocupada demais em fumar o seu cachimbo – E então? Deu trabalho?

- Não.

Yoruichi esperou por mais alguns instantes enquanto aparentemente olhava para o nada ou um ponto fixo qualquer. Como a líder dos Shiba não disse mais nada, decidiu cutucar:

- Shuu Mahiro, é...?

- É.

- Quando pretendia nos contar?

Kuukaku fechou os olhos, suspirando.

- Sinceramente? Nunca.

E o gato estreitou os olhos brilhantes.

- Sei que isso não é da minha conta, mas, você sabe que, não importa o quanto consiga sustentar às escondidas, chegará o dia em que todos saberão do Sora. Já pensou no que irá fazer?

- Que seja, eu não sou da nobreza. Não preciso dar satisfações para aqueles velhos gagás. A hora que todos souberem do Sora eu não vou poder fazer nada. Por enquanto, ninguém precisa saber da existência dele.

- Nem ele próprio? Ele acha que é filho seu com aquele rapaz...

- Algum problema?

- O problema, Kuukaku, não é ele ser filho de um serviçal. Isso não tem a menor importância. O que me preocupa é como vocês dois ficarão quando a Seireitei começar a visá-lo e todo o Kizokugai ficar sabendo que existe um novo herdeiro dos Shiba. Pela Reiatsu e desenvoltura que tem com Kidou, com certeza a Família Shiba terá mais um Shinigami para representá-la.

- Se soubessem dele, já o teriam levado... – respondeu Kuukaku com uma certa frieza, algo que não era lhe muito característico – Por hora, ele é apenas um moleque comum, filho meu e de Shuu Mahiro. A Seireitei já levou o meu irmão e eu não permitirei que façam o que bem entenderem com o Sora.

- Já parou para pensar que pode ser bom para os Shiba que ele se torne um Shinigami?

- Até pode ser, e eu sei muito bem de potencial dele. Mas não fico à vontade enquanto o responsável pelo que aconteceu com Hirako e os outros não tiver o traseiro chutado da Seireitei... Enfim. Aonde exatamente quer chegar com este papo sobre o Sora poder ser um Shinigami e de que cedo ou tarde todos irão saber dele?

- Você realmente não quer me dizer quem é o pai dessa criança...? – perguntou Yoruichi, rapidamente emendando antes que Kuukaku respondesse: - Não precisa me contar se não quiser, mas não direi que não ficarei desconfiado sobre o que tanto esconde.

...

- Está brincando?

Sua voz saíra mais alto que o pretendido, vários flashes de Sora se passando por sua cabeça.

- O que foi, Yoruichi? Explosivo demais? Por pouco não perguntei se o gato comeu a sua língua... Ah, é mesmo! O gato aqui é você – a Shiba riu diante da expressão de incredulidade do gato preto – Este é um outro motivo pelo qual escolhi esconder o Sora. Seria um escândalo, não? Todos ficariam com essa mesma cara de bunda que você está fazendo agora!

O gato Yoruichi simplesmente não conseguia ter mais qualquer reação. Abriu a boca para dizer algo mais, mas foi interrompido por um dos gêmeos, que para variar adentrou o recinto gritando, embora a postura fosse respeitosa, estando ele de joelhos e com a cabeça abaixada.

- KUUKAKU-SAMA! OS MOLEQUES SÃO PÉSSIMOS! NADA DE ESFERAS DE REIATSU, NEM TÃO CEDO!

E Kuukaku riu.

- Humf, o Sora faria isso de olhos fechados! – e ela se vira para o gato – Ei, aquele moleque lá, o do cabelo laranja... Ele é filho do tio?

- Hã, Yoruichi-san...

- Sim...?

- Por quanto tempo mais acha que isso vai durar?

Yoruichi suspirou.

- Se ele tiver qualquer contato com os Shinigami, apenas o tempo de ele próprio se tornar um.

- E pensar que achávamos que estaríamos sempre bem-informados sobre tudo o que acontece por lá...

- É... – ela voltou a se sentar e ficou olhando para a lua – Sabe o que mais a Kuukaku me perguntou?

- O que?

- Se nós já estávamos casados, ou se decidimos que era mais divertido sermos apenas amantes vivendo em concubinato.

- Heeh...?! – indagou Urahara, parecendo ter engolido seco – E o que Yoruichi-san respondeu?

- O que você acha?

- Hã... Amantes?

A Shihouin riu.

- Eu disse que éramos apenas bons amigos! Que tal?

- Hã... Er... – ele coçou a nuca e riu sem graça – Okay... Se assim você considera...

"Mas é um tapado mesmo...", pensou, ao que revirava os olhos e se voltava para Urahara.

- Amigos que dormem juntos, Kisuke?

Pela forma como ele corou, as vezes não parecia que o homem a seu lado era o maior gênio que ela já havia conhecido em toda a Soul Society. Ia dizer mais alguma coisa para embaraçá-lo, quando foi surpreendida por dedos que começaram a coçar o seu queixo por baixo, como ela normalmente era acariciada por humanos que a encontravam no mundo humano e acreditavam ser apenas um gato comum.

- Então, o gatinho gosta de brincar de "amigos secretos" – disse Kisuke em um tom interrogativo e com um sorriso despretensioso, muito embora a pergunta soasse ousada.

Decidiu que simularia irritação e o empurrou com uma das mãos fazendo-o cair para trás com as costas sobre o assoalho de madeira da varanda da Urahara Shop.

- Você se importa de continuar sendo o meu "amigo secreto" com quem divido cama?

E ela engatinhou na sua direção, parando ao estar posicionada sobre ele, apoiada nas mãos e joelhos.

- Nem um pouco... – respondeu Urahara, sem se desfazer do sorriso – Dizem que quando há um gato sobre você, é melhor ficar quieto.

- Você achou mesmo que eu te beijei naquele dia para ser apenas a sua amiga?

- Eu entendo sobre muitas coisas, Yoruichi-san, exceto, talvez, sobre vocês, mulheres...

E ela o arranhou desde o pescoço até o peito antes de perguntar:

- Casamos ou continuamos assim, às escondidas?

Não foi uma das noites mais agitadas, mas os dois aproveitaram bem o retorno ao mundo dos humanos. A verdade era que, embora amassem um ao outro, Kisuke e Yoruichi não tinham sido feitos para assumir abertamente a relação que viviam. Culpa da Onmitsukidou. Eles haviam atuado por tanto tempo como assassinos e espiões de elite que o natural, para eles, era continuar na surdina. Ninguém podia saber. Pelo menos não oficialmente. E era muito mais divertido assim! Nada se comparava à adrenalina que era, por exemplo, acordar acabando de se dar conta de que não haviam lembrado de fechar as portas ou a janela do quarto. Por que mudar isso?

- Kisuke-saaaaan...

Urahara ouvia a voz de Ururu vinda beem lá de longe e concluiu que só podia ser sonho... Até ser atingido em cheio na cara.

- Levanta – disse a voz sussurrada de Yoruichi – Eles estão vindo.

O problema não era ela ser vista sem roupas. Era só se transformar em um gato preto e estava tudo bem. Foi exatamente isso o que fez, aliás, e em tempo recorde. Ele é que era o problema! A porta de correr já se abria quando Urahara ficou sentado e olhou ao redor em busca das próprias roupas. Bem, ele já foi um membro da Omnitsukidou. Vestir roupas em um curto espaço de tempo não era um problema e foi o que Kisuke fez, mas... Suas roupas de repente pareciam mais... Apertadas?

- Oya...? – ele olhou para o próprio corpo e, geniosamente, constatou que estava vestindo as roupas de Yoruichi-san ao invés das suas.

- Kisuke...-san... – disse Ururu levando alguns instantes para perceber que as roupas do chefe estavam um tanto quanto "diferentes".

O gato Yoruichi estava quieto a um quanto. Jinta, logo atrás de Ururu, que não terminou de abrir a porta por completo, pôs a cabeça para dentro do quarto.

- Oe... Por que está usando as roupas da Yoruichi-san?

- Tenchou, Yoruichi-dono, bom dia! – disse Tessai, parecendo ter brotado logo atrás das duas crianças.

- B-... Bom dia, pessoal.

- Hã... Kisuke-san... Você está... Vestido com as roupas da... Yoruichi-san... E está... Com um arranhão bem aqui, no pescoço.

Yoruichi bocejou, ao que Tessai pigarreava.

- Vamos. O tenchou deve ter tido uma noite difícil. Vamos deixá-lo descansar.

- Noite difícil? Mas que tipo de-...! - protestou Jinta, mas o homem dos óculos escuros simplesmente pegou as duas crianças pelas roupas e as levou para fora.

...

- GYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...!

- Desaprendeu a ser discreto? – resmungou o gato Yoruichi, as garras de uma das patas à mostra – Onde foram parar os anos de Onmitsukidou?!