Disclaimer: Inuyasha, bem como os seus respectivos personagens, não me pertence, e sim a Rumiko Takahashi. Posto esta fic apenas por diversão, e sem nenhuma intenção de lucrar algo com isso.
Esclarecimento: Esta história também não é de minha autoria, ela é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Sara Wood, que foi publicado na série de romances "Bianca Especial de Férias", da editora Nova Cultural (edição 8, publicada no Brasil em 1989).
OBS: Provável OoC. Muito bem, o aviso foi dado a todos...
MOSAICO DE SONHOS
Capítulo 1
Rin Taniguchi analisou com cuidado os dois homens que admiravam um quadro na galeria de arte. Um deles serviria com perfeição ao que tinha em mente.
O outro, ao contrário, não se adequava em nada às suas expectativas naquele momento. A aparência dele era o avesso da elegância masculina, mesmo para os padrões mais despretensiosos. Uma camiseta apertada e desbotada marcava-lhe os músculos fortes das costas e dos braços. Os cabelos longos e prateados havia muito não conheciam um pente. Mas a calça jeans muito surrada mereceu de Rin uma atenção especial, bem como o desmazelado par de tênis de cor indefinida.
Um estranho contraste com o companheiro, Rin concluiu. Observou com aprovação os cabelos prateados e de corte impecável do outro homem. O paletó escuro e elegante realçava-lhe o corpo atlético e a altura. Um homem de bom gosto e, na certa, um cavalheiro... qualidade da qual ela precisaria muito dali a alguns minutos !
Sem perder mais tempo, Rin cruzou o salão. Decidida, caminhou em direção aos dois homens, o ruído dos saltos finos ecoando no recinto quase vazio. Não seria nada fácil levar o plano até o final, mas não havia outra escolha.
Os dois se viraram ao ouvi-la se aproximar, subitamente desinteressados por completo pela tela que apreciavam. Ela notou uma barba rente e forte delineando o queixo do rapaz mal vestido. Os pêlos curtos ressaltavam-lhe o bronzeado da pele, excepcional para o outono londrino...
Desviou depressa a atenção dele, concentrando-se no acompanhante. Quando chegou ainda mais perto, estendeu-lhe a mão e pediu, quase numa ordem:
- Por favor, beije-me !
Como já esperava, o rapaz levou um susto com aquela atitude despropositada. E ainda não se recuperara da surpresa quando ela insistiu, incisiva:
- Vamos, beije-me agora !
Para espanto de Rin, foi o outro quem segurou-lhe a mão e puxou-a para si com doçura.
- Ele está assustado, moça, mas eu não. Se você quer ser beijada, pode me usar à vontade.
Ela nem teve tempo de retrucar. Bankotsu entrava no salão naquele exato momento e, apesar de não ser exatamente o que ela esperava, decidiu aceitar a oferta.
- Muito bem, pode ser você mesmo.
- Não vai se arrepender - ele murmurou - Sesshoumaru Taisho nunca desapontou uma mulher.
Sorriu e beijou-a, a princípio com suavidade, mas, depois, com maior ardor. Havia ímpeto na carícia, porém, ao mesmo tempo, uma delicadeza inesperada para Rin. Mansamente, ele acariciava-lhe as costas, apesar de prendê-la com firmeza junto ao corpo.
Quando o desconhecido afrouxou o abraço e afastou-se, ela o observou por alguns instantes. Parecia um sonho estar ali, nos braços de um estranho, ouvindo atrás dela os passos de Bankotsu cada vez mais próximos...
De repente, ocorreu a Rin que Bankotsu perceberia toda a farsa. Ele sempre criticara sua falta de interesse por sexo, pois nenhuma mulher o recusara antes. Esse fato transformara o relacionamento dos dois num mero desafio, do qual Rin estava farta há muito tempo.
Ela fechou os olhos e tornou a beijar o desconhecido com determinação. Passando os braços em torno do pescoço dele, aprofundou ainda mais o contato, frio apesar da intimidade.
- Você não presta ! - Bankotsu berrou, furioso.
Numa mistura de medo e alívio, Rin percebeu que o plano funcionara. O estranho afastou-se dela, assustado, enquanto Bankotsu lançava-lhe um olhar duro. Confuso, o homem fitava Bankotsu e Rin, procurando uma explicação lógica para a situação. Seus olhos dourados, no entanto, logo se aquietaram, assumindo um brilho arguto. A expressão de tranqüilidade acentuava a perfeição de seus traços, conferindo-lhe uma beleza um tanto exótica.
- Posso saber o que diabos está fazendo com minha mulher ?! - Bankotsu esbravejou.
O outro nem sequer se moveu. Rin lançou-lhe um olhar de desculpas, esperando que ele compreendesse sua atitude. Em seguida, voltou-se para Bankotsu, colocando-se na defensiva.
- Engraçado, você só lembra que sou sua mulher quando lhe é conveniente...
- Ah, então é isso ?! - Bankotsu exclamou, segurando-lhe os braços com força - Eu é que acho engraçado você me cobrar isso agora ! Pelo menos, sou discreto... e eu que pensava que você dava o sangue pela sua carreira ! Sua agência era apenas um álibi, não ? E há quanto tempo estou fazendo papel de tolo, hein ?
- Abaixe o tom de voz ! - ela ordenou com firmeza - Isto não é um circo para darmos um espetáculo!
A calma fria de Rin desarmou Bankotsu por alguns instantes. Ela fitava o marido com a mesma tranqüilidade estudada com que até então enfrentara o casamento. Sempre impusera a si própria um rígido controle sobre as emoções. Não se desesperaria naquele momento, quando estava tão perto de ficar livre daquele pesadelo de uma vez por todas.
- E você ainda me acusa ! - Bankotsu exclamou com amargura - Isso pode não ser um circo, mas eu sou um grande palhaço ! Vivemos juntos por dois anos e só agora eu a conheci de verdade ! Imagino que nunca disse a seu amante que era casada !
Rin notou, no rosto do homem, um ligeiro desagrado. Não o culpava pela péssima impressão que ele devia estar tendo de seu caráter.
- Desculpe, Sesshoumaru - disse, embaraçada - Eu não pretendia...
- Não estou nada interessado no que pretendia, moça - Sesshoumaru interrompeu-a - Se você tem problemas conjugais, seria melhor resolvê-los sozinha.
Os dois desconhecidos olharam-na como juízes severos e implacáveis. Apesar de não recriminá-los, Rin sentiu-se injustiçada e sozinha como nunca.
- Vamos sair daqui, Sesshoumaru - o mais jovem propôs com calma, segurando-o pelo braço.
- Ah, vocês não vão embora assim, como se nada houvesse acontecido ! - Bankotsu bradou, colocando-se no caminho deles - Só para não me considerar um monstro, rapaz, fique sabendo que você não é o único. Nesta última semana, segui minha mulher por todos os lugares. Você é, no mínimo, o quarto ! - e, voltando-se para Rin, prosseguiu, exasperado: - Quanto a você, eu desisto ! Pensei que tivéssemos alguma coisa em comum, ao menos como pessoas. Mas, quando até esse... hippie imaturo você prefere a mim, não resta mais chance nenhuma. Porém uma coisa eu lhe garanto, rapaz: vou arrolar seu nome em meu processo de divórcio, custe o que custar !
- Não seja ridículo ! Um beijo não é evidência de nada ! Pelo amor de Deus, pare de dizer besteiras !
- Besteira ? Vi muito bem como vocês dois se beijaram ! Não foi um beijo de amizade, foi ? E ainda há o agravante de estarem em público ! Conheço um pouco minha esposa para saber que ela não deixaria um amigo tocá-la com tamanha intimidade...
- Por favor, Inuyasha, explique a este maluco o que aconteceu aqui - Sesshoumaru suplicou, exasperado.
Rin fitou Inuyasha por um instante, com um mudo apelo nos imensos olhos castanhos. O futuro dela dependia da resposta daquele homem a Bankotsu. Com apenas uma palavra, ele poria a perder tanto sacrifício. O rapaz captou o pedido de ajuda contido naquele olhar e retrucou, com indiferença:
- Não vamos nos meter nessa confusão. Esse sujeito está blefando, Sesshoumaru. Não sabe quem você é, nem tem como descobrir. Sinto muito, meu senhor, mas não poderá levar meu irmão aos tribunais. Resolva seus problemas domésticos de outra maneira. E agora, vamos embora, Sesshoumaru. Deixe que os dois se entendam.
Ignorando as ameaças de Bankotsu voltaram as costas para ele e se afastaram. Frustrado, Bankotsu não teve outra escolha senão se conformar. Rin divertiu-se com o furor dele diante da própria impotência. O pequeno tirano experimentava, enfim, o sabor da derrota, pensou, satisfeita. Agora, conhecia um pouco do amargor que envenenara a vida dela nos últimos dois anos.
Quase não se importou quando Bankotsu agarrou-a pelos braços e a sacudiu com força, sibilando promessas de vingança. Fechou os olhos e concentrou-se numa única idéia: aquela seria a última vez para tudo de ruim que o casamento representara para ela.
De repente, porém, a pressão dos dedos dele se afrouxou. Abriu os olhos devagar e viu Sesshoumaru e Inuyasha segurando Bankotsu com força.
- Pare com isso ! - Sesshoumaru ordenou - Acha que agredir sua mulher desse jeito resolve alguma coisa ? Deixe-a em paz !
Inuyasha fitou Rin, compreensivo.
- A senhora está bem ? - quis saber, preocupado.
- Senhora ! - Bankotsu ironizou, quase histérico - Na aparência requintada, sem dúvida, mas, por dentro... não se deixe enganar por essa beleza clássica, meu caro ! Eu cometi esse erro e veja como estou agora ! Por trás dessa fachada fria e equilibrada, ela me apunhalou pelas costas da maneira mais vergonhosa ! - e, voltando-se para Rin, acrescentou: - Mas não pense que aceitarei de bom grado ser um marido traído. Nem sonhe com um divórcio amigável, porque faço questão de litígio ! Vou dificultar as coisas ao máximo para você, pode esperar !
- Com licença, cavalheiros. Madame...
Rin quase gemeu de desgosto ao ver quatro seguranças da galeria rodeá-los com expressão resoluta.
- Acho melhor os senhores nos acompanharem até lá fora - um deles disse.
- Não vejo necessidade disso, senhor - Inuyasha retrucou, soltando o braço de Bankotsu - Só tentamos ajudar a moça, que estava em apuros. Mas agora já está tudo em ordem.
- Nos comportaremos como anjos - Sesshoumaru brincou, com um sorriso amarelo - Além disso, creio que o senhor não vai nos privar do prazer de apreciar essas maravilhas em nosso horário de almoço. Ainda não visitamos metade da galeria! Como disse o poeta, "ainda não obtivemos o valor real do nosso dinheiro" !
- Se o senhor tivesse representado sua cena de heroísmo no anfiteatro, teria recebido o dinheiro dos ingressos em vez de pagá-los e não se sentiria lesado - o segurança replicou, sem nenhuma inflexão especial na voz.
- Não é muito generoso, senhor - Sesshoumaru zombou - Por que não deixa cair sobre nós uma pitada do "gentil orvalho dos céus", aquele que desperta a piedade ?
- Sinto muito, moço, mas o teto impede que caia água aqui dentro - o outro retrucou, sarcástico - E agora, por favor, saiam.
Rin controlou-se para não explodir. Em meio a uma crise conjugal, era demais ouvir um cretino declamando Shakespeare ! Por outro lado, as piadinhas tiveram a virtude de desanuviar um pouco as feições dos dois irmãos, tão carregadas minutos antes.
- Tudo bem, excelência, eu gostei do seu estilo - Sesshoumaru sorriu - Quem recusaria um pedido tão gentil ?
- Considerando tudo o que houve aqui, vocês deviam agradecer por não chamarmos a polícia - o segurança afirmou, inabalável - Eles seriam muito mais "gentis", tenha certeza. Estão sempre ocupados demais e não ficariam nada satisfeitos com um serviço extra.
Bankotsu fitou a todos, furioso. Encarou Rin por alguns instantes, um brilho selvagem nos olhos.
- Não esqueça o que eu prometi - sussurrou, cheio de ódio - Vou crucificá-la !
Ela se valeu de todo o autocontrole para manter a expressão plácida e confiante. Enquanto caminhavam para fora do salão, apenas o tamborilar frenético dos dedos sobre a saia bem cortada denunciava-lhe o nervosismo.
Tinha vontade de chorar diante de tamanha indignidade. Ser expulsa da galeria de arte mais famosa de Londres era, sem dúvida, o desfecho perfeito para aquela situação absurda... e, de repente, ficou perplexa com a facilidade do sucesso de seu plano. Por fim, Bankotsu assumira a idéia do divórcio, embora o preço, para ela, não tivesse sido baixo. Mas, mesmo se fosse o dobro, ela o pagaria com prazer para se ver livre daquela farsa.
Bankotsu sempre considerara uma esposa como um complemento social, necessário a qualquer executivo bem-sucedido. Todos os seus clientes importantes conheciam Rin e admiravam-na como anfitriã e convidada. Por isso, na concepção dele, um divórcio significava perda de prestígio. Além disso, ela cuidava da casa, das roupas, da comida... a dona de casa perfeita, excelente desculpa quando alguma mulher apaixonada o pressionava a abandoná-la... e haviam sido dezenas naqueles dois anos !
Por tudo isso, Bankotsu jamais abriria mão dessa situação confortável por vontade própria. E, além de tudo, ele ainda esperava dobrar a forte resistência de Rin nos pontos de conflito entre os dois. E essa excitante persuasão o estimulava a preservar o casamento.
Lançou um olhar rancoroso ao marido poucos passos à frente enquanto desciam a longa escadaria da entrada do edifício. Sesshoumaru e Inuyasha vinham logo depois dela. De súbito, deu-se conta do transtorno que causara aos dois e uma culpa enorme a invadiu. Só mesmo por desespero agiria de maneira tão desleal. Se pensasse que seu plano traria aborrecimentos para outras pessoas, não o levaria até o fim.
Resolveu pedir desculpas aos dois e virou-se para trás. No entanto, ao se deparar com a dureza dos olhos dourados de Sesshoumaru Taisho, perdeu a coragem. Se ao menos ele demonstrasse alguma simpatia... entretanto, a implacável hostilidade daquele olhar a intimidava.
Para se proteger, Rin ergueu as sobrancelhas, assumindo uma expressão indiferente e casual. Bankotsu sempre lhe dissera que aquele ar de fria superioridade abalaria até o demônio. Sesshoumaru a encarou por um instante, os lábios contraídos no esforço de se controlar, mas continuou em silêncio. Rin respirou aliviada e seguiu seu caminho. Não suportaria uma outra cena. Estava farta, com os nervos em frangalhos !
Quando chegaram ao pátio, os seguranças desejaram a todos um bom-dia. Mas permaneceram perto da entrada, dispostos a impedir qualquer tentativa de retorno.
Para tristeza de Rin, o tempo mudara por completo. A manhã morna de outono se transformara numa chuva torrencial, capaz de molhar até a alma. Bankotsu apanhou o único táxi disponível e partiu, sem se preocupar com mais ninguém.
Rin foi andando pela calçada encharcada em busca de uma condução. Viera a pé do trabalho até ali, pois não havia nenhuma linha direta de ônibus para cobrir o trajeto. Preparou-se para uma longa caminhada. Onde conseguiria um táxi livre no tumultuado trânsito de Londres na hora do almoço e, ainda por cima, com chuva ?
Nesse momento, ela avistou o luminoso de táxi livre sobre a capota de um automóvel. O veículo aproximou-se devagar, driblando da melhor maneira a confusão de carros e motoristas impacientes. Com um suspiro, Rin já se imaginou na agência, trocando a roupa molhada e relaxando das tensões da manhã...
Foi então que Sesshoumaru e Inuyasha passaram correndo por ela. Rin mordeu o lábio de raiva ao vê-los estender os braços, num sinal apressado para o chofer. Se cavalheirismo não existia mais, a solução era lutar de igual para igual, ela pensou, decidida. Desceu da guia da calçada e correu até o carro, parado em meio ao congestionamento. E o alívio de se abrigar da chuva ao entrar no automóvel a fez ignorar por completo as exclamações irritadas de Sesshoumaru, parado na calçada.
Depois de dar ao motorista o endereço da agência, ela recostou-se no banco. Um cansaço extremo a invadiu enquanto olhava Londres envolta numa cortina de água através das janelas embaçadas do automóvel. As palavras duras de Bankotsu ainda ecoavam-lhe aos ouvidos. A elas se somavam as situações terríveis que enfrentara nos dois últimos anos...
Lágrimas de tristeza e de revolta molharam-lhe o rosto delicado. Não havia mais razão para contê-las e ela desabafou livremente a própria angústia. Na semana anterior, quando descobrira que o marido a estava seguindo, engendrara um plano maluco para se livrar do casamento insuportável.
A princípio, ela mesma se perguntara se conseguiria colocar o projeto em prática. Mas a coragem também brotava do desespero, e Rin não suportava mais a convivência com Bankotsu.
Por isso, havia marcado seus contatos com escritores e outros fotógrafos em restaurantes íntimos e aconchegantes. Quando pedira o divórcio, algumas semanas antes, Bankotsu imaginara que ela já se ligara a outro homem e se negara a concedê-lo, com certeza querendo reconquistá-la. Mas a esperança cairia por terra se ele desconfiasse de não havia apenas uma, mas várias pessoas na vida dela. A vaidade de Bankotsu não suportaria um golpe tão violento e ele a deixaria em paz.
O raciocínio seguia uma lógica irrepreensível. Rin contara com o machismo simplista do marido e um simples beijo bastara para ele como evidência, demolindo dois anos de convivência como um castelo de areia. Naquele momento, ela agradecia à falta de sensibilidade de Bankotsu a liberdade definitiva.
O casamento fora um fracasso desde a primeira noite. A falta de tato de Bankotsu se incumbira de matar dentro de Rin todas as ilusões românticas. Assustada, ela descobrira no marido um egoísta, preocupado apenas em lhe provar a exuberância de sua virilidade.
Apesar de não ter prazer nenhum na companhia dele, Rin tentara salvar o casamento. Mergulhara no trabalho, construindo para si mesma a imagem da mulher perfeita, fria e reservada, perfeccionista e nada ciumenta. Representava tão bem o papel que não se permitia o menor deslize.
Em parte, devia essa autodisciplina a uma tia materna, Shizuka, que sempre a aconselhara a ter total domínio sobre as emoções. Manter uma postura distante e elegante sob quaisquer circunstâncias constituía o grande trunfo para jamais fracassar, como sua mãe. Aos poucos, Rin incorporara a missão de resgatar o bom nome da família como um objetivo importantíssimo.
Do pai, tivera poucas informações. Crescera com a imagem de um homem rude e prepotente, com fama de velhaco e subserviente. Por isso mesmo, procurara esquecê-lo com o tempo.
Dos dois anos de casamento, Rin levava uma única certeza: não fora culpada pelo fracasso da união. A insensibilidade de Bankotsu quanto a seus sentimentos, somada a uma ambição desmedida nos negócios, criara entre os dois um clima insustentável. O desfecho só poderia ser violento e desagradável...
Quando o táxi parou na porta da agência, Rin já se refizera do momento de fraqueza. Afastaria de sua vida todas as lembranças de Bankotsu e não pretendia se envolver com nenhum outro homem. As lições amargas do passado haviam criado dentro dela barreiras insuperáveis.
P. S.: Nos vemos no Capítulo 2.
