Nota da autora: Dividi o capítulo em duas partes em relação ao original, acrescentando novas cenas. O que vem depois da primeira cena daqui é tudo novo :)

Obrigada a quem está comentando e incentivando a terminar: Jo, Li'luH, HelloBraga, Thaís, AutumnBane, ShivaAurora, AyameT e Dica-chan. Agradeço também ao pessoal que comentou anonimamente :)

Falta pouco para acabar!


UM CAMINHO PARA DOIS

CAPÍTULO 37

O que se põe no meio do caminho – parte I

Rin, sentada no vaso com a cabeça amparada nas mãos, aguardava pelo resultado do exame de gravidez comprado momentos antes. A alguns passos dela, na pia, estava o teste comprado na konbini.

Sentiu como se fossem os mais longos cinco minutos que já teve na vida, mais que os resultados das provas com o professor que mais detestava.

Saiu do banheiro e deu uma volta pelo corredor, depois pela cozinha, andou num círculo no quarto e refez o caminho de volta ao banheiro, parando na porta para dar um suspiro: estava na hora de verificar o resultado.

Respirou fundo e fechou os olhos, esperando mais alguns segundos para tomar coragem e esticar a mão até a pia para pegar o teste, sentindo a mão tremer ao tocá-lo.

Ao reabri-los, sentiu as forças faltarem. Os membros tremeram e gelaram, as mãos suaram, a cabeça girou e a voz ficou contida na garganta quando tentou gritar. Soltou o teste e sentiu a ânsia invadir-lhe a boca.

Tapando-a com a mão, correu ao vaso para lançar lá o que mais tivesse no estômago.

Depois de quase dez minutos, sentou-se no chão do banheiro e abraçou-se enquanto chorava. Não tinha um único pensamento coerente, uma única ideia, nenhum conselho para si mesma.

Simplesmente ficou ali, chorando e sentindo o peito doer enquanto soluçava.


Horas depois, Rin despertou com o som de algo explodindo no ouvido, a claridade machucando os olhos e a sentindo a cabeça extremamente pesada.

Depois de ver o resultado do teste, chorou até cansar e resolver dormir o que não havia conseguido durante a madrugada por conta da ida ao hospital. Agora acordada, como se estivesse com ressaca e sabia que não era por ter bebido apenas um gole do vinho com gosto duvidoso.

— Ughhh... – reclamou baixinho, forçando-se a abrir de vez os olhos.

Só então notou que era o celular tocando na cabeceira da cama. Ao pegar o aparelho, assustou-se com o horário e sentou-se de súbito, gemendo de dor com o movimento brusco.

A segunda coisa que a fez assustar-se foi ver o nome de Sesshoumaru na tela.

— Hmm... Sess? – ela falou com uma voz muito fraca.

Rin, onde você está? – ele perguntou – Sua terapeuta está me ligando porque não consegue falar com você.

A terapia. Rin havia esquecido completamente que tinha um horário marcado antes de arrastar-se para a cama e agora era tarde demais.

— Ah... Sess... Desculpe... – ela massageou a têmpora – Eu acordei agora e ainda nem almocei...

Agora? – ele soou extremamente surpreso. Rin conseguiu até visualizá-lo franzindo a testa e estreitando de leve os olhos.

— Eu... Eu comi uma coisa que não me fez bem e fui parar no hospital. – ela contou uma meia verdade. Não queria contar por telefone tudo o que havia acontecido.

Depois do resultado do teste de farmácia, queria receber o oficial do laboratório para conversar com ele sobre o que seria agora da vida deles – isto é, se aquilo que viu no banheiro não fosse um falso positivo.

Houve um silêncio incômodo na linha enquanto ela decidia: sim, definitivamente teria que contar o que aconteceu. Ambos erraram em algum ponto ao não se protegerem. Ela não prestou atenção às datas dos anticoncepcionais. A vida ficou tão atribulada que não viu também atrasos no ciclo.

Não poderia mostrar apenas o teste de farmácia como. Tinha também que mostrar o exame oficial que sairia no dia seguinte.

A espera seria angustiante.

Rin, você está bem agora? – ele perguntou extremamente sério – Por que não me ligou?

— Foi durante a madrugada. Eu não quis incomodar. Você disse que não estava dormindo direito e...

Rin. – ele parecia estranhamente impaciente – Você deveria ter me ligado.

Novamente a linha ficou em silêncio. Rin fechou os olhos e deslizou as mãos pela franja desalinhada depois de acordar.

— Você não precisa ficar irritado comigo. – ela falou suavemente num tom magoado, como se aquele tom dele fosse de repreensão – Vou ligar pra terapeuta e pedir pra ela parar de te incomodar no trabalho.

Eu não estou irritado com você. – ele falou apesar do tom parecer outra, perguntando novamente – Estou preocupado. Você está bem agora?

— Sim... – ela finalmente respondeu, olhando para os remédios na mesinha de cabeceira.

Sairei daqui direto para vê-la. – ele avisou – Precisa de alguma coisa? Remédio? Comida?

Rin respirou fundo para controlar a cabeça que estava girando e deitou-se na cama quase em posição fetal. Sentiu que aquilo melhorou quase em 70% o que estava sentindo.

— Eu comprei os remédios e vou tomar alguns agora. Acho que tenho aqui algumas frutas, mas acho que não tenho nada pra fazer um jantar aqui pra você.

Vou falar com Kaede. – ele avisou, reafirmando – Vou passar a noite aí, certo?

Seria uma boa oportunidade de conversar com ele sobre a conversa com o pai e o que havia acontecido.

— Okay... – ela deu um sorriso fraco – Vou ficar esperando.

Eu ligo pra sua terapeuta e explico o que aconteceu.

— Não precisa, eu posso... Ah, deixa pra lá. – ela finalmente desistiu com um suspiro. Sesshoumaru ia sempre tomar as providências mais urgentes.

Ligue-me se precisar de alguma coisa. Vou pegar algumas coisas em casa antes. Vou levar a comida também.

— Tudo bem. – ela finalmente deu um sorriso. Ele estava preocupado e a terapeuta já havia trabalhado aquela questão de não deixá-lo daquele jeito.

Até mais tarde. – ele desligou e ela suspirou profundamente. Abraçou as pernas na cama e encostou a cabeça nos joelhos, fechando os olhos para imaginar em como ficaria aquela situação.

Ao desligar, deixou o aparelho na cama e olhou com carinho para ele, como se pudesse ver o rosto de Sesshoumaru ali naquela conexão. Ele saberia o que fazer, não? Estava preocupada com muita coisa no momento e mais aquela situação... Qual seria a reação de Sesshoumaru? O que o pai dela ia dizer? O que a família dele ia pensar?

O que iria fazer agora?


Rin já sentia-se melhor quando atendeu a porta no final da tarde. Ao abrir, ela viu Sesshoumaru em pé com uma grande sacola de pano com bentô e uma elegante bolsa de viagem em couro preto.

— Boa noite, Sess... – ela falou timidamente, dando passagem para ele – Bem-vindo...

Sesshoumaru entrou e tirou silenciosamente os sapatos no genkan, observando-a por alguns segundos.

— Você está pálida. – ele observou suavemente, colocando tanto o bentô quanto a bolsa de viagem no chão e esticando o braço para poder tocar o rosto dela – Está se sentindo mal de novo?

O calor naquele gesto fez com que o rosto se aquecesse e ela ficasse levemente corada.

— Agora sim. – ele murmurou ao notar o rubor, aproximando depois os lábios para beijar a testa dela.

— Tomei remédio. Estou melhorando agora. – mesmo estando na parte mais alta próximo ao genkan, ela ficou na ponta dos pés para beijá-lo rápido nos lábios – Obrigada por ter vindo.

— Kaede preparou uma refeição. Disse que vai fazer bem. Mandou também algumas folhas de chá que você deve preparar. – ele falou ao tirar o blazer e colocar no armário do genkan, saindo dali com a bolsa de viagem e o bentô para dirigir-se à cozinha.

Colocou a refeição em cima da mesa e virou-se para observar a figura dela. Estava com um curto yukata lilás com desenhos de borboletas amarelas e calçando pantufas, aparentemente bem apesar dos olhos indicarem que havia ficado sem dormir, o que era realmente incomum desde que começaram a se relacionar. Ela sempre dormiu bem com ele. Até em noites com terremotos não despertava.

— O que aconteceu ontem, minha Rin?

Sesshoumaru notou a forma como ela abraçou-se timidamente como se não quisesse revelar ter feito algo errado. Viu-a aproximar-se lentamente e abraçá-lo pela cintura, erguendo o rosto com um sorriso meio triste:

— Eu fiquei muito tempo sem comer e quando fui jantar passei mal. A comida estava estragada. – ela preferiu falar.

Não era de todo uma mentira. E sabia que Sesshoumaru conseguia perceber quando estava mentindo. Ele conseguia ler muito bem o que se passava com ela apenas lendo as expressões do rosto.

No silêncio habitual, ele deslizou lentamente os dedos pelo rosto dela, com o indicador e o médio tocando suavemente o ângulo do final da mandíbula até a orelha e o polegar acariciando o maxilar.

— Eu notei que seus horários estão muito irregulares, Rin. Às vezes quando ligo na hora do almoço você ainda está ocupada e sem tempo de comer. Precisa cuidar-se também. Comer quando sentir fome.

Rin, ainda tímida, concordou com um movimento de cabeça. Fosse o resultado verdadeiro, teria que se cuidar ainda mais, principalmente em relação à alimentação.

— Fez exames também? – ele interrompeu o pensamento dela.

Dando mais um sorriso triste, ela confirmou com a cabeça.

— E saiu algum resultado?

— Ainda não. – ela evitou encontrar o olhar dele – Mas o médico já passou remédio pro estômago e eu estou tomando. Mas tenho que fazer outros exames pra ver se está tudo bem.

— Se eu não estiver trabalhando, posso ir com você.

O sorriso dela continuava triste e ele franziu a testa. Havia uma coisa estranha e ele não sabia o que era.

— Você está preocupada com a questão de morarmos juntos? Por isso esqueceu de comer?

Os olhos dela arregalaram de leve. A pergunta a fez lembrar que precisava falar sobre a conversa que teve com o pai.

— Sess... – ela começou muito receosa, temendo como ele reagiria ao pedido que estava prestes a fazer – Eu liguei pro papai ontem e conversamos um pouco. Ele disse que queria conversar com você em Nagoya este fim de semana, se fosse possível.

Sesshoumaru continuou inexpressivo, mas ela interpretou como um bom sinal.

— Você acha que pode ser este fim de semana?

Viu-o confirmar com a cabeça e deu um pequeno sorriso. Ela tinha esperança que tudo daria certo.

Amanhã vou ser a primeira a chegar no hospital e pegar esse resultado, nem que eu tenha que abrir os portões de lá.

O rosto dele desceu para deslizar o nariz pelo pescoço dela e inalar o local, e ela fechou os olhos para aproveitar o momento quando sentiu os lábios encostarem na pele.

O cheiro dele é tão bom.

— A sua pele está tão macia. – ele beijou ao longo do pescoço – Você já tomou banho e não esperou por mim, minha Rin?

Eu não fico enjoada com o cheiro dele.

— Desculpe... – ela afastou o rosto para encontrar o olhar dele – Eu não queria que me visse horrível.

Jamais. – ele deslizou o polegar lentamente na maçã do rosto – Vou tomar um banho rápido, então.

Rin aproveitou aquela carícia o máximo possível por alguns segundos a mais.

— Tudo bem. – ela confirmou.

Viu-o afastar-se e começar a abrir os punhos da camisa social antes de entrar no corredor.

Ele daria um bom pai, né?

Segundos depois, ele voltava para deixar o celular em cima da mesa e falar para ela:

— Você pode atender a corretora se ela ligar? Diga que acerto o horário de uma nova visita semana que vem.

Rin confirmou com a cabeça e o viu entrar no banheiro. Pelo menos deu tudo certo até agora. Ela precisava apenas aguardar algumas horas até ter o resultado do exame e revelar o que aconteceu. Teriam também que discutir sobre a ida a Nagoya.

E morar juntos.

Teria que morar com ele? Como seria morar com Sesshoumaru? Eles só se encontravam no final do dia e algumas vezes passavam a noite juntos, mas em geral as coisas eram muito separadas. Havia o espaço dele na casa dele e o dela no apartamento dela.

E também se continuo estudando grávida ou deixo tudo pra procurar um emprego. Ou ficar só cuidando do bebê.

Seria difícil conciliar estudo mais trabalho e mais criança. Será que poderia ficar pelo menos estudando e cuidando de uma criança? Ou seria melhor ter um emprego e cuidar de um bebê?

Sentiu uma gota de suor escorrer pela lateral do rosto numa impaciência consigo mesma.

Calma, Rin, ainda não temos um resultado oficial. Um passo de cada vez.

— Ahhh! – ela esfregou a cabeça com raiva por ter algo tão importante para decidir em poucas horas.

O telefone tocou, tirando-a daqueles pensamentos, e logo viu que o que parecia ser um número comercial.

Sabendo quem era, atendeu imediatamente:

— Alô?

Oh... desculpe, achei que fosse outra pessoa. – uma mulher falou na linha.

— Ah, Sesshoumaru pediu para atender e dizer que vai ligar para acertar uma data para semana que vem.

Era sobre isso que gostaria de falar. Aquela propriedade que vocês visitaram ontem foi alugada hoje.

— Oh. – Rin sentiu-se de certa forma triste com a notícia, apesar de não ter visitado com o propósito de conhecer o lugar para morar. Se Sesshoumaru tivesse avisado antes, provavelmente ficaria ainda mais chateada por deixar aquela chance escapar – Que pena.

Mas poderia avisá-lo que estou já analisando outros lugares de acordo com o perfil que ele pediu? Dois quartos, sacada, bairro longe de trânsito, garagem e com jardim para casal sem filhos.

Os olhos de Rin arregalaram de susto com a última parte.

— Eu... Eu aviso sim. – ela murmurou num tom sem emoção.

Muito obrigada. Boa noite.

A ligação encerrou e Rin continuou com os olhos arregalados, afastando lentamente o aparelho do pé do ouvido ainda em choque.

Atrás dela, Sesshoumaru falou:

— Era ela ligando?

Rin prendeu a respiração e imediatamente tentou sorrir despreocupada na hora de virar o rosto e...

— Err... hmm... – ela corou absurdamente ao vê-lo apenas com a toalha de banho presa num nó à cintura, parado gloriosamente à entrada da cozinha.

Silêncio se fez e obviamente ele entendeu o motivo pela reação dela. Fez então questão de aproximar-se e ela automaticamente deu alguns passos para trás, batendo as costas contra a mesa, encurralada.

— O que foi, minha Rin? – ele a pressionou contra o móvel como se ela fosse uma presa e a sentiu timidamente desviar o olhar com um sorriso – Achei que já tivesse se acostumado.

— Eu fiquei me perguntando como seria morarmos juntos e agora você me aparece assim na cozinha.

Sesshoumaru, alto e imponente, aproximou o rosto do pescoço dela para beijar o local.

— Ligou sim. – ela resolveu retomar o assunto mais sério, mas adorando o que ele fazia na base do pescoço dela – Mas pediu desculpas porque o apartamento já tem outro dono.

Sentiu os lábios paralisaram quando estavam próximos à orelha, quando estavam prestes a atacar o local, e ele ergueu o rosto para encontrar o olhar dela.

Ao notar a expressão confusa dele, tratou de completar para tranquilizá-lo:

— Ela também falou que já está procurando outras propriedades.

— Mas você gostou daquela de ontem.

— Hmm... Gostei, mas deve existir outras casas como aquela, né? Talvez até no mesmo distrito. – ela tentou ser positiva.

Por um momento, ele ficou a analisar aquele sorriso que tentava combinar com a testa franzida de preocupação. Ela estava com aquela expressão desde que chegara e só melhorou um pouco quando ela o viu de toalha e tentou distraí-la com os beijos.

Mas ela continuava apreensiva com alguma coisa e agora entendia o motivo. Talvez ela não quisesse deixá-lo igualmente preocupado com esse problema da casa.

Fechou os olhos e deixou um "hunf" escapar:

— Tem razão. Há muitas casas boas em bairros mais tranquilos. Ela deve encontrar algo bom até semana que vem.

Voltou a grudar os lábios na base do pescoço dela e completou:

— Mesmo que não queira morar junto, vai gostar de passar as noites lá comigo.

Rin abraçou-se pelo torso e encostou o rosto no peito nu, abrindo os olhos apenas para dar um sorriso de angústia para algum ponto perto deles.


De madrugada, Rin deu um suspiro suave enquanto olhava o teto do quarto escuro, tentando ler os desenhos das sombras que se formavam através das luzes que atravessavam as cortinas da varanda e da janela.

Do lado, Sesshoumaru estava aparentemente dormindo tranquilo. Os dois haviam ido dormir cedo, depois do jantar providenciado por Kaede, mas ela acordava de hora em hora com medo de perder o horário do remédio para o problema do estômago. Depois de tomar, havia ficado completamente sem sono.

Deu outro suspiro cansado e fechou os olhos, cobrindo-se até as orelhas com o cobertor e deitando de lado. Talvez naquela posição ela conseguisse esquecer os problemas e dormisse logo.

Não deu nem um minuto e sentiu a ponta dos dedos de Sesshoumaru deslizarem no braço suavemente em um movimento ritmado, de um lado a outro, como se aquilo fosse possível fazê-la adormecer.

— Desculpe... – ela murmurou, olhando por cima do ombro para ele – Tive que tomar remédio.

— Eu sei. Acordei todas as vezes que você se mexeu na cama.

— Oh... – ela murmurou cheia de culpa. Não queria acordá-lo ao mexer-se na cama, mas inevitavelmente aquilo aconteceria em alguma hora – Fiquei com medo de perder a hora. Não gosto de tomar remédio nesse horário.

Sesshoumaru a puxou com o braço pela cintura e a aproximou do corpo, procurando espaço no vão entre o ombro e o pescoço para descansar o rosto.

— Vai ser assim se morarmos juntos? – ele perguntou – Eu acordando toda vez que se remexer?

Aparentemente ela conseguiu perceber o tom de "brincadeira" do comentário, mas não fez comentários. Era apenas um problema muito peculiar, mas que os afetava, de certa forma.

— Você tem que fechar os olhos e contar até sessenta. – Sesshoumaru mencionou o truque que ela já havia explicado uma vez, ele fazendo o mesmo para tentar adormecer.

Rin relaxou e deu um suspiro profundo, virando-se nos braços dele para poderem ficar frente a frente.

— Podemos dormir na sua casa amanhã e falar sobre isso de morarmos juntos? – ela perguntou.

— Achei que queria conversar primeiro com o seu pai. – ele franziu a testa.

— Eu... eu já me decidi... – ela falou desviando o olhar e ele franziu a testa.

Aquele péssimo hábito só aparecia quando estava preocupada com alguma coisa.

— Eu pensei muito sobre ter um espaço nosso... Mas estou preocupada com algumas coisas. – ela falou como se estivesse com o pensamento conectado ao dele.

— O que a está preocupando exatamente, minha Rin? – ele tocou suavemente o nó entre o cenho para apontar que ele sabia que ela pensava em outros problemas.

— Estar ainda sem emprego. Meus pais em outra cidade. Procurar outro lugar.

Sesshoumaru a abraçou antes que ela continuasse ou não iriam mais dormir. Aquilo poderia deixá-la incomodada por horas, sem sono e ainda afetar a recuperação dela.

— Vamos dormir e discutimos amanhã.

— Hmm... Tá bom. – ela murmurou com a voz abafada contra o tecido do yukata que ele usava.

Sesshoumaru cobriu os dois corpos com o mesmo lençol e a abraçou, deslizando a mão pelas costas dela.

— Se servir de consolo... – ele começou suavemente – Eu não gostei muito daquela casa.

Rin abriu os olhos.

— Pelo menos não tinha desenhos de cachorros no banheiro.

Ouviu um tchi típico dele e o abraçou.

Talvez ela não estivesse grávida. Quantas mulheres já não passaram por essa situação e descobriam depois que estavam bem e que tiveram apenas uma intoxicação alimentar?

Foi importante fazer os exames e assim aprender a lição de se cuidar: tomar anticoncepcionais regularmente, sem deixar passar um dia, não pular as refeições, continuar a terapia.

Sim, talvez nem estivesse grávida. Aí poderia esfregar o resultado na cara de bobo daquele médico metido a sabe-tudo.

— Durma, Rin. – ouviu Sesshoumaru falar e imediatamente fechou os olhos.