Nota da autora: Aaahhhh! Obrigada a quem está acompanhando! Prometo responder os comentários desta vez hahahh. Sei que demorei um pouco reescrevendo esta história desde 2020, mas saibam que estava fazendo tudo com muito carinho.

Eu me programei para atualizar esta semana (sábado ou domingo), então torçam para dar certo!

Não consegui escolher a cena apropriada para pedir para Gaby desenhar porque gostei de muitas. Mantive acho que 60 ou 70% do original. Espero que gostem :)

Obrigada aos comentários de: ShivaAurora, HelloBraga, Jo-Anga, Conny-chan94, Barbara Rettoree, Dica-chan, Isa Raissa, Autunmbane e DindaT. Um beijo a todos!

Divirtam-se e não deixem de comentar, por favor!


UM CAMINHO PARA DOIS

CAPÍTULO 41

Descobrindo os caminhos de Nagoya

Na estação central de Tokyo, Sesshoumaru deslizava a mão direita pelas costas de Rin, abraçando-a, enquanto olhava para a direção de onde viria o trem, sem se importar em observar os outros que estavam ali na plataforma, como os pais que brincavam com o bebê de colo ou o outro casal que se sempre se separava.

Diferente das outras vezes, ele entraria no mesmo trem com Rin.

De certa forma, sentia-se como alguém privilegiado, como se fosse o único ali daqueles rostos conhecidos apenas de vista que poderia se dar ao luxo de acompanhar a outra pessoa quando os outros tinham que se separar no momento do embarque, seja por motivos financeiros, de trabalho ou pessoais.

Olhou para baixo, notando a pequena figura de Rin tentando contornar a cintura dele. Ela parecia mais tranquila, com olhos fechados e também...

— Você está me cheirando de novo em público, Rin. – ele avisou numa voz tranquila, agora acostumado com aquela sensação agradável de vê-la tentando esfregar o nariz a qualquer momento no peito ou no pescoço dele.

Imediatamente, ela abriu os olhos, claramente assustados com a interrupção, e encontrou os tranquilos dele, corando de vergonha por ter sido descoberta quando pensava estar disfarçando bem em público.

— Tem muitos cheiros aqui e o seu é melhor. – ela respondeu, esfregando o nariz com mais evidência no peito dele – Tão gostoso.

Sesshoumaru ajeitou o colarinho casaco de pele verdadeira no pescoço dela, deixando-a ainda mais confortável. Rin parecia também ter gostado muito da qualidade da peça, sem sequer desconfiar que era de verdade. Na época que a mãe havia ganhado, como presente de família, um casaco daqueles era visto como algo de bom gosto, sem causar tanto frisson por conta dos problemas ambientais relacionados à produção.

— Vai ter que usar isso na frente da sua família, então.

— É muito bonito. – ela olhou os punhos e brincou com os pelos das mangas – E tem um cheiro tão bom. Acho que o bebê gosta.

Tão logo as palavras saíram da boca, calou-se levemente sobressaltada, fato que ele também notou. Para tranquilizá-la, continuou ajeitando a gola e até limpou uma sujeira imaginária do ombro dela.

Era ainda um pouco assustador pensar no que estava acontecendo com eles. Era uma mudança e tanto ver que precisavam acertar tantas coisas – casa, trabalho, estudo... Nos últimos dias acertaram que ela continuaria estudando enquanto ele trabalharia para mantê-los. Talvez o pai continuasse com a ajuda mensal. Talvez não tivesse tantos problemas na faculdade. Era tanta coisa para pensar que ela ficava mais nervosa e enjoada e por isso evitava tomar decisões por um momento.

Mas e quando contasse que estava grávida? Qual seria a reação dos pais? O que diriam? Como ficaria a relação com eles? Ela não queria abandonar o curso e Sesshoumaru garantiu que as coisas ficariam bem e que ela não precisaria preocupar-se, mas era óbvio que os professores não entenderiam caso ela tivesse que faltar para fazer algum exame ou passasse mal ou...

— Nosso trem está vindo. – ele avisou, interrompendo as preocupações dela.

Imediatamente ela o soltou e Sesshoumaru começou a conduzir as bagagens, deslizando-a suavemente pela plataforma e silenciosamente impedindo-a de fazer qualquer tipo de esforço.

Não andaram muito até encontrarem a cabine para duas pessoas que ele reservou. Era melhor, considerando que Rin estava ficando incomodada com odores alheios com muita facilidade.

Em minutos, já estavam sentados e acomodados quando o trem começou a acelerar, com ela encostando o rosto perto da base do pescoço dele.

— O que você quer fazer em três horas? – ela perguntou.

Sesshoumaru mostrou um livro sobre a região de Aichi.

— Ah! Eu gosto desse livro! Você já escolheu os lugares que quer conhecer?

— Eu estava lendo sobre o vale de vinhos. – ele abriu em uma parte já marcada – Onde você costuma ir com o seu pai.

— Sim! – ela confirmou com a cabeça, entristecendo-se depois – Eu acho que não vou poder ir desta vez... Mas você podia ir com ele e comprar algumas garrafas de presente pro seu avô.

Em pouco tempo, ela deixava a animação de lado para fechar os olhos e respirar fundo.

— Estômago ruim? – ele adivinhou, obtendo uma confirmação de cabeça por parte dela.

Esticou a mão para pegar a garrafa térmica com chá preparado por Kaede e Jaken e entregou a ela:

— Tome um pouco e durma. Eu acordo você quando chegarmos.

Mais uma vez ela confirmou com a cabeça, aceitando a sugestão, e tomou um gole de chá antes de fechar os olhos e adormecer.


Rin, acorde. – Sesshoumaru tocou gentilmente o rosto dela.

Abrindo os olhos, ela primeiro esfregou os olhos e bocejou, virando o rosto para os lados até entender que já estavam em Nagoya.

— Foi rápido, né? Ah, você já leu tudo! – ela olhou o livro sobre a região dela com páginas marcadas com tiras coloridas.

Sesshoumaru ergueu uma sobrancelha. Ela havia dormido pela viagem toda, sequer murmurou algo relacionado à comida como normalmente acontecia.

— Vamos, Rin. – ele levantou-se e pegou as malas pelas alças para deslizá-las para fora do trem. Ela o seguia de perto, descendo atrás dele.

— Naquela direção ficam os táxis, vamos lá! – ela ergueu o braço vitoriosa.

Segundos depois, ela colocava a mão no nariz e contornava com a cintura um braço.

— Eu não tinha percebido que aqui cheirava muito mal. – ela reclamou.

Sesshoumaru olhou ao redor e viu barracas e mais barracas de comida – arroz doce, carne, camarão frito, bolinhos de feijão doce. Doces, mais doces, outros doces típicos e outras frituras, com amontoados de clientes famintos e sedentos para apreciar as iguarias no final de expediente.

Olhou o relógio. Chegariam na casa ainda a tempo do chá e do jantar. Ela tinha falado que queria sair com ele para mostrar a cidade à noite, mas, pelo que estava notando, o mais provável seria ficar em casa com os pais.

Ajeitou ainda mais o casaco na figura dela e passou um braço pela cintura para caminharem juntos, com ela escondendo o nariz nele o tempo todo, mesmo dentro do táxi.


Não havia passado nem meia hora quando aconteceu de Sesshoumaru ver-se diante de uma grande propriedade de dois andares em um bairro de classe média alta em Nagoya. O muro pequeno, quase na altura da cintura dele, existia apenas para colocar a plaquinha com os ideogramas da família Nozomu.

Diferente de bairros mais populares, não era possível construir prédios para abrigar mais famílias. As ruas tinham casas até maiores do que aquela, mais árvores e poucos carros. De fato, era tudo tão silencioso e tranquilo que eram os únicos ali na rua naquele momento – ele ainda com as malas arranjadas de forma a puxar as duas alças ao mesmo tempo com a mão esquerda enquanto segurava a de Rin com a direita.

Do lado dele, ela hesitava pela primeira vez desde o início da viagem. Talvez os enjoos que sentia estavam relacionados à tensão de levá-lo para conhecer os pais e ao que se seguiria depois que contassem os atuais planos. Procurou nos pertences a chave da porta havia alguns minutos, até desistir com um suspiro.

— Vamos, Rin. – ele que tomou a iniciativa e abriu o pequeno portão destrancado, conduzindo-a pelo jardim japonês pela mão.

Espiou pelo canto dos olhos e viu mais detalhes da propriedade: uma trilha de pedra do jardim levava a uma casa pequena que muito provavelmente era o dojo do irmão. Era como na propriedade dos Taisho, então.

Em minutos, estavam diante da porta da família Nozomu. Ela, nervosa, tocou a campainha e esperou, ficando mais e mais tensa, até sentir novamente o toque da mão dele.

— Fique calma. – ele falou com firmeza.

Segundos depois da campainha soar, um homem idoso e usando um apoio de madeira apareceu à porta vestindo um yukata formal para receber as visitas.

— Oh... Olá, Rin-chan. – ele piscou, olhando-a da cabeça aos pés por um segundo e depois fazendo o mesmo com Sesshoumaru.

— Oi, papai. – ela começou, torcendo nervosamente as mãos – Chegamos.

— O que aconteceu com a sua chave? – ele franziu a testa – Há quanto tempo estão aí fora?

— Eu não achei nas minhas coisas, acho que esqueci em Tokyo. – ela falou timidamente – Chegamos agora.

Segundos depois, a mãe aparecia à porta.

— Eles já... Oh. – ela levou a mão ao coração – Que rapaz bonito.

— Ah, mamãe... – ela tocou discretamente no peitoral de Sesshoumaru para apresentá-lo aos pais – Esse aqui é Sesshoumaru, meu namorado.

Um silêncio se fez entre as duas partes. Os pais observavam o acompanhante da filha com o cabelo comprido demais para ser um mero funcionário do governo, como ela havia explicado anteriormente, e a roupa que Rin usava.

— Por que está usando isso? – a mãe piscou – Isso é pele de verdade?

— Ah, é falso. – Rin respondeu logo – Ficou um pouco frio em Tokyo.

— Parece de verdade. – o pai comentou e depois balançou a cabeça, depois afastou-se para dar passagem para a filha e o convidado, falando no dialeto que Sesshoumaru estava já acostumado a ouvir – Bem... Entrem os dois. Vamos, vamos. Depois eu resolvo esse problema da chave.

Já no interior da casa, os quatro se sentaram em seiza ao redor de uma mesa de madeira nobre na sala de visitas em um silêncio pesado. A governanta que trabalhava há anos ali trouxe biscoitinhos amanteigados, bolo, a chaleira e quatro xícaras finamente ornadas em uma bandeja prateada, pousando elegantemente no centro da mesa.

Como ninguém falava nada, o único som que se ouvia era o tilintar da porcelana no metal até a mulher terminar de servir todo mundo e pedir licença para deixar o cômodo e retornar à cozinha.

O senhor Nozomu tossiu de leve e começou:

— Que bom que conseguiu vir com Rin desta vez, Sesshoumaru. Ela falou bastante de você nos últimos meses.

Sesshoumaru olhava impassivelmente para ele e fez um leve aceno de cabeça.

— Ele não falou nada até agora. Será que tá com dor de garganta? – a senhora Nozomu sussurrou discretamente.

— Shh. – o marido respondeu discretamente.

— Ele está muito feliz de ter vindo também. – Rin alegremente encostou o rosto no braço dele – E quer conhecer vários lugares daqui, incluindo a vinícola. Pode conseguir um passe pra ele, papai?

— Ela diz que ele tá feliz, mas ele tá com a mesma expressão desde que entrou. – foi a vez do senhor Nozomu falar num sussurro para a esposa.

— Shh. – a mãe de Rin o silenciou.

— Hakudoushi não está, né? – ela perguntou timidamente, olhando para os lados. A última coisa que queria era encontrar o irmão depois de tantas ofensas.

O pai cruzou os braços e limpou a garganta para anunciar:

— Vai ficar treinando pelos próximos dias em outra cidade. Parece que ele e os alunos estão nas semifinais de algum torneio. – deu um suspiro cansado – Ele está dando um tratamento silencioso a todos.

— Hunf. – ela bebeu um pouco de chá e murmurou num tom quase infantil – Bobão.

— Rin. – o pai a asseverou.

A ironia das coisas... Antes de conhecer Rin, Sesshoumaru agia dentro da própria casa como Hakudoushi estava fazendo naquele momento. Ele só passou a falar mais com o próprio avô depois que ela passou a frequentar mais a casa.

— Minha filha contou que você a convidou para morarem juntos em Tokyo, mesmo eu me comprometendo a cuidar da moradia dela por algum tempo. – o senhor Nozomu interrompeu o pensamento dele e ambos encontraram os olhos – Achei que gostava daquele lugar.

Rin baixou o rosto e decidiu contar um pouco da verdade:

— Ah, ficou um pouco inviável dormir ali. – ela começou, segurando a xícara com as duas mãos para tentar aquecê-las – Muito barulho. Eu acordo assustada com as buzinas.

— Pra você acordar de madrugada, deve ser realmente ruim. Não existe lei do silêncio em Tokyo? Um limite de horário para os carros fazerem isso? – ele perguntou meio surpreso.

— Ter tem, mas... – ela nem completou a frase e bebeu um gole do chá, deixando subentendido que a lei era totalmente ignorada.

— Devo dizer que não era algo que eu esperava tão cedo por parte de vocês. É uma decisão muito importante, considerando que nem são casados. Vocês realmente precisam morar juntos? Não é por questões financeiras, né? Eu sei que está sem emprego ainda, mas não vejo problema algum em ter você dedicada apenas aos estudos e trabalhar depois.

Rin continuou apertando a xícara com força e baixou o rosto, sentindo o rosto corar.

Ao notarem aquilo, o senhor e a senhora Nozomu trocaram um rápido e discreto olhar pelo canto dos olhos.

— Ahhh... pai... – o rosto dela ficou vermelho de vergonha, tristeza, emoção, tudo ao mesmo tempo – Eu... eu...

A mão de Sesshoumaru tocou a dela por baixo da mesa, entrelaçando os dedos, não apenas para encorajar, como também para interrompê-la e falar ali pela primeira vez:

— Uma das coisas que expliquei à sua filha é que eu sempre quis que ela ficasse bem em Tokyo, sem qualquer tipo de preocupação. Notei o quanto foi difícil para ela essa adaptação no começo, antes mesmo de estarmos juntos. – ele começou, apertando de leve os dedos dela ao lembrar de quando se conheceram na faculdade – Pode parecer pouco tempo, mas tivemos chance de escolher sobre o que poderia ser melhor para nós dois.

Desta vez, foi a vez dela de apertar de leve os dedos ao lembrar do abraço na cozinha do antigo apartamento, pedindo várias vezes desculpas por sempre deixá-lo preocupado.

— Eu prometi que Rin não teria que se preocupar com nada além dos estudos. E se ela quiser continuar na capital ou mudar de volta para Nagoya ou para qualquer outra cidade do Japão, eu estaria com ela também.

Ao parar de falar, encontrou o olhar de Rin e ficaram apenas em silêncio. Os pais dela viam como se eles estivessem se comunicando pela mente, principalmente depois que ela deu um sorriso sincero.

— Bem... – o senhor Nozomu interrompeu aquela conversa silenciosa entre os dois, fazendo menção de levantar-se com o auxílio apoio de madeira – Podemos continuar conversando pelos próximos dias, não?

— Papai, o senhor está...? – Rin levantou-se depressa e contornou a mesa para ajudar o senhor Nozomu a levantar-se.

— Minha perna começa a doer se eu ficar tempo demais sentado nessa posição. – ele explicou – Vocês querem descansar antes do jantar? Ou preferem sair para conhecer a cidade?

— Acho que vamos ficar em casa. – ela falou timidamente, baixando o rosto para omitir o motivo do cansaço e da falta de disposição para sair.

— Pelo visto, vocês terão que ficar no quarto de hóspedes. – a mãe de Rin começou a explicar – A cama do quarto de Rin é muito pequena para vocês dois.

Apenas depois que as palavras saíram da boca foi que ela percebeu que havia um outro sentido nas palavras, escondendo o rosto de vergonha com as mãos. A filha também ficou extremamente vermelha e evitava olhar para o rosto sério do pai.

Então foi da mãe que ela herdou isso, Sesshoumaru concluiu.

Notou que o senhor Nozomu franzia a testa ao olhar para a filha.

Depois os olhares se encontraram, sérios.


Sesshoumaru acordou sem ouvir barulho algum, vizinho algum, grito algum, pneu algum. Silêncio total. Mas simplesmente acordou – relativamente cedo e sem sono, como era comum.

Olhou para o corpo caloroso que tinha nos braços: Rin ainda adormecida, respirando calma e profundamente. O rosto havia voltado também a ficar corado, sem tanto aquele aspecto pálido dos últimos dias. Também não havia acordado, inquieta, de madrugada como havia nas noites anteriores.

Parecia que as coisas estavam mesmo ficando bem.

Tentou levantar-se sem acordá-la, mas ao primeiro movimento sentiu-a despertar.

— Sess...? – ela murmurou, esfregando os olhos ainda sonolenta.

— Volte a dormir. – ele falou, cobrindo-a de novo.

— Não... Meus pais acordam cedo também... – ela bocejou, sentando-se na cama, colocando a mão no ventre – Daqui a pouco temos comida. Você dormiu bem?

Por um momento, ele refletiu sobre a pergunta. Depois do jantar e da surpresa dos pais ao verem Rin comendo carne sob desculpa de precisar de proteínas, os dois se recolheram para um quarto de hóspedes com uma cama confortável e grande, tendo até um momento para Rin rolar de uma ponta a outra para mostrar o tamanho dela.

Confirmou com a cabeça e levantou-se para estender a mão para ela.

— Vamos então nos arrumar... Acho que hoje teremos passeio com os seus pais.

— Vou tomar meus remédios e me arrumar no meu quarto. – ela deu um rápido beijo nele e saiu do quarto para ir a outro no mesmo corredor.

Algum tempo depois, Sesshoumaru já havia tomado banho e estava terminando de amarrar o laço do yukata masculino quando olhou pela janela do quarto de hóspedes.

Havia um carro parado e uma pessoa desceu e ficou em pé do lado de fora, esperando pelo motorista para abrir o porta-malas.

Era o irmão de Rin.

Pensando rápido, ele saiu do quarto às pressas.

Hakudoushi desceu do táxi com uma sensação de inquietação. Na noite anterior ele havia decidido voltar porque estava com um incômodo no peito, o que o fez pensar logo nos pais e na irmã e decidir mudar os planos de treinar para uma competição para voltar logo para casa.

Depois de pagar a corrida e pegar a mala de mão, procurou a chave na mochila e abriu o portão, andando preocupado pelo caminho de pedra do jardim japonês até a entrada da residência, subindo os dois degraus lentamente.

Antes que pudesse inserir a chave na entrada, a porta foi aberta por alguém que não era o pai – alguém que parecia ter a idade dele ou quase isso, alto, cabelo prateado e olhos dourados.

Hakudoushi piscou e olhou para o estranho homem parado à porta.

— Aqui é...? – ele olhou para a frente, como se tivesse algum indício de que estava no lugar errado, uma placa com nome de família ou número diferente.

— Eles mudaram de casa. – Sesshoumaru avisou.

— Oh. – o outro franziu a testa – Foi?

Sesshoumaru fechou a porta na cara dele e o deixou intrigado, plantado como se os pés estivessem grudados no chão.

Do lado de dentro, Sesshoumaru colocou uma cadeira para travar a porta e ia procurar outra entrada na casa para fechar, mas topou com Rin descendo as escadas com o cabelo solto e rosto limpo, sem tanto sono como antes.

— Sess, quem era? – ela terminava de arrumar o laço do yukata floral, a escolha do dia para ficarem em casa enquanto não melhorava do estômago.

— Ninguém. – ele respondeu.

— Oh... – ela murmurou – Vou preparar o chá que trouxe. Estou me sentindo um pouco enjoada hoje de novo.

Rin já estava quase alcançando a porta da cozinha quando ele a chamou e a fez parar:

— Rin, espere.

A passos largos, no outro segundo ele já estava com ela segurando o casaco de pele.

— Melhor colocar o casaco. – ele a fez vestir a peça e ajustou ao corpo dela.

— Ah, eu acho que vou melhorar assim. – ela confessou num tom tímido. Era óbvio que adorava de verdade aquele cheiro e que não se sentia mal.

Do lado de fora da casa, Hakudoushi deu alguns passos para trás e voltou pensativo até o portão, lendo com atenção a placa para certificar-se de que não tinha entrado na propriedade de outra família. Sim, estava na casa certa, concluiu ao ler o nome Nozomu.

E finalmente deu-se conta que havia alguém que não conhecia em casa. O que havia acontecido? Os pais estavam bem? Tinham sido raptados? Alguém invadiu a casa? Precisava pagar resgate? Era por causa daquilo que sentia aquele incômodo no peito?

Atravessou correndo o jardim, largou a mala e a mochila no chão e agilmente pulou os preciosos arbustos bem cuidados do senhor Nozomu para alcançar a janela aberta mais próxima.

Do lado de dentro, Sesshoumaru passou por uma janela guiando Rin pela mão esquerda tocando as costas, uma cena que não passou despercebida por quem estava de fora.

Com a outra, fechou a janela bem na cara do irmão dela.

— O que foi isso? – ela perguntou.

— Só sua sensibilidade aos sons. – ele a assegurou – Deve ter sido na outra rua.

— Ahh...

Hakudoushi estreitou sombriamente os olhos. Aquele era o namorado da irmã, não? Kakemaru ou algo assim?

Andou decidido até o dojo. Precisava lutar e precisava de armas.

Na cozinha, Rin terminava de colocar a água para ferver quando ouviu a porta abrir e Sesshoumaru aparecer para ir direto à porta.

— Sess? – a voz dela o parou com a mão a meros centímetros da maçaneta – Aconteceu alguma coisa?

— Nada. – ele respondeu indiferente e trancou a porta e colocando uma cadeira para impedir a entrada de outra pessoa.

— Por que está fazendo isso? – ela quis saber.

Depois de verificar que não tinha como alguém entrar ali vindo do lado de fora, ele andou até ela e deu um beijo tão inesperado que a fez arregalar os olhos.

E só parou porque a porta interna da cozinha deslizou para o lado e Hakudoushi apareceu na entrada segurando uma espada de bambu, fazendo o casal afastar o rosto.

— Esqueceu de fechar a janela do andar de cima. – ele anunciou.

— Hunf. – Sesshoumaru se limitou a murmurar – Meu plano para você tentar cair do telhado não deu certo, então.

Silêncio se fez porque Rin parecia extremamente surpresa de ver o irmão ali.

Um minuto depois, ela virou o rosto com desprezo:

— Hunf.

Ignorando a presença da irmã, ele apontou a shinai para Sesshoumaru, com a ponta parando a centímetros do alvo.

— O que você fez com os nossos pais, Korosemaru?

— O nome dele não é esse. – Rin interferiu irritada, falando já em dialeto e deslizando a porta para fechar e inibir o som no ambiente – E fale baixo que eles devem estar dormindo ainda. Parece maluco apontando isso pros outros. Além de ser mal-educado.

Os três se encararam até que a porta deslizar novamente com a chegada de mais uma pessoa, que com o movimento jogou Hakudoushi para o outro canto da cozinha:

— CRIANÇAS, CHEGUEI! Alguém colocou uma cadeira lá na... – Jakotsu anunciou alegremente com os braços para o alto, mas o sorriso morreu ao ver Rin, imediatamente levando a mão ao coração como se tivesse levado um susto – Ohhh... tem um bicho morto em cima de você.

— Jakko... – Rin estava nervosa – O Hakudoushi está...

Jakotsu nem prestava atenção. Tinha a testa franzida e um pouco enojado com o que via.

Apontou o dedo meio trêmulo para o casaco de pele branco que ela usava.

— O que é isso?

— Hã?

— Essa... coisa em você.

— Ah... – ela olhou rápido para as mangas como se pudesse se ver por inteiro na frente de um espelho – É um casaco. Sess me emprestou.

Jakotsu trocou um olhar rápido com o jovem de cabelos prateados presente na cozinha, arqueando uma sobrancelha ao notá-lo pela primeira vez ali.

— E por quê? – ele parecia tão sincero e confuso naquele instante quando realmente não havia a menor necessidade de usar um.

— É que...

— Ah, tá, entendi. – ele nem deixou que ela completasse a explicação, estendendo a mão num gesto de repulsa – Nem combina com você. Pode tirar isso aí.

— Mas eu...

Deu um sorriso largo, quase maquiavélico, um suspiro de cansaço e impaciência e aproximou o rosto tão ameaçadoramente que parecia ser até a maior autoridade dali, falando nervosamente:

— TIRE LOGO ISSO, NOZOMU RIN. VOCÊ SABE QUANTOS BICHINHOS FOFINHOS MATARAM PRA FAZER ESSE CASACO?

Rin soltou um kyaaa e escondeu-se atrás de Sesshoumaru. Segundos depois, ele precisava afastar-se dela para impedir que um par de mãos agarrassem pelo yukata na altura do pescoço, segurando a mão direita de Hakudoushi a centímetros do alvo – o pescoço dele.

— É muito abuso seu pisar nesta casa depois de ter convencido Rin a ficar com você longe da nossa família. – Hakudoushi falou num tom mais violento – E veio agora por quê, hein?

— Eu não separei ninguém, Hakudoushi. Quem fez isso com a sua família... – Sesshoumaru falou tranquilamente, ainda segurando a mão do outro –... Foi você.

Hakudoushi estreitou ainda mais o olhar.

— Parem com isso vocês dois! – Rin apareceu entre os dois e afastou-os, aproximando-se mais de Sesshoumaru para pousar delicadamente as mãos no peitoral dele – Ninguém veio pra brigar aqui!

Enquanto se encaravam, Hakudoushi notou pela primeira vez a posição dos dois – Sesshoumaru de forma defensiva, com a mão direita contornando a cintura de Rin, ela ainda usando aquele casaco com pelo branco (verdadeiro? Ou seria falso?) e tentando contornar a região com um braço como se quisesse abraçá-lo.

A visão fez com que entendesse o motivo de estarem ali, arregalando os olhos. Obviamente que Sesshoumaru percebeu, soltando um "hunf".

— Seu... – ele engasgou já sentindo um ódio profundo tomar conta dele, contorcendo as mãos como se quisesse estrangular algo, mais precisamente Sesshoumaru – Você...! A minha irmã...!

Jakotsu, ainda não esquecido, puxou Rin dos braços de Sesshoumaru e tentou novamente tirar o casaco.

— VOCÊ NÃO VAI FICAR NEM MAIS UM SEGUNDO COM ESSA ROUPA, RIN!

A prima choramingou, assustada.

Sesshoumaru e Hakudoushi se encaravam, um calmo e impassível e o outro furioso e quase soltando fumacinha pelos ouvidos; Jakotsu tentava arrancar o casaco dela, até que os dois atos foram interrompidos por uma batida incisiva no chão de madeira polida.

— Bom dia. – era o senhor Nozomu, segundo o apoio para andar, falando da entrada da sala de refeições com a esposa atrás dele, ambos elegantemente vestidos com yukata e fazendo todos os olhares se voltarem para eles – Vejo que não preciso apresentar ninguém.

Todos ficaram em silêncio, observando-os.

— Hakudoushi, o que está fazendo aqui? – ele perguntou.

O jovem estreitou os olhos lilases e ergueu o rosto orgulhosamente:

— Eu moro aqui.

Um canto dos lábios de Sesshoumaru levantaram tão levemente que apenas quem estivesse muito próximo notaria aquilo.

— Você disse que passaria a semana longe treinando em outra cidade. – o pai continuou.

— Vou treinar com meus alunos hoje e amanhã. – ele cruzou os braços com arrogância – Agora tenho que explicar o que faço aqui? Eu voltei porque fiquei preocupado com vocês! E se esse cara com nome esquisito fizesse alguma coisa?

Limpando a garganta, o senhor Nozomu começou:

— Vamos todos nos sentar à mesa para tomar o café da manhã como pessoas civilizadas.

Em pouco tempo, todos já estavam acomodados em seiza em torno de uma grande mesa e colocado a refeição – Rin ao lado de Sesshoumaru, os pais à ponta, Hakudoushi e Jakotsu de frente para os recém-chegados.

— Boa refeição a todos. – alguns falaram ao mesmo tempo, enquanto outros se mantiveram em silêncio porque não queriam que a comida fosse boa para outros.

Começaram a comer em silêncio mortal até que Rin começou a chamar a atenção pegando pedaços de omelete japonês e peixe assado para acompanhar o arroz temperado, fazendo os familiares se entreolharem quando começou a comer avidamente. Parecia que a confusão de minutos antes havia até aumentado o apetite.

— O que foi? – ela perguntou sem entender os olhares em cima dela.

— Você está comendo carne? – Jakotsu quis saber.

— Oh... – ela corou ao perceber o que tinha feito e engoliu mais uma porção – É que o cheiro é bem gostoso.

— Rin mudou os hábitos alimentares em Tokyo, Jakotsu. – o senhor Nozomu a defendeu – Não há nada de estranho nos vegetarianos inserindo pequenas porções de carne nas refeições. E Rin disse que precisa comer proteínas, né, filha?

Rin só moveu a cabeça num "sim", voltando a comer como se a comida fosse escapar da mesa.

— Definitivamente mudou mesmo, deve ter comido até os bichinhos que deram origem a esse casaco. – Jakotsu comentou num tom ácido.

— Não é pelo de verdade. Sesshoumaru falou que é falso. – ela franziu a testa, virando-se para o namorado com um olhar esperançoso – Né?

Jakotsu piscou uma, duas, três vezes, depois olhou para Sesshoumaru com uma sobrancelha extremamente erguida.

A resposta do outro foi outra sobrancelha erguida, fazendo o estilista estreitar os olhos. Aquele homem era um inimigo agora. Ele não tinha o direito de fazer a prima vestir-se com aquela coisa que poderia custar alguns milhões de ienes e algumas vidas de animais.

— Sim. – Sesshoumaru respondeu mantendo o rosto o mais impassível possível e recebendo o olhar de tranquilidade de Rin.

Jakotsu mexeu a boca num "MEN–TI– RO–SO" sem emitir som algum, totalmente indignado com a situação.

— Ou pode estar comendo por dois. – Hakudoushi murmurou de repente.

Sentiu suco de laranja ser jogado na cara e entrar pelas narinas, tendo que tossir e limpar às pressas o nariz para tirar a desagradável sensação.

Olhou para Sesshoumaru e o viu segurando um copo vazio.

— Desculpe, o copo caiu da minha mão. – ele falou sem expressar qualquer emoção.

Desta vez, Hakudoushi rangeu os dentes. Primeiro a porta na cara, depois a janela, agora o suco de laranja... Aparentemente ele não tinha acertado uma única vez desde que retornara. O outro parecia extremamente habilidoso para se desviar das coisas como se...

— Bem, e o que vocês vão fazer hoje? – o pai perguntou para mudar de assunto e interrompeu o pensamento do filho – Vão conhecer o castelo? A vinícola?

— Se não forem à vinícola, vou trazer mais roupa para Rin. – Jakotsu anunciou com um ar superior – Eu sinto o cheiro de sangue no ar por causa desse casaco, não sei como ela não fica enjoada já que está gr...

Não terminou de completar porque deu um grito ao sentir água gelada ser atirada no rosto. Limpou os olhos e viu Sesshoumaru preparado para lançar mais suco de laranja na cara, mas olhando estreitado para Hakudoushi. Mais próximo, tinha sido o primo quem havia atirado primeiro.

— Calado, Jakotsu. – ele falou entredentes num tom sombrio.

— Mas o que foi que eu fiz?

— Esperamos que Sesshoumaru goste da cidade. – o senhor Nozomu anunciou para interromper mais uma briga – E vamos nos programar para visitá-los também na casa deles em Tokyo.

Rin arregalou os olhos. Jakotsu engasgou com o suco que tomava. Hakudoushi quebrou o hashi com a força com que apertou.

Apenas Sesshoumaru permanecia impassível.

— Vão morar juntos? – Hakudoushi levantou-se indignado e olhou fixamente para a irmã – Você não ia ficar mais um tempo só pra estudar?

— Eu não tenho que te dar explicações sobre o que eu decido fazer ou não da minha vida. – ela, já irritada, empinou o nariz para ele.

— Vocês vão deixar isso acontecer? – ele perguntou aos pais.

— Hakudoushi, sente-se. – a mãe falou num tom de aviso – Ela não tem que pedir permissão de ninguém aqui pra isso.

Obedientemente, ele sentou-se em seiza e cruzou os braços.

— Daqui a pouco ela aparece casada e vocês vão ser os últimos a saber.

Jakotsu engasgou de novo e começou a rir, Rin deixou a xícara de chá escorregar da mão e cair da mesa.

Só Sesshoumaru ousou emitir um hunf.

— Pela forma como não está falando com ninguém da sua família, o último a saber vai ser você, Hakudoushi. – Sesshoumaru falou no tom calmo de sempre – E saiba que não é uma ideia ruim. E me refiro a você ser o último a saber que Rin e eu vamos casar, claro.

Hakudoushi quebrou o segundo par de hashi com a força do ódio:

— Repita isso.

— Qual parte? Que vou casar com Rin ou que você vai ser o último a saber?

— O quê? – os pais de Rin falaram ao mesmo tempo.

— Como é? – Jakotsu piscou.

— Hãããã? – Rin murmurou quase sem cor.

Um O QUÊÊÊÊ estridente de Hakudoushi foi ouvido pelos quatro cantos da rua.

— Quando seria isso? – o senhor Nozomu perguntou, segurando Hakudoushi se contorcendo no alto de um cabo de vassoura para impedi-lo de avançar em alguém.

— O mais rápido possível. – ele respondeu o mais sério possível.

Rin tinha dois riscos verticais no lugar dos olhos.

— VOCÊ VAI CASAR, MINHA PRIMA! – Jakotsu começou a balançá-la como uma boneca sem reação de um lado a outro, extremamente feliz com a notícia.

Alguns segundos depois ele a plantou no chão e tirou o celular do bolso:

— Ayame-chaaan~! Cancele todos os compromissos dos próximos sete dias! Peça também para levarem todos os projetos relacionados ao casamento de Nozomu Rin. Acho que são duas ou três prateleiras do ateliê.

Houve uma pausa e ele respirou fundo.

— Cancele essa viagem também. Remarque tudo pra depois do casamento da minha prima. Quem quer saber de Paris agora?

Satisfeito com a resposta pelo telefone, desligou e virou-se para continuar abraçando Rin, ainda completamente petrificada.


Inuyasha chegou à grande propriedade da família Taisho deixando escapar um suspiro cansado. Tinha mais um trabalho para entregar antes do final da semana, estágio obrigatório, uma resenha, ligar para Kagome... Há alguns anos ele nunca havia se preocupada em organizar nada – até a namorada dar uma bronca nele e precisar aprender que tinha sim que começar a ser mais organizado e responsável, ainda mais que decidiram que ele herdaria uma enorme propriedade histórica.

Ao entrar, viu empregados correndo de um lado a outro, Jaken dando ordens a todos, Kaede segurando um papel que parecia ser uma lista. Outros empregados levavam objetos como vasos ou caixas de madeira para Jaken e solicitavam uma espécie de aprovação.

— Ah, finalmente chegou. – o avô falou atrás dele enquanto divertidamente observava a cena.

— O que aconteceu? – ele perguntou meio desconfiado.

— Seu irmão acabou de ligar. Ele vai casar em Nagoya com nossa Rin-chan.

— Mentiraaaa! O Gossip Cop nem pra avisar! – ele tirou o celular do bolso e começou a procurar algo em grupos de aplicativo de mensagem.

— Hoje o dia vai ser bem cansativo. – ele apertou o ombro do neto mais novo – Arrume suas coisas. Vamos para Nagoya em dois dias. Kagome também vai. Ah, e o filho de Houshi e a namorada também vão. Sango é o nome dela, né?

— DOIS DIAS? – ele arregalou os olhos – Mas eu tenho...!

— EU JÁ FALEI QUE ISSO NÃO É UM PRESENTE DE CASAMENTO! – Jaken balançada um bastão banhado a outro como se quisesse acertar a cabeça de alguém – TRAGAM TOTOUSAI-SAMA E HOSENKI-DONO IMEDIATAMENTE!

— Vou para a biblioteca porque eles não vão parar agora e vão acabar mandando em fazer coisas quando eu só quero ficar quietinho no meu canto. – o avô sussurrou discretamente.

— Bokuseno. Inuyasha. – Kaede os chamou, imediatamente deixando-os em alerta – O que estão fazendo parados aí? Podem começar a arrumar as coisas. Inuyasha, ligue para seus amigos e fale do convite. Eles não podem esquecer do goshugi. Cento e cinquenta mil ienes por pessoa.

— CENTO E CINQUENTA MIL IENES? – Inuyasha protestou – Vai ter o que nesse casamento? Banda coreana?

Virou-se para o avô para reclamar alguma coisa, encontrando apenas o espaço vazio porque Bokuseno já havia fugido.

— Não reclame e vai logo ligar para Kagome e os outros! E arrume logo a mala e providencie um presente bom para o seu irmão. E sem brincadeiras! – ela apontou com o indicador para as escadas, avisando daquela maneira que ele deveria subir sem dar um pio.

Felizmente ela mudou de foco e passou a gritar com Jaken sobre os presentes, fazendo Inuyasha revirar os olhos ao entender que teria que cancelar todos os planos da semana.

— Malandro é o Sesshoumaru que já vai embora sem nunca ter passado uma vassoura aqui. – resmungou ao subir lentamente as escadas.