EPISÓDIO 1

Os dois aproveitaram a noite quente para um passeio na rua 24 horas próxima ao hotel. Caminhavam devagar, prestando atenção às cerejeiras floridas e ao burburinho dos restaurantes e dos transeuntes.

- Onde você quer jantar? – Hyoga perguntou, apontando a fileira de estabelecimentos com os mais variados cardápios.

- Será que conseguimos encontrar algo mais... huuumm... mediterrâneo? – Eiri chegou mais perto dele, contente pelo descanso nos treinos e a suspensão da dieta especial dos lutadores por algumas semanas.

Hyoga mexeu levemente os lábios num sorriso.

- Também estou querendo algo diferente.

A rua comercial era fechada para veículos por seis quarteirões. Demorou, mas encontraram um pequeno bistrô. Eiri respirou aliviada, entrando feliz.

Passaram as próximas horas saboreando pratos da culinária de Marselha, regados a duas garrafas de vinho. Estavam aguardando o retorno dos amigos da Grécia e, por mais que tentassem falar de outros assuntos, os celulares ficaram sobre a mesa. Sentiam-se divididos entre a vontade de ficar em Gangseo-gu para ajudar e o desejo de ir para Tóquio, organizar a casa que alugaram e colocar em prática os planos feitos em Jeju.

Era quase madrugada quando voltaram para o hotel. Passando por uma confeitaria, Eiri foi atingida por algo que colidiu contra seu estômago. A reação de Hyoga foi instantânea, agarrando a menininha que saíra correndo com quatro bolinhos nos bracinhos finos e sujos.

- O que você pensa que está fazendo? – a voz dele permanecia impassível enquanto a afastava.

- Sua ladra! – o dono da confeitaria apareceu, erguendo a mão para bater nela. Hyoga segurou e apertou o pulso do homem. – Não a defenda! Ela pensou que eu não veria! Devolva o que roubou logo!

Eiri viu os olhos azuis-claros arregalados e assustados, o rosto redondo emoldurado por uma massa de cabelos loiros emaranhados. A garotinha estava pálida, os bolinhos apertados tão forte que se desfaziam. Segurou-a pelos ombros quando o homem tentou puxá-la com a outra mão.

- Espere! – Eiri exclamou. Olhou para Hyoga, que não permitiria ao homem ousar se mover. – Quanto custam esses bolinhos? – o confeiteiro franziu os olhos.

- Você vai pagar por eles? – Eiri negou, pensando um pouco.

- Não, tenho uma idéia melhor: contrate ela. – os olhos dele estreitaram mais ainda. Eiri argumentou. - Ela parece uma criança forte e corajosa e não é preguiçosa. Creio que os bolinhos podem ser um pagamento justo por um dia de trabalho. – Hyoga soltou o braço que ainda mantinha suspenso. O homem ainda não estava convencido.

- Mas, mesmo assim, ela continua sendo uma ladra! – Eiri piscou seguidas vezes.

- Se você a contratar, não! – Hyoga afirmou. - Que tal se amanhã ela viesse pagar pelos bolinhos? - Hyoga se virou para a garotinha, que os olhava completamente surpresa. - E você, preste atenção: roubar só a levará para um caminho sombrio. Consiga o que você quer trabalhando. – ela era pequenininha e seu olhos piscaram com um brilho decidido. – Qual o seu nome?

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Pelo mapa que aparecia na tela, eles sobrevoavam algum lugar do Cazaquistão.

Saori os enviara no seu jato mais veloz, com os três pilotos mais experientes. Eles tiveram que descer para abastecer duas vezes e se valeram do registro de UTI aérea para conseguir autorização rapidamente nos espaços-aéreos que cruzavam em meio às nuvens. Tudo para conseguirem vencer os 9 mil km de distância entre Seul e Atenas o quanto antes.

Nada disso tinha a menor importância para Shiryu.

Ficar ali naquele pequeno espaço, por mais confortável que fosse, era um tormento.

- Pousaremos em Atenas dentro de quatro horas. – a voz de um dos pilotos soou para os passageiros.

O dr. Lee Kang se mexeu na poltrona-cama ao lado, puxando o cobertor para se esconder do ar-condicionado. Ele debatera os procedimentos com os médicos gregos durante horas, organizara os materiais e medicamentos e, por fim, adormecera.

- Tente dormir. – a voz de Aiolia soou um pouco atrás, sonolenta. Ele conseguia tirar longos cochilos, preocupado com o amigo que sequer descera o encosto da poltrona. – Ela vai precisar de toda a sua força.

- Não consigo. – os olhos de Shiryu estavam vermelhos e ele mal se alimentara.

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- A senhora participou da cirurgia, doutora? – Saori andava de um lado para o outro no escritório da Fundação Graad, no centro de Seul.

- Eu acompanhei, srta. Kido. O cirurgião responsável é um conhecido e permitiu. – a dra. Blanche, da nova Unidade de Shunrei, fora de Nice para Atenas a pedido de Saori. – Mais de 9 horas de cirurgia. Ela foi operada das fraturas nas costelas e na clavícula direita, que causaram lesões nos pulmões. – Saori reconhecia que a médica estava falhando em manter o tom profissional. - Ela teve traumatismo craniano, o que provocou um hematoma epidural. O coágulo foi retirado, mas não sabemos quais as sequelas neurológicas. A demora no socorro foi prejudicial. – a doutora parou antes de sentenciar. - O estado dela é grave.

Saori fechou os olhos, respirando para se acalmar.

- Eles devem estar chegando em mais três ou quatro horas. Por favor, qualquer novidade me informe. Vou atender a qualquer hora. Agradeço por ter ido tão prontamente, dra. Blanche. Com a senhora aí, me sinto confiante.

Assim que desligou, discou o número do jato e passou as informações à srta. Moon Cha Young.

Depois, ligou para o representante da Fundação na Grécia, para saber sobre as investigações do acidente. O motorista do caminhão não parara para prestar socorro e minutos preciosos foram perdidos. O taxista tivera fraturas no tórax e Shunrei estava entre a vida e a morte.

- Não vou deixar passar. – ela finalmente lembrou de ir para casa, pedindo à secretária para avisar seu motorista e os seguranças. – Não podem fazer o que quiserem.

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O corpo de Shiryu todo doía e a luz do sol vespertino da Grécia fazia seus olhos arderem. Ele só viera a Atenas uma vez, quando era adolescente e seu mestre o levara para visitar Marin e Seiya.

"Ela estava tão feliz com as cores daqui." Olhava a paisagem urbana sem nenhum interesse. Pensar em Shunrei fazia seu coração sumir.

Chegaram ao moderno hospital no centro de Atenas, para onde a levaram por intermédio da Fundação Graad.

- Pauline Blanche. – a jovem morena de olhos pretos os cumprimentou na entrada da UTI. - Sou neurologista da equipe da dra. Nishi. A srta. Kido pediu que eu a acompanhasse até vocês chegarem.

O dr. Lee Kang tomou a frente, sendo atualizado da situação. Logo um casal de médicos trouxe os últimos exames, conversando em inglês. Shiryu não conseguia pensar em nenhuma língua e usou o japonês nativo.

- Quando poderei vê-la? – perguntou e Aiolia traduziu. A médica começou a conversar com eles em grego.

- O senhor é o marido da doutora Nishi? – Aiolia corrigiu a informação. A médica indicou para se afastarem um pouco do grupo médico. – Ela ainda vai precisar ficar mais dois dias na UTI, para acompanharmos a evolução das cirurgias. Não sei se o senhor tem conhecimento, sr. Suiyama... – ela olhou de um para o outro. Sua voz procurava ser suave. – A dra. Nishi estava grávida de mais ou menos dez semanas. – a boca de Aiolia abriu e fechou. Piscou várias vezes. Shiryu se afligiu com a reação dele. – Ainda não sabemos se o útero dela vai se recuperar.

"Eu quero vê-la agora!" Era o único pensamento que o ligava à realidade, à medida que Aiolia traduzia. A doutora deve ter visto seu estado pelos olhos que não paravam quietos ou pela palidez de seus lábios, pois enfim o levou para onde ela estava.

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- Estou preocupado com Shiryu. – Seiya afirmou, levantando os olhos do celular. – Aiolia acabou de enviar.

Dohko leu a mensagem e emitiu uma interjeição de incredulidade.

- Não acredito que ele vá quebrar novamente. – os dois limpavam a cozinha depois de colocar Ryuho e Kouga para dormir. O garotinho estivera nervoso pela ausência do pai e só o tio Seiya conseguira acalmá-lo. – Vamos confiar nele, é o que podemos fazer nesse momento.

- E apoiá-lo... Você acredita que isso foi intencional? – Dohko ergueu uma sobrancelha. – Saori sugeriu que sim.

- Se foi, é de uma crueldade indizível. Mas vou alertá-lo, Seiya, não alimente esse tipo de pensamento com ele. Não comente e nem deixe que comentem. O importante agora é eles voltarem para cá o mais rápido possível.

- Aiolia disse que ainda vão demorar dois dias para tirá-la do coma induzido. Os médicos estimaram em seis dias para ela poder viajar. – Dohko assentiu.

- Vou dizer a ele para se alimentar e dormir. Sei bem como ele age quando se sente desesperado.

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A temperatura na UTI era baixa. Ela estava no leito mais distante da porta, com o tubo que a impedia de falar e sorrir e os acessos intravenosos e os fios que ele imaginara milhares de vezes nas 11 horas de vôo. Procurou sua mão embaixo da coberta. Acariciou a cabeça sem os lindos cabelos pretos, vendo o curativo da cirurgia do lado direito.

Shiryu quase não respirava.

"Por que fizeram isso com você?"

Aiolia tivera permissão para entrar também e estava do outro lado de Shunrei, os olhos vigilantes no amigo.

- Logo ela sairá daqui. – murmurou, vendo a mão trêmula que tocava o rosto inerte. – Ela tem a força das amazonas, você sabe disso. – Shiryu assentiu.

Aproximou-se para beijar sua testa.

- Não vá para onde eu não possa ir. – sussurrou, externando a súplica que repetira, como uma prece, desde o momento em que Saori lhe informara do acidente em plena Arena Olímpica de Seul.

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# Marin 'Ayapiméni': Acabamos de chegar ao hotel. A situação não é boa, Ruiva. Shunrei não está fora de perigo e o dr. Lee Kang me explicou as possíveis sequelas... Vou ficar ao lado dele, não se preocupe. Shiryu tem o hábito de querer resolver tudo sozinho e se fechar, mas sei como lidar.

# Dohko 'Tígri' Jiang: Depois que você falou com ele, aceitou comer alguma coisa. Chegou ao hotel e desmaiou na cama. O doutor deu um calmante para ele. É melhor ir preparando Ryuho porque Shunrei vai voltar muito debilitada.

Aiolia tomou um banho quente para tirar a dor do corpo e se espichou na cama ao lado da de Shiryu, depois de tirar os sapatos e a calça do amigo, cobrindo-o bem com o edredom.

# Aiolia 'Koneko': Como ele ficou com a história da gravidez? Meu coração partiu quando você me contou, Grego. De todos nós, ele foi sempre o mais sensível com esses assuntos. Imagino como deve estar se sentindo.

# Aiolia 'Shīzi' Sollis: Consegue fazer o doutor trazê-los o mais rápido possível? Aqui os dois estarão mais confortáveis e poderemos cuidar deles. Preciso que você o convença amanhã mesmo.

O loiro sacudiu os cachos úmidos, tentando secá-los antes de dormir. Ouviu um lamento e sua garganta fechou ao ver Shiryu chorando durante o sono. Com cuidado, pousou a mão em sua testa até os soluços pararem. Para Aiolia, ele era seu irmão mais novo, que implicara com o recém-chegado até os dois escaparem da mesma gangue numa tarde em Tóquio e se tornarem amigos.

Quando Shiryu lhe pedira, com a confusão e o desamparo que ele jamais demonstrara, não pensara duas vezes em abandonar a competição e vir.

# Marin 'Ayapiméni': Ele está com muito medo de perdê-la. Acredito que queira pensar em uma etapa de cada vez. Quando a médica informou, o resto de cor fugiu do rosto dele... Marin, não quis dizer a ele... Acredito que a médica não tenha contado toda a verdade para não piorar o estado emocional dele... Provavelmente só saberemos em Seul... Como foi o dia hoje?

# Dohko 'Tígri' Jiang: Tenho conversado com o doutor desde ontem e ele concorda conosco. Estima podermos voltar com a UTI dentro de seis ou oito dias, quando ela puder ser transportada. Vou garantir que isso aconteça. Shiryu não falou nada desde que saímos do hospital... Por favor, ajude Marin com os garotos enquanto estamos aqui.

"Não são nem seis da tarde ainda... Perto de meia-noite em Gangseo-gu."

# Aiolia 'Koneko': Seiya ficou em terceiro. Devido às circunstâncias, satisfatório. Pavlin em segundo e Yuzuriha em primeiro. Yato e Teneo em quarto e Kiki e Orfeu em primeiro. Se puder, traga presentes para eles. Ikki chegou com a família. Assim que vocês voltarem, vamos nos reunir. Descanse você também. Saygapó. (emoji de corações brancos e azuis)

# Aiolia 'Shīzi' Sollis: Assim que ela acordar, ele vai ficar mais tranquilo. Os garotos voltam para o Japão amanhã, ficaremos apenas nós. Marin já deve ter te contato sobre Ikki. Os amigos da Índia e de Vladivostok chegaram também. De manhã no fuso horário daí entro em contato novamente. Qualquer novidade, me ligue, seja a hora que for. Boa noite!

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Os profissionais em volta do leito estavam alarmados. Os equipamentos todos emitiam o som contínuo denunciando que o corpo tinha parado. O aparelho de respiração artificial continuava ativo, mas não foi o suficiente. O monitor de sinais vitais havia zerado todos os índices.

Começaram a ressuscitação cardíaca.

O cheiro único da montanha, terroso e úmido, a fez sentir-se acolhida. Rozan tinha um brilho diferente, parecia diáfana e etérea sob a luz daquele dia.

Shunrei chegou ao promontório e soube, pela fumaça da chaminé, que havia alguém na casa construída no antigo estilo imperial Ming.

De repente, da porta, um menino saiu correndo. Ela estacou, reconhecendo os cabelinhos ruivos espetados para todos os lados. Assim que a viu, ele também parou, piscou e sorriu ao reconhecê-la. Shunrei levou as mãos à boca e sua respiração falhou.

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A videochamada se transformou em uma reunião familiar e precisaram de paciência para gerenciar as crianças e os adultos tentando falar simultaneamente.

- Papai, quando você volta? – Yuuto perguntou em um momento de silêncio. Espremeu-se entre as irmãs para aparecer na câmera ao lado da mãe.

- Assim que os nossos amigos voltarem da Grécia. – Shun sorriu ao ver toda a sua família finalmente reunida. - Lembra da srta. Shunrei? – os três sacudiram a cabeça. – Ela ficou doente e eu preciso estar aqui para ajudar a cuidar de Ryuho. Quando ela estiver melhor, eu vou para casa.

A festa dos três fez seu sorriso aumentar. Sentia muita falta deles. Se não fosse o acidente, ele já estaria em casa. Observou os dois garotinhos do outro lado da câmera, perto de Esmeralda.

- Vocês receberam bem os tios e primos? – as três cabecinhas confirmaram. – Soube que houve um desentendimento pelos quartos. – Yuki mordeu os lábios com o tom sério do pai. Ela brigara por ter que dividir o quarto com Yorie para acomodar os primos. – A nossa casa é grande e não há necessidade alguma de brigar por espaço. Espero que entendam que a família é nosso bem mais precioso. – Shun esperou os três assentirem. – Já levaram Éden e Souma para brincar na casa do jardim? – ele sabia que essa pergunta os animaria, depois do sermão.

Via os sobrinhos um pouco confusos, ainda sem conexão com o homem que aparecia na tela do computador.

- Eles já levaram o Souma. – June tocou no ombro do garotinho de cabelos castanhos, da mesma idade de Yuki. – O Éden ainda está tímido. Da última vez que ele veio aqui em casa, não havia a casa ainda. – ela sorriu para o garoto mais velho e ele não sorriu de volta.

Shun viu o sobrinho de nove anos morder o canto dos lábios, ficando vermelho ao ser mencionado, olhando para o outro lado, e seu coração se apertou. Precisava muito voltar para casa.

- Crianças, podem deixar a mamãe e os tios conversarem com o papai? – June piscou para Yuki, que os levou para fora correndo. Éden foi atrás, arrastando os pés. – Ikki. – ela olhou para além da tela, chamando o cunhado, que estava fora do enquadramento.

- Conseguiram descansar, Esmeralda? – Shun chamou a atenção da mulher com vestido rosa e flores amarelas.

- Sim! A casa de vocês é tão tranquila. – ela tinha um forte sotaque latino, que não perdera desde a infância. – June e as crianças têm sido maravilhosas.

Ela e Shun se deram bem desde que se conheceram, mesmo com a estranheza da semelhança física entre eles, motivo de inúmeras brincadeiras entre os amigos.

- Fico muito feliz com o retorno de vocês! – na verdade, ele estava aliviado. Viu June fazer sinal para Ikki e o ameaçar silenciosamente. Quando seu irmão apareceu na tela, Shun soltou a respiração que não sabia estar segurando.

- Ikki! – exclamou e seu rosto todo se iluminou. Fazia três anos que não o via nem ouvia sua voz. As notícias que tinha eram todas através de Esmeralda.

- Como vai, Shun? – Ikki meneou a cabeça, seu comportamento espelhando o do filho mais velho. – Pensei que você estaria aqui.

- Ótimo, agora você senta aqui. – June o forçou a ficar no lugar dela. – E conversa com teu irmão! – ela levantou o dedo quando ele pensou em protestar. – Esmeralda e eu vamos passear com as crianças. – virou-se para o marido. – Amor, depois nós conversamos! – mandou um beijo e saiu, puxando a cunhada.

Ikki suspirou, vendo as duas saírem e, sem outra opção, voltou a atenção para a tela do notebook.

- Eu queria estar aí, irmão, mas achei melhor esperar Shiryu voltar com a noiva. – o coração de Shun parecia que ia saltar do peito. Sua voz estava emocionada. – Ikki, nem acredito que estou vendo você! – Ikki mordeu os lábios, piscando para dispersar as lágrimas. – June me contou que vocês estão procurando uma casa aí em Kamakura.

- Sim, não podemos depender de vocês tanto tempo. – os olhos azuis enfim fixaram na tela e Shun pôde ver que o irmão também estava emocionado. – Se vamos ficar, precisaremos de uma casa. – a sombra de um sorriso passou pelos olhos de Ikki. – Esmeralda e Souma gostaram muito daqui.

- Que bom, Ikki! Em uma semana mais ou menos conseguirei voltar e poderemos conversar melhor. Por hora, fiquem à vontade. Tenho certeza que as crianças se darão bem com o tempo. – Shun não sabia se deveria tocar nesse assunto, mas resolveu começar a sondar. – E você está pensando em voltar ao Santuário?

As sobrancelhas de Ikki se ergueram. Shun sabia dos problemas do irmão no Peru e mesmo antes, quando ele decidira se afastar dos Cavaleiros do Zodíaco.

- Shun, eu... – a voz mais grave que o normal denunciava a confusão em que estava a mente do irmão.

- Ikki, tenho certeza de que conseguiremos superar os problemas do passado. – agora o rosto de Ikki se fechou. – Só o fato de você ter voltado e estar novamente conosco já é maravilhoso!

- Shun, ponha uma coisa na cabeça: eu não sou Shiryu. – o tom duro fez Shun se lembrar do último diálogo deles há três anos. – Esmeralda me contou a aventura de vocês na Coréia, mas não pense que comigo será assim.

O caçula segurou-se para não rir. Conseguira descobrir o verdadeiro motivo de Ikki ter voltado. Precisava ser muito cuidadoso agora.

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Ela e o irmão estavam frente a frente, o coração doendo de saudade e alegria por vê-lo.

- Quer vir comigo até a cachoeira, irmã?... – ele se aproximou e ela pôde sentir seu afeto crescer no peito. A conexão entre eles era muito forte. Ela se sentia tão cansada. - É difícil, não é?... – a expressão serena dele, os pequenos olhos brilhando como ela se lembrava. – Quer descansar ao meu lado?

Shunrei pegou a mãozinha querida e a apertou.

Já fazia mais de 20 minutos que tentavam ressuscitá-la. Os médicos estrangeiros que tinham vindo para acompanhá-la foram avisados. Pararam ao redor do leito, observando o corpo imóvel.

- Ela estava se recuperando bem. – um dos médicos da UTI comentou com a voz incrédula e pesarosa. – Mais um dia e poderíamos levá-la para o quarto. Como foi que isso aconteceu?

Shunrei olhou com tanto amor para o pequeno, pensando que ele era do tamanho de Ryuho. Agachou-se para falar com ele.

- Sabe o quanto eu o amo, Genbu, meu irmão... – seus olhos encheram de lágrimas e arderam. – O quanto sinto a sua falta e o quanto eu queria estar ao seu lado, não sabe? – Genbu assentiu, sério. - ... Mas... não está na hora... – soltou a mãozinha e viu os olhos do irmão sorrirem. - Tenho algo a fazer... Sei que está solitário, mas aguente mais um pouco... Desculpe, meu pequenininho...

No leito de UTI, o médico que fizera a massagem cardíaca estava desolado ao lado da cama quando o monitor voltou a apitar sem alarme.

- Ela voltou! - uma das enfermeiras indicou.

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- Eu disse que ele era bom. – o homem de longos cabelos azul-turquesa comentava, sentindo a aproximação do amigo.

Shion se sentou ao seu lado numa das fileiras do anfiteatro, entregando-lhe uma das xícaras de café que receberam no dia anterior, com os símbolos das constelações de um lado e uma foto de cada um deles do outro. Era um lote-teste, encomendado pela Fundação Graad para que eles opinassem. Camus riu ao ver sua foto com a constelação de Aquário.

- Acho que o fato de termos dois aquarianos no time deixa tudo um pouco confuso. – tomou um gole do líquido fumegante. – Acho que Hyoga não se importará.

- Ele realmente é bom, mas veja os outros. – os olhos dourados de Shion acompanhavam os treinamentos dos lutadores nos tatami abaixo.

Shaina e June tomavam conta dos dois espaços onde estavam os jovens que voltaram de Seul – Kiki / Teneo e Yato / Orfeu. Eles revezavam com as garotas Pavlin / Eurídice e Yuzuriha / Selinsa. Nos outros dois, sem supervisão, estavam Milo / Shaka e Mu / Régulus.

Nas arquibancadas mais embaixo, os aspirantes mais novos e os alunos que não moravam no Santuário observavam, aguardando o horário dos exercícios coletivos.

- Marin vai nos matar por deixar o garoto treinar desse jeito. – Camus indicou o jovem que ofegava por tentar, em vão, atingir o recém-chegado. – Ele é passional e afoito como o pai. O tibetano vai acabar com ele.

- Está enganado. – Shion sorriu, cruzando as pernas e encostando no banco de pedra atrás de si. – Ele está aprendendo. Observe como os olhos dele estão focados. Ele realmente é passional como Aiolia, mas a percepção é toda da mãe. Ainda bem que eu não preciso lutar com ele.

Milo e Shaka estavam num embate diferente de tudo que já passara pelo anfiteatro. Enquanto o grego erradicado na Rússia investia contra o oponente, o indiano o confundia com suas posições de yoga e mudras. Os dois tentavam acertar pontos energéticos ou nevrálgicos um do outro, o que rendia malabarismos impressionantes para desviarem. O primeiro que fosse acertado, ia para o chão.

Quem caiu primeiro foi Régulus. Quando ele tentou imitar um dos golpes de Mu, o tibetano desviou, o segurou pela nuca e passou uma rasteira, segurando-o com o rosto contra o tatami. O garoto bateu com a palma da mão e Mu o soltou, ajudando-o a levantar.

Camus disfarçou o riso com mais um gole de café, fingindo não ver Shion olhando de esguelha para ele.

- Ei, vocês dois! – a voz de Shaina reverberou. – Vão ficar de conversinha, é? – chamou os dois, que largaram as xícaras, despiram os casacos e desceram para uma tarde treinos e instruções.

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O quarto na ala VIP do hospital estava cheio de orientais naquela manhã, causando burburinho na enfermagem.

Assim que a paciente foi trazida, todos se levantaram.

"Ela poderia ensinar uma coisa ou duas sobre delicadeza." Shiryu pensou ao vê-la tossir muito e puxar o ar com dificuldade ao ser movida da maca para o leito. Os olhos azuis abriram, embaçados e aturdidos. "Oito dias dentro daquele lugar gelado."

Depois do episódio de quase-morte, os médicos quiseram ter certeza de que ela estava fora de perigo antes de deixá-la sair da UTI. Foram dias bastante difíceis e seus dedos flexionaram com vontade de aquecê-la. Engoliu em seco, pousando a mão nas canelas dela.

- Senhorita Shunrei, consegue me ouvir? – um dos médicos gregos tentou, sem nenhum sucesso. Deu lugar ao dr. Lee Kang.

– Pode falar comigo, dra. Nishi?... Shunrei? – ele repetiu algumas vezes até realizar que não conseguiria nenhuma resposta porque ela não prestava atenção alguma ao seu chefe.

Shunrei começou a chorar e estendeu a mão para o noivo. Shiryu apertou seus dedos com força. Ela tentou erguer o tronco e não conseguiu.

- Calma. Devagar. – ele murmurou, sinalizando para ela esperar. – Consegue falar? – ela engoliu e pigarreou.

- Água. – a voz raspava e ela fez uma careta. Shiryu pegou um copo com um canudinho e o dr. Lee Kang o deixou ficar à cabeceira.

- A senhorita sofreu um acidente perto do porto. – o médico que a operara informou, em inglês, enquanto Shiryu a ajudava a beber. – Teve um hematoma epidural e contusões pulmonares por três costelas quebradas. – ela fechou os olhos e apertou os dedos dele.

- Podem nos dar um instante? – ele pediu para Aiolia traduzir. – Só alguns minutos, por favor.

O dr. Lee Kang reforçou o pedido. Shiryu esperou a porta se fechar e, com extrema delicadeza, espalmou as mãos em suas costas e a ergueu, apoiando sua cabeça e enlaçando sua cintura procurando não apertar o tórax enfaixado. – Logo iremos para casa. – se surpreendeu com a própria voz firme. Sentia-a instável, o corpo sem vigor. Inclinou-se para ela se apoiar mais nele, querendo aquecê-la. – Quer continuar assim?

- Um pouquinho mais. – ela sussurrou.

A mente dele foi acalmando a enxurrada de pensamentos que ameaçara engolfá-lo. Eles agora voltavam ao fluxo normal. O som da respiração e o calor do corpo de Shunrei eram um calmante instantâneo para sua ansiedade.

– Está com fome? – Shunrei sorriu, a cabeça em seu ombro.

- Não, mas vou comer se me ajudar... – a voz estava baixa e pausada. – Se me ajudar a sair daqui. – ele beijou a cabeça pelada e ela se encolheu. Tateou insegura o corte e mover o braço a fez gemer.

- Vou deitá-la. – avisou, segurando-a contra si enquanto se inclinava para devolvê-la para a cama. Sorriu, os olhos dentro dos dela. - Se você quiser, eu raspo os meus também.

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- Você tem certeza? – Saori sussurrou, conferindo se Kouga permanecia assistindo TV.

- Era para ter dito há mais tempo, mas com tudo que aconteceu: campeonato, Shunrei, Ryuho precisando de mim também; enfim... – Seiya a chamara para conversarem a sós na mesa de jantar. – Quero colocar o meu nome junto com o seu no pedido de adoção. - os olhos de Saori marejaram e ela precisou engolir várias vezes para destravar a garganta. – Desculpe ter demorado tanto. – ele segurou os dedos dela, acariciando cada falange. – Eu nunca ia deixar vocês dois sozinhos.

- Sabia que não. – ela sorriu, tocando seu rosto. – Eu confio em você. – ele ergueu as sobrancelhas, o olhar travesso.

- Senhor Seiya! – Kouga exclamou. – Olha como ficou! – os dois adultos sorriram e ele piscou para Saori, indo até a TV.

O ruivinho estivera empenhado em construir, com os blocos de montar e os carrinhos que ganhara, uma cidade.

- Uau! – Seiya sentou-se do outro lado da cidadezinha de duas quadras, com alguns bonequinhos perto dos prédios ultra-coloridos. – Você é bom nisso! – o garotinho riu, explicando que era uma cidade que vira na TV.

– É a sua cidade, sr. Seiya. – o adulto arregalou os olhos, fingindo surpresa.

- Tóquio? – Kouga confirmou. – Eu já devia saber, com essa quantidade de carros na rua. E isso, o que é?

- É uma sorveteria. – Seiya ficou conversando com ele sobre a cidade.

Os dois montaram um dojo e depois um prédio bem alto, onde a srta. Saori ficava na cobertura. Seiya deitou no chão, contando histórias de quando era criança, das punições que Marin lhe aplicava quando ele fugia do treinamento. Saori ficou no sofá observando-os enquanto enviava mensagens para sua secretária e alguns membros da Fundação.

Em algum momento, Seiya voltou a sentar, a coluna ereta.

- Kouga, você sabe que a srta. Saori está pedindo permissão para ser a sua mamãe, não é? – o garotinho assentiu, olhando para ela e de volta para os blocos. O homem respirou fundo, um olhar rápido para a namorada. Sentia o coração bater nos ouvidos e no alto da cabeça. – O que você pensaria se eu pedisse para ser o seu papai? – ela fingiu continuar atenta ao celular.

Kouga parou o movimento no meio e arregalou os olhinhos castanhos para ele. Piscou várias vezes, estranhando a expressão séria que raramente via no rosto do adulto.

- Você quer ser o meu papai? – ele disse devagar, as palavras difíceis de sair. – Igual ao sr. Shiryu e o Ryuho? – Seiya sorriu.

- Você gostaria? – o garotinho olhou para a mulher, que agora não fingia mais olhar o celular.

Saori piscou para ele, encorajando-o a responder.

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- Você fez os deveres de casa? – Shiryu via o rostinho aflito do filho na videochamada. – Está obedecendo o Mestre Dohko e o tio Seiya?

Ryuho assentiu duplamente com a mãozinha na boca, o sinal de que estava com medo ou inseguro.

- Filho, olha o lugar bonito onde nós estamos. – mostrou o jardim que escolhera como pano de fundo da ligação, onde alguns pacientes passeavam e tomavam sol.

- Cadê a mamãe Shunrei? – Shiryu suspirou. – Quando vocês vão voltar? Já tem muitos dias que estão aí.

- Ela está descansando, por isso não pode falar com você agora. – o garotinho baixou os olhos e o pai desejou ter o poder de atravessar a tela. – A mamãe e o papai logo estarão com você, filho. Lembra o que eu expliquei? Ela está doente e eu vim buscá-la. – precisou endurecer um pouco o tom. - Olhe para mim, Ryuho. Não precisa ter medo. Confie nas pessoas que estão aí com você e confie em mim. Consegue fazer isso? – esperou a expressão do filho mudar de tristeza para determinação. – Deixo tudo por sua conta enquanto estivermos longe. Quero confiar em você também.

- Pode confiar em mim, papai. – os olhinhos sérios o fizeram sorrir internamente.

- Muito bem. Agora, posso falar com o Mestre Dohko? – Ryuho confirmou, entregando o aparelho para o adulto ao seu lado.

- Ele já é um rapazinho, não precisa se preocupar... Shunrei?

- Se esforçando para se recuperar o suficiente. – engoliu em seco. – Ryuho está ouvindo? – Dohko fez sinal para esperar e caminhou pelo apartamento até seu quarto. – Mestre, Shunrei tenta parecer forte e discute o tratamento com os médicos que a estão atendendo, porém vejo que ela se sente impotente e nervosa. Está muito fraca. As inflamações nos pulmões e no útero cederam muito pouco. Mesmo assim, vamos para casa amanhã. – os olhos castanhos de Dohko pareciam brilhar, resolutos.

- Eu já recebi as ervas de Rozan. Elas vão ajudá-la. É normal que Shunrei esteja nervosa, conhecendo todos os procedimentos e as consequências como ela. Esteja alerta, lembre-se do que conversamos sobre ser forte. – Shiryu assentiu, a expressão compenetrada e cansada. – Isso não significa, de maneira alguma, exaurir as suas próprias forças, garoto! Aprenda a gerar para doar e não simplesmente esgotar suas energias. Esse é um desafio para vocês dois e vocês precisam aprender com ele ou será tudo inútil. – Dohko colocava autoridade nas palavras, querendo que elas chegassem ao espírito de seu discípulo indisciplinado. – Todas as situações que passamos são oportunidades que a vida nos dá. Esteja consciente disso. – Shiryu assentiu, sério e seu Mestre não pôde deixar de notar a semelhança com a expressão de Ryuho. - Tenho uma boa notícia, vou enviar o link. Ao menos isso parece estar resolvido. – o Mestre sorriu levemente. – Jogue um pouco de bafo de dragão nela.

Era um vídeo com o anúncio do fim do relacionamento entre Julian Solo e Shunrei Nishi, com declaração do próprio ex-noivo.

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- Pousaremos em Almaty em 30 minutos para abastecer. Por favor, se preparem para desembarcar. – o aviso soou na penumbra e Moon Cha Young despertou, indo até a parte de trás do jato, onde a cama de casal do projeto original fora substituída pela maca e os equipamentos da UTI e uma das poltronas-cama.

- É uma pena... Ele acabou de adormecer. – Shunrei informou baixinho, o rosto ainda pálido. Cha Young conferiu o soro com a medicação e a sonda urinária.

- Enquanto esperamos o abastecimento, você vai comer um pouco da sopa. – a amiga mediu a pressão e conferiu o reflexo das pupilas. – Como se sente?

- Mal por vocês estarem se esforçando tanto por mim. – Cha Young conferiu os cintos que prendiam suas pernas e cintura e os freios da maca. – Você devia estar se preparando para o seu tour gastronômico.

- Quer que eu abaixe a cabeceira? – a amiga indagou, ignorando a décima tentativa dela começar aquela conversa. Shunrei sacudiu a cabeça.

- Como eles estão?

- Cansados e aliviados por estarmos indo para casa. Doze dias de Grécia foram o suficiente dessa vez. Mesmo que o transporte seja confortável, o motivo da viagem deixou todos precisando de uma massagem. – tentou fazê-la rir. Shunrei engoliu, fechando os olhos e segurando a lateral da maca. – A tontura continua? Se quiser, coloco você para dormir. – nova negativa.

- Cha Young, você sabe que eu preciso tomar uma decisão rapidamente. – aspirou por etapas, devagar, testando a capacidade dos pulmões feridos. Observou Shiryu adormecido atrás da amiga enfermeira. – Se não eliminar um dos focos de inflamação, meu corpo não vai conseguir reagir. Não posso dormir agora.

- Espere até chegarmos ao nosso Hospital. – os olhos francos de Moon Cha Young a fitavam, examinando-a de perto. – O dr. Lee Kang enviou seu prontuário e os exames para o nosso pessoal. De que adianta se pré-ocupar, Shunrei? Você está viva, está lutando. Enquanto tivermos esperança nada poderá nos derrubar. Lembre-se disso, custe o que custar! Depois da sopa, você vai dormir, sim. Até parece que você se esqueceu do que aconselha aos seus próprios pacientes. Vocês dois precisam descansar enquanto podem.

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CENA BÔNUS 1

A garotinha estava limpando as mesas dentro da confeitaria. Era o final do seu dia de trabalho e o dono, que ontem quase batera nela e hoje a vigiara de perto, já tinha separado seu pagamento: dois sanduíches e dois bolinhos.

Ela sentia-se cansada e feliz. Ele a deixara tomar banho para que pudesse transitar no salão durante o expediente. Ficara responsável por limpar as mesas sem demora. Era a primeira vez em dias que não teria que roubar para comer.

Estava de costas quando o sininho da porta informou a entrada de um cliente.

- Yuna, que bom que está aqui. – era o homem loiro de ontem. Ele se aproximou, a voz calma e baixa que ela jamais esqueceria. – Vim para conversar com você.

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CENA BÔNUS 2

Saori espalhava o creme nos braços, praticando os exercícios de respiração que aprendera com Marin para acalmar a mente antes de dormir. As coisas estavam acontecendo muito rápido.

Shunrei chegaria amanhã e Moon Cha Young a informara do estado da amiga na última parada do avião. Eiri lhe informara que o processo de adoção já passara pelas primeiras etapas quando ela pedira para acrescentar a documentação de Seiya. Faltava muito pouco para terminar aqui na Coréia. Ela incluíra um pedido de viagem, pois queria levar Kouga para Tóquio assim que possível. Havia situações que pediam que ela estivesse presente no Japão e ela queria ir com o menino, nem que para isso tivesse que usar sua influência.

- Oi. – ela pulou de susto, fazendo-o rir. O namorado se aproximara sem fazer barulho. Saori bateu no ombro dele.

- Para quê isso? – questionou, meio sorrindo. - Você está se especializando em colocar crianças para dormir. – ele sentou-se ao lado dela na cama.

- Não é só o Kouga que vai receber um pedido meu hoje. – Seiya anunciou, estendendo uma caixinha de veludo roxo. – Queria que fosse totalmente surpresa. – completou porque ela não teve nenhuma reação além dos olhos violeta irem dele para a caixinha e de volta seguidas vezes. – É isso mesmo que você está pensando. – ele piscou para ela, abrindo o sorriso que tinha em Saori o efeito imediato de fazer seu coração dar pulos em todos os cantos de seu corpo.

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Ayapiméni – amada, em grego. O "y" tem som de RR.

Tígri – tigre, em grego.

Koneko – gatinho, em japonês.

Shīzi – leão, em chinês tradicional.

Saygapó – eu amo você, em grego.

Traduções do Google. Gostei da idéia deles usarem apelidos em suas línguas nativas para se referir uns aos outros, sobretudo Marin e Olia. ;-)

Almaty – maior cidade do Cazaquistão.

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Olá!

Cá estamos na segunda temporada! E ela vem diferente, com mais personagens, mais side stories e mais novelos a desenrolar.

Espero manter um ritmo constante de atualização, dessa vez de 15 em 15 dias, pois devo intercalar com a minha outra história (Fragmentos de Estrelas - (BARRA)/s/13925884/1/FRAGMENTOS-DE-ESTRELAS - se quiserem ler será ótimo!).

E então, como foi o retorno de Shunrei e Shiryu e companhia? Gostaram das aparições dos demais personagens? Me falem, ok?

Até o próximo episódio e obrigada por lerem ate aqui,

Jasmin