Já estava com os meus 25 anos; sem poção, sem feitiços e sem marca negra. Apenas estava com 25 anos. A guerra já estava ganha há tanto tempo e eu ainda pensava nas minhas aventuras do passado, de como conheci pessoas maravilhosas e das pessoas que simplesmente matei por puro prazer.
Mas quando a noite batia na minha porta dizendo que tudo que fiz virou pó, que tudo que fiz para que o Lorde vencesse, acabou sendo visto como se eu tivesse a obrigação de fazer aquilo... Fiquei pensando nas escolhas que fiz, nos sacrifícios que tive que fazer para estar aqui e no final, eu teria feito tudo diferente.
Talvez eu até escolhesse ficar naquela época, naquela época em que meus amigos fundadores ainda estavam vivos, mas eu não tinha o prazer e vocação para fazer um vira-tempo e ir para aquele mundo. Aquela realidade. Não quero mudar tudo, mas, ao mesmo tempo, eu quero. Quero destruir tudo que fiz chorando e recomeçar sem pensar duas vezes, quero ser feliz, não mereço isso?
Eu não preciso de romance, eu só preciso de pessoas que realmente me amam, que me valorizam e que me entendem. Preciso de pessoas em minha volta, eu precisava dos meus amigos, dos meus verdadeiros amigos.
Enquanto eu rodava a pena em meus dedos enquanto pensava no passado, alguém bateu na porta e me fez voltar para esse mundo que eu odiava e ele me odiava de volta. Pedi para entrar e era a minha secretária e ela carregava pilhas de papéis. Por Merlim, eu não aguentava mais essa vida, esses papéis que eu era obrigada a ler e assinar, quero me despedir.
Mas isso seria impossível, já que o Lorde não iria me deixar pedir demissão. Quero voltar a ser uma criança, pelo menos quando eu era criança era um pouco mais fácil e eu não tinha que ficar enfurnada em uma sala quase 15 horas por dia.
_ São papéis da nova escola e do orfanato? - Pergunto espantando os pensamentos daqueles velhos tempos da minha cabeça e focando nos assuntos de agora. Estava morrendo de dor de cabeça, mas eu tinha que ficar firme e forte.
_ Sim. - Colocou todos os papéis em minha mesa e disse: _ O Ministro viajou novamente com a esposa e como você é a Vice, então todos os trabalhos foram encarregados para você. - Parei de tentar ajudá-la com os papéis e fico a olhando.
Devo ter ficado louca de vez, não era possível que o Lorde tenha ido viajar e ter me largado essas pilhas de papéis...
_ De novo? Quantas viagens Tom já fez? Só nesse mês eu ouvi você dizer que ele viajou umas quinze vezes. - Esbravejei nervosa, minha cabeça estava doendo antes e agora parecia estar piorando. Respirei fundo, Alissa não tinha culpa de Tom viajar o tempo todo e não levar a sério o seu cargo no ministério.
_ Sei que isso é pesado para a senhorita, mas entenda o lado do Ministro, ele acabou de saber que vai ser pai pela terceira vez, ele está comemorando. - Tentou apaziguar, ter a segunda melhor bruxa do mundo irritada não era bom.
_ Mas. - Tentei argumentar, mas nada saia. _ Ok, pode sair, prevejo que terei que fazer hora extra e levar alguns documentos para casa. - Ela sorriu e eu respirei fundo. _ Me traga um pouco de café, ou eu não sairei desse lugar viva. - Algumas pessoas iriam gostar disso.
_ Irei trazer imediatamente. - Saiu sorrindo.
E lá vamos nós de novo. Peguei alguns papéis, mas meus pensamentos não estavam me deixando começar o meu serviço, estava pensando no passado, algo que faço muito bem.
Desde que Tom se casou, ele mudou bastante. Realmente mudou, eu me lembro que no meu antigo futuro, éramos casados, tínhamos filhos e éramos felizes, mas, talvez por mexer tanto com o tempo, os sentimentos de Tom que estavam aflorando no nosso tempo de escola tenham sido roubados pelo tempo.
Como uma forma de me punir por mexer tanto com ele. Lutei muito para ter seu amor, mas chegou uma hora que cansei e eu me cansei há muito tempo.
Eu me valorizo e valorizo ainda mais meus sentimentos e receber migalhas não serve para mim. Se amo demais, mereço receber a mesma porcentagem desse amor.
Reviro meus olhos por causa desses pensamentos. Se eu continuar pensando assim, eu ficarei sozinha com vários gatos em minha casa me fazendo companhia.
Espera! Qual é o problema de ter vários gatos? Talvez eu não tenha nascido para ter filhos, marido ou sei lá. E eu não preciso de homem para ser feliz, eu só preciso ter dias confortáveis e sem pilhas e mais pilhas de documentos.
Salazar gostava de você e você não ficou no passado devido a sua promessa com sua mãe!
Paro de pensar por alguns segundos e fico rebobinando essa frase que a minha cabeça gritou em minha mente. Ela realmente estava certa, mas ele tinha na época idade para ser meu pai, sei que naquela época isso não era visto como errado, mas era errado...
E eu também nunca o vi dessa forma, nem me lembrava como ele se parecia, eu só me lembrava de sua declaração, de seus olhos azuis cinzentos tristes e do meu apelido.
"Pequena Rata"
_ Senhorita? - Olhei para cima e vejo Alissa na batente da porta.
_ Diga. - Começo a ler os documentos
_ Uma amiga minha me deu alguns sachês de café e eu não gosto de café, eu posso fazer o seu café com eles? - Balanço a cabeça em concordância. _ Você me salvou. - Ela sorriu e se foi para preparar o café.
Espreguicei-me e queria pegar a cabeça daquele Lorde desgraçado e sufocá-lo com esses papéis para ver se é bom ficar com a bunda doendo. Preciso de férias, eu só preciso de tempo...
Alissa entrou na minha sala e colocou a xícara de café num lugar vago em minha mesa. Eu a agradeci e tomei um pouco do café, o café era forte, tinha gosto um pouco amargo, mas não me fazia parar de bebê-lo. Enquanto tentava terminar alguns documentos importantes, eu bebi o resto do café.
As horas se passaram e eu já sentia o cansaço do dia aparecendo e eu só queria ir para casa e dormir. Talvez eu peça um lanche e coma assistindo uma comédia romântica e quando eu terminar de ver o filme, eu comece a chorar pedindo um homem igual aquele da tv.
Olho em volta e vejo às horas, já são sete horas da noite. Todos já deveriam ter ido para casa e eu iria fazer exatamente isso.
Peguei alguns papéis que não poderiam ser deixados para amanhã e os coloquei dentro da minha pasta. Peguei a minha varinha e minhas coisas e sai do meu escritório e andei sem pressa nenhuma para a saída.
Os meus saltos que batiam no piso faziam um som alto por eu estar sozinha e aquilo me preocupou, por que não tinha ninguém aqui? Eram apenas sete da noite e tinha que ter aurores para supervisionar este lugar. Foi assim que Harry entrou aqui para pegar a profecia e foi assim que todos descobriram que o Lorde tinha voltado...
Pensei que as coisas iriam mudar quando deixei bem claro que esse lugar era muito fácil de invadir, mas vejo que as minhas palavras não fizeram efeito nenhum nesses idiotas. Acho que vou ter uma síncope a qualquer momento. Minha cabeça começou a latejar novamente.
Desço a escadaria e vejo que não tinha ninguém aqui, nem mesmo aquele robô aspirador que me odeia.
Parei no átrio do ministério e dou uma olhadinha e tinha algumas coisas estranhas... Como um homem que estava limpando o piso do ministério manualmente, eu não contratei ninguém para fazer essa função e com certeza aquele idiota também não.
Ele se virou para mim e me olhou como se eu fosse um fantasma, olha, eu já fui um e não era das melhores sensações.
_ O senhor está bem? - Pergunto me aproximando. _ Por que não tem ninguém no ministério? Teve alguma emergência que minha secretária não me avisou?
Ele me olhou ainda mais espantado, seus olhos só faltavam sair de seu crânio e eu queria rir daquela visão.
_ A senhorita deveria estar aqui? E como assim secretária? As mulheres não deveriam estar em casa cuidando do marido, da casa e dos filhos?
_ Como? - Pergunto um pouco irritada. _ Estamos no século XXI, como o senhor tem esses pensamentos retrógrados? E como eu não estaria aqui? Sou a Vice-ministra.
O senhor ficou pálido em segundos, como se realmente estivesse vendo um fantasma e falou com a voz falha:
_ A senhorita é uma viajante do tempo? - O quê? _ Agora, olhando a senhorita mais de perto, eu vejo que é realmente uma viajante do tempo, a senhorita não usa vestimentas dessa época.
Viajante? Tempo? Eu só posso estar sonhando, não é? Eu não toquei em nenhum vira-tempo desde os meus doze anos, eu só posso estar num sonho. Com esse pensamento em mente logo me vejo beliscando meu braço e doeu. Merda.
Eu realmente queria voltar no tempo, mas não assim...
_ Em que ano estamos? - Pergunto tentando ficar calma.
_ 995.
_ Puta merda! - Digo baixinho e começo a falar comigo mesma: _ Dois anos se passaram desde que Hogwarts foi fundada. - Me dou um tapa na testa e olhei para o homem que me olhava assustado. _ Que horas são agora?
_ São. - Ele para e vai até uma janela que no meu tempo não tinha e fala: _ São cinco da manhã.
Tinha esquecido que eles ainda não tinham inventado o feitiço Tempus ou muito menos o relógio. Agradeço pelas informações e uso Obliviate nele.
Saio do ministério apenas parando para pensar para onde eu iria e onde eu iria arrumar roupas desta época, com certeza eu tinha que arrumar materiais para fazer um vira-tempo... Mas nessa época não tinha pó de vira-tempo e eu não tenho esse material comigo...
Estou presa aqui e morrerei aqui, já que não tenho mais Horcrux e sou apenas uma mortal com uma dor de cabeça insuportável e mesmo se eu tentasse fazer um pó de tempo artificial eu não saberia se daria certo. Eu pela primeira vez nessa indústria vital estou presa no tempo e não tenho meios de voltar.
Respiro fundo e penso aonde eu iria e o único lugar que veio na minha cabeça foi a minha casa. Hogwarts. O lugar que a mamãe me disse várias vezes para nunca ir e no final, acabei me tornando a fundadora fantasma e uma das melhores alunas. Quebrar as regras é muito satisfatório.
Aparato onde deveria ser Hogsmeade, já que o pequeno Hegisto nem deveria ter sido expulso de Hogwarts ainda e ele era apenas um adolescente de 13 anos e ele não seria capaz de construir uma vila com essa idade ou seria?
Eu não queria que a barreira que criei avisasse os meus amigos que voltei, então eu irei usar uma das passagens secretas que eu criei e que nenhum deles sabiam que eu a fiz. Eu espero.
Caminho até chegar na passagem e tiro um pouco do mato que tinha em sua entrada. Como ela era nova ainda, não tinha tanto lodo nas extremidades da passagem, mas continuava escura, então tive que usar Lumus e com isso cheguei em Hogwarts em menos de cinco minutos.
Saí de dentro do armário que ficava na minha sala comunal e vejo que tudo estava como sempre foi. Fico observando a sala que se acendia com a minha chegada e das vibrações boas que ela me proporcionava. Tinha me esquecido que a magia era algo esplêndido e que sempre amei essas sensações.
Mesmo que eu tenha ficado trancada nessa sala para que ninguém soubesse de mim, fui mais feliz aqui do que naquele tempo que fui obrigada a ir. Deixo a minha pasta e minhas coisas no sofá e olho a minha varinha que vibrava em minhas mãos por estar de volta aqui. Alisei ela e faço o lumos se apagar e a deixo no sofá.
Saio da sala e me vejo no banheiro. Imaginar que se não fosse por minha intervenção no passado esse banheiro não existiria e os alunos que iriam estudar aqui teriam que fazer suas necessidades em algum canto de Hogwarts, isso me dava um pouco de ânsia de vômito apenas por pensar.
Limpo os meus pensamentos e saio do banheiro, ainda era cedo e eu queria passear por aí e mais tarde eu poderia ver os meus amigos.
Eu ia aonde meus pés me levassem e ria como uma boba pelos corredores até que escuto aquela voz que eu me lembrava me chamando de um apelido tosco, mas fofo.
_ Quem está aí? - Ele perguntou e sua voz estava rouca e angustiada. Por que ele estava assim? _ Ainda é cedo para ficar andando pelos corredores, volte logo para o seu dormitório.
Virei e vi um dos meus amigos, Salazar Slytherin, ou poderia ser quadro velho?
Seus olhos azuis cinzentos continuavam deslumbrantes, suas vestes verdes e refinadas faziam aquele homem ser atraente para qualquer um que o visse, sua estatura alta e seus ombros largos faria qualquer mulher o desejar. Seus cabelos negros estavam batendo em seus ombros e eles estavam bagunçados por algum motivo, mas não o deixava menos atraente. Eu me lembrava que seus cabelos eram lisos e rebeldes, mas agora tinham algumas pontas onduladas.
Ele não parecia ter 37 anos, se eu não o conhecesse eu daria uns 23 anos sem pensar duas vezes. Mas isso deveria ser devido ao seu rosto longo e fino; com lábios volumosos e avermelhados, mas nem tanto. Se eu não fosse uma mulher de integridade e honra, eu iria morder aqueles lábios para sentir a sua maciez e textura.
Eu estava louca, talvez a minha loucura tivesse voltado com tudo, mas eu não conseguia parar de olhá-lo, de apreciar a sua beleza. Ele era a perdição de qualquer um e eu estava quase me jogando no abismo sem dó.
Seu nariz era fofo, não era grande como o do Snape, mas também não era pequeno como o do Draco. Era mediano como do Lorde. E suas bochechas delineadas tinham certa protuberância. Ele era simplesmente lindo.
Nunca olhei para Salazar especificando sua fisionomia, eu era retardada na época? Não, eu apenas era uma criança que não queria saber de um velho de quadro, eu só queria ser útil para a minha mãe...
_ Salazar, o que faz acordado? - Dou um meio sorriso e andei até chegar nele.
Eu não me lembrava que eu era minúscula em comparação a ele, ele tinha quantos centímetros? 1,88? 1,85?
_ Pequena rata? - Perguntou temeroso. _ Leesa, é você mesmo? - Falou me acariciando.
Aquilo era bom e tinha tanto tempo que eu não sentia um contato desse tipo e com esse pensamento em minha mente, eu tombei a minha cabeça para ter mais contato com a mão de Salazar.
_ Sentiu saudades, Salazar? - Perguntei com os meus olhos fechados.
_"..."
_ Salazar? - Abri os meus olhos e vi que ele estava chorando, mas se não fosse por estarmos próximos, eu nunca teria notado. _ O que houve?
E mais uma vez ele não proferiu nada, apenas retirou sua mão do meu rosto, fazendo-me sentir falta do seu calor. Ele, sem expressar uma única palavra, me abraçou apertado, quase me sufocando.
Depois de alguns segundos de surpresa, eu retribuo o abraço e sinto o seu cheiro, era sândalo. Meu nariz gostou do cheiro e meu ouvido gostou de escutar os batimentos cardíacos de seu coração. Era como se tudo tivesse que ser diferente para eu estar aqui, para eu estar nos braços de Salazar. Era estranho, mas bom.
_ Isso não é mais um sonho meu, não é? - Perguntou com a voz rouca e chorosa. _ Por favor, me fale que não é mais um sonho, eu não aguento mais. - Suas lágrimas ultrapassavam as minhas roupas e eu senti o meu ombro molhado e quente.
Alisei suas costas e apertei suas vestes entre os meus dedos, como se com isso eu dissesse que tudo aquilo era real, que ele não estava mais sonhando. Retirei uma de minhas mãos de suas costas e aliso seu rosto que tentava se esconder no meu pescoço.
_ Salazar. - O chamei e ele me olhou e eu tento secar suas lágrimas, mas não adiantava muita coisa, cada segundo que passava ele chorava mais. _ Meu Salazar, por que está chorando? - Aliso suas bochechas.
_ Fiquei esse tempo todo tentando ir para o futuro, mas é impossível. - Franziu a testa enquanto me contava. _ Nada dava certo, e eu queria te ver mais uma vez e te dizer o quanto eu te amo, mas nada do que eu fazia dava certo e eu apenas podia lhe ver na pintura. Apenas ver o seu sorriso, apenas ver o quanto você estava feliz naquele dia, mas eu queria te tocar, eu queria sentir o calor de sua pele entrando em contato com os meus dedos. - Peguei sua mão que estava em minha cintura e o deixo tocar o meu rosto.
_ Agora você pode. - Sorri para ele.
_ Eu queria sentir a textura e a maciez dos seus cabelos, eu apenas... - Ele encostou sua testa na minha e realmente, eu era minúscula. Suas costas não estavam doendo? _ Os sonhos que eu tinha sempre me davam esperanças, mas sempre que eu iria te dizer o que eu realmente sentia, você ia embora e eu sempre acordava atordoado.
_ Salazar, por favor, não...
_ Me desculpe.
_ Por que está me pedindo desculpas? - Perguntei sem entender.
_ Por isso.
Sem mais palavras para me dizer, ele apenas selou os nossos lábios com avidez. Seus lábios eram realmente macios e inebriantes. Apenas com esse selar já fez todo o meu corpo se arrepiar, o meu coração pulava dentro do meu peito e meus pensamentos ficaram turvos.
Ele abriu os meus lábios com os seus dentes e fico surpresa com essa ação por alguns segundos e o deixo adentrar na minha boca. Suas mãos apertaram a minha cintura e me trouxe para mais perto de si, mas elas estavam tremendo.
Minhas mãos não ficaram quietas e elas alisaram os seus cabelos e arranharam sua nuca. Minhas pernas estavam ficando bambas e meu corpo só queria me afundar nesse momento, ele só queria que isso continuasse.
Salazar desgrudou os nossos lábios e sua respiração batia no meu rosto como uma lembrança do nosso ato. Seus olhos estavam fechados e ele parecia querer tocar os seus lábios, mas não queria tirar suas mãos da minha cintura.
_ Se eu abrir meus olhos, você irá desaparecer? - Disse rouco e eu balancei a cabeça negando, mas ele não iria ver essa ação.
_ Não, eu acho. - Respondi baixinho, apenas para ele escutar.
_ Você acha? - Deu um sorriso de lado, mostrando um canino e uma covinha. Aquilo era golpe baixo. _ Então não abrirei os meus olhos e irei apreciar aquilo que sonhei por anos.
Voltou a me beijar e eu não reclamei, eu até mesmo estava apreciando esse contato, até demais. Sua língua era controladora e eu não tinha chance de comandar o beijo, na verdade, eu não queria fazer isso.
Seu aperto em minha cintura ficava cada vez mais forte e sua língua atrevida vasculhava cada canto de minha boca me fazendo tremer e gemer.
Ele sugou a minha língua e a mordeu. Nesse momento eu me perguntei o motivo de tê-lo deixado para ajudar o Lorde. Mas no mesmo segundo a minha cabeça me recordou o porquê. A promessa que fiz à mamãe.
Ele andou comigo e eu sinto a parede em minhas costas, eu estava pouco me fodendo para algum aluno ou professor nos pegando nessa situação. Pensar assim era divertido.
Eu subi no colo do homem que não parecia querer me largar e eu também tinha esse pensamento. Não queria que ele me largasse.
Meu coração não parava de bater em meu peito e ele me dizia exatamente o que eu sentia com esse beijo, com esse ósculo impregnado de saudades, amor e luxúria. Suas mãos seguravam a minha bunda e eu só conseguia me entregar.
Eu queria mais, eu queria muito mais que apenas um beijo, mas Salazar não pensava assim, já que ele me colocou no chão e separou os nossos lábios.
Seus olhos estavam dilatados, sua respiração desregulada e seus cabelos estavam mais desarrumados que antes. Tento me recompor, mas era quase impossível ou eu que não queria me recompor.
Salazar se abaixou até a altura do meu pescoço e começou a mordê-lo e beijá-lo com intensidade. Agarrei suas roupas para não cair e minhas mãos queriam que elas não estivessem tocando pedaços de pano e sim pele, uma pele branca, sedosa e quente. Eu tentava não gemer tão alto, mas era impossível fazer isso com Salazar quase me comendo.
_ Eu te amo. - Proferiu em meu ouvido e ele riu quando me viu arrepiar. _ Fique comigo para sempre, dessa vez você vai ficar? Vai me escolher? Vai escolher ter uma vida diferente comigo? - Mordeu o lóbulo de minha orelha e sua voz continha um toque sensual. _ Seja minha por toda a minha vida. Deixa-me te fazer feliz, Leesa. Seja minha e eu serei seu, como eu sempre fui. Desde o dia que eu te conheci. - O que eu deveria responder?
_ Preciso de tempo, acabei de voltar e...
_ Não precisa dizer mais nada, irei esperar o quanto for necessário. Já esperei por dois anos sem vê-la, sem senti-la. Esperar alguns meses ou anos tendo você ao meu lado não é nada comparado àqueles anos. - Ele beijou a minha testa e se distanciou. _ Espero realmente que eu não tenha beijado a parede. - Disse rindo e se foi para algum lugar.
Fico olhando para o nada por alguns segundos, mas acabo desabando no chão e sinto algo quente saindo dos meus olhos. Estava tudo confuso, mas quando eu estava com ele, toda essa confusão ia embora...
Eu não sei como vim parar aqui ou como devo responder Salazar para que eu não acabasse massacrando o seu coração de manteiga. Eu apenas queria minha cama quentinha sem coisas complicadas demais para resolver novamente
Mas, ao mesmo tempo, eu queria essa confusão novamente na minha vida, era mais divertido e o peso do vazio dentro do meu peito estava desaparecendo gradualmente enquanto eu estava aqui.
Será que esse sempre foi o meu lugar? Sempre foi para eu estar aqui?
O sol já tinha nascido há muito tempo, mas eu continuava sentada no chão pensando em coisas aleatórias que aconteceram na minha vida, e felizmente a dor de cabeça já tinha se ido.
