4 de janeiro de 1927:

_ Eu te amo, por favor, não me abandone mais uma vez. - Uma voz melodiosa entrou pelos meus ouvidos e me fez arrepiar.

_ Sua burra! - Gritei enquanto chorava. _ Você teve duas pessoas, duas pessoas se declararam para você como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte. - Meus soluços não queriam cessar e Vinda me entregou alguns lenços, ela também estava chorando.

_ Marietta, eu não a amo. - Eu sabia, ele sempre a maltratou.

_ Por quê? Por que ela não consegue enxergar a mulher maravilhosa que ela é? Ela poderia ficar com o Daniel ou com o Nicolau. - Vinda falou enquanto olhava o rádio que estava passando o nosso mais novo passatempo. Novela.

Mas não é uma novela qualquer. É sobre a Marietta, uma pessoa que fez tudo de ruim para a vida das pessoas, mas, quando ela iria se desculpar com a sua família por todas as atrocidades que ela fez.

Ela acabou sofrendo um acidente de navio e no mesmo segundo, ela se arrependeu por não ter tido tempo para se desculpar com todos.

Como se o destino estivesse zombando de sua vida medíocre, ele a faz retornar alguns anos no passado e ela pegou essa oportunidade para ser uma pessoa melhor.

Mas quem disse que a "boazinha" iria deixar isso acontecer? Os papéis foram trocados, a vilã virou a mocinha, mas que ninguém levava a sério. E a mocinha virou a vilã, a pessoa que todos idolatravam. Tomara que essa idiota morra!

_ Nós, mulheres, preferimos aqueles que nos maltrata, que não está nem aí para nós. - Digo tentando secar as minhas lágrimas.

_ Diga-me, Pierre. O que posso fazer para você me amar?

_ Marietta, não me coloque em uma situação dessas, não posso te amar, eu já amo outra. - Vinda soltou um suspiro incrédulo.

_ Aposto que é a Vanessa. - Digo para a Vinda e ela concordou. _ A mocinha sempre tem o coração...

_ Quem, quem você gosta? - Marietta perguntou com a voz falha.

_ Diana. - Meu queixo caiu e a Vinda não sabia o que fazer, se chorava ainda mais, ou gritava. _ Eu amo a Diana.

_ A madrasta? - Gritamos, até a protagonista gritou junto.

_ Talarico! - Gritei para o rádio. _ Como pode querer a esposa do seu pai?

_ Nunca iria imaginar isso acontecendo. - Vinda me entregou alguns doces e mordi um deles.

_ Ela não é apenas a minha madrasta, ela já foi a minha ex. - O doce caiu da minha boca, e eu e a Vinda levantamos pela revelação bombástica.

_ O quê? - O pai que era o talarico?

_ Como isso é possível, Pierre? Diana é apaixonada pelo seu pai. - Faço de suas palavras as minhas, Marietta.

_ Diana iria se casar comigo, mas... - O chiado se fez presente no cômodo. _ Voltamos amanhã com o próximo capítulo de "Amor ao Sol".

_ Filho de uma... - Gritei tentando quebrar o rádio, mas a Vinda me segurou. _ Como ele pode terminar a novela assim? Ele iria contar algo mais surpreendente que ser apaixonado pela mulher do pai.

_ Essa novela quer nos matar do coração. Uns segundos atrás estávamos chorando pela morte do pai da Marietta... - Ela secou as lágrimas. _ Ele não merecia aquele final, ele era tão bom.

_ Até o cachorro tentou entrar na frente para proteger o seu dono. - Sentei-me tentando não chorar. _ O Dodô morreu em vão. - Ela se sentou e concordou.

_ Agora, em vez de chorar. - Ela olha para o rádio que informava as notícias do dia. _ Estamos com raiva e curiosas. - Ela comeu um biscoito.

Nós não estávamos ouvindo novela feita na França e sim, feita em Londres. Eu ainda não entendia muitas coisas que os franceses diziam e era por isso que não colocamos na estação francesa.

_ Não posso ficar mais aqui, tenho que ir. - Não queria ir, queria ficar aqui e esperar até amanhã para saber qual era o motivo do Pierre amar a Diana.

_ Mas... - Ela me olhou triste e pegou as minhas mãos. _ Tudo bem, eu entendo que você precise ir para o lugar que você disse que deveria ir. - Deu batidinhas na minha mão e olhei para aquilo. _ Mas sentirei saudades, é chato viver em uma casa que a maioria são homens. - Ela fez uma careta.

_ Mas existe a mulher que quer transar com o papai. - Ela me olhou e fingiu estar vomitando.

_ Ela não tem classe. - Sorrimos e concordamos. _ Quando você irá voltar?

_ 1935.

_ Nove anos, por nove anos não poderei mais ver você. - Ela alisou o meu rosto. _ Sentirei saudades, mon bijou. - Mesmo ela fazendo isso como se fosse uma obrigação, eu não sentia isso.

Sentia que ela realmente gostava de mim, que realmente iria sentir saudades de mim.

Segurei a sua mão e a abracei, seu corpo ficou rígido por alguns segundos, mas logo ela me abraçou de volta, ela era quentinha e macia.

Ela beijou o topo da minha cabeça e sorri pelo ato.

_ Você quer algum presente? - Ela perguntou enquanto alisava os meus cabelos. _ O seu pai me contou que você irá para Hogwarts, então, o que você quer como presente? - Sua voz era tão calma que senti vontade de dormir.

_ Irei precisar de um bichinho em Hogwarts, se você quiser me dar alguma coisa, irei agradecer. - Ela deve ter concordado.

_ E-eu... - Ela gaguejou. _ Quando você voltar, poderei lhe visitar?

_ Claro, você pode me visitar a qualquer momento. - Gosto de você, Vinda.

Era o que queria dizer, mas eu não disse, talvez eu só esteja criando uma história em minha cabeça e tudo isso não passasse de uma fantasia. Talvez ela nem gostasse de mim.

_ Você sabe o mês que você irá aparecer? - Sua voz... Eu gostava de sua voz. _ Não quero ficar batendo na porta daqueles trouxas.

_ Acho que agosto, o que acha? - Ela riu e eu a sinto concordar.

_ Irei contar os dias para poder te ver novamente, mon bijou. - Esperava que essas palavras fossem verdadeiras.

Eu me separo dela e ela estava com os lábios crispados.

_ Voltarei antes que você perceba.

_ Espero que sim. - Ela sorriu e se levantou e falei:

_ Antes de ir, você sentiu alguma coisa quando tocou o meu anel? - Já tinha tempo que as pessoas tocavam a minha mão e não sentiam nada.

E eu não percebi isso, apenas percebi agora com a Vinda com os dedos tão próximos do meu anel.

Lembrei de todas às vezes que as pessoas seguraram a minha mão e não sentiram nada. Salazar, papai e agora Vinda.

_ Não, por quê? - Ela se aproximou e peguei a sua mão e encostei o meu anel em sua pele.

_ Sentiu algo?

_ Não. - Soltei a sua mão e fiquei pensando no motivo e a única coisa que veio na minha cabeça era sobre o meu sangue.

Ele conseguiu fazer o que eu queria, mas ele acabou anulando o feitiço que tinha aqui. Mas será que existia apenas esse feitiço no anel? Como vou descobrir isso?

Não quero pensar nisso, dessa vez vamos seguir o fluxo do destino.

_ Bom, eu vou te deixar a sós, odeio despedidas.

_ Não mate aquela mulher, não suje as suas mãos com uma pessoa insignificante.

_ Será você quem irá sujar? - Ela perguntou.

_ Minhas mãos já estão sujas o suficiente para me importar com algo assim. - Estalo os meus dedos e todas as roupas que comprei foram direto para a bolsa.

_ Às vezes eu me esqueço que você não é uma pessoa comum. - Ela me olhou pela última vez e disse: _ Tome cuidado em sua jornada, mon bijou. O caminho que você irá percorrer não é como você deve estar imaginando. - Ela saiu do quarto e sorri pelas suas palavras.

_ Nunca imaginei que o meu caminho era um mar de rosas, Vinda. Ele nunca será. - Suspirei e lembrei da descoberta sobre a minha família.

Estupro...

Quem diria, não é? Eu ainda repenso nas palavras que eu disse sobre o meu avô, o chamei de tantas coisas infantis apenas por escutar uma única versão.

Ele sempre foi a vítima. Aquela mulher, a pessoa que me colocou no mundo me manipulou tão bem, que me ceguei diante de suas palavras e lágrimas.

Eu tive pena, pena dela, eu era tão ingênua e infantil. Queria voltar no tempo e dizer para não acreditar nela, para não sentir empatia pelas suas lagrimas e palavras sofridas.

Não podemos confiar em ninguém e aquele sentimento de desconfiança de antes está tentando voltar. Eu já tinha esquecido desse sentimento, tinha esquecido ele com o Dragon.

Ri e belisquei o meu braço para ver se a dor tentava me recompor e fez. A dor sempre me ajudava, acho que passei a gostar um pouco dela. Não, eu ainda odiava sentir dor causada por outros.

Levantei-me e olhei para as duas coisas que estavam em cima da cama junto com a minha bolsa.

Era a poção que eu deveria tomar, a poção que iria me fazer uma pirralha de dez anos. Eu iria retroceder. Finalmente.

Mas, antes de tomar essa poção, eu precisava ir em Gringotts, realmente quero ter a casa em Hollow seguindo a lei e não posso aparecer como uma criança naquele banco.

Um tempo que sequestrar crianças era muito fácil e a guerra já estava se aproximando. Aquele tempo era tão difícil.

Pego a poção e a coloco na bolsa e olho pela última vez o quarto que passei alguns dias. Provavelmente quando o papai voltar, não será mais essa casa e sim, outra.

Ou ele vai para Nurmengard.

Tanto faz, não vou morar com ele mesmo. Pego a bolsa e a coloco atravessada no corpo, vejo se eu estava esquecendo alguma coisa e não, não estava.

Arrumo a alça da minha bolsa e pego a chave de portal que vai me levar para Londres novamente. O tempo que passei na França foi interessante.

Ativo a chave de portal e desapareço daquele lugar e apareço em um beco qualquer.

Acho que estou passando a gostar de becos e na maioria das vezes sempre estou em um.

Dou de ombros e destruo a chave de portal, ela não iria servir para mais nada mesmo. Olho para o começo do beco e vejo se alguém iria aparecer, e ninguém apareceu.

Olho para a minha mão e começo a mexer no meu anel e coloco a última data que iria viajar. Meu coração estava acelerado e minha boca estava seca, estava ansiosa e com medo.

Minhas mãos estavam tremendo um pouco e tive que respirar fundo. Tudo bem, Leesa. Tudo vai ficar bem.

Eu só preciso tocar o display e iria desaparecer desse mundo novamente. Você consegue. Eu consigo?

Mordi a luva até que ela se rasgou por causa dos meus dentes. Isso não deveria estar acontecendo, eu deveria apertar esse maldito display e sair daqui.

Então por que o meu corpo está reagindo assim? Você não teve medo de ir para três tempos diferentes, então por quê? Por que estou assim?

Encostei-me na parede do beco e fiquei olhando para o céu cinza e nada propenso a ter um sol.

Estou com medo? Mas de quê? O que tem naquele tempo que estou com medo?

Corpo idiota! Você tem que reagir, por que você está com medo? O que tem naquele lugar que você não quer ir? Você poderia falar? Me mostre!

Fico com raiva e aquilo me fez apertar o meu vira-tempo e saio de 1927.

Escuto uma buzina e abro os meus olhos e vejo vários carros tentando desviar de mim, que grande merda.

Corro indo na direção do passeio e algumas pessoas gritavam me chamando de louca. E eu tentava raciocinar o que estava acontecendo.

Não deveria ser um beco? Eu não deveria estar em um beco? Por Merlin, quase morri atropelada e de infarto.

_ A senhorita está bem? - Olho para o lado e concordei com a cabeça. _ Londres está muito caótica, não se importe muito. Nós entendemos o motivo de você tentar se matar. - Só que me faltava.

_ Ok. - Saio sem olhar para trás e tento passar pela multidão de londrinos.

Estava tão cheio e quente, estava muito quente e eu odiava calor.

Olho para os lados tentando saber onde eu estava e não tinha nenhuma placa me indicando o nome da rua ou algo do tipo.

Preciso sair desse tumulto, urgentemente.

_ Com licença. - Digo passando pelas pessoas. _ Obrigada. - Falo e entro em uma rua menos movimentada e dou um suspiro de alívio. _ Quero os tempos antigos agora.

E falando em tempos antigos, meu cérebro ainda não entendeu que não verei mais Salazar e os outros. Ele ainda não deu um pane no sistema e me impediu de fazer as coisas. Mas eu sei que ele vai parar em algum momento.

E enquanto ele não faz isso, vou continuar fazendo o que devo fazer e não posso parar a minha vida para lamentar pessoas que já estão mortas há mais de mil anos.

Eles eram importantes, mas a minha vingança é muito mais.

Olho para os lados e aparato no Beco Diagonal. Não queria morrer sentada no Nôitibus.

Não deveria ter escolhido agosto para voltar no tempo, agosto era o mês de compras dos alunos e professores. Tão cheio, tão barulhento.

_ Mamãe, eu quero aquela coruja e não me importo com o preço, eu a quero. - Olho para o lado e vejo uma garota que não deveria ter mais que dez anos fazendo birra.

_ Vamos levar. - A mulher sorriu.

Tão estúpidos. Continuo andando no meio daquela multidão e tentando não surtar com o calor e com a falação.

Antes de entrar no banco, o meu braço foi puxado para trás e bati o meu rosto no peito de alguém. Nossa que forte.

Olho para cima e vejo um homem de olhos castanhos e de cabelos pretos ondulados nas pontas.

_ O senhor poderia me deixar ir? - Ele sorriu de lado e vejo aparecer uma covinha no canto de sua boca.

_ Parece que a senhorita está no mundo da lua e iria acabar atropelando aquela criança. - Apontou para trás de mim e olhei para trás, realmente tinha uma criança de menos de três anos olhando para os lados.

_ E eu tenho culpa que uma criança de menos de três anos está desacompanhada dos pais? - O pergunto e ele riu.

_ Não disse que a senhorita tem culpa, só disse que está no mundo da lua. - Chato.

_ Então, poderia me soltar, tenho mais coisas para fazer.

_ Não me reconhece? Mudei tanto assim? - Deveria conhecê-lo?

_ Irmão Pollux, por que você correu? - Puta merda! Esse é o Pollux? _ Irmão, o que houve? - A menina de tranças castanhas me olhou e ela ficou surpresa. _ Leesa? Minha nossa, você não mudou nada. - Santo Merlim.

_ Cassiopeia? - Perguntei e ela sorriu concordando. _ Quanto tempo.

_ Sim, pelo menos uns dez anos. Quase dez anos. - Ela falou sorrindo. _ Como tem estado?

_ Bem. - Retiro a mão do garoto do meu braço. _ Vocês já devem ter terminado Hogwarts, então por que vocês estão no Beco Diagonal no mês que os alunos estão comprando materiais?

_ Irmão Marius e nem a irmã Dorea terminaram os estudos. - Ah, sim, Marius vai terminar os estudos em 1936 e a Dorea em 1938.

_ Bem lembrando, tinha me esquecido.

_ Sem problema, você deve ter feito muitas coisas nesses anos. - Na verdade, não.

_ Apenas o necessário. - Eles concordaram. _ Foi para a Sonserina? - Pergunto para a Cassiopeia.

_ Sim, e com a ajuda dos meus irmãos conseguimos desvendar as palavras da quinta fundadora. - Como eles descobriram que foram eu?

_ Como vocês descobriram que as palavras são...

_ Por que não conversamos em um lugar mais reservado? - Pollux me interrompeu.

_ Isso, vamos conversar. - Eu tenho coisas para fazer...

_ Tenho que ir ao Gringotts primeiro, eu posso encontrá-los...

_ Tudo bem, estaremos na sorveteria Florean Fortescue. Sabe onde é, não sabe? - Cassiopeia perguntou em dúvida.

_ Claro, e eu acho que é uma boa, estou morrendo de calor. - Os dois me olharam de cima a baixo.

_ Eu acho que não devemos usar blusa de lã no calor. - Cassiopeia opinou.

_ Onde eu estava não estava calor e sim, frio, muito frio. - Ela não falou nada e logo mais duas pessoas apareceram.

_ Vocês nos largaram sem dizer nada, até parece que viram um fantasma. - A menina loira falou irritada e ela me olhou. _ Quem é essa? Mais uma pretendente do irmão Marius? Papai não se cansa? - Marius ficou irritado e apertou a bochecha da irmã. _ O que falei de errado?

_ Eu acho que essa não é uma pessoa qualquer, irmã. - Marius estava muito bonito.

Estava alto, não tão alto quanto o seu irmão mais velho. Seus cabelos continuavam exatamente iguais e seus olhos a mesma coisa.

_ O que quer dizer? - Dorea me olhou de cima a baixo. _ Leesa? - Sorri para ela. _ Por Merlim, você não envelhece? Poderia me passar a marca dos seus produtos de beleza? Eu acho que preciso deles. - Como eu digo que não envelheço por causa da viagem do tempo?

_ Eu acho que o produto que uso não será útil para o que você quer fazer e tenho que ir, vejo vocês na sorveteria. - Não digo mais nada e entro no banco e mais uma vez ele tremeu.

_ Ela voltou! - Alguns se esconderam e outros me olharam pasmos.

_ Por que ela está aqui?

_ Será que esse é o ano que ela irá ficar? - Perguntou outro.

Dessa vez o banco estava bem cheio e tive que ficar na fila. Vejo uma pessoa loira na minha frente e ele me olhou, um Malfoy?

Não era o meu avô, talvez seja o meu bisavô.

_ A senhorita parece ser bastante importante para esses duendes. - Falou ríspido.

_ E se eu for? - O pergunto. _ Isso vai ferir o seu ego, senhor Malfoy? - Ele riu zombando de mim.

_ Meu ego não é tão frágil quanto parece. - Duvido muito.

_ Tem certeza? Ficou todo irritado por eu, uma pessoa desconhecida, ser mais bem valorizada do que você nesse banco. - Sua testa franziu. _ Irá ficar velho mais rápido se continuar franzindo a testa.

_ Se fosse bem mais valorizada do que eu, você não estaria na mesma fila que eu. Não acha? - Ele riu e ele tinha razão.

_ O senhor tem um ponto indiscutível.

_ Me chamo Sephtis, Sephtis Malfoy. - Trocou a sua bengala de mão e estendeu sua mão com uma luva de couro.

_ Leesa, Leesa Rosier. - Aperto a sua mão e ele ficou raciocinando ainda. _ Não sou da família principal. - Ele entendeu e apertou a minha mão.

_ Já iria pensar que Ezra teve uma filha fora do casamento. - Soltou a minha mão.

_ Eu não iria poder usar esse sobrenome se fosse assim. - Ele concordou.

_ Você deve se sentir orgulhosa, então?

_ Sobre o quê?

_ De ter um parente nas linhas de frente da guerra bruxa.

_ Está falando de Vinda Rosier?

_ Sim, ela é bastante capacitada nas artes das trevas e parece ter muita atenção daquele homem. - Olhou para frente e deu alguns passos, a fila tinha andado.

Dei alguns passos e continuei atrás dele e ele voltou a me olhar.

_ Mestiça?

_ Não, sou sangue puro.

_ Tem filhos? - Isso é uma entrevista de emprego?

_ Não e não pretendo.

_ Se você tivesse, você deixaria o seu filho escolher a pretendente ou escolheria a esposa para ele? - Já está escolhendo uma noiva para o meu avô?

_ Que eu saiba, o seu filho tem menos de dez anos. Ele não precisa de uma noiva...

_ Mas se eu não arrumar, a família Avery vai tentar empurrar a filha deles para tentar se casar com o meu filho. Aquela tal de Laverne. - Fico atenta. _ Ela só tem alguns anos de vida, mas a família já colocou na cabeça dela que ela será uma Malfoy.

Isso era interessante, será que foi por causa disso que ela o estuprou? Para ver se ele teria compaixão e largaria a esposa para ficar com ela? Isso só fica mais interessante e minha curiosidade estava inflando.

_ Mas ela só tem um ano, ela não deve nem saber falar. - Falei enquanto distanciava a curiosidade de mim.

_ Exatamente. Isso tudo é por causa do Denzel, ele quer ter uma ligação com a minha família por causa dos boatos.

_ Boatos? Que boatos?

_ Nunca soube dos boatos que a família Malfoy é descendente da quinta fundadora de Hogwarts? - Como?

Como eles descobriram isso? Eu não contei meu sobrenome para ninguém, nem... A única pessoa que sabia era o Godric.

_ Não, fiquei muito tempo viajando pelo mundo e acabei não sabendo desse boato.

_ Bom, descobrimos isso por causa dos irmãos Black, aquelas crianças acharam um diário em um dos quartos do salão Comunal da Corvinal. - Quem é Corvino dos irmãos Black?

_ Um Black na Corvinal? Quem diria. - Sorri sendo debochada, por Merlim, abre a boca e conta quem foi o filho da...

_ Sim, Marius Black, alguns anos atrás todos diziam que ele era um aborto, mas quem diria que ele seria um excelente bruxo? A família falou que ele só não gostava de demonstrar magia e o garoto é um gênio em poções, até aquele novo professor... - Ele franziu a testa. _ Como ele se chama mesmo?

_ Professor Slughorn? - Ele estalou os dedos.

_ Sim, esse mesmo. Fiquei sabendo que ele ficou tão impressionado com a sabedoria do garoto, que até brincou em dar o seu cargo para ele.

_ Que coisa maravilhosa, mas como chegamos nele encontrando um diário?

_ Bom, ele encontrou em seu quarto uma parede falsa e nela tinha um livro contendo todos os sete anos que um Greengrass passou lá. - Dabrian! Eu vou voltar no passado e bater na sua bunda!

_ Um Greengrass? Pensei que só tivessem mulheres na família. - Ele riu e concordou.

_ Antigamente pelo que parece tinha homens. Bom, o garoto escreveu sobre como ele conheceu a fundadora e como ele descobriu que ela fazia parte da minha família. - Ele riu se lembrando de algo. _ Foi pelo próprio Godric, parece que o garoto queria muito conhecer mais sobre a quinta fundadora e acabou sabendo do fundador algumas histórias.

Godric, Godric, você mais uma vez acabando comigo. Pedi, não, eu implorei para que não contasse nada sobre mim... E você não fez isso, até colocou memórias sobre mim para que todos os diretores vissem.

Será que posso voltar alguns minutos no passado e te dar um soco?

Que raiva!

Mas, espera, por que o Godric também não contou sobre o meu segundo sobrenome? Será que ele só lembrava do sobrenome Malfoy?

_ Isso deve ter atiçado muito a comunidade bruxa.

_ Sim. Mas eu sei que ela tem outro sobrenome, mas ninguém sabe qual é. - Ele foi chamado por um duende e ele se despediu de mim.

Por quê? Por que ninguém descobriu que o meu outro sobrenome é Avery? Dabrian e Godric, o que vocês conversaram? O que mais tem naquele diário? E por que a Melissa não fez nada? Ela sumiu? Ela morreu? O que aconteceu com ela para ela não intervir nesses acontecimentos?

O duende me chamou e ele não me perguntou o que eu queria, apenas desceu do seu assento e me pediu que o seguisse.

Entramos no mesmo lugar de 1925 e ainda tinha luz pelo caminho.

_ Ela voltou. - Disse o duende com a voz rouca e irritada.

A porta se abriu e o duende pediu que eu entrasse e entrei. Caspra me olhou e mostrou a cadeira disposta a sua frente.

_ Na última vez que nós nos vimos, você me deu um aviso. - Revirei os meus olhos e me sentei na cadeira.

_ Muita coisa aconteceu, Caspra. E mudar foi uma delas, você me conheceu quando eu tinha 17 anos, e já tenho 28. Ninguém fica do mesmo jeito para sempre.

_ Entendo, eu apenas fiquei preso ao passado, ao invés de você. - Sorri com isso. _ Não vai mais acontecer e espero que eu não tenha mais avisos.

_ Não terá. - Abro a minha bolsa e entrego para ele o papel que Godric fez. _ Não sei se tem alguma serventia...

_ Não se esqueça que o meu banco foi feito antes de Godric morrer e por causa disso, ele já tinha feito e assinado um documento passando a mansão em Hollow para você. - Ele pegou dentro de uma gaveta, uma chave e a colocou em cima da mesa.

_ Mansão?

_ Seu amigo, Salazar, era muito exibido. - Aposto que ele só fez isso por causa dos Peverell. _ Você irá morar nela? - Peguei a chave e balanço a cabeça negando.

_ Não, essa casa é só para valor sentimental e nunca irei pisar os meus pés nela.

_ Nunca diga nunca, senhorita Malfoy. - Sorri e guardei a chave. _ Você pode guardar esse papel também. - Guardo o papel novamente.

_ Eu fiz muitas mudanças? - Ele ficou pensativo.

_ Bom, sim e não. - O que ele quer dizer com isso?

_ Como assim? - Ele sorriu.

_ Você fez muitas coisas quando estava em 993 e por causa disso você está em livros de história. - Aí, merda.

_ Tem um desenho meu ou algo...

_ Não, e nem o seu nome, apenas tem o seu apelido.

_ Apelido? Tenho apelido?

_ Sim, a "Dama Sorridente". Acho que você sorria muito quando estava assassinando pessoas.

_ Não assassinei, apenas fiz experimentos.

_ E vendeu pessoas para ganhar dinheiro.

_ O que eu iria fazer com aquelas pessoas? Elas não me serviam mais e matar pessoas úteis era como se eu estivesse perdendo dinheiro. - Ele balançou a cabeça rindo.

_ Bom, ninguém sabe que foi você, a quinta fundadora, uma Malfoy. - Seu sorriso ficou mais amplo.

_ Eu ainda quero ir para o passado e bater no Dabrian e no Godric. Aqueles dois quase acabaram com tudo que planejei. - Fiquei emburrada.

_ Acho que você gostou disso, fez você se sentir mais poderosa e misteriosa.

_ Se você está dizendo. - Dou de ombros. _ Godric comprou Hollow?

_ Sim e deixou algumas casas em seu nome, os papéis estão no seu cofre. - Godric, obrigada.

_ Cofre? Eu tenho cofre?

_ Sim, pensei que eu tivesse lhe dito. Abri um em seu nome desde daquele dia que eu te dei o papel da emancipação e a chave está em minha posse para qualquer emergência.

_ Não me recordava. - Tudo bem, pelo menos tenho um cofre. _ E Salazar? Você sabe alguma coisa sobre ele?

_ Apenas fiquei sabendo que ele ficou mais rico do que já era e fez duas coisas.

_ Coisas? Que coisas?

_ Eu não sei, só sei que essas coisas têm dono. - Bom, um dia eu descubro essas duas coisas. _ Você quer o dinheiro? - Que dinheiro?

_ Está falando do dinheiro que o Black falou que me daria? - Ele concordou. _ Que eu me lembre, eu só iria ganhar esse dinheiro se nenhum dos parentes da família Black quisessem lutar ao meu lado na guerra.

_ Sim, mas o senhor Black veio aqui em 1926 e colocou em seu cofre 500 milhões e mais a chave de uma casa que está em seu nome.

_ Isso quer dizer que a família Black não está...

_ Não, isso é apenas um agradecimento. Os filhos do senhor Black querem seguir a senhorita e até mesmo os mais novos, se não fosse o bastante, o senhor Black veio e redigiu um contrato sobre o último acordo que vocês fizeram.

Então eu não ganhei quatro pessoas e sim, a família toda?

_ Sobre o acordo de 1925?

_ Sim, aquele que você apenas pediu um favor sem especificar qual seria. - Entendo. _ Ele estará guardado até que você peça o favor.

_ Bom, já que é assim. Deixe o dinheiro no meu cofre, não preciso de tanto dinheiro assim. Sobre a casa, eu vejo no futuro o que faço com ela e sobre esse pedido, deixe o documento no meu cofre.

_ Claro, farei o que acabou de pedir e ficarei aguardando as suas próximas ações, senhorita Malfoy.

_ Acho que o senhor já pode parar de me chamar de senhorita Malfoy. Não irá existir mais a segunda linhagem Malfoy nessa realidade.

_ Então como eu devo lhe chamar? - Sorri para ele e digo:

_ Granger. - Ele sorriu abertamente. _ Bom, obrigada pela chave e pelas notícias. Estou indo agora.

_ Espero que seus inimigos caiam aos seus pés.

_ E desejo que seu ouro transborde e nunca se esgote. - Levantei-me da cadeira e saio de sua sala.

Deveria ter tomado a poção em 1926, aí eu não teria que encontrar com os Black. Espera, será que Walburga, Alphard e Cygnus já nasceram?

Pollux, eu sei que lhe dei um incentivo para não se casar cedo ou ter filhos muito cedo, mas eu espero que você tenha pegado as minhas palavras e as jogado no lixo. Eu preciso ter a tia Narcisa! Meu Merlim! E se o Dragon não nascer por minha causa?

Merlim, se você estiver ouvindo, ouça com atenção. Me dê um tapa em 1925 para eu não falar nem um "A" com aquela criança. Escutou?

Olho para os lados e vejo que o Malfoy já tinha ido embora. Bom, pelo menos fui capaz de conhecer o meu bisavô. Ele não parece ser uma pessoa ruim ou a minha percepção de pessoas estragou e não estou sabendo.

Saio do banco e dessa vez ele não tremeu, ele estava quieto. Acho que ele sente o que sinto, estranho.

Queria saber o motivo disso, será que é por causa da minha bênção?

Bom, talvez seja ou talvez não. Não ligo muito.

Procuro a sorveteria enquanto tentava não morrer sufocada pela multidão e entro no estabelecimento cambaleando para frente.

_ Ah, você chegou. - Cassiopeia estava nos fundos da sorveteria e eles tinham pegado uma mesa bem espaçosa.

Vou até eles e me sento ao lado da Dorea. Ela estava olhando para o seu irmão que devorava um sorvete atrás do outro.

_ Você vai acabar passando mal. - Dorea tinha razão.

_ Mamãe não deixa a gente comer muitos doces, e tenho que aproveitar que o irmão Pollux está comprando. - Mesmo Marius tendo 17 anos, ele parecia uma criança com seus doces.

_ Deixe-o em paz, Dorea. Até parece que quando entra na loja de ursos de pelúcia não quer levar a loja inteira. - Cassiopeia protegeu o irmão.

_ Não tenho culpa que a Leesa me deu a loja inteira. - Eu dei? _ Obrigada, minha infância foi excelente com aqueles ursos imensos. - Ah, eu acho que comprei muito e ela pensou que comprei a loja.

_ De nada. - Ainda bem que você gostou, eu não sabia o que te dar.

_ E obrigado por me dar aquele kit de poções, isso me ajudou a praticar e ser um pouco melhor que o professor Slughorn. - Marius agradeceu e suas bochechas estavam vermelhas. _ E obrigado por aquilo.

_ Não me agradeça tanto, não fiz isso de graça. - Eles riram.

_ Aqui, não sabíamos qual você gosta, então pedimos um comum. Sem coisas estranhas como Marius costuma pedir. - Cassiopeia me entregou o sorvete que não tinha derretido ainda.

_ Obrigada, tem tanto tempo que não tomo sorvete. - Sorri colocando a colher na boca. _ Então, me contem, o que aconteceu nesses anos?

_ Pollux casou e tem três filhos. - Olhei para Pollux e ele piscou algumas vezes e olhou para a sua irmã. _ O que foi?

_ Nada, apenas me perdi na conversa. Continue.

_ Ok. - Cassiopeia deu de ombros. _ Ele tem uma filha que entrará em Hogwarts em 1937. Ela se chama Walburga e a mamãe a mima muito. - Espera! 1937? E não ano que vem? Meu Merlim.

_ Os outros dois são Alphard e Cygnus. - Dorea roubou as palavras de sua irmã.

_ Teve filhos com 14 anos? - Pollux me olhou e suas bochechas estavam avermelhadas.

_ Pensei que quanto antes melhor.

_ Você era uma criança, Pollux. E ainda é. Ser pai tão cedo deve ter sido muito difícil, e nem imagino a sua esposa. - Todos ficaram em silêncio. _ Falei algo de errado?

_ A mãe dos filhos do meu irmão... - Dorea olhou para o seu irmão mais velho. _ O traiu, se divorciou levando uma fortuna e fugiu com o amante. - Quê?

_ Isso, como isso é possível? - Pergunto para eles. _ Isso não aconteceu... - Olhei para o garoto que se portava com um homem. _ Me desculpe, Pollux. Acabei bagunçando a sua vida, posso voltar e... - Ele pegou a minha mão e a apertou.

_ Não se preocupe com isso, eu lidei bem sendo pai solteiro e você não bagunçou a vida de ninguém. Eu que deveria ter seguido as suas palavras...

_ Que grande mentira, se não fosse por aquela poção e daquela maldita mulher, você não teria se casado! - Dorea estava irritada.

_ Dorea! - Cassiopeia e Marius a repreendeu.

_ O que quer dizer com isso? Que mulher e que poção? O que vocês estão escondendo? - Perguntei e eles se olharam. _ Olha, não me respondam, não sou parte da família Black, então, não precisam responder. - Retirei as minhas mãos do aperto do homem.

_ Mas... - Dorea não continuou. _ Ela poderia ajudar, ela sempre ajudou, e o irmão sofreu tanto.

_ Ela não é obrigada a fazer isso, Dorea. - Marius a respondeu ríspido. _ Ela nem deveria ter me ajudado...

_ Não diga uma coisa dessas. - Pollux disse irritado. _ A Leesa foi uma bênção em nossas vidas, imagina você largado no meio de trouxas e sem suas memórias? Como você se sentiria?

_ Desculpe, irmão.

_ Apenas não diga uma idiotice como essa. - Briga de família... Só faltou a pipoca.

Continuo tomando o meu sorvete e ele estava excelente. E o calor que estava no meu corpo se foi e trouxe um frio gostoso.

_ Não briguem. - Digo. _ Eu não vim aqui para ver vocês brigando por algo que já aconteceu e quero saber sobre algo. - Todos pararam de falar e prestaram atenção em mim.

_ O que quer saber? - Pollux perguntou.

_ Como Marius encontrou o diário do Greengrass? - Todos olharam para o garoto.

_ Bom, eu tinha brigado com o meu primo e ele me empurrou na parede do meu quarto e ela se abriu.

_ Por que você está brigando com o seu primo? - Ele riu.

_ Falei que iria me casar com a irmã dele e ele ficou irritado. Ele disse que ela era apenas um bebê.

_ Mas ela não tem a idade da irmã Cassiopeia? - Dorea perguntou.

_ Sim, ele é um idiota, mas eu gosto dele. - Deu de ombros.

_ Era uma passagem? - Perguntei tentado retomar a conversa.

Eu não sabia em que lugares a minha magia fez passagens secretas, eu só sabia que ela fez várias.

_ Não. Era como um cômodo que interligava em algum lugar, mas ele foi fechado por outra parede e a única coisa que tinha naquele pequeno espaço era isso aqui. - Ele retirou do paletó o diário e me entregou.

_ Por que você carrega isso com você? - Pergunto.

_ Valor sentimental? - Fez uma pergunta retórica. _ Eu não sei, eu só gosto de levar isso para cima e para baixo. - Compreendi e olho para o diário.

O couro já estava antigo e perdia a cor; as páginas estavam amareladas pelo tempo e quase chegando no final da capa, tinha duas letras.

D.G

Dabrian Greengrass, o garotinho que dei a permissão para entrar na minha sala. Talvez a Melissa também o tenha deixado entrar no meu salão Comunal.

Ele se casou com uma pessoa que ele gostava? Foi feliz? E Julian? Ele foi o patriarca da família? Meu cérebro já estava dando indícios de querer se lembrar daquele tempo.

Ainda não, aguente mais um pouco. Você aguentou por quatro dias, não pode aguentar mais algumas horas?

Abro o diário e na primeira página tinha um desenho, não da minha sala, mas de mim. Bom, deve ser eu. Já que a única coisa que aparece é o meu busto e até metade do meu rosto.

Deixando de fora os olhos, sobrancelhas... Apenas deixando o meu sorriso.

No vão do pescoço tinha uma assinatura, era do Julian... Será que Godric contou para Dabrian e Dabrian contou para Julian que não podia me desenhar?

_ Estranho, não? - Marius perguntou. _ As únicas coisas que podiam ser desenhadas da quinta fundadora eram o seu corpo e seu sorriso. Não podia mostrar o rosto.

_ Talvez ela não quisesse existir para o mundo. - Digo dando de ombros e passo a página.

_ Se ela não quisesse existir para o mundo, por que ela fez uma quinta casa em Hogwarts? - Dorea perguntou.

_ Os amigos devem ter a obrigado. - Eles riram.

_ Você acha que os fundadores iriam obrigar a quinta fundadora? - Sim, foi exatamente isso que aconteceu.

_ Acho. - Fecho o diário. _ Posso ficar com o diário e ler ele? Eu posso te devolver antes de você voltar para Hogwarts.

_ Qual é a sua fascinação por Hogwarts? - Cassiopeia me perguntou. _ Desde que nós nos conhecemos você sempre ficou interessada. Você não deveria saber disso tudo?

_ Tem razão, mas não se esqueça que posso ter vindo do futuro, mas ele mudou. - Pisco o olho para ela. _ E no meu futuro não existia uma quinta fundadora, ou existia e ninguém descobriu.

_ É uma bela possibilidade. - Marius concordou comigo. _ Ela não sabia sobre o irmão Pollux, e ela não deve estar falando mentira.

_ Por que eu iria contar uma mentira para vocês? - Perguntei sem entender.

_ Não sei, você é tão misteriosa. - Marius deu de ombros.

_ Foi por esse diário que vocês descobriram o que significavam as palavras e...

_ Sim, e também descobrimos que foi a quinta fundadora que escreveu aquelas palavras nas lareiras. - Salazar, você também?

_ Descobrimos outras coisas com esse diário e até tentamos ir até o sétimo andar e chamar a tal de Melissa. Pensávamos que Melissa fosse o fantasma da quinta fundadora. - Cassiopeia confidenciou.

_ E não é?

_ Infelizmente, não.

_ Ela é o fantasma da sala precisa, está escrito na página doze. - Marius comentou enquanto tomava o seu sorvete. _ Mamãe e papai ficaram animados por lerem esse diário e acabaram falando coisas que não deviam.

_ Sobre o sobrenome? - Eles concordaram.

_ Como sabe? - Pollux me perguntou desconfiado.

_ Encontrei com Sephtis Malfoy na fila do banco e ele comentou sobre isso. - Todos fizeram um "A" com a boca. _ Achou que eu era uma vidente? - Ele tossiu e se levantou.

_ Eu vou pagar a contar. - Ele me olhou. _ Quer mais um sorvete?

_ Não, obrigada. Acho que preciso maneirar nos doces.

_ Se você está dizendo. - Ele foi até o caixa para pagar.

_ Ainda é solteira? - Dorea me perguntou limpando a boca.

_ Sim. - E fiz exatamente a mesma coisa.

_ Quantos anos?

_ Vinte e oito.

_ Gosta de crianças?

_ Não, mas não faço discriminação. Trato elas com respeito. - Como eu queria ser tratada quando era uma.

_ Bom, meu irmão está solteiro. - Olhei para Marius. _ Não esse idiota, estou falando daquele bonitão que está pagando a conta. Sabe, ele só tem 23 anos e você 28, cinco anos de diferença. Então, o que acha? Vocês podem sair para comer e...

_ Dorea, por Merlim. - Cassiopeia apertou a ponte do nariz. _ Não pode sair perguntando para qualquer mulher bonita se quer o nosso irmão.

_ Ah, certo. - Dorea sorriu ainda mais. _ Existe a minha irmã também e talvez você goste dos dois lados. Nada contra, apoio super. - Cassiopeia se engasgou com a saliva.

_ Dorea Black! - Cassiopeia quase a estrangulou, bom, se não fosse pela mesa a impedindo de fazer isso.

_ Respondendo a sua pergunta, Dorea. Eu não estou atrás de romance e seu irmão é bastante bonito e parece ser romântico, não acho que ele terá problemas em encontrar uma esposa ou um marido. - Dou de ombros.

_ E a minha irmã?

_ Dorea! - A menina deu língua para a sua irmã.

_ Bom, Cassiopeia é bastante inteligente e sabe o que é melhor para ela. Talvez ela não precise de um parceiro para ser feliz. - Cutuquei a sua bochecha. _ Entendeu?

_ Chata.

_ E você? - Ela me olhou e bufou.

_ Todos os garotos que conheço são tão insignificantes e inúteis.

_ Charlus parece gostar de você. - Marius zombou e a menina deu um dedo do meio para ele.

_ Como se eu fosse me casar com um Potter. Ele é da luz, algo abominável. - Mudei isso também?

_ Se você está dizendo. - O garoto deu de ombros e se levantou pegando todos os potes da mesa para jogar no lixo. _ Já volto.

Nós nos levantamos e pego o diário em cima da mesa, Marius ainda não me respondeu se eu poderia ficar com ele por alguns dias.

Eu e as meninas fomos para fora e ficamos esperando os dois voltarem. Marius voltou primeiro, já que Pollux estava na fila para pagar ainda.

_ Posso? - Balancei o diário.

_ Claro, ele não é minha propriedade mesmo. - Sorri e coloquei na minha bolsa e vejo de relance a varinha das varinhas.

Ela vai continuar aqui, até que eu faça algo com ela. Pollux voltou e bagunçou um pouco os seus cabelos, ele deveria cortar um pouco se os seus cabelos estavam incomodando, já que a maioria dos fios estavam caindo em seus olhos.

_ Você irá ficar por muitos dias dessa vez? - Pollux me perguntou.

_ Pretendo ficar nesse ano. - Cassiopeia ficou radiante.

_ Isso seria incrível, podemos fazer...

_ Mas não irei mais visitá-los. - O seu sorriso morreu. _ Irei comprar uma coruja para entregar o diário para Marius e só.

_ Não gosta da gente? - Marius perguntou. _ Fizemos algo que não a agradou?

_ Não, claro que não. Só que não posso ficar com vocês, não quero mudar mais nada. Mesmo já mudando.

_ Nós não importamos de mudar algumas coisas...

_ Cassiopeia, eu sei que vocês não se importam. Mas para as coisas que tenho que fazer, importa e importa muito.

_ Temos que entender o lado dela. - Pollux apertou os ombros de sua irmã. _ Espero que fique bem e chame se precisar.

_ Claro, espero que ainda morem no mesmo lugar.

_ Moramos, até mesmo o irmão Pollux junto com os diabinhos. - Dorea zombou. _ Papai ainda não aceitou a morte do vovô, então, a Mui Antiga e Nobre Casa dos Black irá ficar vazia por mais alguns anos.

_ Então... - Antes que eu falasse, várias capas pretas esvoaçantes apareceram e começaram a cair nos prédios do Beco Diagonal.

_ Merda, ele está aqui? - Marius gritou e a confusão se instaurou no Beco Diagonal. _ Temos que ir. - O que diabos estava acontecendo?

_ Vamos. - Pollux agarrou o meu pulso e começou a correr e tive que correr para não cair em meus próprios pés.

_ A passagem está fechada! - Pessoas começaram a gritar. _ Tentem aparatar.

_ Tem alas de anti aparatação. - Alguém gritou chorando. _ Vamos morrer!

_ O que está acontecendo? - Gritei enquanto todos empurravam uns aos outros.

_ Grindelwald, Grindelwald está aqui. - Dorea me respondeu gritando.

_ Ah! - Mas por que estamos correndo?

_ Ele está mais de 25 dias colocando esses panos sugadores de vida para chamar atenção de alguém. - Cassiopeia gritou correndo.

Olho para o lado e vejo algo naquele pano preto e eu paro. Pollux largou o meu pulso e me olhou sem entender.

_ Temos que ir! - Ele gritou, todos estavam gritando.

Não falei, apenas olhei para o coelho branco que estava naquele pano. Ele estava me procurando.

_ Ela está aqui! - Olhei para direção que a pessoa gritou e várias pessoas apareceram no Beco.

_ Procurem por ela, a visão do nosso senhor a mostrou aqui.

_ Fodeu! - Dorea nos olhou pálida. _ Se a Rosier está aqui, Grindelwald não está longe.

_ Saiba que amo muito vocês. - Marius beijou as nossas bochechas.

_ E eu queria pelo menos fazer sexo antes de morrer. - Dorea, por favor.

_ Queria ter conversado mais com a mamãe. - Cassiopeia estava com lágrimas nos olhos.

_ E eu tive uma paixonite por você! - Olhei para o Pollux e ele me olhou.

_ O quê? O que os homens veem em mim? Eu juro que não faço nada.

_ Falei que tive e não que tenho. - Ainda bem. _ Eu era um adolescente vendo uma mulher bonita e misteriosa, com certeza teria uma paixonite em uma pessoa assim.

_ Ok, eu compreendo, também acho você bonito. - Dei um soquinho em seu peito. _ Só isso, não leve para o coração. - Continuei gritando.

_ Ok, também te acho muito bonita e continua misteriosa. - Gritou.

_ Obrigada.

_ Agora, depois de todas essas revelações, podemos tentar escapar daqui? - Dorea gritou quase chorando.

Dai-me paciência, Merlim. Por favor.

Começo a andar em direção contrária e os Black começaram a gritar ainda mais comigo e em vez de seguir em frente, eles começaram a me seguir. Ei, eu não os convidei.

A gente já nos despediu e agora é cada um por si, então por que eles estão me seguindo como loucos?

_ Se você morrer, meus pais irão me deserdar! - Dorea gritou.

_ Como se isso fosse possível. - Gritei de volta e continuei passando entre a multidão.

Tropecei e quase caio no chão, mas Marius segurou o meu braço antes que isso acontecesse.

_ Obrigada.

_ Ah! - Escutei um som de surpresa. _ Mon bijou. - Olhamos para frente e vimos Vinda vindo até nós.

Ela não mudou nada, ela continuava exatamente igual a quase dez anos atrás. Não tinha nenhuma ruga ou marca de expressão, queria envelhecer igual ela.

Ah, espera, eu não envelheço mais.

_ Achei ela! - Gritou para os outros seguidores do meu pai. _ Mon bijou, sabe o quão preocupados estávamos? - Ela segurou o meu rosto e o amassou com suas mãos. _ Vinte e cinco dias, você me prometeu que iria chegar em agosto...

_ E estamos em agosto.

_ Sim, mas já se passaram mais de 25 dias. Estava tão preocupada e seu pai estava quase virando o mundo de cabeça para baixo.

_ Ele já fez isso. - Ela riu. _ Eu voltei, Vinda.

_ Bem-vinda de volta. - Me abraçou. _ Vamos? Temos que ir antes que os aurores consigam penetrar a barreira que fiz. - Ela era tão habilidosa.

_ Espera! - Cassiopeia chamou atenção para ela. _ Poderia nos informar o que está acontecendo?

_ Você os conhece? - Vinda me perguntou.

_ Sim, são a família Black.

_ A primeira?

_ Sim. - Dou de ombros.

_ Você quer trazer eles? Eles parecem preocupados com você. - Bom, depois de várias revelações, eu iria querer deitar na minha cama e tentar organizar isso tudo. Mas tudo bem.

_ Vocês querem vir? - Eles se olharam e olharam para Pollux.

_ Estou curioso demais para deixar essa oportunidade escapar. - Todos concordaram.

_ Você não tem filhos...

_ Estão com os meus pais. - Ele disse me olhando. _ Vamos?

Olhei para Vinda e ela pegou a minha mão e peguei a mão da Cassiopeia e cada um segurou a mão de um dos seus irmãos.

Vinda estalou os dedos e o pano preto começou a flutuar pelo ar e nós desaparecemos.

Estávamos na mansão Rosier, aquela que era da Vinda.

Soltei a mão da Cassiopeia e ela ficou olhando em volta e ela me olhou.

_ Onde estamos?

_ Mansão Rosier. - Vinda falou. _ Não da primeira família. - Ela segurou os meus ombros e me levou até a sala. _ Por favor, sentam-se. - Os irmãos se sentaram em um sofá espaçoso. _ Penny, traga chá e biscoitos.

_ Penny irá trazer imediatamente. - O elfo sumiu.

_ Vinda, me diga. - Segurei as suas mãos. _ O que aconteceu com a Marietta? - Ela sorriu.

_ Passou muito tempo.

_ Não se lembra? - Fiquei chateada.

_ Não, eu me lembro e foi marcante demais para não me lembrar. Marietta ficou com outra pessoa...

_ Quem? Daniel?

_ Não, o vilão. - Fico tentando me lembrando quem era.

_ Thomás? Aquele que nós descobrimos que tentou matar Marietta com veneno?

_ Sim, mas, descobrimos que ele nunca tentou fazer isso e sim, a Vanessa.

_ Filha da puta. - Ela riu concordando.

_ E mais, Pierre realmente namorava a Diana, mas eles acabaram ficando alguns dias na casa do pai...

_ E ela se apaixonou pelo pai do namorado?

_ Sim, mas ela não traiu, quem traiu foi o Pierre que ficou com a melhor amiga dela. - Que escroto.

_ Diana foi uma pessoa corajosa e vingativa. Ficou com o pai que na minha opinião era muito mais bonito e elegante que o Pierre.

_ Só pela voz já dá para imaginar que ele tem porte.

_ Sim, aquela voz rouca e aveludada. - Digo animada. _ Só de pensar naquela voz sussurrando no meu ouvido já... - Abano o rosto e a vejo ficando vermelha.

_ Pierre ficou com a Vanessa. - Tinha que ser.

Vejo Penny voltando e entregando chá para os irmãos Black e eles olharam para a xícara e deram de ombros.

_ A gente não morreu, duvido muito que eles iriam nos envenenar com chá. - Marius pontuou o óbvio.

_ Não se preocupem, não costumo usar veneno para matar. - Vinda sorriu.

_ E aí? O que aconteceu depois?

_ Bom, Pierre e Vanessa sofreram um acidente de carro e eles perderam os movimentos das pernas. - Deu de ombros.

_ Só? Eles fizeram tanto mal para a pobre da Marietta.

_ Bom, o Pierre ele compete em corridas de carro e ele precisava das pernas para isso e a Vanessa era a dançarina número um daquele lugar.

_ Bem lembrando, tinha me esquecido. - Eles mereceram o final que tiveram. _ E a Marietta?

_ Bom...

_ Princesinha. - Olho para a porta e vejo o meu pai, ele continuava a mesma coisa. E em seu ombro estava o Antônio ou chupacabra.

Os irmãos Black se levantaram e sacaram as varinhas. Papai viu aquilo e me olhou sem entender.

_ Papai, você está assustando os convidados. - Ri me levantando.

_ Papai? - Os Black me perguntaram em uníssono.

_ Sim, ele é o meu pai. - Tiro do seu ombro o chupa-cabra e ele ficou aninhado em meus braços. _ Coisa fofa.

_ Eu não mereço nem um abraço? - Papai me perguntou e olhava o bichinho como se fosse matá-lo. _ Antônio, acho que devo te matar...

Coloquei o Antônio na minha cabeça e ele se agarrou em meus cabelos e abracei o homem ciumento.

_ Senti saudades e como tem passado? - Ele sorriu e alisou o meu rosto.

_ Você não mudou nada, continua a mesma pirralha atrevida. - Ele me abraçou mais forte. _ Mas é a minha princesinha.

_ Eu não tenho como mudar muito, eu viajo pelo tempo e não tem como envelhecer.

_ E falando nisso, eu achei algumas coisas que podem te interessar saber. - Será que ele descobriu que não existo?

_ Certo.

_ E estou bem, a guerra está caminhando devagar, mas estamos ganhando. Ainda não posso lutar com Dumbledore e você sabe o motivo. - Eles não desfizeram o juramento?

_ Vai chegar uma hora que você terá que lutar com ele. - Ele fez uma careta. _ Não quer ganhar a guerra?

_ Não vamos conversar isso ainda, temos visitas. - Ele tinha razão.

_ Papai, esses são a família Black. Esses são Pollux, Cassiopeia, Marius e Dorea.

_ Prazer em conhecê-los. Como bem sabem, me chamo Gellert Grindelwald. Vocês podem se sentar, eu não mordo. - Ele riu e se sentou na poltrona e me sentei ao lado da Vinda.

Tirei Antônio da minha cabeça e o coloquei no meu colo. Ele era mais fofo que pude imaginar.

_ Então o "pai" que você disse que tinha que visitar era ele? - Cassiopeia me perguntou enquanto se sentava novamente no sofá com os seus irmãos.

_ Sim. - Sorri comendo um biscoito.

_ Está bom? - Vinda me perguntou.

_ Claro que está. - Sorri.

_ Que bom, tentei pedir algo diferente em vez de doces.

_ Está ótimo, Vinda.

_ Vocês parecem bem unidas. - Papai falou nos observando. _ Perdi alguma coisa?

_ Meu senhor...

_ A Vinda é uma mulher extraordinária e ganhou o meu respeito. Tome cuidado, papai. Ou poderei roubá-la de você. - Ele riu e olhou para Vinda.

_ Acha que eu deixaria você sequestrar a minha conselheira e confidente?

_ Não sei, talvez?

_ Ela é preciosa demais para mim, para eu deixar que uma pessoa a sequestre. - Vinda ficou observando os biscoitos sem dizer uma única palavra.

Papai, por Merlim. Pede ela em casamento, eu apoio essa união!

_ Não sou uma pessoa qualquer, sou sua filha.

_ Então eu posso sequestrar o seu little lord? - Franzi a testa.

_ Tente e nós iremos brigar. - Sorri para ele.

_ Faço de suas palavras as minhas. - Ele olhou para os Black e perguntou: _ Algum de vocês tem segundas intenções com a minha filha? - Os irmãos olharam para Pollux. _ Senhor Black, quais são suas intenções com a minha filha?

_ Nenhuma, senhor. Eu realmente tive uma paixonite por ela quando era um adolescente, mas agora, eu só a acho admirável e uma mulher muito bonita e misteriosa. - Papai sorriu.

_ Certo, eu não daria a mão da minha filha para um mero Black, mesmo você futuramente sendo o patriarca da família. - Por Merlim, papai.

_ Não ligue para ele, Pollux. Talvez seja a idade. - Vinda colocou a mão na boca para não rir alto.

_ Não me importei.

_ Mas eu, sim. Sou novo ainda.

_ Você tem 52 anos. - Falei o irritando. _ Velho. Será que tenho que te dar poções para levantar... - Ele me jogou uma almofada e a peguei antes que acertasse o Antônio. _ Está irritado por quê? Falei alguma verdade? - Deixo a almofada no meu lado e faço a xícara de chá flutuar até mim.

_ Continuando. - Ele olhou para Pollux. _ Eu só vou aceitar que a minha pirralha atrevida se case com um Lorde das Trevas. - Engasguei-me com o chá e a Vinda tentou me socorrer, até mesmo Antônio ficou preocupado comigo.

_ Mon bijou, você está bem? - Tentei parar de tossir. _ Meu senhor! - Ela ficou preocupada.

_ Leesa, você está bem? - Ele perguntou preocupado.

_ Estou. - Sequei as minhas lágrimas.

_ Desculpe, mas para se tornar marido de sua filha, a pessoa não deveria derrotar o senhor? - Pollux perguntou e fiquei chocada.

Pollux, por favor, não coloque ideias erradas na cabeça desse velho.

_ Quero ver tentar. Não existe uma pessoa nesse mundo que seja mais habilidoso que eu nas artes das trevas.

_ Isso quer dizer que a Leesa nunca irá se casar? - Dorea o perguntou. _ Ela nunca vai fazer sexo? - Aí, Dorea. A vida não se resume a isso.

E estou sem sexo há mais de 28 anos, e não morri por causa disso e existem dedos...

_ Dorea! - Cassiopeia a repreendeu.

_ Não, ela pode se casar, mas com um Lorde das Trevas.

_ Ele não existe, papai. O senhor é o único...

_ Mas tem certeza? Eu acho que existe outro e ele é o seu protegido. - Todos me olharam e eu queria voar em seu pescoço e estrangulá-lo.

_ Little lord não é o meu protegido...

_ Então eu posso adotar aquela criança e fazê-lo o meu subordinado. - Faço a minha magia colocar a xícara no pires e olhei para ele.

_ Tente colocar suas mãos nele e você a perderá. - Digo irritada.

_ Você fala que o odeia, mas o protege como uma leoa, é meio contraditória.

_ Realmente o odeio, mas...

_ Mas não quer que ele morra. - Sorriu. _ Não se preocupe, não irei ficar no seu caminho, faça o que bem entender. Mas quando aquela criança tiver 15 anos, irei vê-lo.

_ Por quê? - Ninguém estava entendendo, nem mesmo eu.

Como chegamos nesse assunto? Ele viu mais uma visão?

_ Não preciso conhecer o futuro marido da minha fi... - Pego a xícara com a minha magia e a joguei em sua direção, mas ela parou no ar. _ Bem explosiva, precisa controlar os nervos. - Ele colocou a xícara no lugar e o líquido voltou para dentro dela.

_ E você precisa parar de falar asneiras, não serei nada daquele homem, nada! - Segurei Antônio e me levantei com ele. _ Estou indo para o meu quarto.

_ Espere. - Falou antes que eu fosse para o meu destino.

_ O que foi?

_ Irei dar um baile em comemoração aos dez anos da minha guerra e você precisa estar presente.

_ Que dia?

_ Em três dias. - Concordei. _ E vocês, se quiserem, estarão convidados. Faço questão de ter a presença da família Black.

_ Meus pais... - Dorea levou um beliscão.

_ Toda a família Black está convidada, até mesmo os seus filhos, senhor Pollux.

_ Como...

_ Nada é escondido por muito tempo. - Sorriu. _ Espero vê-los. Mandarei os convites.

_ Como é o próprio senhor das trevas nos convidando. Não podemos recusar. - Pollux falou de uma forma polida. _ Estarei no local sem falta. - Se levantou. _ Mas receio que já deu a nossa hora.

_ Os levarei até a porta. - Vinda se levantou e os conduziu até a saída.

Eu me despedi deles e olhei para o homem que era o meu pai.

_ Por quê? - O perguntei e ele olhou para mim.

_ Você o odeia, mas o protege com unhas e dentes. Não acha isso estranho?

_ Parece que esqueceu o motivo disso. - Saio da sala e vou para o quarto e antes que eu fechasse a porta, ele entrou no cômodo.

_ Eu não esqueci, não esqueci que você tem um juramento. Mas só isso não significa muita coisa. - Ri me sentando na cama e coloquei o Antônio nela e ele foi até os travesseiros e se deitou neles.

_ Não significa muita coisa?

_ Olha para mim e Dumbledore. Nós temos o juramento, mas eu ainda quero matá-lo e acabar com tudo que ele construiu. - Tiro os meus sapatos e jogo a minha bolsa na cama.

Vou até ele e fico o olhando.

_ Você não tem o juramento de salvá-lo; de fazer que ele conquiste tudo que ele quer. Você não é uma maldita babá de uma criança que irá fazer o mundo explodir. - Você não tem um feitiço o prendendo e nem sei como esse feitiço está me prendendo a ele.

_ Mas você gosta. - Ele alisou o meu rosto. _ Você gosta dos objetivos dele, você gosta da causa, da ideologia e você gosta dele. - Segurei o seu pulso e o apertei. _ Estou mentindo? Acha que não percebi que os Black são apenas mais alguns peões que você conseguiu para aquele garoto? Tudo que você está fazendo é por...

_ Não, não é. - Digo com raiva e meus olhos estavam ardendo. _ Estou fazendo por vingança, quero matar Harry Potter, quero destruir toda a luz. Eles me tiraram a minha família, a minha inocência.

_ Você realmente acredita em suas palavras. - Ele segurou o meu rosto e o amassou com suas mãos. _ Realmente, a vingança te motivou a ir para o passado, mas, pense com cuidado. Tudo que você faz, você não pensa nas consequências que iriam acarretar para ele?

_ Claro que...

_ Princesinha, você pode não gostar dele, pode o odiar. Mas tudo que você faz é por ele. Não feche os seus olhos para o óbvio.

Meus olhos ardiam cada segundo que passava, meu nariz estava formigando e concordei com ele. Ele estava certo.

_ Você tem razão, estou fazendo tudo por ele. Sou idiota?

_ Não, você apenas acha certo o que ele quer e eu não sei, o que ele quer. Não posso opinar, princesinha. - Beliscou a minha bochecha. _ Está irritada ainda?

_ Estou, você começou a falar coisas sem sentindo. Até mesmo falou que eu só poderia me casar com um Lorde das Trevas. - O olhei irritada.

_ Não quero que você se case, não quero perder a minha princesinha. - Beijou a minha testa. _ Eu sei que você não irá se casar com o seu little lord, eu só quis te irritar.

_ E conseguiu. - O abracei. _ Senti saudades. - Ele me fez cafuné. _ Pai, estou com saudades dos meus amigos, mas não consigo sentir que nunca mais irei vê-los. Não consigo chorar, não consigo lamentar... - Apertei suas roupas.

_ E isso é um problema?

_ Eu não deveria chorar e lamentar...

_ Leesa, nem tudo podemos parar e chorar. Às vezes temos que seguir em frente.

_ Mas eu fiquei triste e chorei quando perdi a minha família, fiquei triste quando me despedi da titia, então, por que não consigo sentir nada? Eu só me sinto letárgica.

_ Filha. - Ele me fez olhar para ele. _ Não se culpe por não sentir nada, e você já está sentindo, sentir nada é um sentimento. - Eu sei, e é um dos piores. _ Você só aprendeu um novo sentimento, não quer dizer que você não sinta saudades deles, não quer dizer que você não os apreciava.

_ Ok. Obrigada por me abrir os olhos, precisava disso. - Ele riu. _ E gostei de você não ter matado o Antônio.

_ Ele foi um bom bichinho e ele me ajudou a escapar. - Sorri. _ Você deveria ter me esperado.

_ Tinha coisas para fazer e ainda tenho, na verdade, nem deveria estar aqui.

_ Mas está. - Deitei a minha cabeça em seu peito. _ Vi algo e isso me deixou um pouco irritado.

_ O dia que você não estiver irritado vai chover no deserto do Saara e não, não será chuva de areia. - Ele beliscou a minha bochecha.

_ Vi no meu crânio você matando a sua mãe. - Suspirei e não tive coragem de olhá-lo. _ Você vai desaparecer...

_ Não, não vou. - Minha voz saiu abafada. _ Papai, eu não existo. Não nessa realidade, então, por favor, não me impeça de matar aquela mulher. Diga-me que não se apaixonou por ela e que...

_ Eu falei que iria te ajudar, não volto com as minhas palavras e se você me prometer que você não vai sumir no momento que matá-la...

_ Eu prometo. - Meus dedos estavam normais, aquilo eu poderia prometer. _ Ela está aqui? - Sinto ele rir.

_ Vinda não quer ela na sua casa, ela está em Nurmengard com os outros.

_ Você conseguiu aquilo? - O olhei.

_ O autógrafo? - Concordei sorrindo. _ Sim, está na gaveta... - Me desgrudo dele e vou até à gaveta que ele apontou. _ Isso é muito mais importante do que abraçar o seu pai?

_ Vale dinheiro, sabe? Newt Scamander é o melhor. - Ele bufou.

_ Só por causa daqueles animais fantásticos. - Dou de ombros e pego o autógrafo.

_ Você é demais, papai. - Vou até ele e beijo sua bochecha. _ Olha que lindo, acho que colocarei em um quadro.

_ Faça o que você quiser. - Cutucou a minha bochecha.

Alguém bateu na porta e disse:

_ Meu senhor? Posso entrar? - Era Vinda e papai se distanciou de mim e foi até a penteadeira que não tinha antes.

Ele arrumou os seus cabelos e suas roupas. Fiquei o observando e ele deu permissão para a Vinda entrar.

_ O que houve? - Papai perguntou para a Vinda.

_ Eu só quero entregar algo a mon bijou. - Papai me olhou e sorri para ele.

Coloquei o autógrafo na minha cama e fui até a mulher e ela estava segurando uma caixa.

_ Espero que goste, mon bijou.

_ Qualquer coisa que você me der será apreciado por mim. - Sorri e destampei a caixa e tinha algo super fofo. _ Vinda, você se lembrou.

_ Não esqueci nada que você me disse nos poucos dias em que estivemos juntas. - Suas bochechas estavam coradas.

Tiro da caixa um gatinho preto e ele era fofo. Ainda mais por ter olhos vermelhos e asas em suas costas.

_ Ele é um gato demônio? - Perguntei coçando atrás de suas orelhas.

_ Sim, acho que tem tudo a ver com você. Não estou dizendo que você é um demônio ou...

_ Eu sei, obrigada. Gostei bastante. - Olhei para o papai e ele não estava me olhando. _ O que acha do meu novo bichinho?

_ Bonito. - Disse observando o gato preto. _ Será o seu bichinho para Hogwarts?

_ Sim, terei um gatinho ao invés de uma coruja ou um sapo. Acha ruim? - Ele discordou e veio até mim.

_ Mas você poderá comprar uma coruja também e colocar no corujal, não é?

_ Sim. - Sorri e pensei em algo, mas... Não, acho que não.

O gatinho miou e me olhou, seus olhos vermelhos me lembravam de duas coisas, uma era do broche que ganhei e a outra coisa era dos olhos daquele homem...

Olhei para o gatinho e ele era muito fofo e era meu, apenas meu. Vontade de apertar.

_ Acho que Antônio está com ciúmes. - Papai olhou para a minha cama e olhei para o bichinho que estava ali.

_ Não fique assim, Antônio, também gosto de você. - Vou até ele e coloco o gato próximo a ele. _ Vocês serão grandes amigos, não é?

Os dois se olharam e o gatinho empurrou Antônio para o lado e o Antônio atacou o gatinho. Viu, já são irmãos.

_ Não se machuquem, sim? - Eles pararam de brigar e me olharam por alguns segundos e continuaram.

_ Eu sou tão novo e já tenho netos? - Olhei para ele e ri.

_ Novo, pai? Você tem 52 anos. - Ele revirou os olhos. _ Mas, como você é um bruxo, idade não quer dizer que é velho. - Fui até ele e dei um soquinho em seu ombro. _ Você é novo.

_ Obrigado.

_ Tão novo que poderia se casar, não é? - Ele semicerrou os olhos. _ Eu disse algo errado?

_ Não, você tem razão. Preciso de uma Lady ao meu lado.

_ Isso. - E ela está bem na nossa frente. Vamos, não seja burro. _ Já tem alguém em mente?

_ Talvez. - Deu de ombros.

_ Então, tá. - Olhei para Vinda e ela estava prestando atenção nos dois bichinhos na minha cama. _ Vinda, você me ajudaria a escolher um vestido para o baile?

_ Claro, será um prazer.

_ Obrigada. Nunca fui em um, então não sei o que escolher. - Ela veio até mim e apertou as minhas mãos.

_ Você será a pessoa mais bonita no baile. - Sorri e concordei. _ Tenho que voltar, te vejo no chá da tarde?

_ Claro. - Olhei para o papai. _ Você pode ir também, acho que você deve estar ocupado.

_ Está me expulsando?

_ Estou. - Ele revirou os olhos e saiu do quarto.

_ Bom, estou indo. - Vinda disse saindo do meu quarto.

A porta se fechou e olhei para o gato que tentava sufocar o Antônio, preciso de um nome para ele.

_ Vocês viram? Eles se gostam, mas tem medo de alguma coisa. - Eles pararam de fazer o que estavam fazendo e prestaram atenção em mim. _ O que devo fazer? Ajudar ou ficar apenas olhando? - Eles se olharam e não disseram nada. _ Bom, não tem como vocês me ajudarem, não é? Vocês não falam.

Vou até à cama e me sento nela. Eles vieram até mim e deitaram suas cabeças no meu colo.

_ O que acha de Onix? - Perguntei para o gatinho e ele deu a língua, bem sensato. _ Ok, pantera? - Ele me olhou e pude jurar que ele revirou os olhos. _ Black? - Antônio bateu na cabeça do gato. _ Tom? - O gato miou e revirei os olhos. _ Sério? Você escolheu um nome simples e idiota, para ser o seu nome? - Ele me olhou com aqueles olhos vermelhos e grandes. _ Tem certeza de que quer ser chamado de Tom?

Vamos, escolha outro nome. Esse é horrível e faz lembrar daquela pessoa.

O gato não ajudou e miou como se quisesse ser chamado por aquele nome horrível.

_ Tudo bem, você se chama Tom. - Peguei o autógrafo e coloquei na bolsa e retirei o diário dela. _ Vamos ler isso aqui.

Faço que os dois fossem para o lado e fiquei mais confortável na cama e eles vieram novamente para o meu colo.

Abri o diário e passo a página do desenho e a primeira página escrita apareceu.

Era setembro de 994, alguns meses depois que fui embora.

───※ ·❆· ※───

Lembro de suas palavras naquele dia, ela me disse que iria ser selecionado para Sonserina ou Corvinal.

Foi naquele dia que ela ajudou o meu irmão e me disse algo sobre aquele lugar que ela ajudou a construir.

Mas se eu lembrava daquelas palavras, por que fiquei nervoso para ser selecionado? Acho que era por ser o primeiro da minha família a entrar nessa escola.

Mas quando a professora chamou o meu nome e me sentei no banquinho para ser selecionado, o nervosismo se transformou em uma agitação.

E quando o chapéu gritou: Corvinal.

Nossa, como me senti mais leve e empolgado. Lembro perfeitamente que a professora Rowena sorriu e Salazar revirou os olhos.

Minha casa me recebeu muito bem e então inventei de escrever em um diário e aqui estou.

Irei escrever as coisas mais relevantes que acontecer nos meus anos em Hogwarts. Principalmente sobre ela, a quinta fundadora.

E se você está lendo, saiba que meu irmão está bem.

───※ ·❆· ※───

Tinha tantas coisas para você escrever em seu diário e você inventou de escrever sobre mim e os meus segredos? Dabrian, às vezes eu penso em voltar no passado e não te contar sobre a sala.

Pelo menos eu sei que Julian ficou bem, será que ele virou o patriarca?

Vamos continuar.

───※ ·❆· ※───

Consegui ir para o sétimo andar e conheci o que ela tinha me dito. Chamei a Melissa e um fantasma apareceu e nossa. Foi incrível.

Aquele lugar é magnífico, mas encontrei uma porta dentro daquele lugar e mesmo fazendo de tudo para abri-la, nada deu certo.

Melissa me explicou que aquela porta era o salão Comunal da quinta fundadora e por causa que ela se foi, o salão está trancado até mesmo para ela.

Estranho, não? Um salão Comunal está trancado por causa que a quinta fundadora não está presente, queria que ela voltasse.

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Não sabia que meu salão iria ficar trancado quando eu fosse embora, isso era interessante. Passo a página e já estava em outro ano, 995.

───※ ·❆· ※───

Perguntei sobre as palavras que estavam na lareira para a professora Rowena, mas ela disse que o único que poderia saber era o professor Salazar. Já que a quinta fundadora e ele, eram inseparáveis.

Então, em um dia qualquer fui atrás dele e ele estava em sua sala corrigindo algumas provas. Ele andava meio cabisbaixo, talvez ele estivesse nervoso para o seu casamento.

Ele me explicou as palavras [...]

───※ ·❆· ※───

Salazar, ele realmente esperou alguns meses por mim. Será que ele foi um pouco feliz? Queria saber.

Continuo lendo e lendo. As páginas eram quase um borrão e as letras me faziam sentir mais saudades daquele tempo. Mas era só isso, saudades.

Não sentia angústia ou algo do tipo, era apenas saudades. Papai estava certo, eu não iria continuar chorando por pessoas que deixei para trás.

Acho que evoluí, um pouco, mas evoluí e espero que seja para melhor.

Acabo chegando na página que dizia sobre o meu sobrenome.

───※ ·❆· ※───

Diretor Godric me disse o sobrenome da quinta fundadora, não reconheço o sobrenome. Mas ele me disse que ela tinha dois, mas que só se lembrava de um.

Ele disse que só se lembrava de um por causa que se parecia com o sobrenome da esposa do professor Salazar. Le Fay se parece com Malfoy, segundo o diretor Godric [...]

───※ ·❆· ※───

Sério, Godric? O meu sobrenome se parece com a da Morgana? Tudo bem, até qu F, são parecidos com o meu sobrenome mesmo. Não julgo.

Cheguei na última página e fiquei pensando se o diário era pequeno ou se li muito rápido.

───※ ·❆· ※───

Julian se casou e ele tentou me passar o posto de ser o patriarca da família. Não quero ficar preso, quero viajar ao mundo e conhecer tudo que eu puder enquanto eu estiver vivo.

Ainda sou novo, só tenho 17 anos e o mundo parece um livro em branco que posso colocar a minha assinatura nele.

Conheci Merlim, o filho do Salazar e ele parece ser uma pessoa intrigante, mesmo sendo apenas um garoto de cinco anos. Espero que ele faça grandes coisas para o nosso mundo.

A filha da Rowena quer ser como a mãe, inteligente e poderosa. Mas por que sinto que isso não irá ser bom? Espero estar errado.

Godric se casou e já está esperando o primeiro filho. Eles parecem felizes.

Caron se mudou de casa e papai ficou doente por causa disso. Mas mamãe está dando conta de tudo.

Helga não parece estar interessada em ninguém, ou ela está e está escondendo de todo mundo. Nunca fui muito próximo dela.

Rowena está muito feliz pelo seu segundo casamento, já que seu primeiro marido foi morto por alguém.

E bom, esse é provavelmente a última coisa que irei escrever. Mas, ei! Descobri o seu segredo, espero que você encontre isso e leia.

Mas se não, espero que a Melissa te conte tudo que fiz e não fiz. Mesmo você não passando muito tempo conosco, nós gostamos de você.

Afinal de contas, foi você quem mudou tudo, mudou a nossa família e... Mudou o mundo sem nem mesmo perceber.

Espero que esteja bem. Feliz Yule e até nunca mais.

───※ ·❆· ※───

Até nunca mais, Dabrian.

Fechei o diário e fico alisando o couro e fechei os meus olhos. Todos ficaram bem e pensar que Merlim é filho do Salazar.

Isso é estranho e hilário.

Respiro fundo e me deito na cama e sinto os dois subindo no meu corpo, um ficou na minha barriga e o outro nos meus seios, o bom que eles não eram tão pesados assim.

E mais uma vez encerrei um ciclo e agora, outro ciclo começa e outra jornada me espera.

_ Penny? - Chamei o elfo e ele apareceu.

_ O que o Penny pode ajudar? - Sorriu e entreguei o diário a ele.

_ Papai tem uma coruja ou a Vinda?

_ Sim.

_ Então mande esse diário para Marius Black.

_ Farei como desejar. - Pegou o diário com delicadeza e sumiu.

Fiquei olhando para o teto e as sombras que tinha nele me fizeram ficar pensativa.

Quero te ver...