25 de outubro de 2017:
Olhei para os livros que o papai tinha acabado de trazer da mansão Avery, aqueles livros diziam sobre o sangue amaldiçoado da Leesa e sobre o vira-tempo em suas costas.
Mas não dizia sobre o juramento, da cobra em suas costas ou como acabar com aquele juramento sem prejudicar aquela coisinha diabólica.
Algumas coisas eram tão absurdas que tive que fechar o livro e respirar para pôr os pensamentos em ordem.
_ Então a Leesa não é filha do Asmus, acho que o Macmillan acertou em dizer que ela não era neta dele.
_ Leesa o odeia, então era melhor não ter nenhum parentesco com ele. - Peguei o copo e o pequeno tintilar do gelo me fez suspirar.
_ Você já está ficando velho, não para de suspirar. - Falou a pessoa com 65 anos.
_ Sabe, mais um pouco você vai ter a idade daquele homem, espero que não vire aquele ser horrendo com a face ofídica.
_ Sua tia gostava. - Nojo. _ O que você vai fazer? Já tem ideia de como vai tirar ela de lá?
Peguei na gaveta o mapa do ministério e apontei para os lugares que dava para entrar sem ser notado.
_ Desde que a Granger virou a ministra, a segurança no ministério tripli...
_ Weasley, agora ela é um deles. - Revirei os olhos. _ Mas você está certo, na minha época era muito mais fácil entrar naquele lugar.
Sempre foi mais fácil para ele, ainda mais que aquele homem tinha vários seguidores no meio daquelas pessoas.
Todos podiam invadir o ministério, era o lugar mais fácil de fazer isso, até que os Grifinórios mudaram tudo, até as alas.
_ O que acha de entrar pelos bueiros? - Fez careta. _ O que você quer que eu faça? Invada pela porta da frente e diga: oi, só estou aqui para salvar a mulher que amo.
_ Draco, você percebeu justo hoje? - Ele continuava o mesmo. _ Acho...
Antes que pudesse dar sua opinião, a porta do escritório foi aberta com tamanha brutalidade que pensei que acabaria no chão, ou pior, a quebrando.
Pensei que estivéssemos sendo invadidos e isso seria uma piada de muito mal gosto daqueles três, entretanto, era apenas o meu filho instável que vinha em minha direção.
As perguntas que minha língua queria soltar devido a horrível segurança de Hogwarts ou como Minerva ainda não me contatou, morreram em minha boca.
Levantei-me, vendo seus olhos avermelhados devido ao choro que estava contendo.
Scorpius chorava quando não estava bem, mas sempre chorava nos braços de sua tia, ou de sua mãe.
Ele sempre suportou as lágrimas em minha presença, porque pensava que não poderia colocar suas mágoas em cima das minhas responsabilidades.
Era exatamente isso que pensava quando estava triste ao seu lado, não poderia colocar tudo em cima desses ombros minúsculos que poderiam me ultrapassar em poucos anos.
Aproximei-me dele, tentando saber se poderia apenas abraçá-lo para tentar acalentar o coração da minha pequena constelação.
Queria aliviar o que ele estava sentindo, mesmo não sendo tão bom quanto Astoria ou a Leesa, ele era o meu bem mais precioso nessa vida e não queria vê-lo assim.
Porém, não deixou, ele me empurrou, mas segurei sua mão que estava no meu peito e a sinto tremer, sua pele estava tão fria quanto gelo...
Coloquei a mão em sua testa e a sinto quente, estava com febre.
Entretanto, sua aparência não estava doentia, seus olhos estavam afiados e tristes, como se o culpado dele estar assim, fosse eu e não outra pessoa.
Mordeu os lábios e empurrou algo no meu peito, como se tudo que quisesse saber estivesse naquele jornal amassado.
Meu corpo gelou e meu coração afundou na garganta, um jornal estava ali e apenas uma notícia iria impactar tanto o Scorpius.
_ Você leu? - Fungou o nariz e tentou não começar a chorar novamente. _ Você leu o que os jornais estão dizendo? - Gritou e neguei.
Neguei temendo sua resposta, minhas mãos estavam tremendo e meus pensamentos só vinha uma pessoa.
O anel em seu dedo estava manchado de sangue, e olhei para ele novamente. Tentando ver se estava machucado em algum lugar.
_ Você está machucado? - Minha voz saiu entrecortada.
Papai veio até nós e retirou a folha de jornal da mão do Scorpius.
_ Bati em alguém que falou que ela merecia. - Gaguejou. _ Mamãe não merecia... - Começou a chorar e me abraçou. _ Ela não merecia, ela...
O abracei, tentando tirar todas as suas mágoas e transferi-las para mim, ver a minha coisinha pequena chorando e queimando de febre, me fazia pensar no que tinha no jornal.
Olhei para o papai que tremia e amassava a única folha com seus dedos.
Ele me olhou e abriu diversas vezes a boca para contar, mas nada saia. A folha caiu no chão e li a manchete que estava ali.
"Morte da prisioneira..."
Alisei suas costas e tentei confortá-lo, enquanto tentava sair do choque que meu cérebro estava me afligindo.
Morte...
_ Está tudo bem, vou ver se isso é verdade, você sabe que o Potter gosta de mentir. - Minha voz tremia e suas mãos me agarravam.
_ Ela morreu. - Tentou se debater. _ Você prometeu! Prometeu tirá-la do ministério, então, por quê? Por que ela está morta? - Olhou-me e o papai o fez dormir
Olhei para ele que pegava o garoto nos meus braços, como se pudesse fazer todo o esforço do mundo para colocar aquela criança em sua cama.
Minha mente estava em branco, parecia que tudo ao meu redor se tornou algo estranho e caótico.
Meu filho estava desacordado, meu pai me olhava atento e...
Apertei minhas mãos e saio do escritório com ele logo atrás, carregando o Scorpius. Mas não parei, não olhei para a mamãe que trazia o jornal e olhava Scorpius desacordado.
Apenas entrei na sala de visitas e peguei um pouco de pó de flu. Meu coração estava violento no meu peito, mas ainda não falei meu destino.
Todos diziam que meu sobrenome era uma desonra para o mundo bruxo, que minha vida foi perfeita e que meu filho é filho do Lorde.
Que não tenho coração e que nunca seria amado por alguém, que tudo que conquistei seria tirado de mim como cascata.
Eles estavam certos desde o início? Nunca serei feliz e as pessoas que amo sempre irão morrer?
Entrei na lareira e falei meu destino, vendo minha mãe não sabendo o que fazer. Mas eu sabia.
As chamas verdes me levaram ao meu destino e alguns bruxos me olharam espantados, andei até onde sabia que aquele homem estava.
Ele me tirou a minha vida perfeita e tirou a pessoa que amo, então, vou tirar algo dele. Espero que seus filhos fiquem bem sem o pai, porque meu filho não está bem sem a mãe.
Não estou bem sem a mon petit.
Abro a porta e vejo aquele homem com miopia se deliciando com um copo de hidromel.
Ele me olhou e brindou no ar, mas esse sorriso iria sair do seu rosto em poucos minutos.
_ Sabia que você iria vir, você sempre foi tão fiel aquela vadia.
Alisei a língua no meu lábio inferior e perguntei com toda a paciência que ainda restava no meu peito.
_ Ela está realmente morta? - Apertei a maçaneta quando apontou para uma prateleira contendo uma cabeça.
Senti minha mandíbula travar e meus pés caminharam até aquele desgraçado de óculos, não preciso de varinha para matar esse filho de uma puta.
_ Aquela vadia aguentou muito tempo, ela não chorou ou gritou, e mesmo assim... - Abriu a gaveta e tirou a bolsa de lá.
Suas mãos queimaram e o chiados de pele rasgando não era um som tão horrível quanto pensei.
_ Essa bolsa continua com um feitiço que ninguém consegue tocar.
Apertei a madeira da mesa e olhei para todos os papéis que tinham ali, e fiz duas perguntas.
_ Como ela morreu e onde está o restante do corpo dela? - Tentei aparentar estar calmo, mas minha magia já estava coçando para ser liberada.
_ O restante? Deve estar sendo entretenimento para os aurores, sabe, muitos deles gostavam dela. - Sorriu e arrumou os óculos. _ Já a forma que ela morreu...
Não aguentei, apenas soquei o seu rosto e o alívio que estava esperando não veio. Ele ficou surpreso e secou o sangue que saiu de sua boca.
_ Aquela vadia tinha... - Soquei novamente e a válvula que estava tão presa se rompeu.
Puxei seu colarinho e continuei socando o seu rosto, como se isso fosse trazê-la volta.
Ele colocou sua varinha no meu rosto e ri o empurrando para o chão, acha que isso iria me impedir de continuar socando esse rosto nojento?
_ Que feitiço que você vai conjurar para acabar com a minha vida? Sectumsempra? Vai tentar me matar como daquela vez, Potter? - Agarrei sua varinha e a quebrei. _ Sem isso aqui você não passa de um desgraçado e filho de uma puta.
Empurrou-me para trás, caindo em cima de mim e tentou socar o meu rosto, mas não era tão difícil parar sua mão quando sua visão estava comprometida pelo sangue.
Chutei sua barriga, o vendo cair para o lado, gemendo de dor. Mas aquilo era pouco para tudo que ele fez com a Leesa, até mesmo depois de sua morte.
Levantei-me do chão e chutei seu rosto, devo comprar outro sapato quando isso acabar.
_ Chama os seus aurores agora, chama eles para te proteger ou você vai gritar chamando a mamãe? - Pisei no seu rosto. _ Você deveria ter ficado assim desde sempre, a luz não deveria ter vencido e eu, não deveria ter ajudado.
_ Você... - Chutei seu rosto mais uma vez.
_ Deveria ter te matado naquele trem, ou deveria ter aberto a boca quando capturaram você. - Talvez ela ainda estivesse aqui.
Escutei passos no corredor e ele realmente deve ter chamado os aurores, ou era sangue-ruim para defender esse míope.
Mas não era ninguém além do meu pai e de alguns oficiais do ministério.
_ Potter será preso por corrupção, achamos assinaturas com o nome do Potter em alguns cheques. - O oficial falou sorrindo.
Acho que não era só eu que odiava o Potter.
Tiro meu pé de cima desse homem e tento me recompor, mas era difícil quando aquilo estava me observando, os olhos verdes que eram tão brilhantes estavam opacos.
Os lábios que tanto desejei, já estavam sem vida e tudo que posso fazer nesse momento era tirar meu paletó e proteger a única coisa que restava.
Leesa não precisava ter sido partida assim, não precisava estar assim, dessa forma.
Como se estivesse sendo uma decoração, ou um troféu para os dez anos que infligiram dor a ela.
Abracei a cabeça, tentando conter meus sentimentos, tentando não chorar como antes. Peguei a bolsa em cima da mesa e saio daquele escritório, olhando para o papai que me esperava ao lado de fora.
_ Tem como você recuperar o corpo dela? - Continuei abraçando aquele membro. _ Não conseguirei ter controle se ver aquilo.
Veio até mim e pegou a cabeça dos meus braços, não queria entregar, mas seu olhar dizia que não poderia fazer nada.
_ Potter e os outros serão presos e você precisa ir para casa...
_ Como conseguiu isso tão rápido? - Ter os oficiais do ministério em tão pouco tempo, isso...
_ Os subornei para me ajudar a tirar a Leesa, mas tínhamos que ter provas que o Potter estava cometendo abuso de autoridade.
_ Por que não me contou? - Cerrei os punhos. _ Isso quer dizer que podíamos ter tirado ela daqui há anos? - Discordou.
_ Leesa realmente matou pessoas, Draco. E isso não sumiria de sua ficha criminal tão cedo e por isso que continuei conversando com essas pessoas para mudar o jogo, mas não previ que você seria afastado dela e que isso aconteceria.
Alisei meus cabelos para trás e continuei pensando em algum motivo coerente para não voltar naquela sala e acabar com o serviço que comecei.
_ Iria invadir esse lugar, você até mesmo falou para fazer isso. - Ri. _ Estávamos conversando sobre isso, então, por quê?
_ Porque não achei que eles conseguiriam juntar tudo há tempo, a Leesa não poderia mais ficar aqui, na verdade, nunca deveria ter ficado. Fui negligente e peço desculpas...
_ Você não deveria pedir desculpas a mim.
Apenas fui embora com uma sensação desconfortável no peito, não era uma sensação efêmera e o nó da garganta só aumentava. Meu corpo estava apenas suportando.
Ele iria desabar e não sei como iria aguentar cuidar de tantas pessoas.
Entro na lareira e volto para casa, deveria ver meu filho antes que pensasse em como meus sentimentos estavam turbulentos e revoltos.
Scorpius era a minha razão de continuar em pé, de não ter feito nenhuma besteira, além do que já fiz. Mas ele me dava forças, mesmo não sabendo.
Vejo a sala e a minha garganta apenas se apertava a cada segundo, queria apenas me esconder e chorar, mas não posso, como sempre.
Saio da sala, enquanto subia os degraus da escadaria, alguns elfos estavam saindo do quarto do Scorpius e me cumprimentavam quando me viam.
Alguns foram fazer suas obrigações e outros estavam indo atrás de algo que precisavam ter no quarto. Mas a porta estava fechada e minhas mãos estavam pesadas.
Como se não conseguisse fazer nada no momento, nem mesmo girar a maçaneta e entrar no quarto. Apoiei minha cabeça na porta, sentindo a frieza da madeira, fazendo que meus pensamentos parassem por um segundo.
A bolsa da Leesa tocou em meus dedos, me lembrando que deveria guardá-la, mas não tinha tempo no momento. Porém, era interessante saber que a Leesa sempre confiou em mim, já que a bolsa não me queimava.
Respirei fundo e me distanciei um pouco da porta, dando pequenos toquinhos com o restante da minha força.
Mamãe abriu em poucos segundos, mas seus olhos ainda estavam vermelhos e chorosos.
Ela deu espaço e fui me sentar ao lado da minha constelação, ele não estava mais dormindo e me olhava com algum tipo de esperança, infelizmente não tinha nenhuma.
_ Vou deixar vocês conversarem. - Saiu, fechando a porta.
Segurei sua mão e alisei seus dedos que estavam crescendo em tão pouco tempo, ainda me lembro de suas mãos pequenas e gordinhas.
Ele cresceu e nem mesmo percebi, talvez ele seja melhor que eu em outros assuntos...
_ Ela, ela ainda está viva? - Apertei seus dedos.
_ Não. - Minha voz saiu tão estranha. _ Desculpa. - Fiquei o olhando e seus lábios estavam sendo mordidos.
Alisei sua testa e não estava tão quente quanto antes, mas ainda estava com um pouco de febre.
_ Seu pai ainda é muito falho e não conseguiu salvar nenhuma das duas. - Mordi o interior da minha bochecha. _ Mas agora não podemos fazer nada.
_ Por quê? - Apertou minha mão. _ Por que não podemos fazer nada?
_ Não sei fazer necromancia. - Quem sabia com perfeição era aquele homem.
Ele se sentou na cama e ficou pensando em como deveria me dizer algo.
_ O que essa cabecinha mirabolante está pensando? - Baguncei ainda mais seus cabelos. _ O que você quer que eu faça? - Retirou minha mão de sua cabeça e a segurou.
_ Por que você não vai para o passado? - Meu coração errou uma batida. _ Você pode trazer ela de volta e...
_ Scorpius, pessoas que mexem com o tempo trazem grandes consequências para o futuro e até mesmo sua tia me alertou sobre isso.
_ Sei que não podemos criar um paradoxo, mas, pai, se você for para 2007 e trazer a mamãe...
_ Scorpius, você pode parar de existir e talvez nem se lembre da sua tia. - Discordou.
_ Já era nascido em 2007 e se for assim, é só levar minhas memórias com você, e quando você voltar, é só colocá-las em mim.
Ele era uma pessoa teimosa...
_ Scorpius, se fosse fazer isso, sua mãe continuaria com o mesmo destino de agora. Você... - Apertou minha mão e suspirou.
_ Se você fosse atrás da mamãe e a trouxesse de volta, ela iria morrer em alguns anos ou meses. Mas a mamãe é um caso diferente, ela não iria morrer ou desaparecer.
_ Desculpa, mas não posso fazer isso. - Beijei sua testa. _ Devemos seguir em...
Distanciou-se de mim e ficou tentando controlar suas emoções.
_ Não, não devemos seguir em frente e ela nunca iria seguir em frente! - Gritou. _ A mamãe iria fazer de tudo para se vingar dessas pessoas e não estou dizendo para se vingar, porque isso demora, mas se você tem a opção de ajudar, por que você não faz?
Por que não faço isso? Como vou responder a ele que se voltar para 2007, ela só teria 16 anos, e isso seria mais errado que ter ajudado o Potter em 98.
Mas se fosse para alguns meses atrás e levar os documentos que papai juntou, não seria nada mais do que pedaços de papéis sem importância, já que eles só seriam válidos hoje.
E se eu fosse para algumas horas no passado, não sei como ela estaria e talvez, ela não fosse mais a Leesa que conhecíamos.
Mesmo que a colocasse em uma terapia extensiva por anos, coisas que nos traumatizaram não saem do nosso corpo nem se quiséssemos.
Tenho culpa nisso e era horrível sentir essa culpa preenchendo o meu peito e consciência. Mas não posso fazer isso, porque sei que não irei aguentar ficar longe dela.
Ainda tenho decência e não quero fazer algo que mancharia ainda mais o meu coração.
_ Você pensa demais. - Talvez essa fosse uma verdade que não quero acreditar. _ Pare de pensar e vai atrás dela, agora.
Não conseguia me levantar e fazer o que estava pedindo, meu corpo estava preso, estava pesado como uma pedra.
Mas ele percebeu, engatinhando até mim e me abraçou, como se estivesse passando um pouco de coragem para mim, algo que não tenho muito e só faço algo na impulsividade quando estou com raiva.
Abracei minha constelação e senti vontade de chorar, de colocar todas as minhas reclamações para fora, mas não posso fazer isso com a minha criança.
_ É isso que você quer? - Estava sendo um manipulador de primeira.
Ou apenas parei de ouvir minha consciência e quero fazer minhas vontades.
_ E é isso que você quer. - Beliscou minha bochecha. _ Quantos anos ela tinha em 2007? - Deitou-se novamente.
_ 15 para 16. - Ficou pensativo e sorriu.
_ Então vamos colocar que ela tem 16, já que não sabemos a data de aniversário da mamãe, e quando ela chegar aqui, ela já vai ter 17. - Sorriu ainda mais. _ Simples.
Apenas me levantei e coloquei as mãos nos bolsos, ele dizia aquilo com tanta simplicidade que tenho até medo do que ele estava pensando agora.
Mas essa criança se parecia tanto com a Leesa, que às vezes era assustador.
_ E quero uma irmãzinha. - Revirei os olhos. _ Talvez um casal? - Olhei para ele que sorria. _ Trigêmeos? - Meu olho começou a ter um tique.
_ Você precisa parar de ler romances. - Alisei meus cabelos para trás. _ E vou falar com a Minerva sobre sua fuga. - Olhou-me horrorizado.
_ Não, fiz isso para te ajudar e vejo que ajudei, mas agora você quer me punir? Papai, vou contar para a mamãe e ela vai te colocar de joelhos no milho.
Dou tchau e saio do seu quarto, se ele já estava falando asneiras, é bem provável que estivesse melhor.
Vejo a mamãe subindo a escadaria e ela me olhou, esperando alguma notícia sobre os acontecimentos.
Desci alguns degraus e fiquei a observando, mas apenas a abracei.
Suas mãos tremiam quando pousaram nas minhas costas, tentando saber se deveria me acalentar ou me abraçar fortemente.
Queria desabar como um menino que não sabia a hora de parar, mas aguentei tudo novamente para não entristecer essa mulher.
Minha mão deslizou para os seus cabelos e faço cafuné com meus dedos, até que o seu corpo trêmulo se acalmasse.
Pensei seriamente como poderia dizer tudo que conversei com Scorpius, pedindo uma opinião, uma luz nesse túnel tão escuro e sombrio.
Scorpius pode ter dado a ideia, mas isso só me faz repensar e repensar em meus atos.
_ Scorpius falou que tem um jeito de salvá-la, mamãe. - Sussurrei. _ Mas não sei se posso fazer isso, não quero ser pintado como um monstro. - Tentou rir.
_ Monstro? O meu filho nunca será um monstro. - Distanciou meu rosto de seu pescoço e me olhou. _ Você continua sendo uma criança para mim, uma criança rabugenta, irritante e mimada.
_ Mamãe... - Alisou meu rosto.
_ Mas continua sendo meu filho amoroso, companheiro e um bom pai. A mamãe vai aceitar qualquer coisa que você disser, se você quer salvar a Astoria no passado, então vá.
_ Iria salvar a Leesa. - Ficou surpresa e sorriu. _ Mas ela seria apenas uma garota de 16 anos...
_ E você tem medo por ter 37? - Olhei para o lado e tentei fugir da pergunta. _ Você não é mais uma criança para fugir das perguntas.
Segurei suas mãos que continuavam no meu rosto e concordei.
_ Leesa não sabe a data do aniversário e praticamente tem 26 anos, e não dezesseis. - Discordei. _ Mas entendo o seu medo, mas Draco, o nosso mundo é errado...
_ Não quero ser errado.
_ E não estou dizendo para ser, mas não se esqueça que a Leesa faria 27 no próximo ano e sabe quantos meses faltam?
_ Dois. - Concordou. _ Mamãe, não comece a distorcer tudo para que eu faça essa besteira, se a trouxer, ela não será apenas a minha prima...
_ Você está esquecendo de algo importante.
_Estou esquecendo de muita coisa. - Resmunguei.
_ A Leesa nunca o viu como um homem ou um companheiro. - Saber disso machucava meu coração. _ Então, você não precisa se punir tanto, você tem que conquistá-la.
Conquistar a Leesa? Isso é mais difícil do que tirar um "O" nos NIEMs em Hogwarts.
Mas a mamãe estava certa, estou colocando empecilhos demais nas minhas ações futuras, posso amar aquela mulher, mas ela nunca retribuiu esses sentimentos.
Talvez o nosso relacionamento não seja nada mais que primos que dividem a mesma casa.
_ Bom, como você já decidiu, vou preparar um quarto para ela e se bem me lembro, ela gosta de azul. - Afastou-se e começou a subir.
_ Talvez você não vá se lembrar dela...
_ Filho, você vai trazer uma Leesa diferente, mas a Leesa que sempre esteve conosco sempre irá existir. - Piscou e continuou subindo.
Uma Leesa diferente? Ela está dizendo para ir em outra realidade e "roubar" uma pessoa desconhecida, mas com as mesmas feições, queixas e caráter?
Viagem no tempo continua estranha para mim, mas quando você a entende, parece que sua cabeça vai explodir de tanto pensar.
Continuo descendo os últimos degraus e caminho até ao escritório, precisava saber de certas coisas. Qual floresta a Leesa estava, horário de sua captura e até mesmo qual era a nossa realidade.
Theo saberia sobre a realidade, mas aquele idiota estava viajando e não voltaria tão cedo.
Entrei no escritório, colocando a bolsa no sofá e comecei a procurar a pasta que tinha sobre a Leesa, papai a pegou para saber como a Laverne conseguiu ter um filho com o vovô.
Mas tudo que descobriu foram coisas nojentas que nem mesmo nós, os Malfoy, teriam coragem para fazer.
Sabíamos que tinha um jeito de burlar nossa "maldição", mas nunca iríamos pensar em algo assim, não gostamos de sentir dor.
Nunca imaginei traindo a Astoria e ganhar a punição da maldição, e nunca pensei que o vovô seria estuprado e escondesse isso de todos, até mesmo de si.
Às vezes acho certo o que aconteceu com aquela mulher, ela realmente mereceu morrer, mas depois me lembro que ela era avó da Leesa.
Mas Leesa não sabia sobre isso e iria saber quando a salvasse.
Abro a gaveta da escrivaninha e retiro a pasta que não tinha muita coisa, mas tinham coisas essenciais para poder salvar aquela mulher em menos de cinco minutos.
Theo ainda não terminou o outro vira-tempo e não vou esperar meses para poder salvar a Leesa, se já posso fazer isso em menos de cinco minutos.
Leio as observações e gravo o horário, e até mesmo o local de captura.
Não era longe da casa dos Macmillan e o horário era uma hora antes deles me chamarem para curar a Leesa.
Fecho a pasta e vou até ao cofre que estava atrás de um dos quadros de nossa família, devemos pintar outro.
Tiro o quadro e mordo meu dedo, deixando as gotas de sangue pingarem na maçaneta. O clique soou e a portinha do cofre se abriu, me mostrando o vira-tempo.
Antes de pegá-lo, repensei pela última vez se era uma boa escolha e se não deveria salvar a Astoria... Mas as palavras de Scorpius estavam certas.
Retiro o vira-tempo do cofre e um bilhete caiu nos meus pés, era o número da realidade em que estávamos.
Acho que papai iria usar esse vira-tempo se acontecesse algo conosco, já que o papel não estava amassado ou com más condições.
Fecho o cofre e coloco o quadro em seu lugar, não ligando para o papel no chão. Apenas respirei fundo e tentei não pensar no número em que indicava o vira-tempo.
Dez, estávamos na décima realidade e se quiser salvar alguém que ainda não se casou ou morreu, devo pular algumas realidades antes que aqueles idiotas tentem a capturar.
Girei a engrenagem até o 13 e a dimensão seria o 15.
Coloquei o vira-tempo no pescoço e coloquei a data em que queria ir, uma data que mudou meu futuro completamente e agora irei mudar o passado.
Todo cuidado e tempo eram escassos, mas com essa coisinha poderia fazer o que bem entendesse. Peguei a varinha na mesa e apertei a segunda engrenagem para o vira-tempo começar a girar.
Comecei a pensar na floresta que a Leesa estava e cada tique-taque, meu coração errava uma batida e me fazia tremer pela ansiedade.
Deveria chorar e ficar de luto, mas não tenho esse direito e se quero trazer felicidade para as minhas duas razões de viver, devo me doar para não cair na tentação de luto.
Scorpius e Leesa eram tudo para mim...
Sinto o ar mudando e escutei alguns gemidos de dor, olhei em volta e estava em uma floresta e dei um suspiro em alívio.
O vira-tempo começou a cronometrar a minha volta e com isso em mente, comecei a correr e saber onde ela estava.
Quando ela chegou no ministério, suas pernas estavam quebradas, mas isso foi devido ao Potter e suas costelas foi pela queda.
O vira-tempo começou a cronometrar minha volta e com isso em mente, comecei a correr para saber onde ela estava.
Quando ela chegou no ministério, suas pernas estavam quebradas, mas isso foi devido ao Potter e suas costelas foi pela queda.
Derrapei nas folhas e fiquei estático com a pessoa que encontrei, ela tentava se levantar e seus gemidos de dor me fizeram observar ao nosso redor.
Pensei que salvaria uma garota de dezesseis anos, aquela garota que não me deixava invadir seu coração. Mas a pessoa deitada no chão era a minha Leesa, aquela que perdi...
Aproximei-me dela e meu coração parecia um tambor, mas minhas ações foram rápidas e precisas. Não preciso pensar muito, apenas preciso salvá-la.
_ Vamos sair daqui. - Agachei e ela me olhou assustada. _ Tudo que você quiser perguntar irei contar, mas não aqui e nem agora. - Coloquei o vira-tempo ao seu redor.
A peguei no colo e vi uma cabeleira ruiva aparecendo ao longe, mas ele não me viu ainda.
_ Consegue colocar a realidade 10 e a dimensão 15? E mudar a data final?
_ Qual? - Girou os números apressadamente, suas mãos tremiam.
_ 2017. - Prendeu a respiração e me observou por um momento.
Mas conseguiu mudar os números e apertou, fazendo a gente aparecer no meu escritório em menos de dois minutos.
Fiquei a analisando, essa mulher deveria ter pelo menos vinte e cinco anos, no mínimo. Entretanto, ela continuava a mesma coisa...
_ Malfoy... - Me olhava como um gatinho arisco e que não sabia o motivo de ter sido salva.
_ Sim, esse é meu sobrenome e o seu. - Ficou assustada. _ Tenho muita coisa para contar, mas primeiro, preciso curar suas costelas.
Mordeu os lábios e tentou suportar a dor, ela realmente era a Leesa de minhas lembranças. A mulher que nunca deixava transparecer a dor de seu coração ou física.
Retiro o vira-tempo e o deixo em cima da mesa, fazendo que ela visse sua bolsa e ficasse mais uma vez confusa.
_ Você pode colocar a sua bolsa. - Apontei para a coisinha pequena que ela escondia em seu corpo. _ No seu novo quarto que mamãe está preparando. - Não falou e apenas saí do escritório, a levando para o segundo andar.
O ambiente continuava normal e esperava que todos se lembrassem da garota nos meus braços, seria horrível se eles não se lembrassem.
Olhei para Leesa e ela olhava tudo ao seu redor, como se estivesse tentando saber se tudo aquilo era apenas um sonho causado pela dor.
Subi os degraus e mamãe apareceu correndo, parando no mesmo instante que nos viu.
Pedi a Merlin que ela ainda se lembrasse de nossa conversa e se lembrasse de tudo que passamos nesses dez anos.
_ Leesa! - Sorriu e desceu a escadaria correndo. _ Santo Merlim, você está tão magra, vou pedir aos elfos para fazer um pouco de sopa para forrar o estômago.
Correu para a cozinha e Leesa me olhou assustada, quase pensei que ela se jogaria dos meus braços e sairia correndo, e poderia fazer isso, se não fosse pelas suas costelas.
_ Você morreu nessa realidade pelo Potter. - Continuo subindo os degraus devagar. _ Você era muito querida por nós e era madrinha do meu filho.
_ Sou minha substituta? - Zombou. _ Isso deve ser minha imaginação pregando peças, como posso ser importante para alguém? Ainda mais a família Malfoy.
Merlim, vou ter que ensinar tudo de novo, meus pés não irão aguentar...
Os elfos estavam entrando e saindo de um quarto e o cheiro de tinta era muito forte. Mamãe fez isso de propósito.
_ Pensei que elfos estivessem livres. - Observou-me, como se estivesse me acusando de algo.
_ Eles são bem tratados e recebem dinheiro para isso. - Entrei no meu quarto e ficou observando o lugar. _ Esse é meu quarto...
_ A sua Leesa transava com você? - Sinto minhas bochechas corando e parei no meio do quarto. _ Você traiu sua esposa?
Suspirei e caminhei até ao banheiro, a deixando sentada no balcão. Era melhor estar deitada para o tratamento, mas ela iria precisar de banho, não é?
_ Não, não tinha esse tipo de relacionamento com a Leesa, já que ela estava presa no ministério por dez anos, devido a essa bolsa. - Apontei.
Começou a piscar sem parar, enquanto eu pegava as poções que estavam na gaveta. Ela com certeza estava decifrando minhas palavras e as colocando em um patamar elevado para suas fantasias.
Destampei algumas poções e as dei, esperando que ela não bebesse ou perguntasse o motivo de estar ajudando.
Mesmo não sendo exatamente a Leesa de 2007, continuava sendo a Leesa de 2017, uma mulher desconfiada...
Mas tudo que fez foi beber o conteúdo e fazer caretas como uma criança que odiava tomar remédios.
_ E não, não traí a minha falecida esposa. - Continuei entregando poções.
_ Por que me salvou? Não era só seguir em frente? - Neguei, nunca poderia fazer isso.
_ Convivi com aquela mulher por dez anos, mesmo que ela estivesse em apenas uma cela no ministério, não podendo usar magia ou algo do tipo. A curei e conversei...
_ Você se apegou? - Concordei. _ O que temos de tão interessante? - Ri pela sua pergunta.
_ Caráter, sabedoria, zombaria e tudo. - Ela não iria acreditar, mas não custava nada falar. _ Você é tudo que eu e meu filho temos. Meus pais podem ser tudo para mim, mas eles já têm suas vidas...
_ Não quer ficar sozinho quando seu filho se for? - Discordei.
_ Não queria que uma das minhas razões de viver estivesse morta...
_ Mas está, não sou a pessoa que você sente saudades. Sou apenas a substituta.
_ Se realmente você for a substitua, você pode me bater. - Sei que é uma loucura e o corte no meu pulso concordava. _ Porque você pode ter nascido em uma realidade e até mesmo ter um passado diferente, mas sempre será a Leesa, seu nome ou caráter mudou?
Tirei os frascos de sua mão e os joguei no lixo, ela não era substitua de ninguém.
_ Por que não foi atrás de uma pessoa de sua realidade? Ou até mesmo de sua esposa?
_ Porque não queria que todas as pessoas que te amavam não pudessem se lembrar de quem você é. - Respirei fundo. _ Não salvei a Astoria pela sua maldição, ela não iria sobreviver por muitos anos e meu filho ficaria triste novamente.
Sei que minhas palavras soaram hipócritas e infantis, mas como poderia explicar um sentimento tão ilógico que nem mesmo eu o entendia completamente?
A tirei da bancada e continuava com a mesma altura de sempre, 1,70.
_ Você continua baixinha. - Ficou insultada. _ Você pode tomar banho, vou trazer roupas para você vestir e depois você pode me encher de perguntas.
Iria sair e deixá-la à vontade, mas segurou meu pulso e fiquei um pouco confuso com essa ação.
_ Antes de ir, me responda uma coisa. - Concordei. _ Você gostava dela? - Minha respiração ficou entrecortada.
_ Sim, mas...
_ Sabe que não gosto de você, não sabe? - Ri. _ Por que está rindo?
_ Leesa, realmente gosto de você. - Suas bochechas coraram. _ Mas você nunca gostou, eu era mais um bom irmão e pai do seu afilhado.
_ Então por que me salvou? Se você falar que foi por causa do seu filho, isso não cola.
_ Porque prometi que iria te salvar e infelizmente não cheguei a tempo para isso. - Ainda sentia culpa. _ Poderia muito bem ter salvado a mulher que morreu hoje pelas mãos do Potter, mas, não queria que ela se lembrasse de tudo que viveu no ministério.
_ Então você pegou outra pessoa... - A censurei. _ Ok, eu, você me salvou para não sofrer? - Balancei a cabeça. _ Apenas para um talvez?
_ Lessa, escute. - Emoldurei seu rosto e ela tentou escapar. _ Você pode fazer o quiser quando se curar de tudo, pode até subornar a Minerva para entrar em Hogwarts, mesmo tendo uma idade já avançada.
_ Você me chamou de velha? - Ficou irritada.
_ Não te salvei para ser a minha esposa ou a mãe do meu filho, claro que queria isso, mas não posso impor isso a você. - Nunca faria isso. _ Se você quiser se casar com alguém ou até mesmo sair dessa família, você pode, mas não pense que vou obrigar a você a gostar de mim.
_ Então, por quê?
_ Porque eu amo você, cacete! - Tentei não gritar. _ Sabe como me senti segurando o único membro que sobrou do seu corpo? - Minhas mãos estavam tremendo. _ Sabe como me senti sabendo você foi morta? Sabe como estou me sentindo segurando tudo que passei para tentar te proteger e no final, você faleceu pela minha incompetência?
Estava assustada e não era para menos, como iria reagir se ela gritasse que me amava, quando nem mesmo a conheço direito? Ter calma e paciência não era comigo.
_ Desculpa por gritar, não queria que você visse isso. - Retirei minhas mãos de seu rosto. _ Vou deixar você tomar banho e pedir uma elfa para trazer suas roupas. - Antes de sair a perguntei. _ Vestido ou...
_ Pode ser. - Olhou para o chão e apenas concordei, fechando a porta do banheiro.
Não sou bom nessas coisas de afeto e romance, devo culpar meus pais por isso? Ou apenas devo parar de reclamar e tentar aprender?
Saio do quarto e vou atrás da senhora Narcisa, ela precisava entender que a Leesa não pode dormir no meu quarto.
Desço a escadaria e continuo caminhando até a cozinha, era o lugar mais afastado depois do sótão, que antes não tinha essa função.
Entrei na cozinha e a encontrei conversando com um elfo, pedindo algum tipo de opinião.
_ Mamãe, temos que conversar. - Ela me olhou e veio até mim. _ O quarto da Leesa tem que estar pronto hoje mesmo e você sabe o porquê. - Fez careta.
_ Ok, vou fazer isso e se não ficar, ela pode passar alguns dias no quarto de hóspedes até que o cheiro de tinta saia completamente. - Isso era bom. _ Mais alguma exigência?
_ Leesa precisa de roupas, e com certeza ela vai querer algo que cubra seus braços e costas. - Ela sabia o motivo.
_ Certo, um vestido com botões frontais e com mangas blusão será uma boa opção.
_ Não pode ser muito longo ou muito curto, mas o busto não pode ser largo, mas na medida certa. Lembro que ela não gostava de coisas a apertando. - Sorriu. _ O quê?
_ Pijamas, também temos que ver isso...
_ Ela não gosta de dormir com coisas que apertam, talvez apenas uma blusa grande a... - Entendi o motivo do sorriso. _ Pare de me olhar assim. - Baguncei meus cabelos.
_ Não falei nada e vou providenciar isso, agora mesmo. - Foi atrás de um elfo.
Fiquei olhando meus sapatos e desfiz o nó da gravata, mas minha cabeça continuava me mostrando o rosto da Leesa quando finalmente pude falar o que sentia.
Merlim, ela estava tão surpresa e corada, que pensei que sua palidez poderia nunca mais voltar. E seus olhos brilhando, enquanto me ouvia...
Naquele momento pensei que meu coração iria parar de bater, aquela garota, mulher e tanto faz, ela me faz sentir vivo.
E quero fazê-la se sentir viva e bem, mesmo que tenha que me afastar contra minha vontade. Por ela, faria tudo de novo, apenas para vê-la feliz.
Afinal, minha família só pode amar uma pessoa, mas tive a chance de amar duas.
