Jasper
Eu precisava me afastar de todos por um momento, eu me sentia como se uma tonelada tivesse caído encima de mim, na verdade de todos nós. Desde a chegada da família eu em perguntava como eles reagiriam, Carlisle esteve na Europa durante o confronto do Sul e os outros se quer ainda era nascido, eles nunca passaram por uma situação de conflito antes, creio que o episódio com James e seus dois companheiros tenha sido a primeira desavença a partir para uma agressão física, Carlisle sempre se mostrou pacífico de mais, então eu tentava muito cuidar de todos, os Cullens não estavam preparados para ingressar em uma guerra. Sendo que não era só isso, os Cullens também não estavam prontos para reencontrar Bella Swan. E sendo justo essa não era nem uma situação que eu esperava encontrar…
Ver que ela era a garota que emergiu do rio, aonde lutou com dois vampiros, salvou minha bunda e de Peter de uma granada preste a explodir e avançou para a linha de frente de uma guerra violenta foi muito até mesmo para nossa mente superdotada.
Eram muitos sentimentos sufocantes, então me afastei quando fiquei incomodado eu não conseguiria lidar com tudo aquilo, deixei todos com seus sentimentos confusos para trás e a segui, tentando a todo custo decifrar o que se passava com os meus próprios sentimentos, eu nem se quer disfarcei quando a segui e fiquei no Deck acompanhando todo o momento em que ela passou dentro do lago. Ao longe eu ainda conseguia ouvir Edward tendo um de seus pequenos surtos épicos, querendo respostas e explicações de quem também não sabia o que tinha acontecido, Esme e Alice tentavam acalmá-lo enquanto Al insistia em dizer que não tinha visto nada disso acontecer, já que ele tinha pedido para que ela parasse de acompanhar o futuro de Bella. O que me pegou de surpresa é que ela realmente não procurou em nenhum momento pela amiga, eu jurava que ela de Bella, mas apenas mantinha escondido de todos para que Edward não descobrisse e se magoasse com algo.
Eu conhecia Bella Swan, como a miúda menina atrapalhada, capaz de tropeçar em seus próprios pés e infringir várias contusões em si mesma de diversas maneiras prováveis, sua sensibilidade, e o corar mais charmoso e espontâneo que eu já tinha visto. Emmett era um que se divertia bastante com esse seu fraco.
Eu também tinha conhecido a sua fase corajosa, quando Alice e eu saímos para escondê-la do psicopata de James, ela em nenhum momento surtou ou até mesmo chorou de pavor, como eu esperava que fizesse, pelo contrário, sua preocupação estava em todos que tinha ficado para trás, em seu pai. Eu até mesmo descobrir a importância que eu sentia com aquele humano quando me senti como se tivesse tendo um infarto, quando fugiu para tentar salvar sua mãe e acabou caindo em uma armadinha, e lembrando desse dia, vejo que tinha sido a primeira ocorrência a me assustar depois de muitos anos, o medo que eu senti me fez crer que as palavras que eu tinha dito a ela algumas horas antes não tinha sido em vão. Valeria a Pena por ela, pela sua segurança, sua vida. Ela valia a pena. Mesmo depois de está no hospital toda machucada por conta do ocorrido, ela pediu que Edward ficasse, que não a abandonasse.
Eu conheci seu lado amoroso, pelo simples fato de ser um livro aberto para mim, o que no início deixou Edward revoltado e ciumento, já que enquanto seus sentimentos corriam livremente envolta de mim sempre que ela estava pela casa, sua mente era bloqueada para ele, então para preservar a privacidade que ela tinha, eu trancava seus profundos sentimentos dentro de mim também, sempre me distraindo ou focando em coisas que desagradava e expulsava Edward de minha mente.
Seu amor pelos Cullens era genuíno, puro, ela não nos via como monstros sem alma como Edward sempre pintava, ela realmente ficava furiosa quando ele dizia algo assim só nós e sobre si mesmo, ela nos enxergava como uma família amorosa que cuidava um do outro e que ela queria desesperadamente fazer parte. Eu queria entender o porquê, mas não tive tempo… na verdade não tivemos muito tempo um com o outro após o retorno de Phoenix.
Aquela Bella, submersa no lago, agitando a água em um luta feroz com um crocodilo, que poderia ser sem exagero o dobro do seu tamanho era uma força da natureza, pronta para destruir tudo ao seu redor. Eu ainda não podia acreditar de como o destino era um filho da puta na vida das pessoas. Eu quase a matei. Saímos para a sua segurança e ela cai justamente em um exercito de recém-nascido… nas mãos de Maria.
Eu queria muito ouvir o que aconteceu, entender as coisas, mas quem era eu para perguntar algo, eu se quer tinha algum direito de me aproximar depois do que aconteceu nas ultima vez que nos vimos. Eu apenas fiquei observando de longe todo o tempo que ela ficou sentada olhando para o céu e o lago estando em silencio, por dentro e por fora… e o vazio de sentimento, pela primeira vez, me incomodou. Quando ela se levantou e saiu, eu a deixei ir sozinha, tentando colocar em ordem minha mente, para me junta aos outros.
Participar desse tipo de reunião em uma sala de jantar espaçosa com todos sentados envolta de uma mesa, com paredes bem limpas e seu papel de parede bonito, com vampiros limpos, bem-comportados e respeitosos era bem diferente do que um dia eu vivi, em celeiros fedorentos, com criaturas raivosas e descontroladas e gritos de Maria se impondo com força.
Quieto do meu lugar próximo a janela, bem de frente de onde estava sentada, eu a estudei a cada momento, suas finas cicatrizes pelo rosto, nada comparadas as minhas pelos corpo, mas de certa forma tinham uma história parecida, seus cabelos longos e molhados, seus olhos alaranjados e profundos, que sempre paravam em mim, mas porque? Sua serenidade estava em seus olhos ao mesmo tempo em que sua expressão continuava suave enquanto ouvia todos. Eu gostava disso. Mas eu não gostava de me sentir de fora, quando escutei a narrativa de tudo o que estava fazendo, eu fiquei abismado de como Peter tinha me deixado de fora. Achando que eles estavam apenas cuidando do local, olhei para meu amigo, que se mantinha serio, orgulhoso enquanto ouvia, eu estive aqui durante um mês entre eles e não fui participativo, o papel completamente avesso do que eu costumava prestar em um campo de batalha, não passei de um… visitante, e isso doeu. Porque eu finalmente entendi o ponto de Peter.
Suas palavras alcançou a todos, eu podia sentir determinação, fúria, tristeza e sentimentos de perda fluir pela sala, todos de cabeça erguida determinados a continuar lutando. Até que eu senti medo também, um medo profundo de perder ainda mais. Aqueles vampiros eram ligados, eles se reconheciam como algo único. E o discurso de Bella me mostrou o quanto eu estava certo, sua força e comprometimento com todos, eu conseguia sentir orgulho de todos ali presente, embora os sentimentos da família ainda fosse uma completa bagunça, Esme estava bastante assustada e Rosalie surpresa, embora também sentisse medo em descobrir o que tinha realmente acontecido com a menina que ela tanto queria salvar de ter sua humanidade roubada.
Eu despertei dos meus pensamentos quando ouvi a palavras "viagem de volta" … não atacaria, eu tive que questioná-la, não conseguia me conter. Era Houston. Maria nunca abriria mão desse território sem lutar por ele antes. Ela já tinha sacrificado muitos recém-nascido a 100 anos atrás apenas para conquistar o lugar, meu questionamento não pareceu agradar os vampiros presentes, mas ela me respondeu com atitude, veracidade e determinada. Ela não tinha nenhum pingo de duvida e receio sobre suas futuras ações e isso era tão impressionante que era difícil manter meus olhos e minha atenção longe dela, ela nem mesmo se abalou quando eu citei Maria, pelo contrario seus olhos apenas brilharam em determinação e diversão, e foi quando eu sei… o seu silêncio tinha ido por um curto espaço de tempo, me entregando um pouco de admiração o que me desestabilizou, mas me atraiu novamente querendo ter mais um pouco de qualquer coisa que ela tivesse disposta a compartilhar.
Nosso pequeno embate foi exitante de mais, eu não me lembrava de nenhum outro momento em que trocamos farias palavras. Tê-la me chamando de Major, mexeu comigo, eu tinha certeza que ela sabia e ela reconhecia meu passado. Mas eu não era mais essa criatura, que destroçava por sangue e terras. E quando eu deixei isso claro, ela apenas me ignorou me chamando novamente por Major, foi irritante não saber o que ela sentia sobre isso. Eu apenas conseguia ver em seus olhos, a irritabilidade que ela sentia ao brigar com Peter sobre precisarmos conversar, eu tinha tentado… eu juro. Ela então encerrou o assunto e então nos dispensou. Bem, eu não me mexi, e nem a minha família.
Eu senti arrepios quando reconheci a voz de Maria na ligação de Peter, eu queria muito que isso não fosse verdade, ainda tinha esperança de que ela não tivesse nada a ver com isso, que meus amigos, meus irmãos, não estavam mais uma vez envolvido com essa louca, eu não queria prestar atenção em nada do que eles discutiam, já que eu sabia que Maria não era a pessoa favorita de Peter as ofensas e xingamentos não demorou a aparecer em cada frase, então como toda a família, voltei minha atenção a Bella.
Ela costumava ter um sorriso tão lindo, mesmo sendo tímido, embora eu a tenha visto dar poucas vezes. Não que agora seu sorriso sarcástico não tivesse uma beleza, pelo contrario, esse era sedutoramente sombrio. Os que Damian recebia em brilhante e por pouco segundo eu conseguia identificar aquela jovem Bella, que ria e corava para seus livros de romances favoritos, me distrai enquanto eles conversavam sobre os suvenir que ela tinha conseguido depois de sua árdua refeição. Foi difícil disfarçar o sorriso ao lembrar dela toda molhada agachada perto do animal morto e distraída arrancando seus dentes, eu podia sentir Edward me encarando, seu espanto me cutucava e eu sabia que se fosse possível ele estaria dando um show em minha mente, ou até mesmo pessoalmente, mas Carlisle ainda o mantinha ao seu lado para controlá-lo de suas crises.
Nunca imaginei que Peter lidaria com Maria novamente, a não ser se fosse para caçá-la para arrancar sua cabeça, já que essa era a sua fantasia mais divertida em nossos primeiros anos de liberdade das garras dela. Estava bem claro que nenhum gostava de lidar um com o outro, mas que por algum motivo conviviam. Eu também não acreditava que ouviria dela tão cedo, já que levou quase 50 anos para vir atrás de mim tentando me recrutar com promessas de que seria diferente. Bem o mundo não parecia ser tão grande assim para que eu pudesse contar em nunca mais esbarrar com ela.
Ouvir a conversa entre as duas foi intrigante, o exército era a razão de existência de Maria e ela se manter distante entregando tanta autonomia assim a um jovem vampiro. Era obvio que ali tinha muitas coisas que eu não sabia. E eu queria saber, isso era certo. Quando finalmente tivesse sua atenção em nós, eu senti falta daquele sentimento quente que ela costumava ter sempre que estava em nossa casa, ela estava tão fria.
Eu não consegui me segurar, eu queria tanto que fosse mentira eles estarem envolvido em tudo aquilo, eu não escondi o meu desconforto, no entendo que cheguei a me afastar, tentando colocar em ordem meus pensamentos e sentimentos, sendo que para meu espanto ela se aproximou de mim… não mentiu quando disse que não me esperava ver por ali, e realmente sem situações muito diferente eu não pisaria… se Peter tivesse aceitado meu convite, se tivéssemos partido juntos, eu não voltaria. Se Garrett não tivesse ido ao meu encontro… eu não queria pensar nisso.
Eu estava muito ciente da sua presença próxima, do seu tom de voz, eu estava preso a sua atenção, mas como sempre Edward e seu drama sempre tem que estragar tudo. Ela não deu importância para a grosseria de Edward, assim como o respondeu com um sarcástico, que a Bella educada de antes não usaria. Assim como sua expressão e comportamento, deixava claro que ela não estava dando muito importância a aquilo tudo, mas se aproximar… eu queria tanto que aquilo significasse algo.
Quando Charlote voltou com a bolsa de sangue e serviu, foi um tapa na cara de todos nós, por instintos todos seguraram a respiração quando o cheiro de sangue invadiu o local, mesmo estando bem alimentados, mas eu me vi agitado, nervoso, puxando a respiração tão forte querendo fazer meu corpo agir, minha mente funcionar para que eu conseguisse entender o que estava acontecendo.
Não tínhamos o costume de ficar tão próximo assim de sangue humano, bem, era uma bolsa de sangue, o cheiro era tão fresco quanto você se sentar ao lado de alguém que tem o coração bombeando sangue por todo um corpo, mas mesmo assim… a doce tentação ainda estava presente. E ela estava ali se alimen… não! Ela degustava bem ali na nossa frente, afrontosa. E novamente era impressionante.
Por conta da nossa dieta estávamos bem alimentados, porque sempre reversávamos nas caçadas, um trio indo por dia e assim ninguém nunca estava sozinho, sabíamos que comparado aos outros em questão de alimentação eramos o que tinha mais vantagens na situação em que estávamos. As viagens para Nova Orleans para buscar mais bolsas de sangue que chegava de fora da cidade não era constante e Damian estava frequentemente saqueando banco de sangue em cidades vizinhas, tudo era bem distribuído de forma racionada e perfeitamente organizado de uma forma que ninguém sofresse de fome. Esme mesmo tinha comentado o quanto todos eram consciente de suas necessidades e a do próximo, um cuidava do outro.
Então, ela tinha acabado de atacar um bicho imenso e agora estava li, como se tivesse desfrutando de uma boa safra de vinho, após uma farta refeição. Era sangue e nenhum deles sucumbia a fome que eu sei que sentiam para ver quem pegava até a última gota da bolsa, o controle que possuíam era invejável, pelo menos por mim.
- Mas, porque Bella, depois de tudo, o que você viu, o que nós contamos, como você pôde?- Edward tentou se aproximar, mas o segurei, era melhor que ele se acalmasse.
Bella voltou a se acomodar, não dando muita importância ao seu show, mas ela não se importou em reservar o dela para mais tarde, ouvir sobre seus sentimentos e saber que nem tudo eu estava sentindo me deixava estasiado, ter a sua atenção enquanto ela contava como tinha sido batalhar no exercito de Maria, enfrentar torturas, ser privada de se alimentar, nada tinha mudado… ela tinha uma fera como a minha, mas ela tinha sido mais eficiente do que eu em saber como controlá-lo.
Era curioso, ver como hoje, tínhamos tanto em comum. Experiências que só quem passa por ele conhece a sensação… e Peter e Charlotte conhecia, e isso explica porque eles a tinham aceitado tão facilmente, quando nunca foram de fazer amizade com os outros, nem mesmo os Cullens que de certa forma fazia parte de mim agora, eles aceitavam. E pelo que eu podia ver compartilhávamos sentimentos nada amistosos por Handall, eu não imaginava que esse verme sobreviveria por tanto tempo.
Não fomos poupados, e eu sabia que Bella não estava disposta a facilitar para agente, sua história não tinha sido bonita, assim como a minha, mas diferente de mim ela não tinha vergonha do seu passado, como eu. Talvez por não ser um passado, ela ainda estava aqui.
Seu inferno era conhecido por mim, mas ela não parecia ser assombrada por ele, pelo contrario ela parecia ter tudo sob o seu controle, Bella nos contou com a maior tranquilidade o que poderia ser os piores anos de sua vida, mas eu não poderia deixar de lamentar, o fato de ela ter caído nas garras de Maria, ter sido condenada. Induzida. Persuadida, diferente de mim que viveu anos achando que aquela era a única opção, Bella não, ela tinha conhecido uma família, que vivia pacificamente vivendo uma vida mais humanamente possível, ela conviveu com todos nós, conheceu nossa rotinas como uma família… a família que a abandonou.
- O que fizeram com você? Eu sai para que você tivesse uma vida boa. Nada disso tinha que acontecer. Eu pedi que você se cuidasse, por Charlie. Você só precisava ficar quieta, e talvez… nada disso teria acontecido.
Dando um longo gole em seu copo ela encarou Edward com um olhar tão profundo, com o alaranjado me lembrando da cor do crepúsculo, nele não tinha nenhum indício de sentimento, assim como ela estava totalmente muda para mim naquele momento e eu fiz questão de que Edward visse o que eu estava encontrando nela, ou melhor, o que eu deixei de encontrar, muitas coisas tinha mudado depois que partimos e isso era explícito.
- Eu não acho que vocês precisam saber. - falou brincando com seus dedos na borda do copo vazio.
Ela o largou o que deixou Charlotte chateada já que ela fez uma movimento em querer servi-la mais, ela ainda tinha muita preocupação irradiando dela, enquanto de Peter e Damian vinha apenas chateação. Bella se aproximou um pouco de nós, claro, não tão próximo ainda deixando claro a sua vontade de manter uma distancia.
- Mas eu gostaria de saber... ainda não sei o que fazem aqui e nem como encontraram a minha casa. Atrás de mim eu sei que não vieram.
- Essa é a sua casa? Como isso aconteceu, por quê...
- Não sabíamos que era sua casa. - cortei Edward atraindo sua atenção para mim, eu lidaria com isso ou tudo poderia ir para o espaço rápido de mais, se ele continuasse com mais perguntas, ter curiosidade não nos dava o direito de interrogá-la, e deixei isso bem claro em meus pensamentos para que ele visse. Edward tinha um talento incrível em estragar as coisas com seu temperamento birrento juvenil, a família e seus amigos compreensivos eram acostumados a lidar com cordialidades o ignorando, mas aqui? Peter, Charlotte e Bella não pareciam ter tanta paciência.
- Encontrei com um velho amigo na Europa, ele tinha ido até mim para… - me lembrei de como Garrett tinha dito que corria o risco de ter sua bunda chutada. - Fazia muito tempo que não nos encontrávamos, como estávamos na França ao mesmo tempo, nos encontramos e ele contou sobre suas últimas… aventuras no continente americano. Contou que apesar dos anos divertidos… coisa boa não estava acontecendo.
- Sim. Perdeu toda a diversão. - brincou realmente achando graça, mas sem condições de retribuir ela acabou bufando e pedindo que eu continuasse.
- Tentei entrar em contato com Peter e não consegui, então resolvi voltar, e fui para Dallas… - foi visível a mudança em seu comportamento, sua expressão ficando ainda mais firme e postura muito mais rígida. - Bem, meu amigo conseguiu a nova localização, aonde eu poderia encontrar Peter. Carlisle, Emmett, Rose e eu viemos direto para cá e os outros chegaram depois. Não sabíamos que te encontraríamos aqui… não sabíamos que você… tinha se transformado.
- Garrett fofoqueiro. - Peter conhecia bem aqueles que o cerca e ele estava certo que tinha sido Garrett minha fonte, mesmo sem eu ter dito nada sobre isso, mas pelo jeito Bella não tinha ficado nenhum pouco contente com isso.
- Avise-o que se ele passar a localização da minha casa novamente para quem quer que seja eu irei segurá-lo enquanto me divirto em assistir um crocodilo mastigar sua cara nada feia. O que seria uma pena.
Charlotte riu de suas palavras e eu senti um pouco de deslumbramento irradiando das duas… desagradável.
- Conhece Garrett? - perguntou Carlisle antes que pensasse em algo para aprofundar o assunto.
- Conheço muitas pessoas Carlisle.
- E mesmo assim nunca pensou em nos procurar. - o grito veio e eu só podia apreciar o Show que seria ver Edward ter sua bunda chutada por uma Bella que ainda não conhecíamos e que se ele estragasse tudo nem chegaríamos a conhecer.
Bella se encostou na parede próxima a janela ainda calma e nos encarando sem nem mesmo se importar com suas palavras, apenas tinha seus olhos fixos em Edward estudando seu corpo de pé, agitando, fazendo perguntas, exclamações e sendo dramático, inconveniente com exigências que não lhe convêm, não depois de ter terminado com ela.
- O que é isso tudo Bella? Como isso tudo aconteceu? Era para você está em Forks.
- Bem, eu sou uma vampira de 17 anos, irônico né já que foi com essa idade humana que eu te conheci, então, han… o processo de como isso funciona é obvio que você conhece, então não tem porque eu explicar.
- Isso não é brincadeira Bella, quem fez isso com você? Como chegou aqui? Porque não entrou em contato com a família? - Emmett se colocou de pé tentando segurar Edward para que ele não inventasse de avançar mais, já que por mais que a expressão de Bella fosse tranquila, os de seus companheiros não transmitia a mesma calma, pelo contrário. - Eu não estou com paciência para essas piadas e não acho a mínima graça, merecemos uma explicação. Vamos conversar em particular.
Ela finalmente se mexeu, se aproximando lentamente e eu me vi imitando seu movimento ficando próximo parando na sua frente, seu olhar me dizia coisas que eu não tinha certeza se os outros conseguiam enxergar, ela era uma pessoa ferida de várias formas, curada, mas cheias de rachaduras… não importasse quantos pedido de desculpa ela escutasse do mundo, as marcas estão lá, e me atrevo a dizer que a maior dos estragos dois nós que causamos. Ela não se afastou, mais seu olhar foi para além de mim olhando a todos que estavam mais atrás.
- O que Edward está tentando dizer… - ela levantou a mão, impedindo Carlisle de continuar.
- Seu filho tem mais de 110 anos nas costas Carlisle, acredito que ele saiba falar por si mesmo. Já que ele sabe deixar suas vontades e opiniões bem claras. - Carlisle se calou a encarando.
- Porque vocês mereceriam alguma coisa de mim? - Nosso silêncio deixou claro que não esperávamos por um tom rude. - Vocês foram embora, não me queriam por perto, eu não era o suficiente. Eu era uma humana fraca. - a certeza em sua voz era tão firme como se tivesse isso cravado em si, como se ela realmente acreditasse em tudo o que estava dizendo. - E por isso eu sofri, não vou mentir, mas quando despertei eu entendi. Aceitei e respeitei a decisão de vocês. Eu não tinha porque procurar por sua família Edward. Eu não tinha mais nada a ver com vocês desde que me deixou naquela floresta e disse que eu não era o suficiente para você, e a ida de todos vocês apenas me mostrou como concordavam com tudo. - eu virei meu rosto encarando o idiota sem acreditar no que eu estava ouvindo.
- Eu menti para mantê-la segura, eu só queria que tivesse uma vida longe de vampiros, queria que você tivesse uma vida humana feliz, em segurança, que sua alma…
Bella gargalhou com tanta espontaneidade que o calou, e eu me aproximei.
- Minha alma?!… bem, isso não importa mais, Edward. Se é mentira ou verdade, que diferença faz? A única coisa que você conseguiu foi me magoar com as suas mentiras, eu nunca estaria segura como humana.
- Claro que não estaria, com Jasper… - eu movi para me virar realmente pronto para avançar encima dele, cansado de ser apontado, eu errei, eu me arrependia, e nunca me deixaria cometer a mesma burrice, nem que para isso eu tivesse que me afastar, mas sua mão pequena e firme segurou meu braço, me fazendo sentir vários tipos de choques e sensações de formigamento.
- Cale a boca. - Bella rosnou furiosa.
- Bella, o que Edward está tentando dizer é que nós nos importamos com você. Sempre nos preocupamos. Tínhamos você como… te amamos como nossa filha, e ficamos surpreso quando te encontramos assim, não tínhamos ideia que isso aconteceu, na verdade acreditávamos que fizemos o certo, que você seguiu em frente, realizado seus sonhos, conquistas e até mesmo formado uma família. - a voz calma e tranquila de Esme transmitia amor e carinho para a menina que tinha os olhos vidrados em uma fúria que explodiu sem que notássemos ela chegando mas ela estava longe de ser alcançada naquele momento e o comportamento de todos não estava ajudando nenhum pouco.
Ainda tendo sua mão firme em meu braço, próximo ao cotovelo, resolvi fazer um momento silencioso e arriscado, projetei em sua direção um pouco de calma e tranquilidade que eu costumava sentir sempre quando me sentava para apreciar uma leitura, senti meus sentimentos sendo agarrados, mas seus ombros não relaxaram.
- E porque teriam, Esme? Vocês tinham ido, ele queria que fosse como se nunca tivesse existido, sem contatos, sem lembranças aos meus olhos, quando eu despertei como vampira eu me reencontrei, me reinventei, fortaleci, sem mais codependência, eu estava muito bem aonde eu estava.
- Bem? Com esses selvagens? - reclamou Edward, fazendo Peter se levantar.
- Não estou vendo ninguém bufando, rosnando e babando pelo aposento a não ser você Edward. - seu tom mesmo compassivo deixava claro que ela tinha seus limites. - Contenha-se. Por muito menos, eu já puni recém-nascido descontrolados, embora você seja uma visita, não tolero desrespeito.
- Sinto muito Bella. - pediu Carlisle se colocando na frente do filho.
Sua mãos escorregou do meu braço, e não era apenas seu contato físico que estava indo, se isso fosse um jogo eu arriscaria dizer que estávamos gastando todas as nossas fichas nas jogadas erradas. Conversar e contar o que ela sentiu vontade não foi um sinal de boa vinda, para as antigas relações, eu diria mais que uma cortesia.
- Pelo que entendi vieram pelos últimos acontecimento, acredito que em algum momento teve a oportunidade de conversar com seu amigo, Jasper. - o resmungo de Peter me calou então apenas me dei ao trabalho de negar com o movimento de cabeça. - Tire a cabeça de sua bunda Capitão e converse com seu amigo. - ela brigou.
Eu entendia a mágoa de Peter… eu tinha simplesmente partido, não tinha sido como quando eu resolvi seguir com Alice em sua promessa de um futuro sem dor, aonde eu seria libertado de todo o tormento que era me alimentar. Eu podia viver com os Cullens, mas ainda eramos amigos, irmãos, mas seguir a decisão de Edward, sair de Forks, depois sair dos Estados Unidos e tentar se reconectar como uma família, isso tinha feito tantos estragos, como um efeito dominó maldito. E não só para mim. Ver aquela menina com feições duras, com olhar tempestuoso, prontos para gritar e se mostrar o que é capaz era a prova disso.
- Nós precisamos de resposta, entenda Bella, por favor. - eu balancei minha cabeça estressado, era uma idiotice a formas como eles estavam tratando tudo isso, como se realmente tivesses o direito de cobrar algo, Alice apertou meu braço me dando um olhar cortante, ela mesmo não tinha se pronunciado em momento nenhum, ela que simplesmente não conseguia se manter quieta e deixar de se intrometer em nada.
- Eu entendo sua curiosidade Carlisle, mas eu não tenho obrigação nenhuma em responder suas perguntas. E é assim que eu vejo isso tudo. Eu nunca me escondi, conheci cada canto desse país, conheci pessoas, briguei por territórios, me fiz se reconhecido por quem eu sou, sendo que nada do que houve em minha vida depois da partida de sua família é do interesse de vocês. Não estou aqui para fazer uma cena birrenta e jogar acusações, não vou fazer drama, choramingar e abraçá-los, não sou mais assim. Se vocês tivessem se importado ao ponto de, pelo menos, verificar, teriam visto que meu pai me procurou por 5 anos incansavelmente, até que dei paz a ele, vocês só nunca fizeram questão.
- Se passaram 17 anos. Eu mudei muito, eu não sou a menina que vocês costumavam conhecer, embora eu ainda tenha o mesmo rosto. Eu me tornei uma criatura diferente. Ao contrario de Edward que nunca aceitou o seu tornou, eu me aceitei, eu tenho orgulho do que eu sou hoje. Eu nem mesmo penso mais como aquela humana costumava pensar. Eu não esperava encontrar vocês tão cedo, na verdade eu não tinha expectativas nenhuma, já que como podem ver, nossos circulo social são bem diferentes.
Virando de costa para nós, ela pegou seu copo que estava vazio na mesa, agarrou a segunda bolsa de sangue com um rosnado, e voltou novamente dando dois passos em minha direção me encarando séria.
- Eu não tenho ideia do plano da família, mas saiba que são bem-vindos a ficar até que resolvam, claro contando que respeitem as regras, acredito que você tem muito o que resolver antes de ir. Acho que… tempos muitos assuntos dessa vez, Major.
- Por quê? - nem o tom cortante de Edward fez com que ela desviasse a atenção de mim.
- Porque eu quero, Porque eu posso. - ela o respondeu sem olhá-lo. - Oi. Alice. - ela desviou brevemente os olhos para o meu lado e depois partiu saindo da sala com Damian a seguindo também com o seu copo.
