Jasper

Peter estava com um humor do cão, ele me colocou preso no carro junto com Damian pelo resto da viagem, enquanto ele e Charlotte seguiam a viagem em outro carro, nenhum dos dois me responderam o que tinha acontecido, Peter por está em ignorando e Char por simplesmente não saber ao certo o que tinha acontecido. Tínhamos quase 5 horas de viagem ainda pela frente, e assim como ele não queria olhar para a minha cara, eu não queria aturar seu mau humor, então seguir com Damian estava ótimo para mim.

Tudo bem que na verdade minha vontade era de sair e ir procurá-la, mas escutei e acreditei quando Damian disse que seria uma perda de tempo, que Bella sabia cobrir seus rastro muito bem se não quisesse ser encontrada. Bem, eu a encontrei na noite anterior… Eu não contei a ninguém o que tinha visto e eu nem contaria, não era da conta de nenhum deles, assim como eu sabia que não era da minha também. Eu não tinha que estar lá, e nem ver o que vi.

- Isabella vai ficar bem, Jasper.

Era só o que eles sabiam me dizer, e isso é tão irritante quanto ficar perguntando repetidamente se está tudo bem… o que me fez pensar como eu fui tão repetitivo e irritante com ela no dia anterior, mas caramba, ela estava ferida e o fato de ela ser completamente muda com seus sentimentos agora, me deixava perdido.

- Peter, está irritante hoje.

- Ele sempre é. Ele não gosta quando essas coisas acontece. Já, Char se mantêm forte para apoiar os dois como sempre, e eu fico aqui, fazendo o meu e cuidando de tudo o que ela confiou em mim. Ela sabe aonde me encontrar se precisar e que eu não vou a lugar nenhum.

- Então ela vai voltar, logo?

- Isabella nunca iria para lugar nenhum, ela nunca nos deixaria Jasper. Não vê-la, não quer dizer que ela não esteja aqui conosco. Ela está a tempo de mais nessa vida e é teimosa, sempre faz as coisas do seu jeito e segue seus planos.

Suas palavras me chamou atenção para o fato do tempo. A mente de um vampiro era perfeitamente perturbadora. Tínhamos passado mais de 10 anos longe, vivendo uma vida que eu nunca tinha considerado de fato minha, foram tontos lugares e histórias diferentes… mas a temporada em Forks, por mais curta que tivesse sido estava tão vivida em minha mente, tinha sido o que? 1 ano? Eu tinha… a família tinha feito parte da vida de Bella por 1 ano… Enquanto eles estiveram ao lado dela por muito mais tempo… um tempo considerado como uma vida para um ser humano, o tempo que levaria para ele criar personalidade, ser conhecer como pessoa e conhecer alguém... A vida desa seguiu, ela criou laços inquebráveis entre eles, teve histórias e sentimentos. Por que eu conseguia sentir todo o orgulho, fidelidade e amor, que Damian sentia ao dizer cada palavra ao afirma que ele estaria ali para ela.

Quando estávamos cruzando a Quinaul Reservation comecei a sentir a ansiedade de estar chegando em Forks, sem saber o que encontraria de fato. Embora fizesse um tempo desde que eu cacei algo, sendo a última vez em nossa parada em Colorado no Parque Nacional, eu neguei quando Damian se ofereceu em encostar para que eu aproveitasse a área, minha ânsia em chegar era maior do que qualquer fome que eu tivesse sentindo naquele momento. Eu tinha a esperança de que ela, por ter saído primeiro já estivesse por lá, e que, pelo menos, a corrida tivesse dizimado a nuvem que parecia cobrir sua mente nas últimas horas.

Damian mais ansioso do que eu acabou pisando mais fundo fazendo o carro desenvolver mais do que vinha fazendo desde que saímos de Portland. Passamos pela placa de boas vindas a Forks, e para a minha surpresa encontramos a primeira cidade movimentada em toda a viagem. O céu nublado não tinha mudado, embora não tivesse chovendo e nem garoando, as nuvens pesadas ainda sim encobria o sol não deixando ele aparecer. As pessoas andavam pela cidade, pais com crianças, caminhões carregando alguns troncos, jovens com mochilas próxima a lanchonetes e até mesmo um carro de viatura andando tranquilamente fazendo sua ronda. Era como se eu tivesse entrado em um túnel do tempo bizarro, porque tudo parecia tão igual, mas ao mesmo tempo tão diferente.

Damian diminuiu a velocidade enquanto íamos cruzando a cidade e eu fiquei surpreso quando reconheci o caminho que ele estava fazendo, até que ele virou em direção ao conjunto de casas, virando a esquerda e seguindo até o final da rua para então dobrar a direita e seguir para o final da rua, encostando na última casa.

- Eu… porra, minha mente está explodindo com tantas perguntas, Damian.

- É cara, eu posso imaginar. Mas não acho que deva ser eu a respondê-las.

Estávamos enfrente da casa branca que agora tinha janelas e a porta pintadas de azul escuro, a dita porta se abriu e por ela saiu uma mulher esbelta, sua roupa colada, deixava seus traços latinos bem evidentes, seus cabelos continuavam longos e negros e estavam caindo em cascatas, isso tudo… ela, reconhecê-la, me fez querer bater minha cabeça no painel do carro, Damian riu do meu descontentamento. O carro de Peter, encostou atrás do nosso e ele e Charlotte não demoraram a sair quando Maria desceu a escada da varanda e se aproximou, ela tinha roupas modernas, com botas, calças e uma blusa de mangas compridas, tudo em cores escuras deixando seu tom de pele ainda mais pálidos, o que deixava o vermelho de seus olhos ainda mais vibrantes.

Uma imagem tão diferente da que eu tinha dela quando a encontrei pela primeira vez, uma senhorita indefesa com suas duas irmãs na beira da estrada em tempo de guerra, o vestido branco que ela usava naquele dia a deixava com um ar tão angelical e mesmo quando me aproximei e olhei em seus olhos vermelhos, tudo o que eu apenas conseguia sentir era a necessidade em ajudá-la. Maldita manipulação.

"Aonde ela está?" foras suas únicas palavras e Peter apenas negou com a cabeça, o que a levou a bufar e resmungar, meus irmãos a cumprimentaram com um aceno e se posicionaram ao seu lado, enquanto os grupos que vinham chegando iam se aproximando e se apresentando com curvas de cabeças e se colocando a postos pelo quintal. Até que ela disse em voz alto para que todos descarregassem e se recolhessem, embora eu não soubesse o que isso significava.

- Ande Damian, não tenho o dia todo, diga ao meu velho amigo, que não o morderei de novo. - ela resmungou dando as costas e voltando para dentro da casa que um dia Bella Swan morou com seu pai.

Eu reconheci um pouco da decoração, embora eu não tivesse entrado nela muita vezes, ela tivesse modificado algumas coisas, como a pintura das paredes, as cortinas nas janelas e até mesmo alguns móveis, tinha muita coisa gritante ali que estava me fazendo fantasiar várias histórias. E uma delas era um porta-retrato acima da lareira, era uma foto de Bella, ela estava com um sorriso forçado, como se tivesse tentando segurar uma careta de deboche, ela estava com seu vestido azul usado no baile de inverno e tinha seus cabelos presos para trás com cachos caídos pelo ombro, Alice levou quase uma hora fazendo, porque a menina não parava de reclamar, a foto tinha sido tirada na escada daquela mesma casa, e ela estava tão… Bella, linda… o brilho naqueles olhos castanhos ainda era genuíno, mesmo em uma fotografia de 18 anos atrás.

Forçando meu olhos a piscarem, quebrando um pouco o transe em que entrei, eu distribui minha atenção para as outras partes das fotos, tinha mais algumas, como se seu lar nunca tivesse se perdido através dos anos. Fotos dela sozinha, dela com seu pai em pescarias, a qual ela olhava para o peixe enorme que seu pai segurava com medo de que aquela coisa a qualquer momento pulasse para cima dela e até mesmo com Jake e ela sentado na caçamba da sua antiga caminhonete monstro.

- Sabe, olhando isso tudo é como se nada de importante tivesse deixado o seu lugar. - falei sem conseguir tirar os olhos de suas fotos.

- Mais deixou, por um longo tempo, isso aqui foi a sombra de um lar, por falta dela.

- O que você está fazendo aqui, Maria? - me virei com meus braços cruzados, quando senti sua aproximação.

- Bem, sou eu que teria que fazer essa pergunta Jasper, já que estou na minha casa e pelo que me lembro em nosso último encontro à o que? 50 anos atrás? Você disse que não tinha interesse nenhum em voltar as suas origens.

Ignorei o que disse sobre aquela ser sua casa, eu queria apenas aproveitar aquele momento de nós dois estávamos ali sozinhos para deixar claro algumas coisas, tudo aquilo que vinha em sufocando quando entendi de fato aonde eu estava entrando de cabeça novamente, eu podia estar aqui agora e sim, eu via que muitas coisas estavam diferente, e minha presença aqui seria a maior mudança de todas, se compararmos os acontecimento de agora, com a do meu passado.

- Eu não voltei por você…

- Sim, querido. Eu estou muito ciente disso. Assim como sobre muitas outras coisas. Por exemplo o fato de que não foi também por Isabella que vocês voltaram.

- Bella é importante para todos nós Maria.

- Isabella vai muito além de ser importante para alguém, Jasper. Ela é essencial, para muitas coisas e pessoas.

- Por isso mesmo, que você não pode continuar a prendendo a seus planos e a envolvendo em suas manipulações. - rosnei.

Sua risada me cortou.

- Por acaso, estamos em algum celeiro decrépito, Major? Vê alguma corrente a nossa volta? Porões empoeirados com um bando de vampiros descontrolados prontos para arrancas partes uns dos outros a nossa volta? Você a está vendo aqui, agora Jasper? Acorrentada e envolvida em minhas manipulações? Se você acha que a trato como um animal, pois bem. Então deixe te dizer que Isabella é o animal mais livre que eu conheço, sem asas podadas e muito menos coleiras em seu pescoço. É muito difícil para você e sua "sublime família" entender que ela teve uma escolha e que ela escolheu ficar?

- Sim, é. Porque eu te conheço. E você nunca foi uma criatura benevolente disposta a conceder escolha a alguém.

- E continuo não sendo, querido. E mesmo assim, Isabella escolheu ficar, sabe como? Se impondo e me fazendo ver que esse sim era o lugar dela. Ela me seguiu por todos esses anos e também trilhou seus próprios caminhos, mas nunca abandonou aquilo que ela ajudou a criar. Ela construiu uma casa que não se cabe em quatro paredes em um simples lote de terreno, não importa o que você diga ou acha, isso não vai mudar, suas asas cresceram demais para caber em qualquer gaiola dourada que você e sua família gostavam de prendê-la. - eu me surpreendi com rispidez de suas palavras.

- Por falar nisso, eles chegaram na noite passada e eu autorizei a entrada deles na cidade, eles estão em sua antiga casa na floresta, o tratado com os Quileutes continuam. Eu não sei o que vocês vieram fazer aqui, mas eu vou deixar claro para você a mesma coisa que eu deixei para os outros. Não bagunce a minha cidade. Nós lutamos juntos no passado, mas é apenas isso. Passado. Você não veio por nenhum de nós e nós também não queremos nenhum de vocês aqui. Isso era tudo o que eu queria deixar claro. Dispensado. - ela disse dando as costas e indo em direção a cozinha.

- Não sou seu soldado, Maria.

- Verdade. - ela parou no portal que ia da sala para o pequeno hall de entrada, e com um delicado e ligeiro movimento de mãos ela a estendeu indicando a direção da porta. - Então… fora da minha casa.

Por uns segundos eu não sabia o que responder.

Fazia 20 minutos que eu estava parado enfrente a construção impressionante e moderna feita na floresta, tinha sido um dos trabalhos que Esme mais tinha se empenhado e não era a toa que era uma das suas favoritas, no entanto que ela nem mesmo a vendeu quando decidimos nos mudar par a Europa. A deterioração por conta dos anos e a falta de manutenção era visíveis, e mesmo não estando tão iluminada como ela costumava está, ainda assim era belíssima.

Eu me sentei nos degraus, mesmo sendo impossível que eu tivesse cansado de ficar de pé, eu só precisava de um tempo. Eu podia ouvir o arrastar das coisas e remoção de lençóis enquanto Emmett brincava de tossir, com certeza fazendo alguma piada por conta do acumulo de poeira. Eu tinha minha cabeça apoiada em minhas mãos enquanto eu repassava em minha mente toda a minha conversa com Maria, uma, duas, três vezes, assim como cada canto daquela casa novamente. Não levou muito mais tempo para Carlisle aparecer.

- Você chegou! - sim, ele sabia, todos eles sabiam que eu estava ali. - Está tudo bem?

- Não! - fui sincero. - Mais vai ficar. - bem, nem tanto… eu não tinha tanta certeza assim.

- Bom. Então, tudo que… deixamos para trás ainda está aqui. Não perdemos nada.

Eu rir das suas escolhas de palavras, me recordando novamente da conversa de Maria. Ele não poderia está mais que enganado.

- Nem tudo Carlisle… - e se a conversa anterior com Maria fosse o indício do que encontraríamos, bem eu já poderia dizer que de tudo, perdemos o mais importante. O que não tem como repor e nem compensar e mesmo que tivéssemos realmente uma máquina do tempo, por sermos quem somos ainda assim eu tinha certeza que estragaríamos as coisas do mesmo jeito.

- Eu tentei marcar um encontro com os anciões. E tive um retorno de alguém chamado Sam, ele assumiu o bando no ano que fomos embora, ele disse que tudo já foi acertado. Eu queria encontrá-lo, para conversar, nos apresentar e deixar claro que a família…

- Ele negou dizendo que bastava seguir o tratado, ou tudo seria reportado a Maria. - ele afirmou com a cabeça. De todas as mudanças que poderia esperar ao voltar para Forks, juro que imaginei de um pequeno cinema a finalmente um bar noturno sendo construído nessa cidade pequena, mas nunca imaginei que ela estaria sobre o controle de vampiros, e ainda mais esse vampiro sendo Maria, isso era algo que nunca em minha vida imortal teria sido capaz de imaginar.

- Vamos… precisamos reunir a família.

Com uma respiração profunda e desejando apenas um banho e não passar algumas horas sentado em uma mesa de jantar debatendo os próximos passos, eu apenas o segui, desejando que isso tudo apenas acabasse logo.

Eu não tinha nenhum noticia de Bella a mais de 24 horas, contando da ultima vez que foi quando a encontrei no beco e não no seu quarto. Sem meu celular, eu não tinha como entrar em contato com Damian e nem mesmo perturbar Peter para que ele compartilhasse alguma coisa comigo.

Todos a minha volta estava muito mais relaxado por estar em um território conhecido, eu poderia até mesmo afirma que eles sentia conforto e segurança, enquanto conversavam e debatiam o que era preciso fazer nos próximos dias.

Eu passei pela reunião, apenas batucando os dedos, vendo a boca deles se mexer e não me focando em muitas das palavras que foram trocadas, me fiz ativo quando o assunto foi sobre procurar informações sobre Eleazar. Emmett disse que cuidaria de conectar a casa na rede, enquanto Esme e Alice cuidariam da reforma. Edward chegou a questionar se nos matricularíamos na escola e eu mordi minha língua para não perguntar em que universo idiota ele estava vivendo. Bem, eu não perguntei, mas isso quer dizer que ele não deixou de ver em minha mente.

A família, não tinha chegado a entrar na cidade de fato, Maria os recebeu na estrada e de lá foram acompanhados direto para a casa, enquanto ela ia ditando regras, ordens e xingamentos. Não necessariamente nessa ordem. Mas uma coisa era certo, escola estava fora de cogitação para mim e eu me arriscaria a dizer que para os outros também. Não fazia nem duas décadas que fomos embora, muito dos nossos "coleguinhas" ainda estava na flor da idade e com suas mentes em perfeito estado para recordar do Dr Cullen e seu exemplo de família espetacular… sendo essa a história ou qualquer outras que pensássemos em contar.

Eu me retirei, logo que Carlisle disse algo sobre ter sido convidado por Maria para uma conversa amanhã, enquanto seus olhos buscavam pelos meus através de apoio, eu me esquivei querendo distancia dele e principalmente de Maria. Eu entendia sua apreensão em lidar com ela e entendia ainda mais Peter e sua infelicidade todos esse tempo que o vi ter que lidar com Maria diretamente. Jogando a informação de que eu estaria saindo para caçar nas redondezas, ignorei completamente o combinado das viagens serem feitas em par, até mesmo as mais curtas, eu corri pela mata em busca de qualquer rastro que pudesse ocupar minha mente e me distrair.

Encontrei vários rastros pela mata e muitos deles não era de animal, pegadas descanças e outras não, assim como alguma sendo de patas imensas, que pareciam pertencer a um animal grande e pesado. Um barulho atrás de mim me fez virar, eu respirei fundo tentando capturar algum cheiro, mas não tinha conseguido capturar nada, até que minutos depois, um cervo passou correndo assustado em uma distância não muito longe, eu não era ingênuo, não foi ele que chamou minha atenção minutos atrás, mas no momento seria o suficiente em ocupar minha mente.

Voltei para casa escalando a árvore que tinha próxima a janela do quarto que costumava usar, aonde eu sabia que ainda tinha algumas roupas minhas, não tinha sido nenhuma caçada com algum animal violento, com quem tive que brigar, mas, mesmo assim, eu estava imundo de correr atrás de alguns cervos por um tempo.

O jato de água saiu logo assim que liguei o registro, ignorando a banheira imensa que tinha ali, deixei a pressão da água que ainda era boa caísse nos meus ombros, e depois enfiei a minha cabeça, em uma temperatura tão fria, que chegava a quase ser a minha própria temperatura corporal. Mesmo de olhos fechados eu notei a sua chegada, ela ficou quieta, provavelmente encostada na porta e assim como Alice não falou nada, eu também não falei.

As roupas no closet tinham um cheiro de guardado, mas ainda estavam em bom estado, mesmo com quase duas décadas sem uso. Bem, calças de moletom e camisas básicas de algodão nunca saiam de moda. Quando sai do closet vestindo apenas a calça, esfregando a toalha no meu cabelo, Alice ainda estava, dessa vez sentada na beirada da cama, eu vi a chateação em seus olhos, suas nova cicatriz ainda estava com linhas avermelhadas antes de esbranquiçar como as minhas, incomodado eu vesti a camisa que segurava para esconder boa tarde delas.

- Sinto muito, mas eu não consigo evitar. Você tinha decidido deixar isso tudo para trás, Jasper. Porque… Eu não quero isso.

Seu corpo pequeno tremeu com o soluço e me ajoelhei na sua frente e toquei sua mão.

- Minha escolha foi deixar Maria e aquela guerra doentia por território para trás, Alice. Nunca foi sobre desistir dos meus irmãos e é isso que Peter e Char significam para mim. Eu pensei que você tinha entendido isso em todos esses anos.

Seus olhos estavam repletos de sentimentos conflitantes, o que a deixava em um estado bagunçado que eu nunca tinha visto antes.

- Quando eu acordei e "vi" você… Você cuidaria de mim, iriamos vir juntos até os Cullens e seriamos uma família. Você escolheu ficar e tudo se tornou tão lindo, as visões eram tão claras e felizes. Fomos tão felizes Jasper.

- Nós fomos sim Al…

- Quando Esme e Rose escolheram voltar a Forks depois de muitos anos, eu me animei com a ideia de um lugar que eles diziam ser possível construir um lar por mais tempo, com a liberdade que teríamos, então, eu vi a chegada de Bella, mas as visões ficaram embaçadas… tudo ficou tão confuso, escaço e incompleto que eu não vi nada daquilo acontecendo e eu apenas fiz aquilo que você sempre me aconselhou, eu não me prendei as visões, eu não precisava saber de tudo. Mas você estava errado Jass, eu não tinha o controle e tudo aquilo aconteceu, James e depois o aniversário dela.

Sim, eu sabia o quanto suas visões significava para ela. O quanto ela se apoiava no que via, e tinha fé que tudo poderia ficar bem, se apenas deixasse acontecer ou até mesmo fizesse acontecer. Quando acordou, ela tinha finalmente conseguido ver com clareza e entender o que realmente estava acontecendo em sua mente, e então, podendo focar mais. Ela estava sempre gostava de ver o que estava por vir, e a família a apoiava nisso.

- Então aconteceu de você sumir nelas. - ela atraiu minha atenção ao voltar a falar, eu sabia que ela tinha tido dificuldade de me ver quando eu tinha tomado a decisão de voltar, mas eu não sabia que isso tinha acontecido antes. - Você ia embora, por não querer machucá-la, e a família apoiaria isso, mas você não precisava ir sozinho. Edward já estava com a ideia de partir. Por isso eu não disse nada. Mesmo assim eu tive dificuldade de te ver Jasper, mas não era tão assustador porque você estava comigo, mas agora… Eu sei que você quer ficar, mas eu tenho que ir Jass. Então se você escolhesse vir comigo, assim como você escolheu lá no início ficar comigo, eu sei que posso fazer tudo ficar bem, que podemos continuar junto.

Suas mãos firmes e finas se agarraram a minha, como se quisesse segurar bem firme ali, junto dela.

Alice tinha acordado sozinha nesse mundo e antes disso tinha passado anos presa em um manicômio porque sua família a achava maluca por ver coisas que não existiam, situações que nunca aconteciam. Ficar tinha sido uma escolha fácil quando eu estava perdido e o brilho dela me encantava para fora de uma escuridão que me consumia, eu tinha acabado de sair do exército, tinha fugido de Peter e Charlotte depois de perder o controle mais uma vez e surtar, eu estava vagando por Filadélfia sem um rumo certo quando a encontrei e aceitei a missão de ajudá-la a encontrar a família, acreditei quando me disse as coisas que viu porque eu senti a sua felicidade, animação e até mesmo amor… afinal de contas, eu realmente existia e não era fruto de sua imaginação. Alice não era uma pessoa louca, ela só era uma pessoa sozinha. E eu tinha prometido não deixá-la sozinha.

E eu odiava quebrar minhas promessas… isso me destruía.