Maria
O sol já estava nascendo, a hora tinha passado tão rápido naquela noite, eu conseguia ver os raios de luzes através das árvores no fundo do quintal vir direto para a janela da cozinha, iluminando minha mão e fazendo as cores cintilaram fazendo-a brilhar com um jogo de cores enquanto eu segura a caneca preta. Eu não me lembrava quando tinha sido a última vez que o tempo amanheceu assim, com a promessa de um dia ensolarado.
E como eu sentia falta disso…
Diferente do Texas onde eu sempre me esticava nos primeiros raios da manhã, gostando da sensação de ele aquecer o corpo frio que eu possuía a tantos anos, que eu nem conseguia me lembrar mais como era ser diferente. Falando em diferente... Muitas coisas tinham mudado ao meu redor, na minha vida e principalmente em mim.
Eu estava preste a mergulhar, mais uma vez, minha mente nessas mudanças, quando sua mão firme segurou meu ombro e apertou levemente, eu me virei apenas para ver seu grande bigode tremer por conta do seu bom dia e seu sorriso. Eu estendi caneca em minhas mãos e sorri para o roçar de lábios em minha testa, antes dele se afastar.
Sim, muitas coisas tinham mudado em minha vida.
Saindo da janela fui até o balcão e peguei minha própria caneca, eu precisava me aprontar para o dia que estava se inciando, puxei meu telefone olhando para a ultima mensagem, o meu castigo em forma de pessoa, Peter não tinha tido nenhum sucesso em rastreá-la, assim como ela continuava sem nos responder e nem mesmo dar um sinal de vida.
- Ela vai aparecer. - sua voz rouca soou pela cozinha, sabendo o que eu precisava ouvir.
Bem…. Claro que ela apareceria.
Eu não me dei ao trabalho de responder, eu estava com muita raiva e Dios sabe como eu costumava ser quando estava assim, segundo Peter meu humor de "cadela raivosa" era mordaz com quem estava a minha volta e eu não queria descontar em ninguém… não, eu não queria descontar nele, eu não conseguia. Sendo compreensível e completamente o oposto de mim, aquele homem entendia a necessidade que eu tinha de ficar sozinha e até mesmo de surtar. Então eu sempre tinha meu espaço e os meus momentos.
Eu tinha compromissos hoje, assim como eu tinha todos os santos dias, a minha viagem ao prédio da prefeitura foi breve, assim como a reunião que eu tive com o prefeito e o reverendo Weber, um senhorzinho que eu gostava de lidar, diferente do prefeito em si, por isso eu sempre fazia questão de sua presença.
Eu já estava fora do prédio quando meu celular tocou com Peter me pedindo para ir até a delegacia. Deixando o carro por lá mesmo eu corri, para que fosse mais rápido e ao entrar no prédio, recém-reformado, eu o encontrei junto com o médico e claro, Jasper.
O Doutor se levantou e me cumprimentou, eles estavam na recepção e Peter me avisou que eu poderia usar a sala do Chefe já que ele tinha ido até Lá Push.
Eu não precisava ler a mente de Carlisle para vê-lo surpreso por estarmos ali, tão expostos, para o tipo de conversa que teríamos, eu via como ele olhava em volta estudando a estação e as poucas pessoas que estavam andando por ali. Bem, eu não iria para sua casa tratar de assuntos que não seria da conta de mais ninguém, já que o assunto envolvia apenas a ele. E nem fodendo eu os receberia em minha casa… além disso, nossa casa era apenas… nosso lar. Nada além.
- Fiquem à vontade, aceitam algo para beber? Temos O- hoje. - perguntei enquanto me sentava na cadeira atrás da mesa e apontei as duas a minha frente. Seus movimentos paralisaram com os olhares espantados enquanto olhavam de mim para a secretaria que abria a porta, isso chamou minha atenção para a situação, que eu tinha esquecido completamente. - Droga, esqueci. Vou ficar devendo alguns coelhinho hoje. Companheiro… Estamos bem Norma, pode sair querida. - falei para a mulher que cuidava da recepção e claro era muito querida por todos aqui, enquanto eu ligava o computador.
- Que porra toda é essa Maria? Você enlouqueceu de vez? - o ataque do meu ex-Major foi irritante, mas o brilho que eu vi crescer em suas iris douradas foi gratificante.
- Jasper. - a repreenda do médico me fez rir.
- Sim. Jasper, cuidado com seus modos meninos, ou seu pai vai colocá-lo de castigo. - brinquei enquanto digitava a senha para liberar o acesso à máquina na minha frente.
Seu movimento brusco em levantar foi tão barulhento e nada sutil que logo o médico levantou para segurar seu braço e Peter abriu a porta colocando apenas a cabeça e estudando a situação, ele não entraria a menos que fosse necessário, como eu disse, tinha o costume de ser uma cadela raivosa quando estava chateada. E eu estava muito chateada naquele momento e boa parte era culpa dessas pessoas na minha frente. Que eu faria questão de chutar para bem longe se eu pudesse.
- Filho, ela nos chamou para conversar, vamos só ouvir. Tá bom. - Os reis não brincaram quando disseram que Carlisle era a criatura mais pacificadora que eles tinham conhecido.
- Sim, isso mesmo Dr. Cullen. E o assunto é bem simples. Precisamos de um médico e eu acredito que você seja a pessoa perfeita para isso.
Eu via a incredulidade em seus rostos enquanto eu contava como nosso hospital estava sem mão de obra depois que fechei a cidade para quaisquer novos moradores e recentemente um dos nossos médicos foi atacado em uma viagem para fora da cidade, depois disso até mesmo as viagens estavam proibidas. Mas tínhamos que cuidar das pessoas e estávamos fazendo isso muito bem, mesmo com toda a confusão.
Carlisle tinha se mostrado bem interessado no assunto, ao mesmo tempo que se mostrava bem incrédulo por tudo está tão as claras e eu não querer conversa tão abertamente sobre isso. Conversar com ele estava sendo fácil, o que estava me tirando do sério era o loiro sentado ao lado dele. Era como se Jasper quisesse me levar ao limite, querendo quebrar a falsa tranquilidade que eu estampava em minha cara e ele estava quase conseguindo o que queria e um pouco além também, porque eu não ficaria só nos gritos e ameaças dessa vez.
Eu não o mandaria sair dessa vez, eu o jogaria lá fora.
- Você está querendo me dizer, que tomou a cidade? Que foi… cansou de brincar de War e resolveu mudar para monopólio? - Seu deboche era irritante, ou era apenas efeito colateral de ter passado muito tempo com Peter, não é possível.
- Estou querendo dizer que tenho uma cidade para tomar conta. Eles sabem que lá fora é perigoso, eu garanti segurança e estou fazendo de tudo para entregar isso. Em troca eles não fazem perguntas impertinentes.
- Você realmente ficou louca.
Jasper resmungou ainda com os olhos vidrados e raiva, mas apenas bufei cansada dele e de seu julgamento. Tudo bem que no início foi complicado, mas eu não gostava de ser julgada e eu não seria, nem mesmo por ele. Eu estava tentando fazer uma coisa boa aqui e para essas pessoas. Eu não precisava fazer, mas porra… eu tinha escolhido fazer. Isso não tinha que contar para algo?
- Olha só, acho que só falar não está sendo suficiente para a ideia entrar na mente de vocês da forma correta, embora sua opinião vale uma merda para mim Jasper, meu assunto aqui é com o médico. - com sorrisinho falso e educado me virei para Carlisle. - Vamos para uma visita, o que acha? Eu sei que você já trabalhou no hospital, mas são quase duas décadas, muitas coisas mudaram por aqui. - fiz o convite me colocando de pé, querendo guiá-los para fora da sala com a intenção de levá-los até o hospital. Eramos vampiros, andar um pouco não desgastaria nossa vida, embora meu tempo estivesse sendo um pouco escaço, mas isso era importante.
Quando fechei a porta da sala, a porta dupla da entrada abriu com violência, enquanto um homem negro que tinha seus braços preso para trás enrolado com enormes correntes foi empurrado com violência para dentro, por um homem que tinha seus quase 2 metros de altura e mais de 100 quilos em músculos.
- Eu to de saída. - avisei já deixando claro que eu não cuidaria daquela bagunça agora.
- Vai ter que adiar um pouquinho, "mí perla". - a sua voz sempre soava como música para mim, e essas palavras era como um chamado. Ele entrou logo atrás de Sam, parando de braços cruzados em frente a porta, agora fechada para impedindo qualquer fuga minha. Os suspiros surpreso atrás de mim foram inevitáveis. (minha pérola)
Eu em aproximei, era sempre um movimento que eu nunca conseguia evitar e eu também não me empenhava tanto nisso. Por que eu faria? Era algo tão bom que eu nunca tinha sentido antes. Batalhei para ter direto a tanta coisas em todos esses meus anos de vida, que eu sempre estaria aberta a receber tudo o que ele estava disposto a me dar. Assim como eu me via sempre empenhada a ser a melhor, não para destruir e conquistar… mas ser a melhor para ele, dar tudo a ele, ser o que ele precisava de mim…
Mas não agora… não quando eu queria me livrar de tudo isso o mais rápido possível e muito menos para lidar com os lixos que eles traziam da rua… eu odiava isso. E eu odiava aquele ser acorrentado ainda mais do que os outros. Eu estava pronta para argumentar, e com o seus sorrisinho e braços cruzados, ele estava pronto para argumentar de volta, quando fomos interrompido.
Um barulho de destroços do lado de fora atraiu nossa atenção, eu me apressei em sair deixando todos para trás, querendo entender o que estava acontecendo. Membros despedaçados e um corpo quase inteiro foi jogado no pátio da delegacia, por ninguém menos que Isabella.
- Acho que deixou algo para trás Samuel… de nada, embora eu acredite que terá que voltar para buscar um pé e acho que uma mão também.
Ela estava de costa para mim ainda mexendo nos pedaços, toda desgrenhada, descalça, roupas rasgadas e cabelos uma zona. Uma bela imagem selvagem. A porta atrás de mim não demorou a abrir, com todos saindo, com certeza por reconhecerem a voz.
Ela finalmente se virou encontrando todos.
- Oh! Que lindo, todos juntos. - seus olhos tinham um brilho radiante em um tom de vermelho vibrante que me lembrava lavas derretidas explodindo euforia, o que os deixava ainda mais destacados em sua pele clara, por tê-los tão vidrados, olhando em volta com tanta animação e cheia de expectativa e foi a minha vez de suspirar com o fato de ter que lidar com a fera solta.
- Aonde você estava? - rugi, atraindo sua atenção para mim.
- Trabalhando, não está vendo. Não quero vermes na minha floresta.
Um movimento atrás de mim atraiu sua atenção e quando os vermelhos ganharam um tom mais escuro pesando em fúria eu gemi em lamentação, isso não tinha que acontecer assim…
- Foda-se Maria. Como você teve coragem, Caralho.
Seu avanço vei rápido e eu me esquivei quando suas mãos fria atacaram meu rosto, ela era rápida e forte, mas eu tinha ensinado tudo o que ela sabia. Claro que ser uma força da natureza, era por conta dela, e esse ser especial que ela era. Sendo que eu não a deixaria em derrubar, não quando eu não estava errada. E ela precisava esfriar a cabeça, sair dessa vibe de sangue e guerra que ela tinha entrado e parar para me ouvir, nem que para isso eu a afundasse na fonte da cidade.
- Isabella Swan…
O grito apenas a enfureceu mais e quando ela se virou para olhá-lo, eu a derrubei e a prendi no chão com o meu joelho, não me importando em ser atacada por suas garras.
- Você não tinha o direito de transformá-lo sem mim. - ela gritou.
- Sim, eu tinha todo o direito. Porque você não estava aqui.
- Ele era o meu pai, sua vaca.
- Eu não matei o seu pai Isabella, eu salvei o meu companheiro… ele continua aqui, ele ainda é o seu pai.
Em instantes eu vi seus olhos ganhando foco, suas unhas estavam infincadas em minhas coxas tentando levantar meu joelho e me desestabilizar, nenhuma de nós duas desviava a atenção para Charlie que estava parado ao nosso lado desesperado, com certeza, com medo de nos tocar e piorar a situação.
- Puta que pariu, Maria. - ela resmungou, a voz livre de ódio, o que me fez aliar a pressão em seu peito, seus braços me soltaram e foram para o seu rosto, mas mesmo assim não a soltei.
- Terá que lidar com isso Isabella, ou eu chutarei sua bunda até que faça. E eu não me importo com o que seu pai ache disso. Eu fiz o que era certo para salvá-lo, e estou pouco me fodendo para o que você ache sobre isso.
Seu rosnado voltou, quando ela jogou seus braços agarrando meu ombro me puxando para sua direção e me acertando uma cabeçada, ao mesmo tempo impulsionando seu corpo, usando seu peso para girar, eu me engalfinhei tentando segurar seus braços que eram rápidos, mas no momento em que ela conseguiu se colocar encima de mim mãos forte a puxaram para longe.
Jasper tinha os dois braços envolta de sua cintura a suspendendo enquanto ela sacudia suas duas pernas e tinha suas duas mãos infincadas em seu braço tentando se soltar.
Eu me sentei, não fazendo questão de levantar, mesmo quando Charlie me estendeu sua mão me perguntando se eu estava bem. Não, eu não estava bem, não era pela briga e nem pelos xingamentos, eu simplesmente odiava vê-la assim.
Isso tudo era mais uma revolta de sua mente, do que fúria pelos acontecimentos em si. Ela precisava apenas fazer aquilo que ela tinha aprendido e sido treinada para fazer… lutar, extravasar e destruir… os corpos despedaçados e despejados não muito longe era a prova disso, mas mesmo assim não tinha sido o suficiente, as vítimas que causaram manchas em suas roupas e tornaram seus olhos um mar de lava e um brilho de excitação também não tinha sido o suficiente.
Seus socos, chutes e xingamentos não tinha o poder de me ferir, mas os olhos de Charlie em ver sua filha nessa situação isso sim tinha todo o poder do mundo em me destruir. Sua menininha tinha sido roubada dele e depois de muitos anos ela tinha voltado para casa tão quebrada… eu tinha culpa nisso, mas eu não ficaria me lamuriando por isso. Já estava feito, suas rachaduras não tinham concertos, mas ela não estava sozinha ao passar por isso, nunca mais estaria.
- Solte-a. - pedi me colocando de pé.
- Não se aproxime. - Jasper rosnou, dando dois passos para trás, com Isabella ainda em seus braços.
- Está tudo bem, Jasper. Solte-a. - expliquei.
- Não. - inferno de homem, teimoso.
Peter correu para o seu lado e tentou chamá-la, segurando seu rosto. E eu sabia como ele tinha visto o quanto ela estava perdida. Sendo impedido de recuar mais, eu me aproximei assumindo a posição de Peter, enquanto ele se colocava atrás de Jasper, que rosnava para mim.
- Isabella. - chamei. - Eres fuerte, siempre la has sido, y vas a vencer esto outra vez. Eres mucho más que todo eso. (Você é forte, sempre foi, e vai vencer isso de novo. Você é muito mais que tudo isso.)
Seu rosnado tinha ido, mas seu peito ainda estava ofegando, mesmo que ela não precisasse respirar de fato.
- Eu… quero sair daqui.
- Então vá. Usted es libre, mi cielo. (Você é livre, meu bem.)
Ela parou de se mexer sabendo que ela não seria presa. Não mais.
- Solte-a Jasper. - e mesmo assim ele não se mexeu. - Solte-a Major. - meu rosnado foi alto dessa vez, o que fez com que ela revidasse, se mexendo um pouco como se quisesse atrair a minha atenção para ela novamente. O que de fato aconteceu, já que eu estava bastante curiosa com o seu comportamento, já que era eu que estava oferecendo o conforto e o que ela queria aqui… está livre.
- Solte-a Jasper. - Peter pediu dessa vez, parando ao meu lado, então ele finalmente se mexeu a soltando, mas fazendo o movimento de se abaixa em sua frente, em posição de ataque para defendê-la se fosse preciso, o que não durou muito, já que ele teve seu braço agarrado por ela, quando ela simplesmente se virou e correu o levando junto, deixando não só a mim mas todos nós surpresos.
Charlie, Carlisle e eu acabamos voltando para sua sala, deixei que dessa vez Charlie assumisse seu posto, ele agora falava no telefone com alguém, Peter tinha ido junto com Sam, cuidar dos três vampiros que tínhamos em nossa posse.
Estávamos em silêncio dando o tempo de Charlie finalizar a ligação, quando Peter voltou.
- Ele está furioso. Exigindo falar com você e com Carlisle também. - ele disse, debochei não dando a mínima para as suas exigências e indignação.
A porta abriu logo atrás dele quase o acertando de tão bruscamente que foi feito o movimento, Isabella entrou aumentando a minha surpresa… tinha sido rápido de mais.
- Isso foi rápido. - comentei encontrando seu olhar.
- Foda-se. - rosnou.
- Isabella. - Charlie ralhou com ela colocando o telefone na base. Ele ainda cismava em manter essa coisa, mesmo com a modernidade de um celular.
- Mandei Jasper de volta para casa Carlisle. Ele não tinha que está aqui. - ela nos ignorou, mas respondeu a única pessoal que em si não tinha falado nada.
- Concordo – ela voltou a rosnar para mim.
- E você vai ficar bem longe dele. - sua ameaça brilhava como neon em seus olhos vermelhos.
- O que? Eu não fiz nada com ele. - reclamei ultrajada, sem entender o porque pelo ataque.
- Sim Maria, você fez, muita merda…
- Ele veio até aqui sozinho, Isabella. Não busquei ninguém… olha só. Estamos tendo muitos problemas por aqui, então vamos nos resolver querida.
Me levantei encontrando seus olhos. Eu era pouca coisa mais alta do que ela, mas nosso porte físico era o mesmo. Charlie se aproximou, passando por mim e indo até a filha que continuava próximo a porta. Suas mãos se ergueram, eu não estava preocupada, porque eu sabia que ela não o machucaria. Isabella nunca perderia o controle com ele, nem mesmo quando tudo o que ela queria era trucidar alguma coisa com suas mãos.
- Oi pai.
- Oi, garota. - ele a puxou para um abraço apertado. Com sua superforça de recém-nascido que ainda restava. Tinha sido um ano conturbado, segurar uma cidade, lidar com o fato de um grupo reduzido, saber que Isabella tinha se entregado e ainda ter que lidar com um recém-nascido que surtava por lembrar que sua única filha tinha sido capturada por uma criatura repulsiva.
Eles sussurram coisas um para o outro, que eu não me esforcei em escutar por decidir dar um pouco de privacidade, Carlisle e Peter parecem fazer o mesmo, o momento deles não foi tão longo, conhecendo os dois e os seus complexos sobre afeto, tudo bem que eu não era muito diferente, mas caramba. São pai e filha, e tinham passado por muita coisa. 10 minutos completos em um abraço não matariam nenhum dos dois, que coisa.
- Eu não vou pedir desculpa. - ela resmungou, mas jogou seus braços envolta do meu pescoço. Eu contei mentalmente até 8 e ela me soltou. Nunca, em nenhuma vez, ela tinha superado essa contagem. E eu também não esperava por um pedido.
- Bom, ver que chegaram bem Carlisle.
- Você tam… - si seus olhos avaliarem o estado da menina, e rir quando ele pensou melhor no que diria. - Que bom que chegou.
- Sim, eu cheguei. - ela disso com um pequeno sorriso, no momento que Peter a circulou com seu braços e beijou sua cabeça.
Aquela era a única criatura que tinha livre acesso a ela. Com abraços, beijos, e uma linguagem ridícula de elogios e xingamentos… irritante.
Ela tinha explicado por onde tinha andado, Seattle tinha tomado um pouco do seu tempo, até que veio pela mata capturando rastros e encontrou os dois vampiros, eles tinham sido responsáveis pelos corpos descartados que Sam e outros lobos tinham encontrado, não eram moradores da nossa cidade e nem da reserva, aqueles vermes estavam simplesmente fazendo nossas terras de sua área para descarte.
E nem depois de toda essa explicação, eu tinha entendido o porquê de Laurent está ali.
A sala de interrogatório estava ocupada, e não era apenas Laurent que estava ali, ele tinha sido tirado da cela, sem o meu conhecimento, mas não era como se eu tivesse ficado preocupada pensando dele ter fugido quando a encontrei vazia.
O vampiro estava sentado em uma cadeira, seu corpo tremia levemente e na cadeira em frente, estava Jasper o encarando fixamente. Isabella que saiu de trás de mim e exclamou indignada.
- Eu disse para você nunca mais me mandar sair novamente, querida. - ele virou apenas a cabeça a encarando tão fixamente quanto estava olhando para Laurent. - Eu não vou a lugar nenhum.
Ela avançou como se quisesse acertá-lo, mas acabou se segurando e isso foi mais uma novidade para mim, ela apenas voltou e se encostou na porta. Eu olhei de um para o outro por um tempo, mas decidi que não pensaria muito nisso por agora, até porque, Laurent começou a balbuciar suas lamurias, descontentamentos como se eu me importasse com ele. Seu corpo ainda tremia, embora menos agora, e isso me fez sorrir debochada para um certo loiro que estava ali, depois de dizer que não tinha nada a ver com isso. Bem, esse certo alguém estava bem empenhado em surrar alguém, sem sujar suas mãos é claro.
- Aonde está Eleazar, por que ele não veio? - seu tom de voz, já mostrava o cansaço de ter que repetir a mesma pergunta varias vezes.
- Ele está ajudando Tânia a controlar as coisas pelo Alaska. A… alguns invadiram. Eu me ofereci a vir até Maria, atrás de mais algumas mãos de obras.
- Eu não tenho uma empreiteira Laurent, para distribuir mão de obras pelo estado. E mesmo assim, se esgueirar pelo quintal da minha casa não é uma forma muito inteligente de conseguir ajuda.
Isabella saiu da porta se aproximando, não de mim, mas dele. Ela o encarou estudando seus movimentos, suas palavras conforme Jasper continuava com mais perguntas, insistindo em saber, se estava tão perigoso porque ele tinha vindo sozinho, como ele insistia em dizer. Enquanto eu me encostei próximo ao vidro escuro da sala, de onde os outros estava ouvindo e assistindo.
Laurent estava ainda mais incomodado com a aproximação de Isabella, que tinha se agachado ao seu lado. Jasper interrompeu sua pergunta, mudando sua posição na cadeira, descruzando os braços e colocando mais força em suas pernas, pronto para levantar, quando a viu se aproximar e puxar a respiração bem próxima a orelha de Laurent, que estremeceu mais do que já estava.
- E você tem passado todos esses dias sozinho Laurent, Tadinho de você, vagar pela floresta não é muito inteligente quando você não sabe se passar despercebido… tanto rastros…
- Eu estava apenas des… descansando.
- Ah sim… porque você se cansa né, querido. - os olhos rubros se focaram em mim.
- Eu estava com fome…
- É proibido caçar em minhas terras Laurent. Todo idiota sabe disso. Tenho que colocar as mortes de Sam encontrou ao longo da estrada na sua conta.
- Não… eu não me alimento assim.. Eleazar.
- Pare, eu vejo a cor dos seus olho, idiota.
- Não… eu não, foi só…
- Você tem dito tantos "não" e "eu"… como se tivéssemos te acusando, mas, na verdade, estávamos apenas questionando algumas coisas para podermos te ajudar. - Bella se sentou na mesa ao lado dele cruzando as pernas. - Foque em mim Laurent. Ajude-me respondendo algo que eu quero muito saber e eu te ajudarei sendo justa com você.
- O … o que quer saber?
- Aonde ela está? - eu franzi minha testa, por um segundo, tentando entender de quem ela estava falando.
- De quem… pensei que… as meninas estão em casa… Iria e Carmem.
- Hei! Denali ficará bem, confie em mim. - ela colocou a mão em seu ombro, se curvando um pouco mais.
- E quando eu digo "ela"… nós dois sabemos de quem estou falando. - Laurent se encolheu tentando soltar seu ombro da mão dela.
- Eu não sei.
- Olha eles ai… o "eu" e o "não" novamente. - Ela pulou da mesa, e se aproximou novamente dessa vez puxando uma respiração bem profundo do outro lado de seu pescoço. - Odeio ser feita de idiota Laurent. E você está me tomando por um achando que eu não reconheceria o cheiro da vadia em você.
- Eu não…
O rosnado que Isabella deu ao escutar novamente as mesmas palavras o fez se agitar, ao tentar tirar seu pescoço da reta de seus dentes. Ele caiu, Jasper se levantou e Isabella avançou esmagando umas das pernas do idiota com o pé, pisando com força.
- Sua falta de colaboração o torna inútil para mim.
- Você via me matar de qualquer jeito.
- Oh sim, só pense, seja inteligente em tornar as coisas mais fáceis para você… eu não lido muito bem com frustração… e você está sendo muito eficiente em aumentar a minha… com seus "eu" e "não"… viu como isso se torna irritante. - ela finalizou pressionando ainda mais o pé, fazendo o vampiro rosnar com dor e raiva.
Ela o puxou pelas correntes. O colocando de pé.
- Vai me dizer, aonde ela está?
- Não…
- Vai me dizer aonde Eleazar está?
- Não…
- Então não precisamos da sua linguá né.
- Não… esper…
Ela não esperou… Isabella não era de ameaças, se ela realmente não precisava de algo, ela só o descartava, e a linguá recém-arrancada do vampiro encima da mesa era a prova disso. A bagunça ia só começar. Ela precisava extravasar um pouco e eu não estava a fim de mais confrontos, então ela podia ficar à vontade.
- Eu vou sair. Você vem? - Jasper apenas balançou a cabeça, nem mesmo virando para me olhar. - OK, bom show para vocês… Limpe tudo quando terminar, Isabella. - seu rosnado foi minha resposta.
O dia já estava chegando ao fim e eu estava na sala de Charles vendo o sol se despedir entre as árvores. O primeiro dia ensolarado depois de muitos dias de chuva e eu tinha passado o dia todo preso naquele prédio.
- No próximo eu prometo que iremos para La Push, e não será a trabalho. - seus braços me enrolaram pela cintura e eu em deixei encostar em seu corpo, sentindo uma calmaria que eu nunca senti em todos esses anos. Não em meus quase 300 anos de existência. Eu tinha passado por tanto em minha vida, e nunca tinha se quer experimentado nada comparado ao que eu tinha agora. Não era apenas amor, era uma segurança, que nem todos os exércitos numerosos que eu já tive em meu poder foi capaz de propor. A segurança de que não importasse quantas pessoas eu tiver sobre meu controle, eu nunca estaria sozinha novamente nesse mundo, porque eu tinha finalmente encontrado meu companheiro, que se não fosse por acontecimentos do passado, eu nunca o encontraria de fato. Já que ele não era do Sul, e nunca tinha planos de deixar essa pequena cidadezinha escondida do mundo. E nada em minha vida passada poderia me trazer até aqui, nada até ela chegar.
Victória era uma vadia que merecia morrer e Isabella cuidaria disso agora que pelo jeito a ruiva tinha entrado em seu radar, mas uma vez… bem, antes eu faria questão de agradecê-la por tê-la levado até mim.
N.A: Olha só quem apareceu por aqui...
Então gente, o que acharam das mudanças na vida da Maria?
