Jasper

Isabella finalmente tinha voltado… Não ao seu normal, se bem que a nessa altura do campeonato, eu nem saberia dizer de fato com era esse "normal", já que era mais do que obvio todas as suas mudanças, e como eu tinha tido a chance de vê-los um pouco de cada um em todos esses dias.

Mas o importante era que ela estava aqui, não tão bem. Mas estava inteira…

Foda-se. Isabella tinha voltado, estava bem aqui na minha frente e eu faria que de tudo ficasse bem novamente. Antes, eu só precisava respirar… sim, respirar. Porque ver aquela maluca atacar Maria, me tirou a porra de um folego que eu nem tinha mais.


Ela me levar junto quando saiu do estacionamento, me polpou o trabalho de segui-la. Mesmo com ela rosnando por todo o caminho em que me arrastava pelo braço correndo pela mata, eu não me importava nem um pouco com sua declaração de descontentamento pela minha presença. Seja por está ali, sendo arrastado junto com ela, ou na delegacia que foi aonde tudo começou, ou até mesmo na cidade, já que ela não fez questão de disfarçar nenhuma das vezes que nos mandou sair. Ela não estava contente com nada.

- Por que você estava lá? Não pode só ficar fora de tudo isso? - resmungou enquanto parava próximo de uma árvore, sua mão me soltou tão rápido, quase me fazendo perder o equilíbrio ao ser levemente empurrado. Estávamos na floresta próximo a linha do tratado, eu conseguia ouvir o som do riacho que tinha aqui perto, que fazia parte da divisa dos territórios.

- Eu fui acompanhar Carlisle, não o deixaria ir sozinho, além disso, queria notícias suas.

- Se eu quiser que saibam sobre mim eu os deixaria saber. Não pensou nisso?

- Não. Porque eu já estou cansado de deixar tudo por conta dos outros. - me aproximei, isso era verdade, eu estava cansado de deixar a decisão por conta de todos. Eu ainda tinha a conversa com Alice bem fresca na minha mente. Eu tinha começado a fazer as minhas escolhas e não pararia agora.

- Mesmo quando não é da sua conta? Porque é isso Jasper, minha vida não é mais da conta da sua família. Eu os deixei vir, para que pudessem saber como ajudar um amigo de vocês, não para se meterem na minha vida.

E foi inevitável não lembrar dela no beco. Ela ainda estava com a mesma roupa, o casaco já teve seus melhores dias, a calça também, seus tênis tinha ido a muito tempo e seus cabelos estavam em uma selvageria que só… e seus olhos… eu poderia ser consumido e me afogar em sua fúria muito fácil. E mesmo assim eu não conseguia sentir nada. Eu só queria sentir algo… qualquer coisa dela… então eu me aproximei, circulando meus braços em sua cintura, mas dessa vez encarando seu rosto, curvando um pouco minha cabeça e tendo meu nariz encostado ao seu e tendo suas duas mãos firmes em meu peito, como se pudesse me impedir de me aproximar mais.

- O que… você está fazendo? - ela me perguntou jogando a sua cabeça para trás querendo se afastar e me olha melhor, mas acabei apertando ainda mais meus braços.

- Sentindo você Bella… Porque, porra, você está tão muda para mim… que eu só preciso sentir você de alguma forma.

E foda-se se para isso eu tivesse que me prender a ela, com meus braços ao seu redor é melhor ainda. Eu não me importava nenhum pouco com isso. Quando encostei meu nariz, dessa vez no topo de sua cabeça e respirei profundamente tudo me invadiu. O cheiro da grama, da terra, dos vampiros com quem ela teve que lutar, traços de cada quanto de onde ela passou, mas acima de tudo o cheiro dela… um delicioso cheiro de morango, tão profundo e tão característico dela, que encheu minha boca, revirou meu estômago e novamente me deixou sem ar… se eu fechasse meu olhos eu conseguiria imaginar meu coração batendo loucamente em meu peito, só por ter compreendido toda essa confusão que vivia borbulhando em mim desde quando cheguei… a inquietação parou, a sensação de ter algo faltando de não saber o que fazer, isso tudo se foi. Dando espaço a determinação, ao acalento e também ao medo por perdê-lo novamente de alguma forma… e se eu fosse levar em conta nossa atual situação, poderia ser até mesmo por uma decisão dela.

Eu estava ferrado. Porque eu sentia tudo. Eu tinha uma tempestade de sentimento em mim, enquanto para mim, Isabella não sentia nada.

- Você… você não tinha que está aqui Jasper. - ela me afastou e eu deixei.

- Você não pode me dizer aonde eu tenho que estar. Eu estou cansado disso.

Era Alice, Edward e agora ela. Eu estava realmente cansado e dessa vez eu brigaria com todos, e até mesmo com ela se fosse o caso. Isabella poderia não aceitar o que eu sentia, me querer ao seu lado, eu respeitaria isso, mas eu nunca mais a deixaria novamente.

- Não me olhe assim, Jasper. Inferno. - ela gritou se afastando ainda mais de mim. - Caralho… olha só. Faz o seguinte, vá para casa, vá para a sua família. Vá para Ali.. só fica fora do meu caminho. Não tem nada para você aqui, ok.

"Nada ok. Querida." resmunguei a deixando sair. Sendo que dessa vez, eu não estava furioso por ela partir. Não… eu só sentia uma vontade imensa de sorrir… vou soar idiota, mas até mesmo de pular… ela sabia, então ela sentia, só era teimosa de mais.


O sorriso que o idiota de Laurent abriu ao me ver só mostrava o quando ele estava sem noção do que estava acontecendo aqui.

- Finalmente, Carlisle te mandou, não foi? Aonde ele está? Estão todos aqui… Edward também… - eu abri a cela que nem mesmo estava trancada e o puxei pela corrente o fazendo levantar do banco que estava e o puxei para me acompanhar. Ele não tinha chance nenhum de lutar com os braços preso, e eu estava muito curioso de onde eles conseguiram correntes tão fortes assim. - Aonde vamos? Seria mais fácil se me soltasse primeiro. - ele questionou quando o puxei e o empurrei para frente, para logo depois o empurrar para uma outra sala.

Maria tinha uma brincadeira nova. E mesmo com ela deixando claro que não me queria por perto, bem, foda-se. Eu entraria no jogo de polícia e ladrão também… mas dessa vez, seguiria as minhas regras nas as delas.

O joguei sentado na cadeira, com ele me olhando sem entender assim como a sala clara em que entramos.

- O que… o que está havendo? Cadê Carlisle… eu não sabia que vocês estavam aqui. Quero dizer… Irina não me contou nada…

- Deve ser porque ela não sabia. Afinal de conta encontramos apenas Tânia e Kate, na Itália.

- O que…

- As meninas pareciam bem preocupada, pela falta de notícias de Eleazar e Irina.

- Então me diga Laurent, porque Eleazar não tem feito o trabalho de se comunicar com a sua família?

Ele ficou em silêncio.

- Aonde está Irina?

Ele continuou em silêncio.

- O que você veio fazer aqui, sozinho?

Ele continuou em silêncio.

- Aonde está Eleazar?

Ele desviou os olhos. Eu odiava fazer perguntas… na verdade eu nunca tinha me importado em coletar informações no passado. Eu nunca precisei fazer algo do tipo, então talvez poderia ser um pouco divertido.

Eu avaliei sua postura confiante, ele se sentia confiante, ele se sentia curioso tá,bém e determinado em não falar nada. Bem, eu não iria ficar me repetindo. Então vamos brincar… e o primeiro que eu mexi foi com a sua determinação, o que o balançou.

- O que?… você é o da emoção. Irina me contou sobre você e seu truque… ela me contou muitas coisas.

- É claro que ela contou… você é da família não é.

- Eu… sou…

Não tinha sido tão confiante assim e mesmo que tivesse soado o mais verdadeiro possível, eu não acreditava nela. E era uma burrice as meninas e Eleazar terem feito isso. Ainda mais sendo com assuntos que não eram de sua conta, como a mim e a família Cullen.

Ele voltou a ficar quieto se agitando na cadeira, querendo andar e eu continuei ficando em silêncio apenas o fitando com a minha total atenção. Quando comecei a brincar com seus medos, ele gaguejou mais algumas coisas, nada realmente do que eu queria saber, embora o idiota achasse que eu fosse responder algumas de suas perguntas. A porta se abriu quando ele tremendo por conta do tanto de medo que eu enviei a ele.

- Serio isso? - Isabella estava indignada.

- Eu disse para você nunca mais me mandar sair novamente, querida. - falei virando apenas meu rosto. - Eu não vou a lugar nenhum. - eu vi seu passo em minha direção, seus olhos brilharam com a vontade de me acertar, mas é claro que ela se impediu e voltou sua atenção para o homem em minha frente e optou em encostar na porta pela qual entrou.

E eu me vi mais uma vez, repetindo a mesma pergunta. Aonde estava Eleazar, minha paciência esta por um fio. E ele não quisesse falar, tudo bem. Eu não tinha porque ficar perdendo meu tempo aqui, eu conseguiria minhas respostas em outro lugar.

- Ele está ajudando Tânia a controlar as coisas pelo Alasca. A… alguns vampiros invadiram, eu me ofereci a vir até Maria, atrás de mais algumas mãos de obras. - sorri com a sua resposta. A corda já estava com ele, agora era só deixá-lo se enforcar.

- Eu não tenho uma empreiteira Laurent, para distribuir mão de obra pelo estado. E mesmo assim, começar se esgueirando pelo quinto de minha casa não é uma forma muito inteligente de conseguir ajuda. - resmungou Maria, parada próximo a janela de vidro.

Isabella se aproximou dele.

Ela o encarou estudando seus movimentos, suas palavras conforme eu ia fazendo mais e deixano que ele se embolasse, ele estava tão perdido nos sentimentos que eu enviava, que ele não conseguia se focar que já tinhamos discutido isso. Sempre insistindo no porque ele veio sozinho, eu podia ver e sentir seu desconforto com a aproximação dela, que agora tinha se agachado ao seu lado. Então eu me interrompi, tentando entender o que ela queria fazer para está tão próxima, isso me tirou da minha posição relaxada, me fazendo descruzar meus braços e ficar pronto para levantar, quando vi sem entender o que caralhos ela estava fazendo o cheirando, porra.


Ela assumiu as perguntas na mesa bem próximo a ele, querendo saber o porque de está na floresta, sobre seus rastros, recebendo as respostas mais idiotas possíveis, e tudo bem isso poderia ser um pouco minha culpa, por ter desgastado sua mente com tantas emoções. Ela tinha dito com todas as palavras o quanto ela estava sem paciência, e só o fato de ela fazer isso em uma calmaria livre de qualquer brutalidade o fez tremer de medo novamente sem eu precisar mexer com nada. Ela estava plena, sentada na mesa bem ao seu lado, atraindo a atenção dele toda para si, enquanto dizia cada palavra para ele.

- Aonde ela está? - eu queria saber de quem ela estava falando, já que ela não parecia ter tanto interesse assim pelas meninas de fato.

- De quem… pensei que… as meninas estão em casa… Irina e Carmem.

- Hei! Denali ficará bem, confie em mim. - ela colocou a mão em seu ombro, se curvando um pouco mais. - E quando eu digo "ela", nós dois sabemos de quem estou falando. - Laurent se encolheu tentando se soltar dela.

- Eu não sei.

- Olha elas ai… o "eu" e o "não" novamente. - Bella pulou da mesa e se aproximou novamente dessa vez puxando uma respiração bem profunda do outro lado de seu pescoço. - Odeio ser feita de idiota Laurent. E você está me tomando por uma achando que eu não reconheceria o cheiro da vadia em você.

- Eu não…

E assim sua paciência foi de ralo, se assustando ao tentar tirar seu pescoço da reta dos dentes de Isabella, o idiota caiu no mesmo tempo que eu levantei, mas Isabella já tinha avançado e estava esmagando a perna do idiota com seu pé, pisando com minha força.

Ela o puxou pelas correntes, sendo categóricas em todas as suas perguntas, enquanto ele tentava recuperar um pouco da confiança que nunca faria bem nenhum a ele, como foi o que aconteceu.

- Vai me dizer, aonde ela está?

- Não…

- Vai me dizer aonde Eleazar está?

- Não…

- Então não precisamos da sua língua né.

- Não… esper…

Ela não esperou… A língua dele estava jogada encima da mesa com o veneno escorrendo, fazendo um cheiro doce tomar a sala, ela tinha feito isso tão rápido que eu nem mesmo tinha capturado ao certo como ela o arrancou e pelo que eu podia ver em seus olhos, ela só estava começando. Seu corpo tinha assumido um postura tão dominante, ela se cresceu de uma forma tão poderosa para cima daquele verme, que me fez suspirar de poder ver ali em primeira mão a sua força. Naquela noite em Portland ela era uma predadora, atraindo e seduzindo sua presa para o abate, agora, Isabella era a porra de uma criatura poderosa, pronta para lutar e destruir quem se colocasse em seu caminho.

Maria me chamou e eu apenas balancei minha cabeça sem nem mesmo desviar a minha atenção dela. Eu não iria a lugar nenhum, eu nunca mais conseguiria me afastar dela.


Eu sabia que ela me queria longe. Eu sabia que isso possa ter deixado ela ainda mais furiosa em seu ataque, ela estava muito agressiva, se aquilo era o normal ou não, eu não sabia. E não me importava. Ela não voltou a fazer nenhuma outra perguntam Laurent tinha tido a oportunidade de facilitar para o seu lado, bem, com certeza a surra que ele estava levando o estava fazendo pensar sobre isso.

Isabella batia bem, ela sabia o que estava fazendo… não era nada comparado ao que eu tinha visto na estrada, quando tudo o que ela queria era destruir o inimigo. Aqui estava sendo diferente. Seus socos eram fortes, seus chutes também, como se Laurent tivesse virado um saco de pancadas. Um pedaço de sua festa voou, por conta de um soco. Assim como seu queixo abriu uma rachadura bem grande, e seus braços e pernas também… era como se eu corpo estivesse sofrendo um terremoto e aberto várias crateras por conta do abalo. Isso devia doer, na verdade doía sim.

Com um ultimo chute no rosto, ele caiu e ela dessa vez o deixou assim.

- Todo seu… - ela disse sem me encarar.

- Eu não quero isso.

- Sim, você quer Jasper. Leve-o para o seu incrível irmão, e o faça futucar sua mente. E depois logue a lareira da sua super casa com ele. Eu tenho mais o que fazer, do que perder mais tempo com ele.

- Eu vou encontrá-la Laurent. Se sua ideia idiota era protegê-la de mim, saiba que você muito burro por isso. Ninguém ficará no meu caminho quando eu for pegá-la… assim como ninguém ficou no dela, quando ela decidiu que estava na hora de vir até mim. - ela rosnou olhando para o seu corpo.

Ele gemeu tentando falar algo, mas seria difícil sem sua língua.

- De quem você está falando, querida.

Sua cabeça se voltou tão rápido na minha direção com suas narinas se alargando enquanto ela respirava tão furiosamente se deixando ser consumida pelo ódio novamente.

- Victória.


Isabella

(2005)

A clareira estava seca, completamente sem vida, como se tivesse espelhado meus profundos sentimentos desde que tudo ruiu. Eu tinha passado os últimos dias… meses… eu não tinha prestado muita atenção no tempo, eu conseguia apenas me focar apenas em tentar entender o que tinha acontecido, o porque tinha acontecido, eu não sabia o que tinha feito de errado, e ainda não sei, a minha fragilidade não poderia ser a culpada, já que eu praticamente implorei para que ele me transformasse diversas vezes.

Implorar… isso me fazia se sentir tão ridícula agora. Mas mesmo esse sentimento não era capaz de me tirar desse poço que eu estava me afundando cada dia mais. Eu estava disposta a entregar minha vida, abrir mão de tudo só para passar a eternidade ao seu lado. Eu amava sua família e queria fazer parte dela.

Não era uma decisão feita no calor do momento, eu tinha pesando e repensado tanto, eu tinha planos. Eu sabia que Charlie iria sofrer, mas ele iria se conformar , ele não estaria sozinho. Eu tinha vivido 16 anos longe dele. Claro que eu estava feliz em ter esse momento com ele, embora não fosse uma forma tão justa quando ele passava cada minuto do seu tia preocupado comigo. Renné estava feliz com Phil e eu sabia que isso não mudaria. Eu tinha certeza disso tudo, porque eu tinha cuidado de tudo, como sempre cuidei.

A muito tempo era eu que vinha gerindo a minha vida e consequentemente tirando toda a responsabilidade de cima daqueles que tinham que ser meus pais. Então eu sabia dos riscos, do que eu estava abrindo mão, eu sabia o que eu queria. Mais isso não era o suficiente, não valia de nada toda essa certeza se não era mais o que os Cullens queriam, eles foram embora me deixando para trás com uma facilidade tão grande, que me fez questionar realmente minha importância… afinal de contas, como eu estava afirmando, estaria tudo bem para todos se eu simplesmente me fosse, ele sentiriam saudades, claro, mais ainda assim estaria tudo bem.

Eu odiava ter esses pensamentos… e principalmente esses sentimentos, mas era tudo o que tinha restado em mim depois que eles partiram.

Um farfalhar na mata me arrepiou, mas, mesmo assim, eu não virei para olhar. Eu estava longe demais da estrada para ser alguém que veio atrás de mim, eu levei 2 dias para achar esse lugar sozinha, me perdendo diversas vezes no processo, então seja o que tivesse atrás de mim eu sabia que não teria nenhuma chance em lutar contra.

- Não achei que seria tão fácil, estou decepcionada. Esperava ter um pouquinho de emoção acabar com você, menina.- sua voz fria me arrepiou.

Quando nos esbarramos pela primeira vez, naquele descampado, a presença dela era apavorante, ela vibrava em expectativa de ter que brigar com 7 vampiros por um lancinho. E eles brigaram, mas agora, estando ali, apenas nós duas sem nada e nem ninguém para se colocar entre nós duas, eu apenas suspirei.

- Sinto muito… mas até que você demorou. - falei finalmente me virando e encarando seu rosto pálido e cabelos tão ruivos quanto no primeiro dia.

- Eu não seria idiota em me aproximar, até que eu tivesse certeza que eles realmente tinham te abandonado… além disso te deixar sofrer um pouco sobre o fato de finalmente ter percebido o quão dispensável você é, quebrou um pouco da minha frustração.

Suas palavras me feriaram mais do que qualquer dor física que ela pudesse vir a infligir, a verdade doía e isso não era segredo para ninguém.

- A única coisa chata é que isso acabou estragando a minha brincadeira. Eu queria fazer vocês sofrerem Bella, queria que Edward não é esse o nome dele? Então, queria que Edward sofresse enquanto assistia eu cuidar de você dolorosamente antes de deixar você finalmente morrer. Mas agora, depois de tudo que eu presenciei por aqui… a morte seria um alívio né, e para Edward seria o que?… um favor, eu não estou aqui para cuidar do lixo de ninguém, que foi deixado para trás. Afinal de contas, você não era suficiente, nem para compensar todo esse trabalho.

Victória se aproximou de mim lentamente e eu não me mexi, ela estava certa, a morte para mim seria um alívio, eu não tinha forças física para lutar contra sua espécie e estava completamente sozinha e também não tinha saúde psicológica para lidar com o seu joguinho de perseguição novamente, e sem contar que em hipótese alguma essa bagunça tinha que ir além de mim. Se minha morte prematura acabasse com tudo e Charlie e Renée continuasse seguros e felizes, por mim estava tudo bem… eu cuidaria disso também.

- Eu prometi a James que o vingaria, eu posso não ter o gostinho daquele moleque mesquinho pagar pelo meu James, mas vou ter o prazer de conceder a você o que tanto implorou a ele, se prepare para me fazer companhia em uma eternidade no inferno, querida.

Eu me arrepiei com suas ultima palavras e não demorou muito para a escuridão me tomar.


Eu sentia o sol quente queimar meu rosto enquanto eu ganhava ciência da dor em todo o meu corpo, enquanto eu tentava reconhecer aonde eu estava, mas eu só conseguia sentir o chão duro, seco e arenoso aonde eu estava largada. Eu não me lembrava de um dia sequer ao qual o sol foi tão quente em Forks e ainda mais do ar tão seco que fazia minhas vias respiratórias ressecar conforme eu respirava, eu precisava de água. Quando resolvi abrir meus olhos, eu fitei um chão seco, com rachaduras, poeiras e poucas gramas secas também. Eu definitivamente não estava mais em Forks.

- O que você me trouxe Victória? - a voz de uma mulher me chamou atenção. Eu tentei me virar para ver quem falava, mas eu não conseguia me mexer.

- Nada tão grande assim. Não acredito que será de muita serventia para você, senhora.

- Então o que eu faria com isso? Não gosto de perder meu tempo Victória.

- Pode fazê-la uma escrava, talvez. Incluí-la no seu monte de refeição, eu não me importo. Meu interesse é apenas que ela viva sua eternidade de um forma bem miserável, ou caso seja sua decisão, o tempo em que ela durar.

- Minha terras não são descartes de seus lixos Victória. Mas aceito o agrado, Handall tem andando entediado. O que quer entroca?

- Imagina, eu…

- Diga de uma vez, eu não fico devendo nada a ninguém.

- Transitar em seu território em minhas viagens e claro autorização para caçar enquanto eu estiver por ele, respeitando suas leis sempre, é claro.

- Isso é tudo? - a mulher alta de cabelos escuros finalmente entrou na minha frente. Os traços de seus rostos eram finos, com uma expressão dura, e nem a frieza em seus olhos vermelhos era capaz de desfazer sua fisionomia delicada, eu olhei para o meu lado e vi Victória, com seus olhos brilhando em expectativa.

- Na verdade serei um pouco ousada. E pedir que, pelo menos, um primeiro ano de vida infernal. Ela queria tanto ser uma de nós…

- Vá. - foi a única coisa que a mulher disse antes de se virar para mim novamente.

Com um olhar venenoso e vingativo, eu vi aquele demônio ir embora. Mas eu não tinha um pingo de noção que estava sendo entregue ao próprio diabo, que reinava em um inferno ainda em terra, nos desertos arenos do Texas.


- Qual é o seu nome, niña? - perguntou a mulher levantando meu queixo. (menina)

eu tentei não responder, mas no primeiro aperto em meu maxilar eu o ouvir trincar, enquanto sentia suas unhas fincarem em minha bochecha, eu percebi que se eu quisesse ter alguma chance naquele lugar eu teria que ser forte primeiro e não conseguiria isso sendo burra.

- Isabella.

- Muito inteligente Isabella, bem menina, me chamo Maria. Bem-vinda ao meu exercito.