Olho Azul 20 Anos Apresenta:

Cada Vez que nos Encontramos,
Cada Vez que nos Separamos


Capítulo 16

As aulas haviam começado na segunda-feira daquela semana e, quinta-feira à noite, Usagi percebeu que alguém já a aguardava tão logo pisara o interior do Drunk Crown. Ao menos, não era Seiya como havia pensado quando Motoki lhe informou sobre a pessoa.

Ela não queria ver Seiya naquele dia. Não depois do dia anterior, quando eles se viram novamente depois de ela chegar ao encontro de domingo com quase duas horas de atraso, e Usagi teve que ir para seu trabalho logo depois, então os dois não terem podido aproveitar como deveriam. Quarta-feira havia sido o dia combinado para compensarem o fracasso de domingo e, ao final, a frustração do pouco tempo que puderam passar juntos só havia conseguido fazer o outro encontro não parecer realmente ruim.

Usagi tentara, de todas as formas, assegurar-se de que não se atrasaria, quase o conseguira por dez minutos, porque perdera o trem que queria pegar. Mesmo assim, alguns minutos apenas, contáveis com a mão, não era nada mal. E Seiya nunca se importava. Nem mesmo domingo ele brigara, mal comentara o caso na verdade.

Ele estava de blusa social, pois havia vindo direto do trabalho e sorriu para a namorada, chamando-a para seguirem ao restaurante onde ele havia feito as reservas. Era um local bonito e não realmente caro, perfeito para comemorarem o bom início de emprego que Seiya dizia estar tendo sem pôr muita pressão. Era uma ótima ocasião. Estava sendo, até Seiya pôr um cartão sobre a mesa. Era do motel em que ela perdera sua virgindade. Ela não possuía nada contra o serviço do local, mas seu estômago se revirara no mesmo momento e Usagi não conseguira mais tocar na comida.

Ele pagara a conta como sempre e os dois começaram a caminhar até a estação. Quando Usagi o vira pegar o dinheiro para comprar as passagens até o motel, ela estendera suas mãos até as dele e as apertou com calma. Era hora de fazê-lo.

— Eu preciso de um tempo, — dissera ela com um sorriso, mas tentando mostrar nos olhos a obstinação ausente na primeira vez.

— Você tá falando nisso de novo? — Seiya lhe franzira a testa, puxando a mão a segurar a nota de mil ienes.

— Eu realmente preciso.

— Por quê? Estamos ótimos, não é?

— Eu não quero fazer isso contigo, Seiya.

— Você só tá nervosa.

— Eu acho que não é isso. Sinto que é puramente que eu não quero fazer contigo. — Estava sendo malvada ao jogar a culpa nele, mas não podia mais mentir que o problema não fosse a falta de atração sexual que sentia pelo namorado.

— Você só está desconfortável. — Como ele conseguia sorrir ao ouvir aquilo, era um mistério para ela.

Usagi baixara a cabeça.

— Eu vou comprar a passagem pra casa. — Abrira a própria bolsa, procurando pela carteira.

— Do que está falando, Usagi? Se não for lidando de frente, como vamos superar essa sua vergonha?

— Fale mais baixo, Seiya... — Ela olhara e não conseguia assegurar que ninguém ouvira ou pior entendera o que ele acabara de lhe falar.

Nesse momento, ele a havia olhado tão profundo que Usagi se lembrava mesmo agora de ter prendido o ar.

— Não vamos dar tempo nenhum pra uma besteira dessas. Mas quer saber... — Seiya pusera a nota na máquina de bilhetes da estação e apertara com força o dedo no exato valor de que Usagi precisava para ir para casa. — Vá para casa, desta forma já perdi a vontade. — Entregara-lhe o bilhete e lhe dera as costas.

Usagi agira no automático em seguida, pondo o papel na catraca e esperando o trem calmamente. Não conseguia nem pensar em chorar, apenas queria ir para casa de uma vez por todas.

Ao comentar sobre o episódio com Minako no dia seguinte, a amiga lhe falara para não se preocupar, que Seiya provavelmente só ficara frustrado por não poder passar a noite com ela, que os homens eram exatamente assim, movidos pelos hormônios. Mas Usagi continuava não gostando de como o relacionamento havia se tornado, apenas não queria ter que terminar. Um fôlego, era só de um fôlego que ela precisava.


Naru estava sentava em uma mesa escondida como da outra vez, talvez até fosse a mesma, apesar de Usagi não lembrar bem. Aquele sábado parecia haver acontecido havia meses demais e pensar nele remetia ao apartamento de Mamoru a fazia ficar vermelha e desconfortável.

— Ah, você veio! — Naru sorria abertamente, tomando uma xícara de chá como se estivesse em um café em vez de um bar. Era apenas seu jeito educado, seu ar de quem viera de uma boa família, mas fora de transformar toda aquela parte do bar em um café aconchegante.

— Fiquei surpresa quando Motoki me disse que tava aqui. Esperou muito tempo?

— Não, acabei de chegar. — Ela continuava a sorrir, mas algo em seu rosto fez Usagi erguer as sobrancelhas. — Será que você poderia se sentar? Não tem ninguém aqui hoje, mas você deve ter outras coisas a fazer além de atender clientes, né?

— Claro! — E tomou o lugar bem ao lado da amiga de infância.

Naru olhou para o chá pensativa e, em um estalo, voltou-se para Usagi, assustando-a com o movimento pouco natural.

— Não quer nada? Fica por minha conta, Usagi. — Ela olhou para o balcão, onde Motoki parecia organizar alguma coisa fora do campo de visão das duas. — Motoki, pode trazer uma xícara para a Usagi também? E você teria algum bolo?

— Uma xícara de chá? — Era nítida a confusão no rosto do chefe. — Infelizmente, não servimos bolos aqui.

— Ah... — Naru olhou sem graça para a mesa, parecia haver percebido seu erro. Logo, pegou o cardápio. — Então, eu quero... — Seus olhos percorriam a parte de pratos de cima a baixo. — O que você quer, Usagi? — Ela os voltou para a amiga como se estivesse no meio de uma batalha contra um enorme grupo de homens musculosos.

— O que acha de uma pizza?

— Pizza! É uma ótima ideia, — disse, retornando a um Motoki um tanto aflito. — Pode fazer uma pizza?

— Claro... Mas e o chá? Vocês ainda vão tomá-lo com a pizza?

Naru olhou novamente para Usagi sem esconder o desespero.

— Que tal uma Coca?

A amiga aceitou e assim ficou combinado, que as duas dividiriam uma pizza e tomariam Coca Cola. Naru suspirou após Motoki se dirigir à cozinha. Todavia, o alívio não durou muito. O olhar de quem procurava um auxílio, qualquer que fosse, logo estava de volta e todo seu rosto se retesou. Usagi segurou o impulso de abraçá-la naquele momento; era quase um gatinho sendo espancado no meio da rua por um bando de valentões e ela precisava pular para afastá-los, só que não fazia ideia de quem eram eles ou onde estariam.

— Usagi! — O chamado desesperado veio no mesmo momento em que Naru abrira a boca. Contudo, não viera dali e sim de suas costas.

Era Seiya, e ele parecia sem ar.

— O que faz aqui? — perguntou Usagi, tentando imaginar se havia marcado algum encontro com ele e se esqueceu disso. Ainda que não houvesse qualquer probabilidade depois de como a noite passada terminara.

— Precisamos conversar. A sério.

Ele iria aceitar o que ela lhe vinha pedindo? Pelo jeito, tinha vindo correndo. Seu coração se partia só em pensar que Seiya lhe faria isso; contudo, sabia que não devia ser o caso.

— Eu estou ocupada agora... – Tentou transmitir no tom de voz como ele a havia encontrado realmente um momento ruim.

Os olhos do namorado se direcionaram a Naru, que o encarava como se fosse uma assombração.

— Ah, este é o Seiya. — Usagi hesitou, mas não havia alternativa. — Meu namorado. E esta é uma amiga minha desde o ginásio, Naru. Minha melhor amiga, na verdade.

Os dois disseram as frases feitas, curvando-se. Naru voltou a se sentar e convidou que Seiya se juntasse a elas. Mas foi uma surpresa para Usagi que quando ele aceitou, tomando o lugar do seu outro lado, bem na frente de Naru.

— Disse namorado? Nossa... — Naru levou a mão à boca, parecendo pensativa.

— Não sou eu que estou noiva. — Usagi tentou rir para vencer o impulso de acrescentar "por um fio" ao título namorado.

Naru sorriu um pouco, mas havia alguma reserva ali.

— A verdade é que quando vi aquele amigo do Motoki aqui no sábado, estava crente que ele era seu namorado. Aí fiquei surpresa em ver outro agora.

— Outro? — Seiya interrompeu, gargalhando.

Mas Usagi estava paralisada demais para conseguir imaginar se ele estava se divertindo com a forma como Naru tinha se expressado ou se havia algo de ciúmes em seu tom.

E Naru havia pressentido alguma coisa entre Mamoru e ela? Também não se lembrava de quando a amiga saíra do bar com namorado naquela noite, e se ela estivesse logo ali fora e houvesse visto que Usagi e Mamoru dividiram um táxi? Pior, ouvido a conversa! Por que quando Seiya insinuava que os dois fariam sexo a incomodava tanto, mas quando Mamoru a havia convidado no meio da rua, ela havia aceitado sem se preocupar com tons de voz? Usagi não queria pensar em como aquela vergonha com Seiya não parecia ser bem do que ele pensava que fosse.

— Era um amigo do Motoki que a Usagi dizia odiar antigamente. Ele estava bem ali. E quando o vi, pensei imediatamente que talvez os dois houvessem se entendido.

— Ah, Usagi já me falou desse sujeito. E acho que nada mudou, não. Ela sempre fica de mau humor quando o vê até hoje. Não é fofo? — O sotaque de Seiya carregou na última palavra, como normalmente acontecia.

Naru sorriu sem graça — ela realmente devia se sentir certa do que tinha dito. E, é. Errada não estava totalmente. Então, ela olhou para a xícara de chá e, em seguida, para a cozinha de onde viria a pizza.

— Bem, vocês precisam conversar, né? — Começou a se levantar, tirando da bolsa duas notas de mil ienes. — Por que não o fazem comendo a pizza que pedimos? Meu presente por conhecê-lo, Seiya. Nós nos falamos outra hora, Usagi.

— Não, não! — Usagi a segurou pelos ombros e a fez sentar-se novamente. — Você precisa conversar também. E me pediu primeiro.

— Mas seu namorado...

— Vai ter que esperar. — Olhou brava para Seiya, quem apenas sorria em retorno, já com o cardápio em mãos. — De preferência, longe daqui.

— Oh, sou só enfeite de mesa que vocês descartam na hora da refeição? — Mas parecia pronto para dar privacidade a elas.

Naru deu uma risada, mas balançou a cabeça.

— Por favor, Seiya, fique conosco, se não se importar. Talvez, eu também esteja precisando de uma opinião masculina mesmo.

— Masculina? Isso é aquilo de conversa amorosa?

— Infelizmente. — Naru assentiu. E olhou para a amiga. — Usagi, acha que dá para continuar um namoro apesar de uma traição?

Usagi gelou. Sentiu a boca seca e olhou ao redor — onde estava a bebida que havia pedido? Como que chamado, Motoki apareceu com a pizza e dois copos de bebida escura. Cumprimentou Seiya, que aproveitou sua presença para fazer o pedido.

Durante essa distração, Usagi estudava sua amiga, quem olhava sem ter um ponto fixo, como se estivesse vendo todos os pensamentos. Então... Naru a havia visto? Ela teria coragem de revelar tudo ao Seiya? Toda a lógica lhe gritava que não fazia sentido, que era algo não relacionado, mas a pergunta "e se fosse?" pairava como uma assombração. Foram longos minutos até Motoki sair e Naru suspirar.

— Acho que essa é uma resposta difícil de dar perto do namorado, né? — Naru olhava agora com alguma apreensão para Seiya. — Bem... eu descobri que o Masato está saindo com outra mulher.

Usagi sentiu-se mal logo após pegar-se suspirando de alívio. Não era sobre ela! Então mordeu o lábio com culpa e pediu que Naru prosseguisse.

— Eu não sei o que fazer e não sei como falar disso com a minha mãe. Nós sempre conversamos tudo, mas tenho certeza do que ela me dirá: há outros homens no mundo. Também não tenho outras pessoas com quem conversar. Digo, há umas meninas que estudaram comigo na faculdade, mas nunca realmente me senti próxima e, desde que nos formamos mês passado, não nos falamos mais.

— Ah você fez aquelas faculdades de dois anos? — perguntou Seiya, logo levando um beliscão por interromper.

Naru riu-se da expressão que o rapaz fez com a punição por ter interrompido e assentiu:

— Fiz. E agora eu estou me preparando para meu casamento, organizando tudo, procurando uma casa com o Masato... — Sua cabeça baixou quase até o queixo bater no tórax. — Estava...

— Quando que você descobriu? — Usagi continuava mordendo seu lábio inferior, pouco confortável com o assunto, ainda mais com o fato de a pessoa que ela própria traía estar bem ali. Não queria ouvir como Seiya se sentiria assim que soubesse. Não queria saber nada. Mas, ao mesmo tempo, a conversa servia a Usagi como uma forma de punição.

— Eu já o vi com ela antes — continuou Naru. — Os dois estavam próximos demais para ser outra coisa. Eu sou boa com essas sensações, por isso, fiquei tão surpresa em errar sobre você.

Usagi assentiu reticente.

— Depois vi no celular dele algumas mensagens suspeitas. Ele vem trabalhando até tarde várias vezes também, o que não costumava acontecer antes. Ou ele vinha aqui no bar ou ia me ver. Você viu sábado, Usagi? Em pleno fim de semana ele chegou naquele horário... E quanto mais tempo passa, mais óbvio fica.

— Há quanto tempo você sabe?

— Há uns meses... mas faz menos de um mês que comecei a ter certeza. Nunca vi nada concreto, só que não há mais como negar. É um caso clássico, não acha? Não sei o que fazer... Quando te vi novamente no sábado, queria tanto te falar, mas aqui estava tão cheio, né? Nem pude pegar o número do seu celular. Tentei vir domingo e não pude, aí Motoki me garantiu que hoje você viria. E aqui estou. — Ela sorriu fracamente, olhando para a pizza em que Seiya fora o primeiro a tocar.

A noite passou com Usagi tentando consolar Naru, quem não sabia sequer se queria mesmo terminar tudo. Que esse era o maior problma. Seiya sugeriu que ela conversasse diretamente com o namorado, mas não se posicionou, dizendo que aquela questão era do casal a ser resolvida apenas pelos dois. Depois que a moça foi embora, Usagi ficou naquela mesa com metade da pizza já paga e o namorado com quem ela queria resolver tudo e não conseguia.

O restante de seu turno foi preenchido por poucos clientes e ocasionais conversas superficiais com Seiya. Olhou o relógio e percebeu que já podia sair apesar de ainda não serem onze horas exatas, o movimento agora se resumia ao próprio namorado. Fez a conta das duas cervejas tomadas e lhe entregou.

— Já está indo? — Ele abriu um sorriso, já puxando uma nota de cinco mil da carteira.

— Só vou pegar minhas coisas.


Começou a caminhar para a estação após sair do prédio com ele, mas o rapaz a segurou pelo pulso.

— Vamos para outro lugar.

— Já está tarde: você tem um trem pra pegar, e eu aula amanhã. — Não que Usagi quisesse ficar a sós com ele. Não era tão problemático quando havia mais pessoas, na verdade, Seiya a fazia se sentir muito bem. Mas ela não queria dar qualquer oportunidade de ficarem a sós, não sabia nem mais se queria seus beijos, o que não faziam desde aquela fatídica noite.

Seiya respirou fundo, sonoramente.

— Vamos dormir na minha casa. Avise qualquer coisa à sua mãe, amanhã você pega um trem expresso e estará na sua universidade num piscar de olhos.

— Não quero em lugar nenhum, Seiya. — No fundo de sua mente, imaginou se realmente queria dizer aquilo e sabia que a cama de Mamoru seria uma exceção. Na verdade, qualquer lugar o seria, desde com Mamoru; não, desde que não fosse com Seiya, tentou se corrigir, assustada com a primeira possibilidade.

— Não faz sentido você pedir um tempo quando eu estou tentando consertar nossa relação e você não se dá ao trabalho. — Sua voz se elevou, assustando os transeuntes, e sua pronúncia também começava a suar estranha em algumas palavras. — Desta forma, não é melhor quebrarmos?

— Quebrarmos? — Usagi piscou sem entender do que Seiya falava.

— CORTARMOS!

Usagi deu um passo para trás com o grito frustrado, meneando a cabeça.

Seiya pareceu assustado ele mesmo, seus lábios tremiam e os olhos faziam movimentos rápidos entre Usagi e os pedestres que passavam tentando ignorá-los. Ele levou as mãos à cabeça.

— Eu não quero nos cortar...— disse com a voz bem baixa.

Usagi se reaproximou, mas seu choque apenas aumentava agora que via o namorado parecer a ponto de um colapso bem na sua frente.

— Não aguentaria quebrar nossa relação de novo. Cortar, digo. Cortar nós dois. — Voltou-se para ela com os olhos esbugalhados e a abraçou com bastante força. — Não precisamos cortar a relação, não é?

Ah. Terminar. Ele estava falando em terminarem. Que hora horrível pro japonês dele falhar. Não era à toa que ele estava naquele estado. Tendo que lidar com o problema deles e da língua estrangeira dela. Normalmente, seria fofo. Eles ririam enquanto ela o lembrava do correto. Mas não era o momento. Desde que ela tivesse compreendido.

Ainda assim...

Usagi não queria hesitar, mas não conseguiu não fazê-lo. Ele falava em terminar a relação mais uma vez, isto nem ela queria. Como poderia? Seiya ainda era o único homem em sua vida que já demonstrara qualquer interesse por ela. E a amava, tinha certeza daquilo. Ademais, Minako tinha razão, tudo não passava de hormônios e até um tanto de palhaçada da própria Usagi. Por que ela não queria dormir com o namorado de quem gostava tanto a ponto de estar quase chorando naquele momento? Mamoru era um lindo encanto que a seduzia, fazia-a perder os sentidos, mas o homem que a amava estava bem ali, frustrado por perder as palavras.

Lembrou-se ainda de Naru, sua amiga que amava tanto o noivo que parecia disposta até a dividi-lo desde que não o perdesse. Não que Usagi sequer quisesse que Seiya a dividisse, mas precisava admitir que os dois tinham uma ótima relação, eram bons amigos, passavam tempos divertidos juntos desde que o assunto não fosse sexo. Seiya era tão compreensivo na maioria das vezes que essas poucas explosões a deixavam com a impressão de estar falando com outra pessoa.

Sussurrou-lhe no ouvido em resposta:

— Não vamos cortar ou terminar nada, Seiya. — Ela lhe devolveu o abraço. — Então, como chegamos à sua casa? — perguntou em seguida, afastando o corpo do dele e voltando-se em direção à estação.

Uma noite com ele não seria tão ruim. Não era como se o sexo fosse algo demorado, apenas tentaria não pensar em muito. Ao menos, enquanto estava com Seiya, faria amor e poderia dormir tranquila junto ao homem que a amava. Usagi só ainda não devia estar acostumada com aquela situação nova, em que tudo valia.

Contudo, um pedaço de seu coração ressentia-se de haver cedido, de não haver tido a coragem de aguentar a perda do bom amigo que a amava sinceramente e confirmar que os dois precisavam se cortar um da vida do outro.

Continuará...