Resumo:
"...Eu tinha despertado para uma realidade aonde eu me sentia poderoso, forte, invencível… Eu tinha um grande potencial, foi o que ela me disse… eu só não sabia que seria para causar tanta destruição, a minha e de quem mais estivesse em minha volta,"
"...E quando finalmente senti a ultima batida do meu coração, o silencio reinou, em mim e em minha volta, e eu despertei para uma nova vida. Uma vida em um mundo distorcido, violento, bruto e perdido, mas foi aonde eu me encontrei."
Jasper
Janeiro de 1863.
Eu vim de um tempo em que a missão de vida dos meus pais, era passar valores certos para seus filhos. Eu vinha de uma família simples, que trabalhava e se sustentava pela terra, e fui o filho e irmão que se alistou para proteger sua família. Sendo que eu era humano, e assim como todos eu também tinha medos naquela época, tinha medo da colheita não ser boa, tinha medo do resfriado, tinha medo sempre que chegava a hora de minha mãe trazer mais um irmãozinho ao mundo.
Sendo que eu não tinha medo de enfrentar uma guerra, eu tinha medo do que essa guerra poderia fazer com a minha família.
Eu vi pessoas, companheiros e amigos morrem no campo, eu matei muitas pessoas lá também. Mas mesmo assim eu ainda honrava os princípios que minha mãe tinha me ensinado. Eu era corajoso, respeitoso, confiável. Essas características foram a ruína daquele jovem Jasper, filho de fazendeiro e irmão mais velho de 3 crianças, duas meninas e um menino, o Major Whitlock do exército confederado, com grandes feitos em seu curto comando, antes de desaparecer, deixando tudo o que amava e acreditava para trás.
Eu não conseguia me lembrar de onde eu vinha e aonde eu estava, não quando a queimação era a única coisa atraia toda a minha concentração. Eu sentia cheiros, via além do que seria normal, e escutava barulhos que antes era inexistentes a meus ouvidos, as asas de pássaros, as respirações irregulares, o barulho de uma folha se mexendo por conta do vento. Eu tinha despertado para uma realidade aonde eu me sentia poderoso, forte, invencível… Eu tinha um grande potencial, foi o que ela me disse… eu só não sabia que seria para causar a tanta destruição, a minha e de quem mais estivesse em minha volta,..
Isabella
13/12/2005.
Doía, e meu corpo queimava como se lavas corressem por minhas veias. Eu me senti contorcer no inicio, mas agora, mesmo como se estivesse sendo inundada por brasas eu me sentia calma, eu ainda tinha ciência do meu coração batendo, bombeando toda aquela queimação pelo meu corpo, mas eu sentia principalmente minha mente trabalhar. Começou com uma chuva de imagens, como se toda minha vida estivesse sendo rebobinada bem na minha frente. Desde o momento em que eu fui jogada naquele chão arenoso e senti os raios de sol queimarem minha vista, até as primeiras lembranças que eu tenho da minha vida.
Charlie, Renée, Phil… nosso amor, brigas, carinhos. As viagens com a minha mãe, minhas férias de verão com meu pai, os passeios na praia com Phil. O casamento de Phil e mamãe. Minha mudança para a casa do meu pai. Eu lembrei de cada um. Eu sabia que nunca os esqueceria, assim como eu sentia em mim que nunca os culparia por aquilo.
Eu queimei por dias… mesmo estando consciente em tudo o que acontecia ao meu redor. Eu sabia que demorou, mas eu tinha aceitado aquilo, toda a dor e queimação e nenhum momento eu lutei contra, nem mesmo quando ela me mordeu. Eu tinha me ajoelhado e aceitado o meu destino.
E quando finalmente senti a ultima batida do meu coração, o silencio reinou, em mim e em minha volta, e eu despertei para uma nova vida. Uma vida em um mundo distorcido, violento, bruto e perdido, mas foi aonde eu me encontrei.
