Durante eras incontáveis, pude presenciar a existência de inúmeras divindades. Não só diante da liderança de minha irmã Amaterasu dentro de meu próprio panteão, mas também entre divindades longínquas. E mesmo conhecendo tantas personalidades poderosas e por vezes bastante orgulhosas — algo com que me identifico —, um improvável sentimento floresceu quando tive a oportunidade de compartilhar meu martírio durante a Grande Guerra.

Ainda sou responsável pela função que me foi designada ao nascimento: liderar as marés e tempestades à minha vontade. Mas minha relação com o general Guan Yu estava distante de ser cordial quando iniciamos nosso contato.

Aparentemente, teria algum tempo até que Guan Yu encerrasse suas atividades como tutor de pupilos famintos por conhecimento. Por ora, irei relembrar as origens de nosso convívio.

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Dentro de uma fria gruta, procurava um mínimo conforto após vagar por horas. Estava exausto, quase não conseguia sentir meus próprios pés ao caminhar sem destino — o embate entre minha lâmina e inúmeras divindades gregas cobrara bastante de minha habilidade e raciocínio.

A entrada da gruta me remetia à solidão que enfrentei durante minha existência. Nesse momento, eu apenas desejava algumas horas de quietude até a próxima reunião de meu panteão. Mesmo que não conseguisse admitir, eu não me encontrava em condições de estender o longo período de confrontos no momento.

Não precisei caminhar muito no interior da gruta até perceber uma aura calma e reflexiva.

A presença de uma divindade chinesa me fez estremecer. Pelo breve período entre meu primeiro contato visual e a reação do homem visivelmente de grande estatura e barba cheia, senti meu corpo implorar pelo descanso que tanto merecia. Assim que iniciei o retorno à gruta, a voz da divindade que parecia meditar silenciosamente pode ser ouvida.

— Por favor, aproxime-se. Não viso embates ou algo que fuja de minha personalidade pacifista; ao menos não no momento presente.

Aquilo parecia despretencioso demais. Nunca fui um exímio líder de panteão e nunca procurei informações sobre membros de panteões externos, então a divindade diante de mim não me parecia tão familiar. Ouvi-lo falar de forma serena e com ausência de ira me soava tão estranho quanto qualquer outro, por isso agarrei minha lâmina com força ao me sentar a passos de distância daquela estranha personalidade.

Até o momento, não teria tido a oportunidade de olhar diretamente para ele. Quando o fiz, percebi que seus olhos estavam fechados e que um equino descansava ao seu lado. Do lado oposto, a parte superior de sua armadura parecia usufruir do breve momento de calmaria — talvez por isso sua declaração de paz tão breve.

Em qualquer outro cenário, eu não perceberia o porte físico de meu inimigo ou muito menos o esforço necessário para empunhar sua arma ou armadura, mas a divindade presente possuÍa claros traços de alguém extremamente forte fisicamente, além de claramente ser possuidor de uma arma capaz de dilacerar inimigos sem dificuldade. O sentimento que se encontrava em abundância não era medo, mas sim atenção — eu deveria estar pronto para a ação em qualquer momento. Mas meu companheiro de gruta realmente não parecia estar interessado em retomar os combates que ocorreram durante a manhã.

A fria porém tranquila noite cobrava seu preço ao agitar sonoramente as folhas que encobriam a gruta. Ao observá-lo durante alguns minutos, percebi que nada tinha contra divindades chinesas e que no momento apenas desejava encerrar combates ilógicos e desnecessários. Aquela existência não me causava repulsa ou algum sentimento negativo como alguns membros de meu panteão apontavam. Pelo contrário; sua mera presença me faziam querer conhecê-lo, aprender sobre sua cultura e compartilhar histórias.

Observando as folhas agitarem-se diante da brisa; assim permaneci até que aquela divindade abriu os densos e estreitos olhos verdes. Em poucos segundos, consegui identificar a misteriosa figura que no momento esfregava o rosto, sem preocupações — tratava-se do general Guan Yu, uma temida figura que cavalgava em sua montaria majestosamente enquanto desferia golpes imprevisíveis com o auxílio de seu guan dao.

Percebi que me encarava quando finalmente voltou a se referir à mim.

— Oh. Não esperava compartilhar espaço com o príncipe do poderoso panteão japonês. Espero que eu esteja à altura de sua presença.

E então, tudo fez sentido. Desde o princípio, o fato de alguém claramente poderoso não estar reunido diante dos seus me confundia a mente — o que era exceção no caso de Guan Yu. Como divindade originalmente mortal, o homem era costumeiramente excluído de reuniões sociais por parte do panteão chinês e por isso, não era de fato estranho encontrá-lo sozinho em nossos momentos de breve trégua.

— Nada disso é necessário. Aqui, você não é meu inimigo, nem possuidor de origens diferentes ou de nível discrepante. Poderá se dirigir à mim pelo nome, pois farei questão de fazer o mesmo.

Sempre odiei que se dirigissem à mim por algum honorífico ou título respeitoso. Eu sabia muito bem que nada daquilo era mantido quando eu me encontrava ausente.

— …Que assim seja. Susano, a divindade modeladora de marés e de poderosas tempestades… Ainda assim, sinto que estou diante de alguém que implica certa consideração. Eu sou Guan Yu, general das forças-

— Estou ciente de quem você é e de seu papel nesta guerra. Não sei se isso se manterá, mas prazer em conhecê-lo.

O homem parecia espantado. Primeiramente, sorriu e curvou-se brevemente em respeito.

Enquanto soltava os longos cabelos e enfaixava feridas que estranhamente pareciam ir de um ponto crítico a um leve arranhão, ele comentou de forma superficial o estado de seu exército e o interesse das divindades que se encontravam acima de sua influência. Como meu panteão previa, os chineses não possuíam qualquer união e costumeiramente discordavam.

Quase adormecia quando fui totalmente desperto ao ouví-lo perguntar sobre meu dia. Eu provavelmente portava uma expressão confusa quando ele complementou a pergunta.

— Como se sente nos últimos dias? Tem algo que gostaria de fazer mas que não está em seu poder no momento?

Dei uma pausa. Percebi que meus olhos estranhamente se encontravam úmidos enquanto fitava-o sem muita pretensão. Nunca fui bom em entender qualquer uma das minhas reações, mas aquilo era perfeitamente compreensível e previsível — eu estava farto de uma batalha sem nenhum tipo de base ou honra a ser defendida. Algumas divindades queriam apenas ocupar um espaço que estava muito longe de ser algo físico, e todo o esforço utilizado até o momento seria desperdiçado de qualquer maneira.

Minha reação parecia chocar Guan Yu. Mesmo sendo conhecido por alguém de poucas expressões, percebi suas grossas sobrancelhas arqueadas enquanto eu tentava enxugar as lágrimas que insistiam em umedecer minhas roupas. Sem uma palavra, ele se aproximou e abraçou-me ao encostar minha cabeça em seu peito desnudo e aquecido.

Por alguns segundos, permaneci imóvel deixando todos os sentimentos até então escondidos serem exercidos naquele momento completamente fora da realidade que nos encontrávamos. Em seguida, percebi que sua aproximação silenciosa teria passado de forma completamente despercebida — teria eu, enfim, baixado a guarda? Talvez Guan Yu fosse ainda mais habilidoso do que se sabia, então culpa nenhuma poderia ser atribuída à mim. Ou ainda, a admiração que cultivei ao presenciar algumas divindades como Guan Yu no campo de batalha teriam reduzido o temor de interações sociais tão presentes em minha função… Seja o que for, acabei cedendo e retribuindo o abraço de forma calorosa e por partes, violenta.

Guan Yu parecia calmo e acostumado a tal ato — que durou um considerável tempo — enquanto meu corpo transparecia estar em pânico e minha mente encontrava-se em confusão. Ergui a cabeça levemente para conseguir enxergar sua expressão e surpreendentemente, ele portava uma fisionomia triste porém firme. Quando seu olhar finalmente cruzou o meu, parecia que estávamos abraçados a pelo menos uma hora.

— Queira perdoar minha reação impensada. Mas acredito que estejamos na mesma situação… E um pouco de compreensão é o que precisamos diante do contexto em que nos encontramos.

Me esforcei para proferir algumas palavras, sem muito sucesso.

— Talvez a falta de reconhecimento tão desejada eras antes não seja mais meu maior problema. Eu só gostaria que tudo acabasse, e eu pudesse…

A frase precisou de mais algum tempo para ser concluída.

— …Eu pudesse mostrar que posso ser útil apesar de minhas falhas…

Dessa vez, eu que o abracei. Mesmo com o rosto afundado no peitoral de Guan Yu, era possível entender minha fala afetada pelo choro intenso.

— Não seria eu, capaz de obter o apreço que tanto desejei?

Senti o coração da enorme divindade acelerar suas batidas. Estava tão imerso em meu desabafo que nem mesmo cogitei qualquer tipo de causa para tal reação. Até que Guan Yu se afastou, guiou meu rosto pelo queixo até que nossas faces estivessem de encontro e me deu um beijo demorado.

Por muito tempo, atos parecidos foram evitados por mim. Qualquer divindade que sequer ousasse se aproximar de mim com qualquer intenção que não fosse tirar dúvidas sobre minha técnica de batalha ou simplesmente me culpar por algo, era ignorada ou em ocasiões extremas, obliterada sem qualquer remorso. Algum motivo estava por trás de minha aceitação diante da circunstância — algo além de minha admiração por Guan Yu que se limitava a sua técnica no campo de batalha. Não me afastei, não deixei de retribuir o beijo, nem mesmo me mantive imóvel: compartilhei do momento delicado e fiz com que todo o ato se tornasse recíproco.

Após alguns minutos, senti o corpo de Guan Yu afastar-se rapidamente do meu, em surpresa. Parecia finalmente acordar do transe em que se encontrava durante o beijo que compartilhamos, o que o fazia encarar minha face com o próprio rosto franzido.

Me dediquei a enxugar o rosto com afinco, enquanto sentia a brisa evoluir a uma forte ventania. Mesmo dentro da gruta, o frio de uma futura tempestade arrepiava-me completamente, e talvez durante o momento de percepção do cenário que acabara de se desenvolver, eu me encontrava em meu momento mais vulnerável. Guan Yu poderia ter me causado sérios danos durante os últimos minutos, mas escolheu me acalentar e compartilhar um pouco de seu calor com uma divindade inimiga e claramente desequilibrada.

— Não se preocupe, eu não irei desenvolver nada. Entendo que tenha sido um ato cometido pelo impulso, então…

Ele parecia frustrado. Guan Yu levou a mão até a boca enquanto ainda me encarava, em silêncio. Com um leve sorriso, deu-me uma resposta completamente imprevisível.

— Acredito que o príncipe do arquipélago solar seja o que mantém seu panteão unido. Sua honra invejável e seus movimentos em batalha sempre fazem com que meu panteão o tema e desenvolva métodos para superá-lo… E eu sempre fiz questão de apontar sua importância para com meus companheiros.

Nada daquilo fazia sentido. Meus sentimentos tão perfeitamente guardados pareciam transbordar ao ouvi-lo falar; na realidade, os poucos minutos que compartilhara com ele teriam me feito apresentar mais expressões e sentimentos do que durante toda a guerra de crenças que vivíamos — e que já durava alguns séculos. Ele prosseguiu.

— Tenho-o admirado a algum tempo. Alguns de meus subordinados comentam sobre minha imensa admiração por outras divindades e suas habilidades que podem ser facilmente observadas, mas o senhor… Merece mais do que seu panteão pode lhe oferecer.

Compreendi, mesmo que de forma superficial, que Guan Yu estava prestes a fazer uma oferta.

— O que pretende…?

Ele se aproximou. Segurando minhas ásperas mãos entre seus enormes dedos, o general prosseguiu com a voz mais doce que já tinha ouvido ser produzida por outra divindade.

— ...Se precisar de um momento de tranquilidade, descanso, ou simplesmente desabafar… Estarei mais do que grato de oferecer-lhe companhia para tal. Todos temos a necessidade de algo caloroso para seguir em frente, afinal.

Meu corpo não parecia resistir ao toque tão íntimo e tão duradouro. Meu aspecto físico respondia de forma voraz, enquanto minha mente pedia por algo mais intenso. Comecei a calcular o quanto a guerra fazia com que meu corpo procurasse saciar suas necessidades, mesmo que com um inimigo e principalmente com alguém de grandes habilidades; algo que por minha natureza imprevisível, também costumava evitar.

— Hm, pode ser… Nesse caso, farei o possível para que também se sinta confortável nesses momentos… Guan Yu..

Ele sorriu. Se afastou um pouco e apoiou o corpo em uma enorme pedra que se encontrava a alguns passos de mim. Fiz o mesmo e descansei o corpo em uma pedra mais próxima.

— Será nosso segredo, príncipe. Ninguém precisará saber dos momentos que compartilhamos aqui. Mas agora, acredito que precisamos descansar… Por favor, sinta-se à vontade para adormecer quando quiser.

Apenas acenei. Não precisei de muito tempo para sentir o cansaço atingindo-me em cheio; nem menos percebi que já era manhã quando abri os olhos novamente em surpresa.

Não passava das quatro horas da manhã quando despertei, e Guan Yu encontrava-se adormecido no mesmo lugar em que estivera da última vez que o vi.

Os mesmos longos cabelos, o peitoral largo e a espessa barba longa pareciam me causar calafrios. Em poucos momentos, percebi que eram os mesmos calafrios que sentira ao vê-lo cavalgando em sua égua igualmente enorme, acertando em cheio soldados que o cercavam. Dessa vez, minha mente não precisava se concentrar em sair respirando de tal combate, ou de qualquer ataque surpresa possível de ser aplicado: eu poderia perceber detalhes minuciosos da feição de Guan Yu e seus traços cheios de personalidade.

Estaria eu, sentindo algo que teria evitado desde que vim ao mundo?

Decidi sair da gruta antes que o belo general permanecia em sono profundo. Precisava me reunir com o panteão japonês assim que possível; já previa as longas reclamações de minha irmã sobre meu desaparecimento. Dado o acontecimento da noite anterior, valeria a pena.

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Depois desse primeiro encontro, Guan Yu e eu mantivemos nosso contato secreto até que o tratado de paz foi assinado. A cada visita à gruta, meus sentimentos se preparavam para serem completamente expostos ao homem que se comprometia a dar-me atenção, compreensão… E ao decorrer dos acontecimentos, carinho e certas quantidades de amor que se manifestava em ações um pouco mais físicas.

Demorei para compreender o sentimento que já brotava em meu peito durante nossos enfrentamentos em batalha; eu, assim como aprendizes e companheiros samurai, tinha desejos ardentes por outro companheiro de armas e não reprimia meus sentimentos baseados no que chamávamos de nanshoku.. Pelo contrário, o beijo que compartilhamos em nosso primeiro encontro particular, parecia interessá-lo igualmente sobre o desenvolvimento de nosso relacionamento.

Depois do tratado de paz, Guan Yu parecia ocupado demais ascendendo mais uma vez como uma divindade maior. Estátuas foram erguidas em seu nome, e o número de adoradores cresciam a cada ano. Mesmo que fosse mais velho que eu, seu berço humano lhe transferia certa dificuldade para possuir influência perante os seus: sua mais nova ascensão era uma prova de sua vasta habilidade e amabilidade diante os que o cercavam.

Antes que pudéssemos entrar em contato novamente, eras após nosso último encontro, ainda fazia questão de me lembrar com detalhes das noites de luxúria e desejo que se desenvolveram durante a guerra. Em algumas noites, sentia como se meu corpo estivesse sendo quebrado, partido em dois como no campo de batalha. Com a exceção do prazer que vinha logo em seguida, juntamente com lágrimas, suor, corpos se contorcendo e nossas vozes em uníssono.

Hoje, já me encontro ciente da existência de sentimento prévio àquele encontro por parte de meu amado. Diferentemente de mim, ele já tinha interesse em se aproximar e em se apoderar de meu corpo assim como eu costumo me apoderar do seu em momentos presentes. Naquele tempo, Guan Yu provou realmente ter mais experiência que eu e aguardou o momento certo para demonstrar o que sentia. O total oposto de mim, que após algumas vezes apenas concordando ao ouvir uma longa e dedicada declaração por parte dele, se declarava a cada vez que iniciava uma proximidade impensada ou a cada momento que chegava ao orgasmo.

Também descobri ao nos reencontrarmos e estabelecermos um relacionamento de fato, que Guan Yu teria feito registros de todas as noites em que mantivemos contato nesse período pré tratado. Todas as noites foram delicadamente registradas de forma manual, amorosa e longa. Suas descrições sobre meus longos gemidos e em especial sobre a primeira ereção que ele me causara eram… interessantes, ainda que chocantes. Eu nunca me esquecera da noite em questão, mas relembrar da ridícula cena em que vê-lo remover toda a sua armadura deixando suas nádegas à mostra causara-me uma enorme e pulsante ereção que mal podia-se mascarar ao marcar minhas vestes…

Tal qual um adolescente sem muito controle de seu corpo, eu visivelmente não aguentava mais ter minhas noites preenchidas de beijos e abraços umedecidos por minhas lágrimas de desgosto por uma guerra inútil. E o fato dele ter removido suas roupas apenas para poder se livrar um pouco do calor latente que enfrentávamos sem nenhum apelo erótico me faze ruborizar.

Me sinto satisfeito de poder compartilhar a eternidade com um certo general chinês. Mesmo que tenha presenciado a queda de inúmeros companheiros de armas, além de familiares marcados pelos traumas ou servos leais desaparecerem na escuridão… Nosso laço nunca foi rompido, mesmo na distância. Claramente, minha existência não me permitia cogitar uma reaproximação… Outras responsabilidades surgiram com o cessar dos combates.

A maneira de lidar com as dificuldades, a compreensão infinita e a necessidade de cordialidade faziam parte da personalidade de meu general. Sua personalidade centrada era um ótimo contraponto ao seu inigualável poder — não só de persuasão ou de estratégia, mas também físico. O que me faz sorrir constantemente é saber que o mesmo poder físico que tanto temia enfrentar diretamente é o poder que agradeço ter tido contato. Guan Yu era provavelmente uma das poucas divindades capazes de me dominar sem muitas dificuldades, e ao mesmo tempo essa mesma força física me auxiliava quando decidíamos que eu seria o encarregado por ser o responsável por dominá-lo, o que é uma vitória completa.

Ele parece ter finalmente encerrado suas atividades como tutor. As crianças correm de volta para seus responsáveis logo após se curvarem em respeito ao mestre, enquanto Guan Yu me procura com o olhar. Ao encontrar-me descansando no pé de nossa árvore, um largo sorriso surge em seu rosto. Ele acena enquanto vem em minha direção, me forçando a interromper a breve lembrança de nossas preciosas noites.

Por mais que deseje ter meus companheiros e servos de volta, não me arrependo de ter vivido e estendido a vivência desse amor que desabrochou durante aquele período amargo. O amor era o que me fazia seguir em frente e continuar a servir meus adoradores… Afinal, as marés precisavam ser contidas e as tempestades ainda deveriam ser administradas.