Seu quarto era bem simples e empobrecido, pois tinha uma cama bem velha, porém de madeira maciça, e ela era dona de uma escrivaninha, no entanto, Vesper não tinha armário de roupas, porque como seus pais eram pobres, não tinha como comprar um a ela e nem ao seus irmãos, Pierre e Timóteo, mesmo assim, eles não eram donos de muitas roupas, então, eles não faziam questão. Por falta de costumes, a família não acendia velas, assim, a casa era gélida como um sepulcro do Anjo da Morte e vazia como um castelo construído com pedras maciças, abandonado. Os chãos eram de uma cor de champanhe claros e as paredes, lembravam as cores de um tigre de dente de sabre, brancos-marfins. Vesper, olhava a porta, seus olhos cinzas quase que azuis claros, aqueles olhos azuis acinzentados pálidos e pasteurizados, com pinceladas de tristeza e dores. Seus olhos, marejados, choravam lágrimas como uma cascata nos precipícios rochosos de Markarth. Ela, vestindo sua camisola transparente rosa claro, pôs-se a dormir. No outro dia, às 5:30 a.m, quando o sol, dourado e quente, a qual já havia destronado a lua fria e melancólica, Vésper fora a cozinha preparar o café da manhã, trilhando as passagens que levam aos fundos, sentiu em suas narinas os cheiros de ervas e selváticos dos eucaliptos, lavandas, rosas, aromas de limões sicilianos, pois, nos campos campestres de sua família, seu pai plantara mudas de limões sicilianos em volta das casa, como um jardim-muralha a qual protegia a casa principal. Chegando ao seu destino, pôs-se a assar os pães, fatiar os queijos e lavar e cortar os legumes como abobrinhas, batatas, tomates, alhos-porós, manjericões, cebolinhas e salsinhas, como outros tipos de ervas e especiarias.

" Ola, minha filha."

Vésper assustou porque não esperava ver-lá tão cedo, ela sorriu ecorregião para abraçá-la:

" Mamãe."

Sua mãe ainda vestia suas roupas noturnas, porém por cima colocou um roupão de pele de lobos brancos acinzentados. E ambas puseram-se a continuar, felizes e serenas. Seu pai e seu irmão mais velho chegaram à cozinha, e sentaram-se na mesa velha comprida de maciça. Michael sentou-se na cabeceira porque ele era o patriarca e Pierre sentiu-se a sua esquerda, pois o lugar direito era sua esposa, Joana. Sua mãe sempre deixava Timóteo dormir mais tarde pois estava em fase de crescimento e era praticamente um bebê. Depois de fritar os ovos, de assar o pão e de esquentar os chás de ervas, Joana sentou-se à mesa e disse-lhe a seu marido: " Sim?"

" Huh?"

" Contar-lhes."

" Ah, sim. Humm." Ele, sempre aparentava ser distante do seus filhos, porém nutria um amor incondicional por-lós. Ele apoiava seu queixo sem suas mãos, as quais estavam unidas como se em oração porém, estavam dobradas como um bloco de gelo. Seus olhos azuis-cinzas claros, baixos e sua voz, um murmúrio frio e morto.

Pierre, o mais alegre, carismático e cativante da família, estava sorridente, seus olhos azuis-esverdeados turquesas eram como águas subterrâneas, claras, limpas e virginais das grutas de cavernas e seus cabelos, pretos como a noite, eram de tirar o fôlego. Sua pele, de porcelana, alva e oval, e não complica e quadrada como de seu pai e da Vesper. Seu pai e irmã tinham rostos duros, gélidos, marcantes e sensuais, já sua mãe e ele eram rostos finos, delicados e gentis. Esbelto, muito magro, alto, porém, não muito forte. Seu sorriso derretia mil corações e acendiam as chamas de paixões e amores em um bando de meninas e mulheres, nas flores da idade ou bem velhas como megeras da sociedade alta e de camponesas, porém, Pierre tinha um sonho em ser um sacerdote de Talos. Iria iniciar seus estudos e uma vida erudita daqui a três verões, já até tinha os livros, pergaminhos e apostilas as quais os sacerdotes aos velhos e sábios-lhes deu. Todos em casa estavam orgulhosos e felizes por Pierre, uma alma gentil e pura, muito pura a um mundo duro, violento e frio de Tamriel.

" Meus queridos, temos algo a lhes contar."

Pierre já ia comendo seu ovo com pão pois não esperava a hora de terminar suas tarefas nos campos e nos estábulos o mais rápido possível a fim de estudar mais.

" O que, ma?" Disse-lhe, observando sua mãe e seu pai. Seu olhar ia de um a um.

"Bem, vocês terão um irmão."

" ou irmã."

" Ou os dois." Disse Vésper, com suas orbes cinzas claros profundos e impenetráveis e incompressíveis, iguais as distantes montanhas cobertas de nevascas da província invernal de Skyrim, ocultas, desérticas por seres humanos a não ser mortos vivos e catimbas abismais dos antigos guerreiros nórdicos e os dovahkiins de eras imemoriais. Ela, contemplando seriamente as probabilidades deles terem irmãos gêmeos, viu que era algo muito improvável. Ela sorriu, suas orbes peroladas e cristalinas cinzentas azuis claras chorou ainda mais que na calada da noite, antes de repousar, seus olhos já rapidamente aparentavam que semblante carmesim e roxeados, e sua garganta,soluçava, parecia um bebê nervoso chorando de dor e da amor e seu irmão Pierre, também estava banhados em lágrimas. Ambos pulavam de alegrias e de tristezas, pois iriam ter um irmão para cuidar e mimar. Ambos abraçaram sua mãe, enchendo-a de beijos e abraços fortes. Seu pai apenas observava a cena toda, sem dizer uma palavra e sílabas. Ele achava errante mostrar emoções e sentimentos, apesar que também gostaria de chorar mas não o fez, pois ele, um homem da velha guarda e um antigo espadachim, não podia se rebaixar a um mero choro. Tinha a alma dura de um mosqueteiro da guarda dos Reis e rainhas.

Pierre e Vésper pulava nos pescoço de seus pai, Michael, de bravura estóica, levando-o de surpresa assim, a família inteira se abraçava.

" Ma, Timóteo que ir à cidade imperial p, comprar os ingressos ao festival de Maia."

" Deixe-o ir. Por que você e Pierre o acompanham."

Vésper chorou e chorou e disse em meios de soluções e lágrimas, seus nariz escorria.

" Hmm."

" Hoje?"

" Huh." Respondeu Vésper a seu irmão encantador.

" Vão com o bebê. Peguem shadowmere e a carroça. Todos nós iremos ao festival." Disse o patriarca.

" Timóteo irá pular de alegria." Disse Vésper.

Joana apenas sorriu em meio aos abraços fortes de sua família muito amada.

" Pierre, deixe que eu faço sua parte e vá se preparar para ir à cidade."

" Mas, pa, não posso deixá-lo aqui. Ma, a senhora tem que se cuidar em dobro. Eu e Vésper podemos trabalhar mais a fim de senhora se preservar."

" Sim, concordo Pierre."

" Mas por agora, vão à cidade de Timóteo e aproveitarem. Vocês merecem um dia de folga."

" Mas, mãe-"

Joana cortou sua filha.

" Não tem problema."

" Quando é o dia do festival?"

" Daqui a três semanas."

"Pois, bem. Está tudo sob controle, meus filhotes."

" Sério, mesmo."

" Hmm." O pai respondeu.

Pierre sorriu e Vésper, beijou o pai, a mãe e seu irmão.

Os dois saíram, porém Vésper voltou e disse:

" Quando é que contarão a Timóteo?"

" Assim que ele acordar." Ela sorriu e saiu da sala da cozinha rochosa e aquecida pelas lenhas das fogueiras que Michael tinha acendindo quando entrega na sala minutos atrás. Joanna e Michael se olharam, trocando olhares de marido e de esposa e comerem seus cafés das manhãs.


Um jovem rapaz, de 22 anos, corria entre as florestas selváticas de Cyrodill em meio às árvores, das verduras, argutos e flores selvagens, e passava esbarrando em meio a roseiras espinhentas, begônias e as gardênias. Depois de quilômetros correndo, ele jogou-lhe no chão macio de samambaias esverdeadas e selvagens a qual predominava nos terrenos das florestas. O rapaz não possuía um belo rosto, porém era um daqueles rostos a qual era difícil de se esquecer. As florestas, úmidas e musgosas, eram cobertas por densos nevoeiros por todos os lados, em meios as árvores as quais os seus troncos e galhos eram retorcidos, dificultando a circulação das pessoas. O jovem rapaz andava entre os meios delas, lentamente, entre os arbustos fartos e as árvores musgosas. A umidade era tanta, que o jovem se estremecia de frio gélido. Ele colocou suas mãos ágeis e rudes na sua adaga de ébano, apertando-a bem ao ouvir as sinfonias dos lobos e orquestras dos pássaros que habitam nas florestas antigas negras e densas de Cyrodiil. Eram florestas pinceladas por antigas ruínas e muralhas de castelos e templos dos elfos Ayleids, já extintos. Era ruínas constituídas por blocos de mármores maciços e titânicos, os quais tinham aquele cheiro mofado e antiquado. Até agora, o rapaz não correu perigo, a não ser os lobos pretos e ratos gigantes que atacavam-o do nada. Mas eram adversários faciais para ele. Os terrenos musgosos e rochosos a qual ele estava deitado eram inclinados e irregulares. Ele observou mais a frente, notando que a floresta serpenteava, estendendo seus domínios verdejantes e nebulosos até uma cordilheira montanhosa. Decidiu subir os morros dos terrenos envoltos de árvores e arbustos e caminhar até os topo das cordilheiras e chegar a seus cumes, a fim de analisar os terrenos de baixo para de ver corria-lhe algum tipo de perigo. Ele levantou-se de seu descanso, seus olhos verdes-musgosos, levemente acinzentados, tinham as cores de um nevoeiro a qual cobria uma floresta tropical. Ele enterrou o rosto nas mãos secas e feias, suas unhas estavam sujas e mal cuidadas, e respirou com rapidez, tentando manter a calma, mas ainda assim, lágrimas de ódio e de raiva, as quais deslizavam em seu rosto pálido, roçavam suas bochechas cobertas por camadas de cicatrizes que recebeu ao longo de sua vida quando as lâminas das espadas e as pontas das adagas lambiam sua pele alva de bretão, perfurando seu rosto e seu corpo esguio, musculoso e troncudo. Seus olhos eram como as cachoeiras de Skyrim, as gotas rolavam a baixo, deslizando encharcando as vestimentas que ele usava, na verdade, as únicas roupas que ele estava levando consigo para Cyrodiil eram essas: um jaleco de couro marrom claro transpassado, e por baixo deste, ele usava um colete cinza claro e suas calças cor de fumaça escondiam da vista seus sapatos, já desgastados com as marcas do tempo. Mercer apertou suas mãos, esfregando seus olhos. Ele tinha olheiras vermelhas escuras sob os olhos verdes. Sentindo-se como uma merda, mexeu os cabelos marrons escuros, puxando as mechas e coçando o rosto com as unhas, deixando arranhões e arranhões vermelhos no rosto pálido. Sua enxaqueca se intensificou, latejando em seu crânio, empurrando sua cabeça para uma contração muscular mais intensa. Ele sentiu que sua cabeça estava prestes a explodir, como se algo de dentro empurrasse seu cérebro, estourando-o, apertando-o com força. Seu sangue subiu. Ele pegou sua adaga de ébano com muita dificuldade porque suas mãos tremiam muito e todo o seu corpo tremia e suava, enrijecendo. De repente, ele sentiu um arrepio de frio na espinha até a sola dos pés, como se um vento forte gelasse seus ossos. Ele franzia o rosto ao pegar sua adaga, passando os dedos longos pelos cabelos sujos. A oleosidade do cabelo e da barba rasa o irritava. Mercer não aparava a barba há semanas e não lavava o cabelo há meses, não porque não tivesse tempo, mas porque não queria mesmo. Com um aperto desesperado e uma agonia terrível e assombrosa, o jovem ladrão puxou a gola da camisa porque se sentia sufocado pelas roupas e pelo seu cheiro podre. Suas mãos se mexeram, se contorcendo entre si, puxando a gola da camisa, o que a afrouxou tanto que o colete que ele usava por cima da camisa ficou bagunçado e franzido. Ele apertou os lábios para conter os soluços, como se uma garganta tivesse um nó. Foi-se indo à frente, subindo os terrenos inclinados, acobreados por neblinas e andávamos entre os troncos dos pinheiros, eucaliptos, abetos escuros,imbaúbas, cedros e figueiras. Ele rezava a noturna que não iria encontrar nada, apenas um local seguro, esquecido pelo mundo.