Em outro local

Luna Lovegood respira fundo, finalmente ela está no local onde a sua mãe passou parte da sua vida e provavelmente no local onde aconteceu algo que a fez fugir para as ruas.

Ela ainda não sabe direito o que vai dizer, Luna sabe que alguma coisa deve ter acontecido, algo terrível que fez a sua mãe preferir viver nas ruas do que nesta casa, uma casa que mostra toda a sua imponência na fachada.

Talvez nada disso tenha a ver com a sua morte. Luna sabe que estes fatos não necessariamente estarão ligados, mas ela precisa saber mais, ela precisa entender porque a sua mãe fugiu desta casa e quem sabe assim entender o seu segundo desaparecimento.

Ela vê que em seu celular tem diversas ligações não atendidas de Draco Malfoy, Luna sabe que o homem vai ficar possesso se sequer imaginar o que ela pretende fazer. Luna não espera que ele entenda, ninguém que não tenha passado por algo assim seria capaz de entender.

Então ela ignora as ligações e se prepara para bater na porta...

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Ao mesmo tempo

Draco desliga o telefone frustrado. Ele já perdeu a conta de quantas vezes tentou ligar para Luna. Essa desmiolada está me evitando. Ele pensa enquanto se prepara para sair em direção ao local onde ele sabe que Luna certamente estará.

O loiro sempre foi uma pessoa racional, mas ele também aprendeu a não ignorar a sua intuição. Isso foi útil mais de uma vez em seu trabalho como policial e essa mesma intuição agora está lhe dizendo que alguma coisa vai acontecer e que provavelmente Luna Lovegood estará envolvida.

Torcendo para estar errado, ele se dirige para o endereço que pegou no orfanato...

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De volta à Scotland Yard

Sirius sorri ao ver que Remo conseguiu ligar o nome de Pedro Pettigrew a alguns nomes da lista que James trouxe. Infelizmente ele não tem nada sobre o senhor Filch para pesquisar, mas já é um bom começo. Ele já ordenou que o analista consiga tudo sobre os nomes quando ouve Gina dizer.

- Nós – ela olha para Harry – vamos sair por algum tempo. Eu sei que eu não devo ir para as ruas, mas eu tive uma ideia, tudo bem?

- Claro, menina – Sirius diz – não é porque você ficou na parte do perfil que você não sai a campo, só me mantenha atualizado.

Gina assente com a cabeça e sai com Harry a seu encalço. O rapaz não está entendendo muito, mas se Gina teve algum palpite, ele seguramente vai segui-lo.

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Um pouco mais tarde

Gina e Harry entram no centro de reabilitação, durante o caminho ela mandou uma mensagem para a sua cunhada e pediu que separasse tudo o que eles tinham sobre o motorista e explicou a Harry que estava pensando que nestes locais nem sempre tudo é informatizado, principalmente no que se refere aos empregados.

Eles encontram Minerva e Hermione, as feições apreensivas de ambas deixa claro que elas têm um tempo difícil pela frente, Gina imagina que a reputação do local deve estar sendo questionada. A ruiva faz uma anotação mental de conversar com Sirius e ver se eles podem fazer alguma coisa a respeito quando isso acabar.

- Obrigado por nos receberem – Harry diz – eu sei que vocês têm seus próprios problemas, então estamos mesmos gratos por isso.

- É o mínimo que podemos fazer – Minerva diz, ela suspira – mas creio que não poderemos ajudar muito, não sabemos quase nada sobre o senhor Filch.

- Longe de mim julgar – Gina diz olhando para a cunhada – mas não foi feita uma entrevista quando o contrataram? Uma verificação de antecedentes ou algo assim?

- Nós fazemos – Hermione diz – temos o cuidado de verificar todos que trabalham aqui. Nós já tivemos mais de um problema com pessoas tentando passar drogas aqui dentro.

- A questão é que o senhor Filch já estava aqui antes que eu assumisse a administração – Minerva completa – era claro que ele não possuía nenhuma empatia pelas meninas, mas (ela suspira) eu não tive a coragem de demitir um homem idoso. Além disso, foi um pedido especial de um dos nossos mais importantes doadores, o meu antecessor atendeu um pedido do senhor Riddle. Eu não sei o motivo, mas eu não posso julgá-lo, o senhor Riddle praticamente sustenta o centro, se ele me pedisse pra empregar alguém provavelmente eu também faria. Vocês acharam alguma coisa condenável nos seus antecedentes?

- Esse é o problema – Gina diz – não achamos absolutamente nada! É como se esse cara não existisse, então a gente veio tentar conseguir alguma coisa aqui.

- Vocês têm alguma coisa aqui que possa ajudar? – Harry pergunta – algum parente que vocês saibam? Alguma conta bancária em outro nome, já que não aparece nada com o nome dele?

- Não – é Minerva quem fala – nenhum parente citado em todos os anos que eu estou aqui. Ele é um cara bem difícil, com manias bem peculiares. Ele inclusive recebia o pagamento em dinheiro (ela para por um momento) como não há nada sobre ele em algum lugar isso quer dizer que ele não tem documento algum? Eu nunca pensei em checar (ela completa) foi um erro...

- Imagine – Hermione sai em defesa da sua mentora – ele já estava aqui antes da senhora começar a trabalhar, sempre esteve aqui. Por que a senhora teria que checá-lo? A senhora teria que checar todo mundo! Ninguém faz isso só porque assumiu a diretoria de algum lugar.

- É verdade, senhorita McGonagall – Harry se vê na obrigação de dizer – ninguém no seu lugar teria feito isso.

- E digo mais – Gina complementa – se a senhorita tivesse começado a dirigir o centro com uma atitude dessas, certamente não estaria aqui até hoje. Isso seria algo que pegaria super mal com os funcionários. Não fique remoendo isso, a senhora não poderia ter feito nada.

- Então – Harry volta à questão – o que vocês têm realmente sobre esse homem? Além do nome e do fato que ele foi contratado por seu antecessor a pedido do senhor Riddle?

- Mais nada – Hermione suspira – como a gente falou, não sabemos mais nada sobre ele. O senhor Filch nunca falou nada sobre a sua vida pessoal (ela para pensativa) como alguém pode viver assim?

- E o senhor Riddle? – Gina pergunta em um rompante – como o principal doador, devo pressupor que ele visitava o centro esporadicamente. Será que ele tem algum tipo de informação sobre o senhor Filch? Afinal foi ele quem pediu que seu antecessor o contratasse.

- Talvez – Minerva diz e Gina nota que ela parece apreensiva – mas não sei se seria apropriado interrogá-lo. Ele é um homem muito influente e apenas uma palavra dele pode significar a perda da sua carreira (ela suspira). Ele provavelmente vai cancelar as doações para o centro, mas eu não gostaria que mais ninguém fosse prejudicado.

Gina respira fundo, cada vez mais ela adquire antipatia por esse homem que se acha um deus. Ela olha para Harry e vê que embora o parceiro disfarce melhor ele sente o mesmo que ela.

- Não se preocupem com isso – ela diz – mesmo que se ache intocável, esse homem tem direitos e deveres como os outros cidadãos e não vai escapar deles.

- Além disso – Harry usa um tom mais apaziguador – a gente sempre pode dizer que ele está apenas colaborando. Não seria adequado recusar, nem mesmo para o senhor Riddle.

Minerva e Hermione assentem com a cabeça e Harry e Gina se retiram. Eles não conseguiram muita coisa, mas certamente eles têm uma coisa a mais...

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Em outro local

Luna olha para a luxuosa mansão. Ela foi convidada a entrar por um empregado que lhe disse que o seu patrão não tardaria e a deixou aguardando sozinha. Ela não sabe direito o que irá dizer ou fazer e não consegue ignorar o arrepio em sua nuca lhe dizendo que esta talvez não tenha sido a sua melhor ideia.

Não há dúvidas que a sua mãe deve ter tido uma boa vida naquele lugar. Mesmo sabendo que a sua mãe não ligava para coisas materiais deve ter sido uma mudança e tanto, mais ainda viver com uma família deve ter sido algo que ela sempre quis, então por que ela fugiu?

Talvez ela tenha esta resposta mais cedo do que imagina, neste exato momento ela ouve uma voz sombria dizer:

- Eu sabia que você voltaria um dia, Pandora...

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Na Scotland Yard

Sirius larga-se em uma cadeira. Harry e Gina retornaram e relataram as suas últimas descobertas, ele sabe que deve convidar Tom Riddle para prestar esclarecimentos. Sim, ele usa o termo convidar porque sabe que ninguém seria estúpido o suficiente para intimar o homem. Nem ele mesmo. Diabos, ele gosta da sua carreira e quer mantê-la!

Ele se prepara para falar com Moody. Tanto quanto Sirius, seu chefe também não vai muito com a cara do filantropo, então vai ser bom ter o superintendente a seu lado quando ele for fazer o que é preciso. Mas mesmo com o apoio do chefe, isso não vai ser uma tarefa fácil. Isso vai ser um saco! Ele pensa com seus botões.

Ele sabe que não há tempo a perder, mas Sirius sabe também que a precipitação pode ser algo arriscado, então ele vai fazer a sua lição direito.

Remo Lupin deve ser acionado novamente...

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Quase ao mesmo tempo

Draco Malfoy olha para a casa imponente enquanto tenta traçar um plano. Ele não pode simplesmente chegar e perguntar se uma maluca desvairada apareceu por lá.

Infelizmente ele não tem ideia de quem mora naquele lugar. Nos arquivos antigos do orfanato havia apenas um endereço meio desbotado, se havia o nome de alguém Luna o levou e pode ser também que ela tenha se aventurado sem saber sequer o que iria encontrar e mesmo sabendo que existe a possibilidade das pessoas que adotaram a sua mãe não vivam mais neste local ele não pode arriscar.

Então ele decide simplificar e usar o seu distintivo. Ele toca a campainha e um homem de meia idade e porte imponente, um criado com certeza atende a porta e o encara de cima a baixo – pois não.

- Boa tarde – ele diz usando seu tom polido, mas firme – eu preciso falar com o proprietário. Ele se encontra?

- Ele não se encontra – o homem diz após vacilar por um momento o que não passa despercebido ao agente treinado – eu poderia saber do que se trata?

- Na verdade estou atrás de uma jovem desaparecida – ele diz – o nome dela é Luna Lovegood e tivemos informações que ela foi vista nestas redondezas.

- Não sei nada sobre ninguém desaparecido – ele diz rispidamente – agora se me dá licença...

- Entendo, mas eu preciso mesmo falar com os proprietário – ele argumenta – é parte do protocolo, que horas eu posso encontrá-lo?

- Eu não tomo conta da vida do dono da casa – o homem diz antes de bater a porta na cara do loiro que tem certeza que há alguma coisa errada nesta história e que agora é a hora dele retornar a Scotland Yard...

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Um pouco antes

Luna ouve as palavras e por um momento ela não acredita no que ouviu, seu pai sempre disse que ela lembrava muito a mãe, mas ela nunca imaginou que alguém pudesse confundir as duas mulheres, até porque a sua mãe não seria mais tão jovem se estivesse viva.

Ela se vira lentamente e levanta o olhar na direção do som da voz, então seus olhos azuis se abrem desmensuradamente. Ela já viu este homem antes...

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Quase ao mesmo tempo, na casa dos pais de Harry

James chegou em casa faz pouco tempo, ele até gostaria de ficar e saber o que Sirius vai fazer com as informações que ele conseguiu, mas ele sabe que a sua presença pode colocar tudo a perder. Um advogado competente poderia questionar o seu envolvimento e colocar a perder qualquer informação que ele tenha trazido e James sabe que Pettigrew não teria escrúpulo algum em fazer algo assim.

Ele não pode dizer que se surpreendeu ao saber que o antigo amigo estava advogando num caso desses. Pelo que ele se lembra não há muita coisa que Peter não faria pelos holofotes. Aliás, só há uma coisa que ele não faria, advogar de graça.

Ele poderia ficar mais um tempo fazendo essas conjecturas, mas uma mensagem no seu telefone lhe chama a atenção. Hagrid quer vê-lo novamente...

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Na Scotland Yard

Draco entra sobressaltado. Ele sabe que provavelmente vai tomar uma reprimenda de Sirius por ter agido sozinho, mas neste momento ele não se importa, não quando ele sabe que Luna pode estar correndo perigo.

Ele entra na sala de Sirius sem ser anunciado, protocolos não são necessários para o seu chefe e mesmo que fossem, Draco não estaria preocupado com isso no momento.

- Desculpe ter saído sem avisar – ele logo dispara – mas eu tive uma intuição e não havia tempo para muitas explicações.

- Imagino que tenha a ver com Pandora Lovegood – Sirius diz – o Lupin me contou do seu pedido interessante, pressuponho que agora você vai dar uma explicação.

- Espero que você se contente com uma bem curta – Draco diz – não temos muito tempo a perder, aquela desmiolada pode estar correndo perigo.

- Você quer dizer, a senhorita Lovegood? – Sirius pergunta – o que ela pode ter feito para se colocar em risco? Ela voltou para as ruas?

- Não – Draco responde com um suspiro – foi pior.

E dizendo isso ele narra os seus últimos acontecimentos...

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Em outro local

Luna respira fundo tentando manter uma calma que ela absolutamente não está sentindo, ela olha o homem a sua frente nos olhos e percebe que se ela estivesse no lugar da sua mãe e alguém a olhasse assim ela também fugiria.

Ela não sabe direito o que fazer, e evidente que o homem a sua frente está em uma espécie de delírio. Luna não sabe se ela deve simplesmente dizer quem é ou se deve embarcar em sua fantasia. Ela sabe que pode estar bem encrencada agora e neste momento ela pensa consigo mesma que deveria ter atendido a ligação de Draco Malfoy

Neste momento a sua mente perspicaz tem uma ideia, uma ideia louca e desesperada, mas que pode lhe dar uma chance...

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De volta a Scotland Yard

Harry e Gina se dirigem à sala de Sirius. Eles foram chamados com urgência, o que nunca significa algo bom. Eles veem que toda a equipe está reunida o que lhes dá a certeza que alguma coisa aconteceu.

- Infelizmente ainda não temos nada – Harry diz – estamos tentando conectar Pettigrew aos nomes que meu pai conseguiu, mas isso vai levar um tempo.

- Tempo talvez seja algo que não temos – Sirius fala com um suspiro – a senhorita Lovegood desapareceu.

- Desculpe perguntar – Gina diz – eu não sei direito como as coisas funcionam aqui, mas isso é da alçada da Scotland Yard? Não deveria ir para a divisão de pessoas desaparecidas?

- Não quando isso pode ter a ver com nosso caso – Sirius diz – o Draco vai contar o que aconteceu.

E dizendo isso ele passa a palavra para o loiro que se prepara para relatar mais uma vez a sua história, mas antes que ele comece seu celular vibra no seu bolso, o celular que ele usava para se comunicar com Luna Lovegood...


NOTA DA AUTORA

Finalmente consegui atualizar e com as coisas ficando cada vez mais complicadas para a Luna. A fic está meio que entrando em sua reta final, não sei quantos capítulos ainda vai ter mas não devem ser tantos assim.

Eu preciso falar sério com vocês, não levem como chantagem ou bronca, não é nada disso. Encarem como um desabafo.

Eu tinha feito um desabafo enorme mas acabei deletando, já que ninguém está aparecendo por aqui resolvi não perder tempo e nem chatear quem ainda aparece, então vou resumir.

Como falei no capítulo anterior estou trabalhando para aceitar que os comentários neste site estão diminuindo principalmente porque as pessoas estão procurando outros locais pra ler fanfics e as fics aqui estão diminuindo drasticamente também, como eu decidi que não vou migrar para outros locais, eu vou precisar lidar com isso de alguma forma.

Então o que eu quero dizer é que vou fazer o possível para não vir aqui todo final de capítulo me queixar pela falta de comentários, mas por outro lado eu também não vou ficar me cobrando para atualizar mais rápido, acreditem mesmo com todos os meus atrasos eu sempre ficava preocupada quando estava demorando demais pra atualizar.

Por favor, não entendam isso como uma espécie de chantagem, eu juro que não é, eu só não vou ficar me preocupando demais com o tempo que eu demoro pra aparecer aqui e vou seguir o meu ritmo, se eu conseguir postar mais rápido, ótimo. Se não der paciência.

Deixa eu parar antes que a minha nota fique quase do tamanho da que eu havia deletado e é claro que se alguém quiser deixar uma palavrinha, vai me deixar muito feliz e me incentivar bastante (eu disse que não ia me queixar pela falta de comentários, em momento algum disse que iria deixar de pedir por eles, rsss)

Bjs e até o próximo