Maria

Eu não me sentia confortável em conversar sobre como as coisas costumavam ser. Desde que cheguei a essa cidade e fui mergulhada em todos esses sentimentos, algo em mim sempre pesava, eu sentia uma amargura sobre a forma como eu vivia a minha vida.

No passado eu não teria me importado, isso é um fato, mas as coisas mudaram depois que encontrei Charlie e passei a fazer parte do seu mundo. Falar como tudo tinha acontecido para a sua filha, como tinha sido o inicio dela nesse mundo sobrenatural não era confortável… ainda mais pelo fato de ter sido pelas minhas mãos. Eu posso não ter sido a causadora, aquele que praticamente condenou o seu destino trazendo demônios insanos e vingativos para a sua vida, mas fui aquela que pregou o ultimo prego em seu caixão. Um caixão que ela nunca de fato usou, porque nunca chegou a morrer.

Eu não queria que Charlie me visse com outros olhos. Jasper conhecia o meu pior, ele poderia imaginar o que estava por vir, mas Charlie não. Embora ele soubesse quem eu era, o que eu costumava ser e fazer, ele de fato me conheceu depois de eu ter finalmente entendido que eu não precisava destruir tudo e a todos, para governar eu não precisava me impor de uma forma opressora e esmagadora. Eu poderia ser temida, e eu era, mas acima de tudo eu tinha que ser esperta, ao mesmo tempo eu tinha finalmente entendido que não era terras pelo que eu buscava, era por alguém que me entendesse e estivesse disposto a construir junto comigo o que eu tinha perdido, meu lar… minha casa… E Isabella e eu encontramos isso uma na outra, da forma mas conturbada e distorcida possível conhecemos uma a outra e nos entendemos.

- Quando Isabella foi entregue a mim, eu não tinha a mínima ideia do que fazer com ela. - o rosnado de Jasper me interrompeu o que me fez revirar os olhos. - Estou falando de um tempo em que eu era uma filha da puta gananciosa, eu não conhecia a menina e não me importava com ela e nem com o porque aquela Vadia ruiva estava querendo me ceder a humana em troca de apenas permissão de transitar em meu território. Foi assim que ela parou em minhas mãos Jasper. Victória queria vingança, ela queria que Isabella tivesse seu primeiro ano da forma mais infernal possível, transformada sem seu companheiro e nas mãos do demônio do deserto que ela tanto ouvira falar.

O rosnado de Charlie me assustou, por um curto período de tempo eu realmente pensei que tinha sido demais para ele ver quem eu tinha sido na vida da sua filha, que de uma certa forma, eu participei das ocorrências que tiraram sua menina dele. Muitas coisas foram tirada de mim quando fui arrastada para esse mundo, eu podia não me lembrar de muitas coisas do meu passado, mas a dor da perda era algo que eu tinha carregado por tanto tempo, que era impossível de se esquecer. Esse era o combustível que me alimentava todos os dias e me fazia seguir de cidade em cidade, nunca sendo o suficiente, sempre quebrando e destruindo e querendo mais.

Eu ajudei a causar essa dor nele. Eu tinha ajudado a tirar uma filha de um pai. E eu sinto muito vergonha me dizer que a Maria daquela época não se importaria nenhum pouco, se ela fosse filha, irmã, neta ou até mesmo mãe de alguém. Ela não se importaria.

Quando eu pensei que suas acusações viriam direto para mim quando eu nem se quer comecei a explicar como as coisas aconteceram, eu me virei vendo ele encarar Jasper tão furiosamente, que eu finalmente me deixei suspirar.

- Vocês nunca deveriam tê-la abandonado… a deixaram desprotegida…

- Sr Swan, eu realmente lamento. Acredite quando eu digo, não foi uma escolha minha partir, infelizmente eu era apenas um, contra…

- Então você deveria ter ficado. Apenas você.

Eu observei como Jasper ficou sem ter uma desculpa para isso. Ele trocou um olhar com Peter que também tinha um olhar duro para ele, e eu também concordava com Charlie, eles não deveriam tê-la deixado, isso tinha sido tão idiota de se fazer, mas bem, como eu dizia eu não me importava.

- Bem continuando, sua ideia era me oferecer uma escrava, uma bolsa de sangue ambulante, a vampira queria que ela sentisse dor e sofrimento, depois tivesse uma transformação dolorosa, mas eu não recebia ordens de ninguém. Quando eu a arrastei para a fazenda que estava ocupando, a menina percebeu rapidamente que ela não tinha chances e que se tornasse tudo difícil seria doloroso apenas para ela. - eu suspirei. - Então quando eu perguntei apenas seu nome ela me disse e eu a transformei.

- Eu nunca quis saber o que ela tinha feito, o que tinha acontecido para que ela entrasse no caminho de uma vampira que estava disposta a abrir mão de uma refeição para entregá-la a mim apenas para sofrer, era apenas isso que Victória queria sofrimento.

Os olhos de Jasper escureceram na minha frente, e embora eu tivesse reconhecido os raios vinhos ganhando vida no dourado que ele tinha em sua íris, eu sabia que essa sobra negra tomando conta deles não tinha nada a ver com fome. E ao mesmo tempo eu percebi que Isabella nunca tinha tocado no nome de Victória com ele.

- Seu primeiro ano foi difícil, não porque eu segui o desejo de vingança de Victória, mas sim porque ela era uma criatura peculiar e diferente, o que chamou toda a atenção indesejada para ela. Isabella acordou no segundo dia de transformação, seus olhos vermelhos como se fosse uma piscina de sangue estava analisando o ambiente e tudo em volta, seu peito subia e descia como se seus pulmões ainda estivesse funcionando, como se ela nunca tivesse dado seu último suspiro. Ela lembrava de tudo, embora nunca tivesse me dito de fato as respostas, ela lembrava quem ela era, de onde tinha vindo e o porquê de está ali e de quem a trouxe.

A sala estava em silêncio, os dois estavam prestando atenção em mim e por mais Peter conhecesse a história, mesmo fazendo parte dela apenas alguns anos depois, ele permaneceu ali como forma de apoio moral para o seu amigo.

- Foi seu controle que atraiu Handall, ele ficou tão furioso e eu tenho quase certeza que enciumado também, ele tinha receio que isso pudesse atrair meus interesse, que fez com que ele se tornasse tão determinado em quebrá-la, me mostrando o quanto inútil ela era assim como todos os outros. Mas ela nunca quebrou. E embora eu nunca tivesse mostrando tanto interesse, Handall se sentiu satisfeito em tê-la sob seu controle. Eu não interferia nos recém nascido, contanto que eles continuasse servindo para o meu proposito. Geralmente meu contato com eles se limitada ao momento de transformação, mas todos eles sabiam a quem eles pertenciam. E com Isabella não foi diferente.

- É claro que toda aquela diferença gritante dela me deixou intrigada, mas eu a deixei para que ele a treinasse, eu apenas pensava em como aquele controle poderia ser útil, nas brigas e lutas que teríamos pela frente. E foi. Nos treinamentos ela sempre ganhava uma grande surra, eu até mesmo cheguei a participar uma vez. - estranhamente eu sorri com a lembrança da primeira vez que lutei com ela. E como ela apanhou, por não ter experiencia nenhuma. - E como ela apanhou, só para quando chegar no campo de batalha ela pudesse dar o seu show derrubando todos. Ela era incrível. Tanto que quando sua marca de um ano chegou ela foi a única que sobreviveu daqueles que nasceram junto com ela. Alguns já tinham ido durante as batalhas e tiveram que ser substituídos, mas quando completou 1 ano, os 6 que restaram junto com Isabella tiveram seu fim bem na sua frente.

Eu me lembro daquele dia, tínhamos acabado de chegar ao interior de Dallas, tínhamos tido uma grande briga para chegar até ali, eles estavam desgrenhados, alguns até mesmo feridos, mas tínhamos que dar o próximo passo, quanto mais tempo se passava, mas o grupo perdia sua força, diferente de Isabella. Handall estava ansioso, e embora eu não perdesse nenhum dos olhares que ele dava para a menina que estava sentada em um canto ajeitando sua mão no lugar, eu não sabia o que de fato ele pensaria com a minha ordem de poupá-la naquela noite e em todas as outras. Eu realmente não abriria mão dela.

- Ela apenas me perguntou o porquê e eu não menti. Disse que era porque eles não eram mais úteis, suas forças estavam indo embora, sua velocidade não era mais a mesma e que sua consciência os atrapalharia a seriam menos uteis dali para frente. Depois desse dia eu à percebi lutando com eles quando os próprios tentavam se matar dentro do espaço em que ficavam confinados, e por eles nas batalhas que enfrentavam, eu à vi lutando para controlá-los quando eles eram todos violentos e raivosos, não passando de animais selvagens, Handall a punia por suas intromissões, muitas das vezes a deixando sem se alimentar acorrentando-a para que ela assistisse os outros agirem como bichos brigando uns com outros para quem iria se alimentar mais e mesmo assim isso não a impediu, ela não desistiu, de longe eu a observei ser insistente, ativa e até mesmo impiedosa, não foi fácil para ela eu não interferi em suas ideias desacreditadas por mim, e nem da fúria de Handall para cima dela. No entanto, eu via as pequenas mudanças neles, e claro dela também. No final daquele segundo ano, 2 vampiros cruzaram o marco de 1 ano, mas como eu disse a ela, eles não eram forte o suficiente e logo depois acabaram caindo para nossos inimigos.

Eu lembro como ela voltou revoltada. Como sua fúria era tão grandiosa que se fosse possível Handall teria de fato suado para controlar. Ela ficou quieta ao ser acorrentada, ela ficou muda pelos 5 dias que ficou sem se alimentar, seus olhos eram de negros que quando eu os encaravam sentia como se eu pudesse ser sugado por eles a qualquer momento e mesmo quando eu insistia em saber quando tinha sido sua última refeição a falta de uma resposta coerente de Handall não parecia abalá-la tanto. Ela não se importava com o que ela estava pensando, não quando o sentimento de fracasso era tudo o que a estava consumindo.

- Ela não desistiu. Ela passou a cuidar até mesmo de coisas que não era sua tarefa. Ela não estava se importando nenhum pouco se isso a levaria a mais correntes, fomes ou desmembramentos, ela só não se importava com Handall e suas besteiras ela só continuou aguentou isso por longos anos, enquanto ela se focava em consegui o que tanto queria, e continuou lutando pelos recém-nascidos, querendo de alguma forma treiná-los para que eles continuassem vivos depois que completassem um ano. Aonde Handall enxergou ser uma perda de tempo ridícula, eu via potencial depois observar todos seus esforços e claro os poucos resultados que ela teve, uma menina inexperiente tinha conseguido criar algo, tinha sido persistente e em momento nenhum tinha aberto mão de suas ideias e desistido, ela tinha sede por conquistas e realizações e isso me atraiu mais do que qualquer controle que ela pudesse ter. Então para total desagrado de Handall finalmente comecei a treiná-la eu mesma. Foi quando eu descobri o escudo. Quando a perguntei porque ela nunca tinha usado contra Handall, a resposta dela foi algo que eu nunca conseguiria tirar da minha mente.

"- Quando eu perguntei do porque de você tê-los matado no meu primeiro ano, você me disse que eles não eram mais uteis, que estavam ficando fraco… O que Handall vê como tortura, eu vejo como fortalecimento. É claro que meu sonho é chutar a bunda daquele idiota nojento… mas ele tem sido um idiota útil em me tornar tolerante a dor, fome e "torturas", não será a dor de um braço arrancado que irá me distrair de arrancar a cabeça do filho da puta que esta no meu caminho… estou apenas virando uma arma com mais atrativos do que um recém nascido de pele dura, fúria e presas com mais força que o normal, quem eu sou e tudo o que eu me tornei para não acabar no prazo de um ano, pelo contrario..."

Eu nunca esqueceria de sua resposta e eu vi como os dois homens na minha frente tiveram reações diferentes a sua resposta, mas uma coisa eles tiveram em comum, o orgulho, algo muito parecido com o que eu senti naquela época.

- As coisas começaram a ficar interessante a partir daí…


Ano de 2010

O sol brilhava forte naquela dia de verão, enquanto eu estava parada na pequena sacada que aquele velho casebre, caindo ao pedaços, tinha no segundo andar. Tínhamos chegado naquela cidade esquecida pelo homem fazia um tempo. Independece tinha sido uma das muitas cidades devastadas pela guerra civil, irônico não, então embora tivesse muitas construções abandonadas nas proximidades, não havia nenhuma vida humana da qual precisaríamos nos esconder. Estranhamente era uma manhã silenciosa a seu modo. Sem sons de rosnados e rinhas de brigas, o que vinha se tornando ainda mais comum.

Eu estava do lado de fora acompanhando a movimentação, porque os sons de batidas e coisas sendo jogadas chamou a minha atenção e como eu poderia ver Isabella estava cada dia mais empenhada em fazer aquelas criaturas selvagens se tornar algum tipo de soldado os ensinando ordens e obediência.

Por exemplo agora, eles estavam lá limpando o quintal recolhendo qualquer destroço das antigas construções ou sujeiras pelo caminho quando nem mesmo ela estava por perto para monitorar o trabalho deles.

O casebre bem no início da propriedade continuava com as luzes apagadas e janelas e portas fechadas sem nenhum indicio de que havia vida lá dentro. Mas eu sabia mais, eu sabia que eles estiveram lá e eu tinha toda a certeza de que ela permanecia lá.

Handall era um rato que estava começando a ser um incomodo, mas infelizmente ainda útil, pelo menos até que Isabella mostrasse que ela poderia sim me fornecer vampiros uteis para seguir com meu estilo de vida. Eu me via torcendo por aquilo a cada dia mais.

Ela estava presa desde a volta da ultima batalha, estávamos nessa cidade a pouco mais de um mês e estávamos em paz, até que Handall detectou presença de Marcos ao norte, o idiota achava que poderia se meter a besta no meu território, não foi um briga tão grande assim, já que ele foi inteligente o suficiente de bater em retirada para não prejudicar tanto o seu grupo assim.

O porque da punição de Isabella? Ela deixou o inimigo sair. Como eu disse, Handall era um rato que estava começando a me irritar. Tanto que o infeliz estava desde a madrugada fora, com a missão de trazer a alimentação de todos.

E foi no primeiro sinal de movimentação nas proximidades que eu me dirigi até o casebre arrebentando o inútil e ofensivo cadeado que o animal colocou na porta, achando que assim me manteria do lado fora, como se ele tivesse algum direito em limitar meu acesso a qualquer lugar nas minhas terras, ou até mesmo com a ideia estupida de que isso manteria ela do lado de dentro.

Com apenas um puxão o metal velho se desfez na minha mão e eu empurrei a porta deixando a luz do dia entrar no quarto, Isabella estava ajoelhada próximo a parede tendo, suas mãos e pescoço acorrentado, o cheiro de gasolina chegou até o meu nariz, o que me fez ficar furiosa por tal ação. Prestando atenção e cuidando olhando ao redor, procurei por algo que poderia nos colocar em perigo.

- Cálmate. Ele apenas achou que seria interessante um pouco de pressão psicológica, já que você o proibiu de qualquer desmembramento.

- Cabrón. Hijo de puta, estúpido. Es hora de matarnos a todos. (Desgraçado, filho da puta. Tempo de matar todos nós.)

- No es que no tuviera essa intención. No es más que una rata ambiciosa, señora. (Não é como se ele não tivesse essa intenção. Ele não passa de ratazana ambiciosa, senhora.)

Sua pronuncia me surpreendia a cada dia mais, ela sempre se mostrou aplicada e disposta a aprender tudo o que eu estava disposta a ensinar. Ter Isabella em minha volta tinha sido um bálsamo que eu nunca tinha experimentado há muitos anos. Qualquer sombra de sentimento que se passava por mim era como o que eu sentia ainda como humana e vivia com a minha família e depois com as minhas irmãs, antes de ser traída é claro. Então eu não podia me deixar distrair, eu não poderia deixar isso me alcançar assim.

- Vamos, garota. Você irá se alimentar.

Ela não discutiu e nem questionou minhas ordens, eu sabia que ela tinha perdido a última refeição, Handall continuava a privando de qualquer tipo de oportunidade de se alimentar normalmente, ele cismava em testar cada dia mais sua tolerância e autocontrole, sem saber ao certo a força que ele estava ensinando aquela menina ter.

Claro que nem tudo era flores na vida dela. Tinha horas que a vida violenta em que levávamos pesava nela, sua agressividade era muitas das vezes a forma que ela usava como escape, era do meu conhecimento sua dificuldade em se alimentar junto com os outros, ainda mais quando ela tinha muita raiva prevenida. Muitas das vezes isso acontecia após as batalhas. Isabella consegui ser pior do que eu no quesito de fracasso. Mas seus limites ia muito além. Se doía em mim perder um território, em Isabella doía mil vezes mais se ela perdia alguém, por mais que o resultado fosse positivo. E para ela, todos eles aqui era um alguém. E eu não podia deixar de ver isso como uma fraqueza nela.

Quando eu sai do casebre com ela, pude ver melhor suas roupas rasgadas e molhadas por conta da gasolina. Eu não perdi a atenção que ela recebeu de todos ao estar do lado de fora, nenhum deles se aproximou ou deixou de fazer suas tarefas, mas bem diante dos meus olhos eu vi todos eles tomarem ciência de sua presença e ainda mais de suas condições. Antes que eu a mandasse entrar e providenciasse uma troca de roupa, e principalmente que se lavasse para tirar todo o resido de gasolina, uma vampira que tinha poucos meses de transformação se aproximou, no seu melhor comportamento, com algumas peças de roupas. Ela não disse nada, apenas apontou para a casa e a seguiu quando Isabella se despediu com um aceno de cabeça para mim a seguiu.


A primeira coisa que chamou atenção de Handall quando ele chegou a propriedade foi a porta do casebre aberta, eu vi a fúria em seus olhos e seu peito enchendo para gritar, o que ele engoliu assim que me viu próximo a casa encostado em uma árvore na sombra apenas o aguardando.

- Vejo que teve uma boa pescaria homem. - Era um grupo de sete humanos, todos homens e grandes. Alguns estavam desmaiados e jogados na carroça que ele deve ter arrumado para puxar até aqui.

- Sim senhora. Bem não tanto por esse. - ele puxou da carroça uma pequena criatura minúscula, com suas mãos amarradas para frente do seu corpo presos no peito e sua boca amordaçada e acordado. - Um pequeno ratinho intrometido achando que poderia me passar a perna.

Uma criança… outra criança… filho da puta idiota. O moleque desgrenhado, não passava de um ser humano pequeno, magricelo e desleixado, suas roupas estavam rasgadas e sujas e seus pés pretos e descalços, com certeza um dos muitos que vagavam pelas ruas se virando do jeito que dava.

- Parece um franguinho ainda, mas pode ser apenas uma boa sobremesa… não é assim que os humanos chamam os aperitivos após a refeição.

Eu apenas gritei a ordem para a formação. Porque diferente de muitos anos atrás, nenhum dos meus recém-nascidos estavam avançando como animais selvagens. Alguns que já tinham terminado suas tarefas estava apenas aguardando na entrada da propriedade.

Os homens que estava amarrados começaram a despertar, seus olhos arregalados com certeza sem entender que tinham acabado de cruzar o portão do inferno. Se alguns deles estavam pagando por algum pecado e por isso o destino tratou de esse ser o seu fim eu não saberia dizer, eu não me importava com isso. Aquelas criaturas precisavam ser alimentadas, para continuarem a ter coerência e se uteis para mim, se foi escolha do destino ou de Handall, isso não era da minha conta e nem importância.

Quando os primeiros vampiros se aproximaram para escolher sua presa, um rosnado feroz surgiu pela porta da casa velha principal. Isabella costumava ser uma besta com a sua refeição e embora ela costumasse a fazer isso sozinha sempre soltando o animal dentro dela, muitas das vezes mais lutando do que se alimentando, eu ainda acreditava que ela poderia se controlar e apenas focar em se alimentar.

Ela saiu de casa com suas presas de fora. Seus dentes cintilavam ainda mais que sua pele no sol. Seus olhos negros estavam fixos na pequena criatura humana agarrada nas mãos de Handall. Os vampiros que tinham se aproximando acabaram recuando para não se colocar no seu caminho enquanto ela farejava o ar loucamente.

Em um piscar de olhos ela estava de cara com Handall, o menino que estava em seus braços se encontrava mole, provavelmente perdendo suas forças para o medo, assim como alguns dos homens tentaram sair correndo, gritar enquanto alguns apenas caíram de joelhos e levantaram as mãos para o céu suplicando a alguma divindade.

- Solte-o. - Ela rugiu, depois de aproximar seu nariz próximo ao cabelo do garoto e suspirar profundamente.

- Quem você pensa que é. - Handall tentou movimentar seu braço para arrastar o menino para trás de si, mas a mão de Isabella impediu seu movimento.

Essa tinha sido a primeira vez que eu tinha visto levantar a mão para ele. Embora fosse para contê-lo, algo que ela não fez nem mesmo para se defender, eu tinha certeza que nada a impediria de agir novamente, sendo que dessa vez para atacá-lo.

- Largue-o. Ele é meu.

Sua posse escorria em cada silaba, me fazendo reconhecer o que estava acontecendo ali e embora eu tivesse experimentado disso apenas uma vez na minha vida, eu sabia que nada poderia se colocar no seu caminho.

- Entregue-o a ela Handall. Você a ouviu. O garoto pertence a ela.

Por mais que ele quisesse me questionar e toda a sua atitude gritava por isso, ele apenas soltou a garoto o jogando em sua direção, Isabella agarrou seu braço com pressa e logo o arrastou em direção ao velho celeiro no fundo da propriedade.

Lá no fundo eu lamentava pelo fim da vida daquele jovem, algo que eu não fazia por ninguém, mas quando eu me prendi ao silêncio que se sucedeu pelas longas horas, me fez acreditar que isso era um mal agouro para o meu tempo de paz.

Naquele dia quente de verão, naquela propriedade perdida no meio de Independece foi o palco de choro para homens-feitos, que tiveram suas vidas sugadas para fora de seu corpo no meio de um inferno pessoal, enquanto aquele menino ficou trancafiado em uma casa velha, com uma Isabella faminta, furiosa e possessiva, não por umas horas, nem por uns dias… mais sim por longo dois anos.

Ela trabalhou em tornar o celeiro um lugar habitado para o menino, cuidando de sempre mantê-lo alimentado, trazendo comida e roupas quando ela saia para algumas verificações nas proximidades, mesmo que não fosse realmente um estilo de vida ideal para o moleque, ele aguentou, ele obedeceu e ele sobreviveu. Ele até mesmo se fez útil, todos pareciam respeitar o limite do celeiro, algo imposto por ela. Todos, menos o idiota do Handall, o que me trouxe muitas irritações nesse período.


Ano de 2012

2012 foi um ano que chegou com grandes conquistas… Tínhamos Nova Orleans, embora estivéssemos em uma cidadezinha chamada Houma, sendo uma hora de viagem de distancia, não importava quando eu tinha minha marca e meu controle na cidade. Os tempos vinham mudando, a tecnologia vinha crescendo, assim como a cidade e a minha realidade.

Diferentes das casas abandonadas em que eu vivia, agora, por exemplo, eu estava em uma casa mobiliada, com cortinas nas janelas e não trapos rasgados, os sofás na sala não tinham molas para fora e tinha um televisor que ligava.

Minhas roupas eram limpas, e não com quilos de poeiras nelas. Eu vestia algo decente. E claro eu tinha aproveitado e muito o fato de agora ter um chuveiro com água quente.

Eu tinha acabado de sair do meu banho quando escutei os rosnados do lado de fora e diferente do que eu esperava a briga não se acalmou depois de alguns minutos, como era o que realmente vinha acontecendo. Isabella não admitia que os vampiros brigassem entre si. E de fato ela vinha tendo um grande sucesso, alguns realmente vinha sobrevivendo a marca de um ano, e isso ajudava a manter o controle do ambiente, ao ponto de até mesmo poderem seguir Handall para aprender como funcionava as rondas para que nosso território continuasse sendo vigiado e no controle.

O barulho de coisas sendo destruída e os rosnados furiosos me enfureceu e eu tinha uma noção de quem estaria envolvido na confusão, para que ela de fato não tivesse sido encerrado.

Quando eu sai pela porta principal a lateral do casebre explodiu com dois corpos voando por eles se embolando em uma briga feroz. Na mesma hora que um grito doloroso surgiu de dentro da casa com a parede destruída. Nossa propriedade ficava afastada e próxima a uns canais nos dando a privacidade necessária, com algumas árvores, e parte do pântano a nossa volta.

Eu avancei agarrando um pescoço com uma mão enquanto a outra agarrava firme os cabelos de Isabella quando ela direcionou seus dentes para o pescoço de Handall.

- Chega. Cojones. O que vocês pensam que estão fazendo?

- Ela o mordeu Maria. Ela o transformou. - suas palavras me fizeram fraquejar no aperto de seu pescoço.

- Você tentou matá-lo. Hijo de puta. Cabrón. Diablo. - ela se sacudiu no meu aperto, furiosa demais.

- E o que importa suas vontades, quando há regras, lei. Seu cão de estimação não passa de comida, se você estava disposta a desperdiçar uma refeição, o problema era seu… eu apenas esperei você engordar o pollo. (frango)

Isabella aproveitou minha distração para avançar novamente, como suas mãos na garganta de Handall, eu ainda tinha minha mente perdida nas palavras de Handall, os gritos dolorosos do menino apenas afirmava as acusações daquele rato e por algum motivo eu estava me sentindo muito traída.

Havia apenas uma regra. Eu era o único mestre. A única señora. O único com autorização para criar novos vampiros. Minha cota de traição me impedia de confiar tal função a qualquer outro. Primeiro foram minhas irmãs, que achavam que poderia ter seu próprio exército de vampiro e me derrubar dentro da minha própria casa, aquela que estávamos construindo juntas. O corajoso soldado sulista, Jasper Whitlock tinha sido um achado, ele cuidou da traição de minhas irmãs, mas não demorou muito a ser o próximo… diferente delas, ele não tentou me matar ou tomar o que era meu, ele apenas criou empatia por aqueles que ele acreditava ter algum tipo de ligação e assim permitindo que dois dos meus vampiros fugissem e alguns anos depois quando vinheram buscá-lo ele foi sem olhar para trás.

A partir daquele dia a lealdade de todos tinham que ser comigo, eu era a sua señora, eu os criei, eles eram meus…

Ela era minha. Isabella tinha sido entregue a mim para ser torturad matasse, mas ela era minha para que eu fazer o que quisesse. E eu quis que ela vivesse. No momento em que Victória a deixou em minhas mãos e depois quando seu marco de um ano chegou, eu tinha decido por sua vida, então ela me devia, e tudo o que eu tanto queria era que ela… justamente ela, não me traísse.

- Você não tinha esse direito. - eu rosnei quando agarrei sua nuca e a curvei na minha frente. - Você não tinha esse direito, porra, Isabella. - eu me vi lamentando, em meio de tanta furia que eu sentia.

A minha chateação me fez agir por instinto, eu sabia que Handall estava radiante e vibrante enquanto eu arrancava os seus membros, bem no meio do nosso quintal, diante de todos e principalmente enquanto todos nos ouvíamos os gritos sofridos do garoto. Ela não demostrava nenhuma ação de luta ou dor, ela não retaliou, apenas aceitou o seu castigo e naquele momento eu amaldiçoava tanto a sua resistência porque tudo o que eu mais queria era vê-la com dor, já que eu sentia doer em mim a sua ação.

Foi com satisfação que Handall trouxe seu baú que ele usava como punição, ele a arrumou lá dentro ele mesmo, delirante com todo o acontecido, enquanto eu andei com fúria e determinada acabar com isso, eu tinha que dar um fim aquilo. Os gritos do menino estava me levando a delírio de irritação. Mas para meu espanto meus passos até o casebre fora interrompidos quando Tobias e Donna, os dois mais velhos do grupo tendo dois anos apenas, se colocaram na minha frente, enquanto silenciosamente os outros iam se arrumando atrás deles formando assim uma barreira entre mim e o moleque.

- Sinto muito senhora, mas a não permitiremos que se aproxime. Damian pertence a Isabella.

Eu rir em desespero e descontrole finalmente entendendo a porra toda que estava acontecendo a minha frente. Eu assisti Handall tentar avançar furioso e ser contido, eu assisti eles ficarem apostos por 73 horas, 35 minutos e 13 segundos. Esse foi o tempo que os gritos levaram para cessar, seu coração parar de bater e de alguma forma eu me sentir por satisfeita.

Eu passei todo esse tempo remoendo em minha mente como eu tinha deixado isso tudo acontecer, furiosa por ser falhado em algum momento, eu me senti perdendo o controle de todos eles, o controle dela. Eu quebrei as coisas a minha volta espelhando como as coisas estava desmoronando a minha volta… tínhamos ido tão longe, eu não queria que isso acabasse, não poderia. Eu não queria que ela se fosse também.

E foi apenas quando finalmente isso tudo cessou, que eu arrastei o baú para dentro de casa e enquanto eu cuidava de colar seus membros em todo o seu corpo que eu falei. Deixei claro a burrice que ela tinha feito em me desafiar. Como eu tinha queimado traidores por muito menos e mesmo assim eu não tinha feito isso com ela. Seu castigo não tinha sido o esquartejamento, isso para ela não fazia mais tanta diferença. Seu castigo tinha sido ouvir uma pessoa que ela se importava sofrer, ela conhecia a sensação de sentir a morte o queimando por dentro, e ele estava lá sofrendo sozinho, porque ela não poderia estar ao seu lado.

- Você claramente se importa com aquele garoto Isabella, e isso é uma fraqueza. Eu sei disso e Handall também. Não basta apenas morder e deixar a transformação acontecer. No nosso mundo existem regras, que até mesmo eu as sigo. Aqueles que eu não posso controlar eu mato. Você teria coragem de matar Damian, se ele se tornasse uma besta selvagem? O menino tinha apenas 16 anos. Ele é um risco para o grupo, para mim e principalmente para você.

- Ele é meu Maria. - essas foram as suas primeiras palavras. - Não foi minha intenção te desafiar quando eu o mordi. Mas sim eu sendo egoísta demais em deixá-lo ir. Handall não toca em nada que é meu.

- Sim, Isabella, seus soldadinhos de mármores deixaram isso bem claro. - eu resmunguei apontando para a porta. - Você pode repetir quantas vezes quiser que ele é seu. Mas a regras são claras, até mesmo para Damian. Um ano. Você tem um ano.

Se sentindo pronta para levantar, ela caminhou para a entrada sem me responder. A noite estava chegando, Handall estava fora de vista, mas todos ainda estavam espalhados pela propriedade em alerta. Assim que eles notaram a presença dela de pé novamente, eles se viraram, se alinharam e inclinaram a cabeça em sinal de respeito, o mesmo respeito que prestavam a mim e abriram espaço. Tobias e Donna pareciam conter o menino que farejava o ar em busca de algo, e assim que seus olhos antes pretos como a noite e agora vermelho focaram em Isabella bastou um solavanco para que ele se soltasse e corresse para ela. Eu estava fielmente crente que viria um ataque, que ele lembrava do ataque, da mordida e da dor, mas para meu espanto ele a abraçou tão forte que a fez gemer de dor e ela então retribuiu com tanta força quanto ele.

O menino rosnou para mim quando me viu, o que eu debochei pela ousadia, mas Isabella tratou de acalmá-lo.

- Isso tudo está muito errado, Isabella.

Eu desviei meu olhar para todos. A muito tempo eu teria destruído tudo, deixado todos eles para trás como um monte de cinzas e começaria tudo de novo, eram apenas vampiros, eu tinha um mundo inteiro para fazer muitos outros. O que eu não admitiria seriam traições. Ninguém me derrubaria, o problema é que eu tinha apenas uma Isabella, e eu tinha gostado desse controle, dessa ordem, dessas mudanças, de tudo o que ela trouxe para a minha vida.

- Funcionou perfeitamente até agora Maria. - ela me respondeu sem me olhar, ainda alisando o cabelo do menino. Tobias se aproximou e o pegou o levando para junto dele e de Donna novamente.

- Nunca me passou pela cabeça me virar contra você. Desde o início fiz de tudo para mostrá-la o quanto você poderia crescer e conquistar. Eu escolhi ficar mesmo quando sequer foi questionado a minha opinião. A cada dia eu quis oferecer e conseguir mais. Você tem Nova Orleans e eu tenho tudo o que eu quero bem aqui.

- Um exercito?

- Não. Um lugar. Eu fui deixada para trás uma vez, depois fui tirada da minha casa e da minha família contra a minha vontade, muitas pessoas decidiram pelo meu destino e por muito tempo eu não tinha o controle de nada. Mais é a minha vontade ficar e lutar, não contra você, mas ao seu lado. Eu me fiz útil não com medo de morrer, mas para ganhar um lugar aqui. Eu quero esse lugar, eu quero um lar para mim, para todos nós. E não sou apenas eu que quer isso, todos nós queremos, estamos aqui para isso, Maria. - ela disse apontando para todos parados na nossa frente, enquanto descia e se juntava a eles.

A formação que se seguiu atrás dela, por todo o terreno da propriedade me mostrou o quanto ela falava por todos eles e o quanto eles concordavam com as suas palavras.

Isabella estava me entregando algo que a muito eu vinha procurando. Enquanto muito desejavam o que eu havia criado, ela estava ali disposta a ir muito além junto comigo. Handall era um rato nojento que vivia comendo pelas bordas de tudo o que eu vinha conquistando, enquanto Isabella vinha a cada dia assumindo ainda mais responsabilidades para que todo o trabalho que vinham fazendo ao longo dos anos não caísse por terra.

A confiança que todos eles tinham nela era o que tornava todo o trabalho útil e eficiente, ela os liderava nas brigas, cuidava dos feridos que voltavam, porque agora era assim, eles sempre voltavam.

Ninguém ficava para trás.

E depois daquele dia, depois de aceitar a sua punição, aceitar minha raiva e frustração eu entendi mais do que nunca o significado dessas palavras… mas do que ela não quisesse ser deixada para trás, Isabella me garantiu que ela nunca me deixaria para trás. Ela não me trairia como minhas irmãs e muito menos me abandonaria como o Major Jasper Whitlock fez, o aperto de mão e abraço que trocamos ali na frente de todos, foi o celo de um acordo feito, com uma importância tão grande para nós duas. Porque naquele momento nós duas tínhamos encontrado o que tanto procurávamos, o nosso lugar e em quem de fato poderíamos confiar.


Atualmente

- A ligação que ela sentiu com Damian foi forte desde o início, nos primeiro anos eu realmente fiquei apreensiva com o fato de que ela decidisse transformar mais vampiros, mas Isabella nunca se quer se inclinou para isso. Ela cuidava do seu treinamento pessoalmente, para a revolta de Handall que tinha ordens minhas de não se aproximar. A idade dele realmente me preocupava, mas aquele moleque trazia tanta serenidade em seu olhar depois de completar um ano de transformação como se estivesse realmente vivendo em paz.

Ele sentia um prazer imenso em me fazer engolir minhas palavras e opiniões sobre ele, eu tinha certeza disso.

- Damian era apenas um menino de rua que cruzou o caminho de Handall em Dallas quando ele estava em um beco roubando alguns bêbados. Os mesmos que Handall resolveu capturar para a nossa refeição naquele dia. Ele já tinha em si o instinto de sobrevivência, sua maturidade ia muito além do moleque atrevido de 14 anos que ele era. Ele poderia estar morrer de medo, mas diferente dos outros cabróns chorões, ele era o único que estava esperneando e xingando Handall com um repertorio de palavras bem baixas.

- De todos ele foi o que mais se divertiu com a chegada do nosso grupo em Dallas. E mesmo diante de toda a brincadeira e descontração que ele trouxe ao grupo, a sua principal função, era uma que não tinha sido delegada por ninguém, mas era como um instinto nascido nele desde o primeiro dia, era a segurança de Isabella. Eu via sua agitação quando ela saia para rondas ou averiguação de territórios vizinhos, assim como ele sempre se tornava arisco quando Handall começava a rondá-la.

Isabella tinha lutado anos atrás contra Handall por aquele menino, quando ela nem mesmo lutou por ela, e como eu me arrependia de não tê-la deixado fazer seu estrago nele. Ela me enfrentou, não no intuito de arrumar uma briga, mas sim para que eu finalmente entendesse o que de fato ela poderia me oferecer, no que poderíamos conquistar. Damian era muito mais do que um soldado para ela. Ela tinha abraçado sua criação com determinação garantindo sua capacidade de se manter vivo nesse mundo, porque de algum modo Isabella tinha encontrado alguém, ela não estava mais sozinha, assim como naquele dia eu descobri que eu também não estava.

Hoje ela podia estar de volta a sua cidade, ter seu pai, eu, Peter e Charlotte e até mesmo Jasper ao seu lado. Mas ela não estaria abrindo mão dele, do companheiro que esteve ao seu lado quando ela ainda se sentia como um ninguém. Ela tinha pegado aquele menino e não aceitou que o único proposito dele era alimentar sua fome, porque sim, ele era o seu cantor, e seu sangue poderia ser delirante para era, mas isso era um meio para um fim, e mesmo sem conhecê-lo Isabella não queria perdê-lo. A porra do "destino" não estaria tirando isso dela também, Damian era o seu proposito para vencer a cada batalha e não importava o intuito, fosse para conseguir novas terras e dar um lar que ele nunca teve ou eliminar prováveis ameaças a tudo aquilo que ela vinha criando para todos nós.