Nota: Essa é uma fanfic de Fairy Tail um pouco diferente, porque eu meio que estarei registrando toda a história do anime / mangá. Ele conta como a história foi contada por Lucy ter entrado na culpa antes de encontrar com Natsu e Happy em Hargeon. Já avisarei que um fanfic é gênero yuri, ou seja, Lucy não é capturada com Natsu, mas é capturada com Erza. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, então não leia. Fairy Tail e seus personagens pertencentes ao seu criador Hiro Mashima. Esta é apenas uma adaptação ao meu olhar. Boa leitura e me desculpe caso tenha algum erro ortográfico.
Capítulo 1 – Chegando a guilda Fairy Tail
Ano X779
As lágrimas embaçam sua visão, mas Lucy continuou em frente, sem se dar ao trabalho de olhar para trás, para a sua antiga casa. Ela não queria mais voltar para aquele lugar. Nunca mais em toda a sua vida ela queria ser infeliz, pois era exatamente assim que ela estava se sentindo.
Desde a morte de sua mãe, Layla Heartfilia, Lucy se sentiu solitária e abandonada, nem mesmo seu próprio pai lhe dava mais atenção e carinho, era como se ele não se importasse mais com a menina ou não quisesse mais vê-la. Aquilo era insuportável demais para uma criança de doze anos aguentar, Lucy sentia como se tivesse perdido, não apenas a mãe, mas o seu pai também.
Enquanto caminhava pela floresta escura, Lucy se lembrou do ocorrido de mais cedo naquele dia.
...
Uma pequena Lucy corria e saltitava toda feliz e contente pelos corredores, seguindo seu caminho até o escritório de seu pai. Ela carregava uma bolinha de arroz, enfeitada com uma carinha feliz. Ela tinha visto Aedo, o cozinheiro da família Heartfilia, fazendo há poucos dias e pediu para ele lhe ensinar.
Lucy ficou tão feliz e orgulhosa quando conseguiu fazer sua primeira bolinha de arroz, que quis imediatamente dá-la ao seu pai. Ela queria que ele ficasse feliz por ela ter feito seu almoço. Ela correu toda agitada e alegre até o escritório de seu pai e ao ficar em frente às grandes portas duplas de madeira, ela bateu duas vezes e entrou quando lhe foi permitido.
Jude Heartfilia era um homem de pele clara, cabelos loiro escuro, bigode bem feito com o mesmo tom loiro escuro e olhos pretos. Ele era um empresário de sucesso, proprietário da Heartfilia Konzern, que é uma das empresas mais ricas e reconhecíveis do Reino de Fiore. Após a morte de sua esposa, Jude passou a se dedicar cada vez mais a sua empresa, o que o fez negligenciar sua única filha.
Assim que entrou no escritório do pai, a pequena Lucy correu até ele, sentado em sua mesa, com a bolinha de arroz em mãos.
— Olha papai! Eu fiz uma bolinha de arroz com uma carinha feliz! — Disse a menina se aproximando toda sorridente, erguendo sua "arte" para Jude. — Eu fiz pra você comer e ter energia pra poder trabalhar!
Sem nem se dar ao esforço de desviar seus olhos dos vários documentos que lia e assinava, Jude apenas resmungou.
— Estou muito ocupado agora, Lucy. Depois eu vejo isso.
A menina sentiu uma pequena pontada de tristeza, mas não deixou que aquilo a desanimasse.
— Ah, entendi... — Abrindo um sorriso, ela acrescentou. — Então, eu vou deixar aqui e você come depois, okay papai? Ah, papai, você lembra que hoje é...
Sem deixar que Lucy terminasse de falar, Jude bate com força na bolinha de arroz, que cai no chão e se desfaz.
Lucy olha para o pai com o rosto assustado. Ela não estava esperando aquela reação dele. Sentiu suas pernas ficando levemente trêmulas.
— Você é surda? Não me ouviu não, Lucy?! — Ele falou, aumentando o tom de sua voz.
— Des-desculpa... — Pediu a menina tropeçando nas palavras, se afastando devagar do pai. — M-mas...
— Para de me atrapalhar, Lucy! — Gritou se levantando de sua mesa, apoiando as mãos sobre ela. — Você sabe muito bem que temos pessoas que cozinham para nós! Para de ficar perdendo tempo com essas bobagens! E já que aparentemente, você tem tempo para fazer isso, pode muito bem estudar formas de se governar um império! Você entendeu, Lucy? Saia imediatamente daqui!
Com os olhos lacrimejando e assustada demais para dizer alguma coisa, Lucy saiu correndo do escritório do pai, sem olhar para trás, e foi direto para o seu quarto.
"Hoje é meu aniversário e eu queria passar ele com o papai! Eu não aguento mais isso! Eu quero ir embora daqui!"
...
E foi assim que a pequena Lucy Heartfilia decidiu fugir de casa.
Mais cedo naquele dia, ela chamou seu Espírito Celestial, Aquarius (ela tinha a fisionomia de uma sereia, com longos cabelos azuis bem claro, sua cauda de peixe era também azul, um top de biquíni azul escuro um tanto revelador, carregando consigo uma ânfora.) que havia ficado furiosa com a menina por ela ter a invocado a partir de um copo de água, mas a pequena logo se desculpou e lhe contou tudo o que havia acontecido e que queria ajuda para fugir de casa. É claro que no começo, o Espírito se recusou, mas então ela se lembrou do quanto a menina sofreu com a morte da sua mãe, que era sua antiga mestra, e do quanto seu pai a maltratava. Foram dois longos anos levando essa vida e estava mais do que óbvio que Lucy não iria aguentar mais. Soltando um suspiro, Aquarius explicou passo a passo do que Lucy teria que fazer para fugir de casa.
Com tudo pronto, só restava esperar anoitecer para que ela saísse sem que ninguém percebesse.
Aquela floresta não era nem um pouco amistosa para uma criança e muito menos indicada para se passear, ainda mais durante a noite e no decorrer dos dias. Mesmo com a luz de um pequeno lacrima iluminando seu caminho, não deixava de ser assustadora. Lucy se lembrava das palavras que Aquarius havia lhe dito mais cedo.
...
— Siga em frente pela floresta, vai demorar alguns dias, mas em algum momento você chegará na cidade e assim que você chegar, vá até uma estação de trem e compre uma passagem para Magnólia.
— Mas porque Magnólia? — Perguntou Lucy.
— Você irá entender quando chegar na cidade. Enquanto isso, coma bem e descanse o máximo que puder até a noite. Pegue um pouco de comida e água para esses dias. Se precisar de algo, chame Câncer, está bem?
A menina assentiu, enquanto fechava sua mochila.
— Ótimo! E tenha cuidado ao andar na floresta. Se estiver em perigo, trate de chamar a mim ou ao Câncer. Está claro?
— Sim, Aquarius.
...
Respirando fundo, Lucy continuou seu caminho, andando devagar e olhando atentamente para todos os lados. Se sentia ansiosa por ter fugido de casa, mas estava feliz por ter tido coragem para fazer isso. Por mais que ela tivesse a companhia de seus Espíritos e dos empregados que trabalhavam na grande Mansão dos Heartfilia, dois anos sofrendo sozinha foi demais para o seu pequeno coraçãozinho aguentar e o "surto" de raiva de seu pai, foi a gota d'água para ela.
Ainda seguindo em frente, de acordo com as instruções de seu Espírito Aquarius, e depois de um certo tempo, no qual ela já não fazia mais ideia, pois haviam se passado alguns dias, Lucy finalmente conseguiu avistar ao longe outras luzes. Ela ignorou toda a exaustão, cansaço e fome que sentia e correu naquela direção o mais rápido que conseguia, ficando muito aliviada em ver que havia conseguido chegar em uma pequena cidadezinha. Ela se lembrava de pouca coisa do lugar, já que a menina dificilmente saia de casa e se tornou praticamente impossível após a morte de sua mãe.
Caminhando com o máximo de calma que conseguia, Lucy continuou em frente, sempre olhando para todos os lados, procurando pela estação de trem. Não tinha quase ninguém nas ruas, a maioria dos moradores já estavam dormindo ou se preparando para dormirem dentro de suas respectivas casas, mas sempre havia um ou outro que chegava um pouco mais tarde, devido ao seu horário de trabalho, ou até mesmo aqueles que nem mesmo podia ir pra casa, já que seu horário de serviço era durante a noite.
" Será que essas pessoas são felizes com suas vidas?", pensava Lucy, ainda andando com o lacrima brilhante em sua mão. Por mais que os lacrimas dos postes já iluminassem as ruas o suficiente, a menina se sentia mais segura apertando aquela pequena lasquinha com uma mão, enquanto a outra estava bem próxima a sua pequena bolsinha de couro, que continha suas chaves celestiais. Qualquer que fosse o perigo que Lucy estivesse, ela iria chamar Aquarius ou Câncer para ajudá-la.
Depois de mais alguns minutos de caminhada, Lucy finalmente encontrou a estação de trem. Com um suspiro, ela correu até as plataformas e logo foi procurar um guichê aberto para poder comprar uma passagem para Magnólia. Assim que avistou uma menina não perdeu tempo em correr até ele.
O rapaz do guichê estava com o queixo apoiado na mão, aparentando estar cochilando, devido ao grande cansaço que sentia após trabalhar por sabe se lá por quantas horas seguidas. Era possível ver uma pequena trilha de saliva escorrendo pelo canto de sua boca.
Lucy se aproximou do guichê, recuperando o fôlego após sua pequena corrida, e bateu no vidro duas vezes. O pobre rapaz acordou assustado, olhando para todos os lados, perdido e confuso, até que se lembrou de onde estava e olhou através do vidro, vendo uma garotinha, de cabelinhos loiros, vestida com uma blusa babylook rosa claro, casaco vermelho, saia e tênis azul marinho, carregando uma mochila. Ele certamente achou aquilo estranho.
— Posso ajudá-la, garotinha? — Perguntou ele limpando a saliva do queixo, enquanto ajeitava seu uniforme.
Lucy se sentiu nervosa naquele momento, milhares de conflitos rondando a sua mente.
E se o moço não vender a passagem?
E se ele chamar os guardas?
E se ele chamar por seu pai?
Eram tantos "E se..." que a cabeça de Lucy começou a doer.
No entanto, ela já havia chegado tão longe e não seria agora que ela iria desistir. Ela fechou os olhos e respirou bem fundo.
— Eu gostaria de comprar uma passagem para Magnólia, por favor. — Pediu ela educadamente, apertando as mãos e rezando para que o moço lhe vendesse a passagem.
Com a mesma educação, o rapaz lhe entregou uma passagem com um sorriso.
— Aqui está, senhorita. Custa 200 joias.
Lucy tirou sua mochila, abriu a mesma e pegou a quantidade necessárias de jóias e as entregou ao moço, que conferiu rapidamente e viu que o valor entregue estava correto.
— Tudo certo, senhorita. Tenha uma boa viagem. — Falou ele com um sorriso.
— Muito obrigada! — Lucy respondeu também com um sorriso, guardando seu saquinho de joias e pegando sua mochila, a colocando nas costas e seguiu em direção a plataforma 9, até o trem que a levaria para Magnólia. Ela se perguntava o motivo do rapaz ter lhe vendido a passagem sem sequer questionar as razões para uma criança estar comprando uma. Ou o rapaz estava cansado demais para prestar atenção a esse pequeno detalhe ou ele apenas queria terminar logo com isso e voltar para o seu cochilo. Independentemente de quais fossem os motivos, a pequena maga estava aliviada por ter conseguido comprar sua passagem, só lhe restava agora embarcar no trem.
Lucy era a última no final da fila, ficando logo atrás de um casal. Observando eles, a menina teve uma ideia e se aproximou mais deles, ficando praticamente "colada" a eles. Ela esperava que esse seu simples e engenhoso plano funcionasse, já que sua intenção era passar despercebida, sem que o condutor e as outras pessoas suspeitassem e se questionassem os motivos para uma criança de 12 anos estar viajando de trem desacompanhada de algum adulto.
"Por favor, faça o moço aceitar minha passagem! Por favor! Por favor, Deus!", ela rezava mentalmente, sentindo pequenos tremores em suas pernas e leves arrepios percorrendo sua espinha.
Assim que chegou a sua vez, Lucy entregou sua passagem ao condutor, que olhou para ela e depois para o papel esverdeado em mãos. Ele ficou encarando a folha por quase um minuto antes de carimbar e devolvê-la para Lucy, que pegou o papel e guardou no bolso de seu casaco, enquanto embarcava. Ela escolheu um lugar no fundo, tirou a mochila, a colocando no assento e se sentou em seguida, soltando um longo suspiro de alívio.
"Agora é esperar o trem chegar em Magnólia.", pensou ela, apoiando a cabeça no encosto do assento e fechando os olhos. Como ainda era noite, Lucy queria aproveitar e descansar um pouco, talvez a hora em que acordasse ela já esteja em Magnólia.
...
A viagem foi bem mais tranquila do que o esperado e Lucy ficou muito satisfeita com isso. Ela dormiu quase o caminho inteiro e só acordou quando faltava uma hora para o trem chegar em Magnólia.
"Falta pouco... Muito pouco...", pensava ela com um sorriso nos lábios rosados, esticando bem os braços e as pernas para se espreguiçar. Lucy ainda queria entender o motivo de Aquarius ter dito a ela para comprar a passagem para Magnólia.
O que havia de tão especial lá?
Lucy não conseguia ter nenhuma ideia e isso a deixava frustrada e com um enorme bico.
— Por que Aquarius falou pra eu ir pra Magnólia? O que é que tem lá? — Murmurava baixinho para si mesma. — Será que tem algo especial que eu não sei? Ou eu sei e não estou me lembrando? Argh... Que chatice não conseguir me lembrar algo ou pensar em alguma coisa.
Se deixando afundar em seus próprios pensamentos, Lucy ficou olhando para a paisagem que passava rapidamente pelo lado de fora da janela do trem. Ela estava com o cotovelo apoiado no peitoral da janela e o queixo sobre a mão, soltando longos suspiros de ansiedade. Ela só se sentiria bem quando estivesse em um lugar seguro e que seu pai não pudesse encontrá-la.
"Será que lá tem algum lugar assim?"
...
Após mais uma hora, o trem finalmente chega a estação da cidade de Magnólia. O condutor logo fez o anúncio de que todos os passageiros poderiam desembarcar. Lucy pegou sua mochila e caminhou pelo pequeno corredor entre os assentos e desceu do trem. Ela caminhou pela plataforma até o fim, onde poderia sair e finalmente conhecer a cidade.
— Uau! — Era tudo o que a pequena maga conseguia dizer assim que colocou seus brilhantes olhos castanhos claro naquela fantástica cidade.
Magnólia é uma cidade comercial, com aproximadamente 60 mil habitantes e está localizada no centro da parte sudeste de Fiore. Ela é uma cidade carregada de magia desde a era antiga. Sua reputação se deve ao fato de uma grande guilda mágica estar localizada nela e ser considerada a mais forte de todo o Reino de Fiore. (Lucy logo descobrirá que guilda era essa.)
Caminhando calmamente pela enorme cidade, Lucy não conseguia parar de admirar cada detalhe daquele lugar. Grandes construções rústicas e modernas lado a lado, paisagens naturais de pequenas árvores e flores enfeitavam a cidade, algumas pequenas tendas vendendo peças de artesanatos e outras vendendo vários tipos de comidas e guloseimas.
"Aqui é incrível!", pensava a pequena estampando um enorme sorriso no rosto para onde quer que fosse.
Em algum momento de sua caminhada, Lucy ficou de frente a uma enorme construção de um edifício em formato retangular, com quatro torres cilíndricas unidas em cada canto e que a lembrava muito os castelos dos vários livros de contos de fadas que leu, mas ela logo percebeu que aquela construção não era um castelo, era a famosa Catedral de Kardia, considerado um dos marcos mais importantes e característicos de Magnólia e também uma das três maiores catedrais de todo o Reino de Fiore.
— Que lindo... — Era tudo o que Lucy conseguia dizer por tamanha admiração. Se a menina não soubesse ou se não fosse considerado uma igreja, ela com certeza diria que aquela enorme construção era um castelo de algum nobre da cidade.
Ainda seguindo seu caminho, Lucy passou pelo centro de Magnólia, onde era possível ver mais algumas tendas e uma grande variedade de lojas de todos os tipos, desde roupas, acessórios pequenos até lojas de móveis, instrumentos e poções mágicas.
"Faz sentido! Afinal, é uma cidade com uma guilda mágica!", pensou ela sorrindo e tentando imaginar qual guilda estava localizada ali. "Hum... Qual será o nome dessa guilda?"
Como se o universo respondesse a sua pergunta mental, Lucy escutou um dos vendedores das tendas falando bem alto.
— Venham aqui e comprem poções, artefatos mágicos, livros mágicos e muito mais! Temos poções de muitos tipos, todas com efeitos temporários, podendo transformar você em algum animalzinho ou alguém que você não gosta em algum animalzinho! Também temos livros contando a história da magia, como a magia apareceu em nosso mundo, o que aconteceu com os dragões no ano de X777, a mágica antiga de nossa cidade e da guilda mais famosa e mais poderosa do país, a FAIRY TAIL!
Aquelas palavras...
Aquelas únicas duas palavras foram o suficiente para fazer Lucy paralisar no lugar olhar na direção daquele homem da tenda.
— Fairy... Tail... — Murmurou baixinho, com os olhos arregalados, as pernas travadas e as mãos trêmulas. — Fairy Tail... — Falou mais uma vez e de repente, uma certa lembrança, há muito tempo esquecida, surge em sua mente.
...
Era o ano de X775.
Uma pequena e alegre Lucy Heartfilia de nove anos estava segurando firmemente uma chave de ouro especial ao lado de sua mãe. As duas estavam no enorme jardim da propriedade dos Heartfilia. Layla estava ensinando a sua filha como funcionava as chaves celestiais e como invocar os Espíritos Celestiais.
— Muito bem, Lucy. Agora repita essas palavras depois de mim, está bem? — Pediu a mulher demonstrando um sorriso gentil e caloroso para a menina.
A pequena assentiu também exibindo um sorriso, muito ansiosa para invocar seu primeiro Espírito Celestial.
— Portão da Guardiã da Água. — Falou a mulher mais velha.
— Portão da Guardiã da Água! — Repetiu a menina, sentindo uma sensação diferente percorrer por seu corpo, fazendo seu coração disparar dentro de seu peito.
Ao observar as feições da filha, Layla logo concluiu o que estava acontecendo e sorriu amplamente.
— Abra-te.
— Abra-te! — A chave de ouro na mão de Lucy começou a brilhar, um círculo mágico com a coloração azul claro apareceu e envolveu o objeto celestial.
Layla não podia estar mais do que feliz e satisfeita ao ver sua pequena invocando um seus Espíritos Celestiais mais fortes.
" Minha Lucy será uma Maga Celestial maravilhosa. Eu tenho certeza disso.", pensou ela sentindo um grande orgulho da menina.
— Aquarius.
— Aquarius! — Lucy colocou a ponta da chave dentro da fonte do jardim, aquele círculo brilhante e azulado ficou mais intenso e, de repente, uma sereia com uma cauda de peixe azul e com cabelos também azul apareceu, carregando uma ânfora com ela. A menina abriu um enorme sorriso, admirando o Espírito de sua mãe. — É uma sereia! É uma sereia mamãe! Que linda!
Aquarius encarou a menina sorridente e alegre com certa surpresa e confusão. É claro que ela sabia que era a filha de sua mestra, já que Lucy é praticamente uma miniatura da própria mãe, mas não estava esperando tal convocação, muito menos vindo da criança. Ela olhou para Layla, querendo explicações por tal coisa.
— Mestre Layla, o que está acontecendo? Por que essa criança me invocou? — Aquarius tentou não demonstrar sua indignação, mas claramente não foi possível.
Layla sabia o quanto aquilo havia incomodado seu Espírito, mas ela continuou sorrindo devido a animação da filha e respondeu com o mesmo.
— Peço desculpas, minha amiga. — Para Layla, os Espíritos Celestiais eram seus amigos. Em toda a sua vida como maga, ela em momento algum usou eles como escudo, ela tinha um enorme respeito por eles e fez questão de ensinar o mesmo a sua filha. — Eu estou ensinando Magia Celestial à Lucy e eu lhe pedi para que tentasse invocá-la. Eu não fazia ideia de que ela iria conseguir logo em sua primeira tentativa.
Ainda surpresa com tal fato, Aquarius olhou para Lucy, que agora estava correndo atrás de uma borboleta azul na tentativa de pegá-la, e voltou seu olhar para sua mestra.
— Mestre Layla, por que a senhora não deu a chave de outro Espírito para ela tentar invocar, como Câncer ou Capricórnio? — Aquarius se esforçava ao máximo para não se zangar com sua mestra.
— Lucy sempre gostou de você, Aquarius, e ela me pediu muito para ensiná-la a tentar lhe invocar. E como eu disse, eu não sabia que ela poderia conseguir logo na primeira tentativa. Peço desculpas pelo transtorno, Aquarius.
Era óbvio o quanto Layla estava se sentindo chateada com aquela situação, mas ainda assim, ela sentia um grande orgulho por sua pequena.
Vendo o quanto sua mestra estava constrangida, Aquarius coloca a mão sobre o ombro de Layla e abre um sorriso caloroso. Ela sabia que no futuro, quando Layla vier a falecer, Lucy será sua próxima mestra.
— Está tudo bem, Layla. Eu entendo que você estava ensinando sua filha a Magia Celestial. Porém, eu ainda estou surpresa por ela ter conseguido me invocar. Tem certeza de que essa é a primeira vez que ela faz isso?
Por um momento, Layla refletiu sobre aquele pequenina possibilidade. Será que era possível que Lucy tenha tentado usar suas chaves sem sua permissão?
" Isso é impossível! Lucy não sabia como invocar os Espíritos Celestiais. Pelo menos, até agora. Além disso, Lucy nunca me desobedeceu.", pensou a mulher mais velha.
— Absoluta! Lucy nunca mexeu em minhas chaves e ela não sabia como invocar os Espíritos.
Aquarius pensou a respeito e concluiu que sua mestra tinha mesmo razão, não havia possibilidades de Lucy ter feito qualquer tentativa anteriormente.
Enquanto isso, a pequena volta correndo até a mãe e o Espírito, com as mãos juntas, formando uma espécie de grade, no qual ela mantinha em presa e em segurança a borboleta azul que ela estava perseguindo a poucos minutos.
— Mamãe! Mamãe! Olha, eu peguei a borboleta! — Falou Lucy com um sorriso, abrindo a mão devagar e mostrando a pequena criaturinha alada azulada.
Layla sorriu amplamente, esticando o dedo para que a borboleta subisse em cima, gesto que fez sua filha sorrir mais ainda. Aquarius permaneceu inexpressiva em relação a menina e a borboleta. Para ela, aquilo não lhe agradava e tampouco a desagradava.
Lucy olhou para o Espírito por um segundo, se virou e correu até o jardim, onde pegou duas rosas vermelhas. Ela voltou até onde as duas estavam.
— Mamãe, eu peguei uma rosa para a senhora!
Layla ficou muito feliz com o gesto da pequena, pegando a rosa e a colocando como um enfeite em seu cabelo.
— Ela é linda, meu amor! Muito obrigada!
Em seguida, Lucy esticou a mão para entregar a outra rosa para Aquarius, que a olhou confusa com o gesto.
— Essa é para você, Aquarius! — Falou a pequena maga com um sorriso.
A sereia olhou para Layla e logo voltou a olhar para Lucy, que ainda segurava a flor. Por algum motivo, aquele pequeno e inocente gesto fez o coração do Espírito aquecer e a bater mais rápido em seu peito. Aquela sensação era estranha para Aquarius, já que ela só sentia aquilo ao lado de sua mestra.
"Será que a filha de Layla é minha mestra também?", pensava ela sobre isso, enquanto aceitava a rosa de Lucy.
— Obrigada!
— Você gostou? Eu escolhi essa rosa especialmente para você, Aquarius! Ah, você sabia que quando eu crescer, eu quero fazer parte de uma guilda mágica? A mamãe me falou de uma guilda muito forte, onde você pode ter muitos amigos e eu quero fazer parte dela! Você quer saber qual guilda é essa?
Antes que o Espírito pudesse dizer qualquer coisa, Layla pega a filha pela cintura e a sentava em seu colo, a abraçando carinhosamente. A menina protesta, mas logo se encolhe nos braços protetores de sua mãe.
— Meu amor, pode pegar outra flor para a mamãe, por favor? — Indagou a mulher mais velha, beijando a bochecha da menina.
— Sim! — Lucy respondeu euforicamente, saindo do colo de sua mãe, indo pegar outra flor para ela. Mas antes de ir, ela se vira e olha para Aquarius. — Mamãe, como era mesmo o nome daquela guilda muito forte que você me contou?
Layla pode perceber o quão corada sua filha ficou e não pode deixar de rir levemente com aquilo. Sua Lucy realmente era muito fofinha.
— Ela se chama Fairy Tail, Lucy.
A menina abriu um sorriso em agradecimento e voltou a correr em direção as flores.
Aquarius desviou seu olhar para Layla, com a sobrancelha levemente erguida.
— Fairy Tail não é aquela guilda de encrenqueiros que fica em Magnólia? — Questionou o Espírito.
— Sim, é essa mesma. Lucy quer ser membro dessa guilda, então quando for a hora certo, eu quero que você a ajude, Aquarius.
— O quê?! Eu?! — Ela acabou falando de uma maneira ríspida, sem a intenção de querer desobedecer sua mestra.
A mulher mais velha olha para o céu e solta um longo suspiro, antes de voltar a encarar seu mais fiel Espírito Celestial.
— Eu sinto que em algum momento, Lucy irá tomar uma importante decisão que fará com que ela precise sair de casa, e quando esse momento chegar, eu gostaria muito que você a ajudasse a chegar em Magnólia.
O Espírito não estava compreendendo o que sua mestra estava querendo lhe dizer, mas concordou com o pedido da mesma. Ela faria o que fosse preciso para agradar Layla, até mesmo ter que aguentar Lucy como sua futura mestra.
A pequena voltou correndo com a flor e a entregou sorrindo a sua mãe, que lhe agradeceu com um forte abraço e um beijo na testa da menina.
— Mamãe? — Chamou Lucy.
— Sim, meu amor?
— Onde fica mesmo a Fairy Tail? — Ela ficou corada novamente, mas ainda mantinha aquele sorriso infantil no rostinho
— Fairy Tail fica em Magnólia, minha princesa.
— Magnólia! Eu não posso me esquecer disso nunca!
...
Despertando de sua lembrança a muito tempo esquecida, Lucy olhou para a pequena bolsinha de couro com suas preciosas Chaves Celestiais, encarando em seguida suas próprias mãos. Seus dedos trêmulos de indignação com si mesma.
De repente, sua visão estava ficando embaçada e ela percebeu que estava chorando. Chorando de raiva. Raiva de si mesma.
Como ela foi capaz de esquecer seu maior sonho? Como ela foi capaz de esquecer a Fairy Tail, a guilda dos seus sonhos?
— Eu me esqueci de tanta coisa... Depois que ela... — Lucy murmurou para si mesma, se recordando de todos os momentos felizes que passou ao lado de sua mãe. Tudo o que ela mais amava foi graças a sua mãe, a magia, os Espíritos Celestiais, a guilda Fairy Tail... Foi tudo graças a Layla Heartfilia.
"Preciso me acalmar.", pensou a menina fechando os olhos e respirando fundo uma, duas e três vezes. Ela limpa as lágrimas de sua bochecha e se vira, caminhando na direção daquele vendedor, que ainda anunciava suas promoções.
O rapaz ainda proferia suas promoções, sempre dando atenção a todos que passavam em frente de sua tenda. Ao se aproximar o suficiente, Lucy parou e ficou esperando o momento certo para chamá-lo.
Ela deu pigarreada (ou a tentativa de uma) para chamar sua atenção.
— Er... Com licença, moço? — Chamou a menina, já sentindo o sangue correr para suas bochechas, deixando seu rosto levemente rosado.
O vendedor para de falar suas promoções e a olha com um enorme sorriso gentil, pedindo a mão da menina.
Por um segundo, Lucy se sente meio hesitante em estender a mão ao rapaz, mas sentia que nada de ruim iria lhe acontecer.
O vendedor, muito educado, beija delicadamente a mão da menina, a soltando em seguida.
— Em que posso ajudá-la hoje, adorável senhorita?
— Eu gostaria de saber qual é o caminho para a guilda Fairy Tail. O senhor pode me indicar, por favor?
Lucy sentia seu rosto estar todo vermelho ao proferir aquela pergunta. Sim, era notável que ela não era da cidade, ainda mais com o jeito que ela olhava com tamanha admiração para todos os momentos, todas as paisagens, todas as coisas boas e bonitas que a cidade oferecia ao seu agrado. Algo que era comum para os cidadãos de Magnólia, para a garotinha eram as melhores coisas que ela já havia visto em toda a sua vida.
Percebendo a timidez da menina, o vendedor abre um sorriso e aponta para frente.
— Mas é claro! Está vendo aquela rua bem grande ali? — Lucy se vira e assente que sim. O rapaz continua. — Se você seguir por ela, você irá para o sul da cidade, mais ou menos uns 4 ou 5 quilômetros daqui do centro, um pouco perto da costa, você chegará a uma enorme construção de um prédio de dois andares, com uma bandeira de uma fênix estampada e uma placa com o nome da guilda. É fácil e não tem erro! — A jovem maga assente e o agradece. — Ah, e mais uma coisa! Quando você chegar, não estranhe os barulhos vindo de dentro do prédio, okay? Os magos da Fairy Tail adoram dar festas!
— Ah, muito obrigada moço! — Lucy agradeceu com um sorriso. — Até mais!
— Até mais! — O vendedor se despediu, acenando com a mão.
Assim que se despediu, Lucy ajeitou a sua mochila, respirou bem fundo e seguiu o caminho indicado pelo vendedor. Descendo a rua principal, ela sentia seu coração aumentando uma batida a cada passo, não sabia dizer se era de nervosismo ou ansiedade, mas aquela sensação a deixava, de certo modo, feliz e estava adorando aquilo mais do que podia descrever.
Enquanto ainda caminhava, a pequena maga aproveitava para admirar mais tudo o que via pelo caminho, as construções rústicas, as flores enfeitando os batentes e telhados das casas de forma tão natural que não poderia ser possível.
"Aposto que com magia seria sim.", pensou Lucy, que continuava em frente.
Durante seu caminho, ela ficou imaginando como seriam os magos da Fairy Tail, se eles eram altos e fortes, o quão poderosos eles eram, os tipos de magia que eles usavam, a quantidade que eles usavam, se formavam equipes, se todos eram amigos (como sua mãe havia lhe contado) ...
A jovem mal podia acreditar que estava indo para a guilda do seus sonhos, podia até mesmo sentir as batidas do seu coração aumentando a cada minuto que passava, a cada passo que dava, a cada suspiro que soltava... Era muita emoção para o pequeno órgão pulsante dentro do seu peito. Torcia para que ele aguentasse até que estivesse em frente a tão sonhada sede da guilda.
Faltando alguns poucos metros (mais ou menos uns vinte), Lucy começou a ouvir sons animados, algo que a lembrava uma festa bem agitada e... De repente, a menina parou de caminhar.
"Espera... Aquele moço falou algo sobre o pessoal da Fairy Tail gostar de fazer festas... Se esse barulho for de lá, então quer dizer...", ela pensou e começou a correr, seguindo aquela batida, que aumentava a cada passo que dava.
— Fairy Tail... Fairy Tail... — Ela dizia ofegante. — Estou quase... Só... Mais um pouco... — Depois de correr por uns dez minutos, Lucy para por alguns segundos pra recuperar o fôlego. — Preciso continuar... Não posso parar... Não posso... — Sussurrava, enquanto voltava a correr, suas pernas já doíam, assim como sua garganta e seus pulmões, devido à falta de fôlego que sentia.
"Fairy Tail... Fairy Tail...", seus pensamentos a motivavam, como se dessem força e energia pra continuar correndo, seguindo aqueles sons agitados de música.
Em algum momento durante sua corrida, Lucy tropeça e cai no chão. Felizmente, ela não se machuca. Porém, ela não encontrava força necessária para se levantar, seu corpo parecia estar mais pesado, assim como seus olhos que estavam se fechando lentamente.
— Fairy... Tail... Eu... Não... Vou... Desistir... — Ela sussurrou antes de fechá-los completamente.
De repente, vários flashes de sua vida começaram a surgir em sua mente, momentos felizes com sua mãe até o seu falecimento, seu pai se tornando quem era hoje, os maltratos que sofreu e muito mais.
"Por que estou fazendo isso? Ninguém vai querer alguém como eu por perto… Nem meu próprio pai quer, quem dirá pessoas que nem me conhece? Talvez eu deva desist…"
"Acorde!"
Gritou uma voz na mente de Lucy e os seus olhos se abrem rapidamente.
"O que foi...Isso?"
"Levante-se. Não desista, você está quase lá. Apenas, levante-se."
— Quem é você? — A jovem maga sussurrou. — Isso é real?
"Em breve você saberá. Mas agora, você precisa se levantar, jovem maga. Não tenha medo e levante-se."
Decidindo ouvir o desejo da misteriosa voz em sua mente, Lucy cria toda a força que precisava, se levanta, conseguindo ficar completamente de pé.
"Agora, olha para a frente e você encontrará aquilo que tanto buscava.", a voz novamente falou e a menina o fez.
Assim que seus olhos encontraram o enorme prédio de dois andares, com paredes em um tom de amarelo claro, detalhes dos entalhes das janelas da cor verde grama, com telhas em uma mesclagem de vermelho e laranja, a bandeira com a estampa de uma fênix e o grande letreiro contendo duas pequenas palavras foi o suficiente para fazer os olhos castanhos e inocentes da jovem Lucy transbordarem.
— Eu... Eu consegui... Eu consegui! — Dizia sem conter a emoção.
Ela finalmente havia chegado a guilda Fairy Tail.
...
Fairy Tail era a guilda mais forte de todo o Reino de Fiore, ou seja, ela era a guilda número um do ranking de guildas mágicas, o que significava que seus membros principais membros eram considerados os magos mais poderosos do país, sem mencionar que o Terceiro Mestre da guilda, Makarov Dreyar, era considerado um dos dez Magos Santos, cujos membros são ponderados como extremamente poderosos, onde um único membro é capaz de derrotar vários magos medianos ao mesmo tempo e derrotar magos mais poderosos com pouco esforço. Makarov era um desses poderosos magos.
Ao se aproximar um pouco mais do prédio, Lucy conseguiu ver um pouco do interior da guilda. Ela era composta por várias mesas e bancos de madeira bem organizadas e alinhadas. Os membros ali presentes no momento estavam bebendo, dançando e se divertindo.
"Exatamente como aquele moço havia me falado.", lembrou a jovem maga observando um pouco afastada da porta. "Será que devo entrar? O que eu digo? E se eu disser algo errado? E se eles não me quiserem na guilda? O que eu faço?"
Lucy estava tão distraída com seus próprios pensamentos que não percebeu uma pessoa se aproximando dela.
— Olá minha jovem. — Cumprimentou um senhor gentilmente com um sorriso.
— Ah! — Lucy solta um gritinho de susto, dando alguns passinhos para trás, tropeçando em seus próprios pés e caindo sentada no chão. — Ai...
O senhor a olha com surpresa e logo trata de ajudá-la.
— Oh, peço mil desculpas querida. Eu não queria lhe assustar. — Ele se desculpou, demonstrando o quanto estava constrangido. — A senhorita se machucou?
A menina se levanta com a ajuda daquele senhor, bate as mãos nas próprias roupas, a fim de tirar o pó e o olha com um sorriso. Aquele senhor tinha uma estatura baixa, com cabelos brancos cobrindo apenas a borda externa de sua cabeça calva, um bigode grosso também branco e pequenos olhos pretos. Ele trajava uma calça azul marinho, com uma camisa branca, um colete vinho por cima da mesma e uma capa em um tom de amarelo bem clarinho. Seus sapatos eram marrons.
— Não, está tudo bem comigo.
— Oh, que bom ouvir isso. — Ele solta um suspiro de alívio e retribui o sorriso.
Lucy continua olhando para o senhor por alguns poucos segundos até que o barulho de algo sendo quebrado vem de dentro da guilda e, sem conter o ímpeto de não olhar, ela acaba desviando seus olhos novamente para o interior da guilda e se assusta ao ver dois garotos, um de cabelos rosados e outro de cabelos pretos, trocando socos e chutes um com o outro. Eles aparentavam ter mais ou menos a mesma idade que a loira, mas o que mais chamou a sua atenção era o fato da guilda mais poderosa de Fiore ter crianças como membros.
"Será que isso é possível? Não, eles devem ser filhos de alguns dos magos mais velhos. E pode ser que eles sejam membros por causa disso...", pensou ela e suspirou ao imaginar que talvez ela não possa entrar por não possuir nenhum laço sanguíneo com algum membro ali. "É, parece que fugi de casa à toa...", acrescentou mentalmente, exibindo um olhar triste.
Aquele senhor observava a pequena maga com atenção já fazia algum tempinho, desde o momento em que ela havia perguntado aquele vendedor como chegar a guilda. Pelo pouco de aura mágica que ela emitia, ele também conseguiu perceber que ela era uma Maga Celestial.
"Isso é interessante. Fairy Tail nunca teve nenhum mago celestial como membro e essa menina aparenta ter um grande potencial. Ela emite pouca aura mágica, mas acredito que com um bom treino e desenvolvimento, ela se tornará uma excelente maga. E eu também não posso ignorar o fato de que ela parece estar sozinha... Talvez tenha fugido de casa ou de algum lugar no qual não se sentia mais feliz. Não importa, se ela quiser, ela será mais do que bem vinda a nossa família.", pensou ele se aproximando de Lucy.
— Minha jovem. — Chamou-a, depositando uma das mãos sobre o ombro dela.
— Sim? — Lucy respondeu se virando para o senhor.
— Gostaria de entrar e conhecer a guilda? — Perguntou gentilmente.
Aquele pedido a pegou de surpresa, ainda mais vindo daquele senhor misterioso.
— Eu posso? Claro, eu quero sim! — Ela logo abriu um enorme sorriso, se contendo para não pular de felicidade até que algo surgiu em sua mente e a fez ficar um pouco hesitante. — Espera, nós podemos? Quer dizer, qualquer um pode ir entrando assim? Não precisa ser convidado por um dos membros?
O senhor soltou uma risada, já se surpreendendo com a perspicácia da menina.
"Ah, ela vai se dar muito bem com a Levy."
— Sim, você está certa! É preciso que um membro a convide para entrar.
Apenas no segundo seguinte que Lucy entendeu o que aquele senhor queria dizer e ficou de boca aberta e os olhos arregalados de espanto.
— O se-senhor é-é um me-membro da Fairy Tail? — Suas palavras saíram um pouco enroladas, mas eram compreensíveis a ele.
— Eu não tenho o costume de dizer assim, mas digamos que eu não seja um membro qualquer da guilda, minha jovem. — Ele exibiu um grande sorriso, pois sabia que logo a menina entenderia.
E realmente não demorou muito para que Lucy entendesse o que ele estava querendo dizer e isso a deixou mais surpresa e sem reação ante aquilo.
— O senhor é Makarov Dreyar, o Mestre da Fairy Tail?! — A frase soou como uma pergunta e uma afirmação, o rosto de Lucy estava pálido com a descoberta.
"Meu Deus! Eu estou diante de Makarov Drayer, o Mestre da Fairy Tail e um dos Dez Magos Santos de Fiore!"
Makarov soltou outra risada devido as expressões de surpresa e assustada que a menina loira demonstrava.
— Parece eu fui descoberto. Você é bem mais inteligente do que aparenta, senhorita...? — Ele estende a mão pra ela.
Só naquele instante que Lucy percebe que não havia se apresentado.
— Oh, meu nome é Lucy. — Ela diz toda envergonhada, sentindo o sangue correr por todo o seu rosto, enquanto o cumprimentava.
— É um grande prazer conhecê-la, jovem Lucy. — Makarov responde com um sorriso
— O prazer é todo meu, Mes... Digo, Senhor Makarov. — Ela não sabia se podia chamá-lo de "Mestre" ou se esse título era somente exclusivo para os membros oficiais da guilda. Então, ela decidiu usar a formalidade comum, esperando que aquilo não ofendesse o Mestre de alguma forma.
Aparentemente, Makarov não se importou de ser chamado de "senhor", afinal seus próprios "filhos" o chamavam de "velhote".
— Está pronta para conhecer a Fairy Tail? — Perguntou lhe dando passagem para que ela entrasse na guilda.
Sem conseguir segurar sua excitação, Lucy não perde tempo e passa pela entrada principal seguida por Makarov.
...
Pelo lado de fora, a guilda se mostrava como um prédio de dois andares, mas pequeno. Porém, pelo lado de dentro a história era totalmente diferente. Podendo ver melhor o interior do lugar, Lucy viu novamente as mesas e bancos de madeira, contou doze conjuntos no total, distribuídas igualmente para cada lado. As paredes eram de um bege bem claro aparentando a tonalidade cor de areia, com mais detalhes do madeiramento percorrendo por toda a volta e nas vigas. Logo em frente, havia uma espécie de bar, com um balcão de madeira de cinco metros de comprimento e cinco bancos almofadados. Na extremidades do bar tinham duas escadas, uma de cada lado, ambas levavam ao segundo andar. Do lado esquerdo, havia duas portas brancas com símbolos diferentes estampados, uma tinha o símbolo de uma menininha e outra com o símbolo de um menininho. Lucy logo deduziu que ali ficavam os banheiros. Já do outro lado, havia uma espécie mural com vários papéis pregados nele (Alguns magos estavam em frente e, ocasionalmente, um ou outro pegava um dos papéis). Um pouco mais para o canto, havia um conjunto de portas duplas, com uma placa escrito "Biblioteca" em dourado.
Os olhos de Lucy já brilharam de animação ao ver que a guilda tinha uma biblioteca. Na verdade, ela estava encantada com o lugar todo, mal podia conter as batidas frenéticas do seu coração de tanta emoção, choraria ali mesmo naquele instante, mas a mão de Makarov em seu ombro a fez respirar fundo.
— O que está achando, querida? — Ele perguntou gentilmente.
Lucy olha ao seu redor novamente e volta a olhar o senhor baixinho.
— Aqui dentro é tão bonito! É Incrível! Eu mal posso controlar a minha empolgação, sabe? — Ela responde com uma leve risadinha de nervoso no final.
Makarov ri com ela também.
— Você está mesmo animada, jovem Lucy.
— Ah, eu estou sim! Desde que minha mãe me contou sobre a guilda que eu tenho vontade de...
De repente...
— Mestre! — Lucy é interrompida por um rapaz que aparentava ter um pouco mais de 20 anos, com cabelos azul escuro e olhos pretos. Ele vestia uma camisa de manga comprida da cor que seus cabelos e uma calça branca e sapatos pretos.
Makarov o olha com certa repreensão, o que faz o rapaz estremecer um pouco.
— Sim? O que foi, Macao? — Questionou com seriedade.
Macao apenas lhe entregou uma carta endereçada ao mesmo, que a pega e solta um longo suspiro ao ver quem havia lhe enviado. Ele olha para Lucy, que apenas observava os dois em silêncio e depois olha em volta rapidamente e logo encontra a pessoa que procurava.
— Lisanna!
Uma menininha de pele clara com curtos cabelinhos brancos e olhinhos azuis se aproxima de Makarov. Ela trajava um vestidinho rosa claro, com a gola na cor vinho e sapatinhos com a mesma cor.
— Sim, Mestre?
— Você poderia me fazer o favor de mostrar a nossa guilda para a jovem Lucy? Infelizmente eu tenho um assunto urgente do Conselho Mágico para resolver. — Pediu ele um pouco constrangido pela situação repentina.
A menina olhou para Lucy (que ainda permanecia em silêncio, apenas observando), com um sorriso caloroso e se volta para Makarov com um aceno.
— É claro Mestre! Pode deixar comigo!
— Muito obrigado, Lisanna! — Ele agradeceu a pequena albina e se vira para a loira. — Peço desculpas, pois preciso resolver esse assunto urgente. Lisanna irá lhe mostrar a guilda, está bem?
Apenas observando a ação rápido de Makarov em atender Macao com a carta do Conselho e chamar a tal Lisanna para lhe mostrar a guilda, Lucy pode perceber o quanto ele deve ser um homem ocupado.
"Não é à toa que ele é o Mestre. Não basta apenas ser um mago poderoso, também é preciso saber resolver os problemas internos da guilda e os externos, como o Conselho Mágico. Acho que saber um pouco de política também deve ser importante.", pensou ela e sorriu para o mestre, concordando com a sugestão dele.
Satisfeito por ter resolvido a parte da jovem maga, Makarov se afasta com Macao logo atrás, deixando as duas meninas sozinhas.
Lisanna olha para Lucy com um sorriso e estende a mão para ela.
— Meu nome é Lisanna. — Diz com muita simpatia. — É um prazer conhecê-la, Lucy.
Lucy pega a mão dela, a cumprimentando também com um sorriso.
— O prazer é meu também, Lisanna.
— Então... — Começou a pequena albina olhando para Lucy. — O que o Mestre já te mostrou? Só pra que eu possa saber onde podemos ir primeiro.
— Ah, na verdade ele não me mostrou nada direito. — Responde com o rosto um pouco corada. — Eu só vi um pouco de alguns detalhes quando entrei, não fui a nenhum lugar específico, sabe?
Lisanna podia perceber o nervosismo da outra menina.
"Exatamente como eu estava quando cheguei na guilda.", pensou ela sorrindo e colocando a mão sobre o ombro de Lucy.
— Vem Lucy! Vou te mostrar tudo!
Aquele sorriso cativante daquela menininha foi o suficiente para que Lucy logo a seguisse.
...
Para Lucy, a pequena Lisanna era uma criança bem alegre e interativa, sem mencionar no quanto ela era bem prestativa, sempre mostrando tudo o que tinha na guilda e tirando todas as dúvidas que a pequena loirinha tinha e isso a fez gostar muito dela.
Talvez seja possível dizer que Lisanna foi a primeira amiga de Lucy dentro da guilda.
Ainda continuando o passeio dentro da corporação, Lisanna apontava e explicava cada coisa e detalhe que conhecia.
— Eu vi que vocês tem uma biblioteca. — Comentou Lucy tentando esconder sua animação diante da outra.
Percebendo aquela animação, a pequena albina sorri e apontou para o canto direito, onde estavam as grandes portas duplas de madeira.
— Sim, ela fica ali. — Diz sorrindo, mas logo o desfez com um suspiro. — Mas infelizmente, eu não posso te mostrar.
— Hã? — Lucy tentou, mas não conseguiu esconder a sua decepção e fez um grande bico. — M-mas por que eu não posso ver?
Lisanna sorri fracamente, tentando não rir do "bico" da jovem maga.
— A nossa biblioteca é mágica e ela só permite apenas a entrada para os membros da Fairy Tail. — Ela ergue um pouco a manga do seu vestido, revelando a figura de uma fênix vermelha (exatamente como está na estampa da bandeira da corporação) localizada na parte superior do braço esquerdo. — Ela tem um feitiço que permite apenas que os membros marcados entrem. Mesmo se eu quisesse, você ainda não poderia entrar, entende?
— Oh, eu entendo sim... — Ela diz um pouco desanimada com aquela descoberta.
"Pensando bem, até faz sentido essa regra deles. Talvez tenha arquivos confidenciais da guilda lá dentro, por isso que somente os membros podem entrarem.", pensou Lucy não tentando demonstrar sua frustração.
Ao perceber que a loira ficou um pouco chateada com aquilo, Lisanna pensou em outra coisa que poderia animá-la.
— Hey, quer conhecer meu amigo Natsu? — Pergunta com um sorriso, esperando que aquilo a animasse.
Lucy pensou por um segundo antes de responder também com um sorriso.
— Claro, eu quero sim!
— Então vamos lá! — Lisanna pega a mão de Lucy e a puxa correndo até uma das mesas do lado esquerdo.
Aquela correria não durou nem um minuto direito, mas foi o suficiente para que Lucy pudesse olhar para alguns membros e ficou mais intrigada ao ver que, além de Lisanna, havia mesmo outras crianças que também faziam parte da guilda, algumas aparentavam ter a sua idade e outras um pouco mais velhas, no máximo dois anos.
"Talvez três anos.", pensou ela, mas seus pensamentos são interrompidos pela voz de Lisanna, que apontava para um pequeno grupo de crianças.
— Olha! O Natsu está ali! Ele é aquele que tem cabelo cor de rosa.
Lucy olhou para o garoto com mais atenção e reconheceu ele daquela hora em que ela observou o interior da guilda pela primeira vez.
"Ele estava brigando com aquele outro garoto...".
— Natsu! — Chamou Lisanna toda sorridente, puxando uma Lucy toda envergonhada.
O garoto, Natsu, estava de costas quando se virou ao escutar seu nome e sorriu ao ver sua amiga de cabelos brancos.
— Hey! Lisanna! — Acenou ele bem animado. Além de cabelos rosa salmão, Natsu tinha a pele um pouco bronzeada, trajava uma camisa com manga comprida na cor vermelha, com um short amarelo claro com bolsos e detalhes na barras em um tom de marrom escuro e sapatos na cor vinho. Em sua cintura, havia uma espécie de lenço na cor bege bem clarinho e um cachecol branco quadriculado de aparência escamosa estava enrolado em seu pescoço.
— Oooiii! — Acenou ela de volta.
Assim que Lisanna e Lucy se aproximam do garoto, Natsu logo notou a menina diferente que ele nunca havia visto na vida ao lado da albina.
— Ué? Quem é você? — Ele pergunta apontando para Lucy e logo olha para a amiga. — Quem é ela?
— Ah, essa é a Lucy. Ela veio conhecer a guilda, o Mestre me pediu pra mostrar a guilda pra ela.
Timidamente, Lucy abre um sorriso envergonhado e apenas acena pra ele.
Natsu, por outro lado, sem nem responder, ele se aproxima de Lucy e a cheira. Já ela, achando aquilo um tanto estranho e assustador, solta um grito e se esconde atrás de Lisanna.
— O-o que ele está fazendo? — Indaga com as mãos um pouco trêmulas.
Natsu olha confusamente para a amiga de cabelos brancos, tentando entender o motivo da menina loira ter reagido daquela forma.
Lisanna olha para o rosado e depois para Lucy com um sorriso.
— Está tudo bem, Lucy. Esse é o jeito que o Natsu usa para conhecer pessoas novas.
— Hã? Quer dizer que ele cheira outras pessoas pra poder conhecer elas?
— Sim, é isso mesmo! — Confirma o garoto com um sorriso. — E eu gostei do seu cheiro! Você quer ser a minha amiga, Lucy? — Ele estende a mão direita para ela.
Aquela foi uma pergunta muito inesperada.
Sim, mesmo sabendo que a Fairy Tail era uma guilda que valorizava a amizade, Lucy não estava esperando fazer um amigo rapidamente e tão repentinamente, sendo que nem membro ela era. Ainda, pelo menos.
— Hey... Você não quer ser a minha amiga? — Perguntou Natsu fazendo um leve bico tristonho e manhoso, ainda esperando a resposta da menina.
Lisanna a observava com preocupação, pensando se havia feito algo para chateá-la ou se o jeito do mago de cabelos rosas a assustou muito.
Vendo o olhares de confusão e preocupação, Lucy abriu um tímido sorriso e aperta a mão do Natsu.
— Sim! Vamos ser amigos! Natsu, certo?
O garoto alargou os lábios o máximo que conseguia em um enorme sorriso, dando um grande salto todo eufórico e falou bem alto, quase gritando:
— Oba! Eu fiz uma nova amiga!
Tanto Lucy quanto Lisanna riram com a animação do garoto, que ainda pulava todo animado, dizendo para todos os outros membros ali perto que havia feito uma nova amiga.
De repente, eles escutam uma risada vinda de alguém que estava a poucos metros. Uma menina que tinha a pele clara, com cabelos brancos amarrado em um rabo de cavalo com as mexas soltas e olhos azuis, como os de Lisanna, se aproximava deles. Ela trajava uma blusa roxa escura sem mangas com detalhes em branco na parte do decote, shorts azul marinho quase pretos, um cinto branco com uma fivela prateada de um demônio, meias compridas que chegavam até suas coxas com o mesmo tom de cor que os shorts e botas de cano baixo da cor preta.
Lucy pode avistar a pequena Lisanna acenando animadamente para a outra garota, o que a fez concluir que as duas tinham algum grau de parentesco.
"Talvez irmãs?", pensou ela.
— Mira-nee! Mira-nee! — Dizia a pequena albina, respondendo aos pensamentos de Lucy.
A garota albina mais velha se aproximou o suficiente, ela abriu um sorriso gentil para a irmãzinha, bagunçando levemente seus cabelinhos.
— Lisanna, o que está fazendo? Espero que não esteja fazendo bagunça com o Natsu. — Ela se vira para o garoto de cabelos rosados. — Espero que você não esteja fazendo nada com a minha irmã, Natsu!
O garoto, que ainda estava pulando com euforia, para e olha para a irmã mais velha de Lisanna.
— Hã? Eu não estou fazendo nada, Mira! Me deixa em paz, droga! — Responde um pouco zangado, cruzando os braços sobre o peito.
Antes que Mira dissesse ou fizesse algo, a pequena Lisanna a puxa pela mão e a leva até Lucy, que estava apenas observando tudo em silêncio.
— Mira-nee, vem conhecer a Lucy! Ela veio conhecer a guilda e acho que vai entrar nela!
Lucy fica surpresa com a maneira que a menina albina falou aquilo, sendo que nem ela mesma sabia se o Mestre Makarov iria permitir a sua entrada na corporação.
E se ele não deixasse? O que ela faria?
Provavelmente, seria forçada a voltar para a casa do seu pai, na enorme Mansão dos Heartfilia e isso era algo que estava fora de cogitação para a jovem maga.
A irmã mais velha de Lisanna se aproximou de Lucy, a encarando com seriedade, com as braços cruzados e mostrando um leve bico zombeteiro nos lábios, analisando a menina loira dos pés à cabeça.
Lucy se sentiu intimidada pelo jeito que a irmã mais velha de Lisanna a olhava, como se ela tivesse feito algo muito errado ou tivesse cometido o pior crime do mundo todo.
— Então, você é a tal Lucy? A que quer entrar pra nossa guilda? — Perguntou um tanto ríspida, colocando ambas as mãos sobre os ombros da loira
Lucy apenas acena positivamente de modo frenético, imaginando que a garota fosse fazer alguma coisa, talvez alguma espécie de pegadinha ou algo do gênero.
Contudo, o que a albina faz é algo totalmente inesperado por ela e também por Lisanna, que não estava acreditando no que presenciava.
Mira a estava abraçando, quase a sufocando com a sua força acima do normal a uma garota de catorze anos.
— Espero muito que o Mestre deixe você entrar! Eu gostei muito de você... Lucy, certo?
— S-sim. — A loira respondeu, ainda se sentindo intimidado pela tal de Mira.
— Bom, meu nome é Mirajane Strauss, mas você pode me chamar de Mira. Todos aqui me chamam de Mira. — Dizia estendendo a mão direita para ela com um sorriso gentil. — É um prazer conhecê-la, Lucy.
Lucy ergue sua mão, pegando a mão da albina e retribuindo o sorriso, só que um pouco mais tímido. Lisanna, que estava apenas assistindo, solta um suspiro de alívio e fica feliz ao ver sua irmã sendo cordial e gentil com a loira.
— O prazer é todo meu, Mira-san.
— Não precisa usar o "San". — Diz ela soltando um riso baixo. — Mas espero que possamos ser boas amigas, Lucy.
— Eu acredito que seremos, Mira-san! Você têm muitos amigos aqui?
Antes que Mira tivesse a chance de responder, elas escutam uma risada baixa e um pouco mais rouca, e passos se aproximando delas.
Já sabendo o que iria acontecer, Lisanna pega a mão de Lucy e a puxa, se afastando de lá com ela.
— Lisanna, por que você está me afastando dali? — Indagou uma Lucy confusa.
Quando percebeu que estavam a uns bons metros de distância de Mira, a pequena albina olha para Lucy com um olhar ligeiramente aflito, mas logo soltava um longo suspiro.
— Ufa! Ainda bem! — Respondia enquanto seus lábios se transformava em um pequeno sorriso. — Acredite, você não vai querer estar no meio do que está para acontecer.
— E o que vai acontecer agora?
Como resposta, Lisanna apenas aponta para sua irmã e para uma outra pessoa. Era outra garota e ela se aproximava de Mira. Essa outra garota tinha longos cabelos escarlates presos em uma trança e mechas soltas, pele clara, olhos castanhos escuros, trajava um vestido branco com mangas compridas e laço vermelho no pescoço, uma meia calça azul marinho e sapatos na cor vinho, por cima do vestido ela vestia o peitoral de uma armadura e na cintura um cinto na cor marrom que segurava uma bainha verde para a sua espada.
O sorriso gentil e alegre que Mira tinha no rosto, agora era substituído por uma carranca de raiva e ódio. Ela encarava a garota ruiva com os braços cruzados, dentes cerrados e bufando alto. Era possível ver um pouco de fumaça saindo pelo nariz e pelas orelhas da albina.
— Você tem algo a dizer, Scarlet? — Questionou Mira fitando a garota ruiva, que estava a pelo menos uns dois metros de distância.
A garota imitou o gesto de Mira e também cruzou os braços sobre o peito.
— Eu estava aqui pensando comigo quais são os amigos que você tem na guilda, já que você maltrata a todos.
— Correção, querida. — Dizia a albina como se estivesse expelindo veneno. — Eu só maltrato aqueles de quem eu não gosto. Tipos como você, sua piranha mal vestida. Sabe que armaduras estão fora de moda, não é?
A ruiva ergueu o rosto pra cima, soltando uma risada alta, sem sair de sua pose e olha novamente para a outra garota com desprezo.
— Olha só quem fala. E você está usando essa roupa como se fosse essas vadias de esquina? Aliás, eu acho que vadia é o seu nome do meio, pois ele combina perfeitamente com você.
Mira cerra os dentes, descruzando os braços, lançando um olhar mortal em direção a outra garota.
Naquele momento, quem estava por perto já se afastavam, pois já sabiam o que estava para acontecer.
Lucy olhou para eles, sem entender os motivos.
— Mas... Por que todos estão se afastand... Hey! — Ela olha para Lisanna e Natsu que a puxavam para mais longe das duas garotas. — Pra quê isso? Já não estamos longe o bastante?
— Ah, pode acreditar no que digo, você vai querer estar o mais distante possível. — Diz Natsu com o corpo trêmulo, dando evidências de algumas gotículas de suor escorrendo por seu rosto.
"Ué? Por que o Natsu está assim de repente?", pensou Lucy o encarando com uma expressão confusa e olha para a albina menor, em buscar de alguma explicação.
Entendendo a confusão no olhar da loira, Lisanna aponta para onde estavam as duas garotas trocando socos, chutes e mais ofensas uma com a outra. Quando Lucy vê a briga, seus olhos se arregalaram de surpresa.
— Mas... Mas... — ela nem conseguia formular uma frase completa.
— Por que elas estão brigando? — Completou a outra garota com um sorriso, vendo a loira apreensiva. — É porque elas são rivais.
— E os rivais brigam sempre! — Acrescenta Natsu com um sorriso.
Foi então que Lucy olhou melhor para o rosto do garoto de cabelos rosado e percebeu que dois de seus dentes eram semelhantes a presas de algum animal.
"O que o Natsu é?"
— Você está bem, Lucy? Você tá meio branca, como o cabelo da Lisanna.
— Eu acho que ela ficou um pouco assustada com a briga da Mira-nee e da Erza-san. — Ela respondeu preocupada com a nova amiga.
Natsu olha para Lucy e depois para as duas garotas briguentas, soltando uma risada alta, voltando a olhar para as meninas com o seu habitual sorriso.
— Relaxa Lucy! Isso é totalmente normal!
— Normal?! — Ela olha para ele em total confusão. — Mas eu pensei que todos na Fairy Tail fossem amigos...
— E nós somos! — Cortou o menino. — Mas também temos nossos rivais, entendeu?
— Como você e o Gray! — Exemplificou Lisanna com um sorriso travesso nos lábios.
A expressão alegre de Natsu é substituída por uma carranca quando ele cruza os braços e estufa o peito.
— Eu não sou amigo daquele nudista e nunca serei amigo dele! Nunca! Nunquinha! Jamais!
Lisanna apenas começou a gargalhar alto, chamando atenção de alguns membros que estavam ali por perto, incluindo um garoto de pele clara e cabelos espetados na cor preto azulado, que se levantava do seu assento e se aproximava dos três.
— Hey, do que você está rindo, Lisanna? — Perguntou o garoto com uma expressão de desinteresse.
Quando Lucy escutou a voz do garoto, ela se virou para conhecê-lo e sua primeira reação foi gritar e tampar seus olhos e seu rosto incrivelmente vermelho com as duas mãos.
O garoto de cabelos pretos se assustou com a reação da menina desconhecida, afastando dois passos.
— Ai, qual é o seu problema? — Perguntou ele um tanto zangado, cerrando as mãos, enquanto olhava para ela. Ele olha para Lisanna, pedindo algum tipo de explicação e se surpreende ao vê-la com o rosto corado. — Ué, o que foi?
— Er... Gray... Suas roupas... — ela responde totalmente sem jeito, se virando de costas, a fim de evitar continuar vendo seu amigo seminu a sua frente.
Foi só pelo aviso da amiga que o jovem Gray percebeu que estava apenas trajando uma cueca boxer na cor azul marinho.
— Ah, que droga! De novo isso! — Ele diz exasperado, olhando por todo o chão, enquanto procurava por suas roupas perdidas.
Enquanto as meninas continuavam com os olhos tampados, Natsu aproveitou a situação para provocar seu eterno rival.
— Tch! Seu idiota nudista! Tenha respeito com as meninas da guilda! Tarado!
Gray interrompe suas buscas e se vira para encarar o garoto de cabelos rosados com uma expressão de poucos amigos.
— Hã? Como é que é? Quem é que você está chamando de nudista e tarado, seu lagartixa descerebrado? E eu respeito sim as meninas da guilda, seu fósforo idiota!
— Como é? A quem você está chamando de lagartixa descerebrado e fósforo?
Antes que Lucy e Lisanna pudessem perceber, Natsu e Gray começaram a trocaram socos e chutes um com o outro, ao mesmo tempo em que quebravam os bancos e esbarravam em alguns membros, que reclamavam e os empurravam para longe.
— Seus idiotas! — gritou uma garota de cabelos castanhos, pele levemente bronzeada, trajada com um vestido laranja quadriculado, com alças vermelhas e finas, e babados branco no busto. Seu cabelo era castanho escuro e estava preso em um rabo de cavalo, com duas longas mechas soltas sobre o rosto. — Derrubaram o meu barril de cerveja! Por que não vão brigar lá fora? Babacas...
Estava mais do que claro que os dois a ignoraram completamente, assim como haviam ignorado os protestos de seus colegas.
— Aaaahhh! Natsu! Gray! — Gritou um deles.
— Fala sério, eles estão brigando de novo? — Falou um segundo.
— Eles sempre destroem nossas mesas! Que saco! — reclamou mais um.
— Assim como a Mira e a Erza. — Comentou um quarto bem baixinho, temendo ser ouvido pelas duas garotas, que ainda continuavam brigando do outro lado do salão da guilda.
Percebendo que tudo estava apenas piorando, Lisanna segura Lucy pela mão e a puxa para mais longe, praticamente a levando para o outro lado do salão da guilda.
— Puxa, me desculpa por isso... — Pedia ela soltando um longo suspiro e olha novamente para seus amigos briguentos. — Normalmente eles são mais agradáveis e divertidos, mas quando começam a implicarem e a brigar um com o outro... Bem, você viu o que acontece...
Lucy olha para Natsu e Gray, que no momento, estavam sendo segurados pelos outros membros a fim de evitarem mais a destruição dos bens materiais da corporação.
— Er... Com que frequência isso acontece? — Perguntou ela um tanto curiosa e ao mesmo tempo assustada com aquilo.
— Hum... Eu acho que pelo menos uma vez por dia. — Respondeu Lisanna apoiando a mão no queixo com uma expressão pensativa. — Depende muito do humor deles ou das provocações que fazem um com o outro.
— Oh, entendi. — Respondeu com um aceno voltando a olhar para os dois garotos, que agora não brigavam mais. Cada um havia sido levado para lados opostos. — Parece que eles pararam de brigar.
— Parece que sim. Ufa! — A pequena albina deu um sorriso para a loira, mas logo o desfez ao ver algo... Ou melhor dizendo, alguém sendo arremessado na direção delas. — Lucy! Cuidado!
— Hã? O quê?
Antes que Lucy pudesse perceber o que estava acontecendo, ela sente algo pesado e muito duro batendo contra suas costas e a superfície do chão se aproximando rapidamente do seu rosto.
De repente, tudo escureceu.
...
Passava um pouco mais das 06:00hrs da tarde quando Lucy começou a despertar. A primeira coisa que ela notou era que não estava em seu quarto, as paredes e as vigas do prédio eram de madeira, com duas janelas duplas na parede a sua frente.
— O-onde eu…? — Murmurou baixo, forçando seu corpo a se levantar e a se sentar na cama. — Aii… — Sentiu uma forte dor no corpo e na cabeça e ao levar a mão até a mesma, percebeu que estava enfaixada. — M-mas o que… Aconteceu?
Agoniada de ficar apenas na cama, Lucy decide se levantar de vez, mas logo se arrepende ao sentir a sala toda rodar rapidamente e o chão parecer estar se aproximando de seu rosto novamente.
"Ai vou terminar de quebrar o resto da minha cara", pensou ela já fechando os olhos e se preparando para o impacto. Contudo, isso nunca chegou a se concretizar. "Hã? O que aconteceu?"
— Hey, você está bem? — Perguntou uma pessoa a segurando, evitando assim a sua queda.
— Hã? Quem…? — Lucy ergueu os olhos para fitar o rosto da voz misteriosa. A primeira coisa que percebeu era que a pessoa que havia lhe se segurado tinha longos cabelos vermelhos escarlates.
Erza exibia um semblante preocupado, aproximando sua bochecha da testa da jovem maga para sentir sua temperatura corporal.
— Você está um pouco quente, acho que ainda está com um pouco de febre. Vem, volta pra cama. Vou dar uma ajuda extra. — Antes que Lucy pudesse dizer ou fazer qualquer movimento, Erza a ergue do chão, apoiando suas costas com um braço e segurando suas pernas com o outro (ato que a deixa um pouco corada), e a coloca deitada na cama novamente. — Pronto. Agora descanse, Lucy.
Lucy não sabia ao certo o que sentir ou fazer naquele momento, apenas voltou a se sentar na cama e encarou a jovem cavaleira com uma expressão assustada.
— Espera… Quem é você? O que aconteceu comigo? Como eu vim parar aqui? E… Onde é aqui?
Percebendo um certo pânico vindo da loira, Erza solta um longo suspiro antes de responder.
— Perdoe-me pela falta de educação. Meu nome é Erza Scarlet e aqui é a Enfermaria da guilda e você está aqui por minha causa… Na verdade, é mais por causa da Mira, mas enfim…
— Espera! Como assim? O-o que… Fizeram comigo?
— Eu e a Mira estávamos brigando e em algum momento da nossa briga, ela me jogou para longe e eu acabei caindo em cima de você. Minha armadura bateu em suas costas e você bateu a cabeça no chão, por isso está enfaixada. Então… Minhas desculpas por isso e por favor, me bata por ter lhe machucado. — A jovem cavaleira se curvando um pouco sem jeito e envergonhada por ter machucado (mesmo que sem querer) a jovem maga.
— O quê? V-vocês… Vocês… — Lucy estava tentando se lembrar da última coisa que viu antes de apagar. Ela se lembra de estar conversando com Lisanna quando a mesma tentou lhe avisar de algo… A partir dali, ela não se lembrava de mais nada. Ela tentou forçar sua mente, mas sua cabeça apenas doía mais. — Argh…
Vendo o esforço que a loira fazia, Erza a segura pelos ombros e a força a se deitar novamente.
— Para com isso. Você precisa descansar, não pode ficar se esforçando assim.
— Mas…
— Ela tem razão, jovem Lucy. — Diz Makarov entrando na enfermaria e interrompendo a fala da loira. — Você levou uma forte pancada na cabeça, o descanso é essencial para uma boa recuperação.
Percebendo que não tinha como contradizer o Mestre da Fairy Tail, Lucy acena que sim, soltando um longo suspiro e voltando a se deitar na cama.
Erza havia permanecido em silêncio, apenas observando seu Mestre dialogar com a menina. Apesar de ter sido sem querer, ela se sentia mal por ter ferido a possível nova integrante da guilda.
"Será que ela ficará depois de ter sido ferida?", pensava Erza não conseguindo esconder seu olhar triste.
— Erza? Está me ouvindo filha? — Chamou Makarov colocando uma mão sobre o ombro da jovem.
— Ah, perdão Mestre! Desculpe, mas eu não ouvi direito o que o senhor havia me pedido. — Pedia totalmente constrangida por sua falta de atenção.
Makarov apenas sorriu em compreensão, já sabendo o que se passava pela mente da jovem cavaleira.
— Está tudo bem, minha filha. Só havia lhe pedido para chamar a Levy e pegar aquela caixinha especial em minha sala.
Erza arregalou os olhos no mesmo instante em que o mestre lhe pediu a caixinha. Ela já sabia para qual propósito ele seria usado e antes que ela perguntasse, uma voz fala em sua mente.
"Ela passou no teste. Ela só precisa da tatuagem para ser um membro oficial da Fairy Tail."
— Mestre, essa voz…
— Sim, minha filha. É ela. — Ele respondia com um sorriso satisfeito em seus lábios.
— Vou buscar a Levy.
Lucy observada tudo em silêncio, enquanto ambos conversavam até o momento em que Erza deixa a sala da enfermaria. Ela não entendia muito bem o assunto, apenas que era referente a uma menina chamada Levy.
Pouco mais de um minuto, a ruiva retornava ao local juntamente com uma jovem garota de pele clara, cabelos azul curto até os ombros levemente bagunçados, olhos castanho claro puxado para o tom âmbar, vestia uma camisa amarela com uma única lista em vermelho onde eram os botões, saia na cor vinho e sandálias da mesma cor.
Elas caminhavam calmamente até Makarov e Lucy.
— O senhor pediu para me chamar, Mestre? — Perguntou a jovem Levy timidamente. Ela havia notado Lucy sentada na cama e acenou rapidamente pra ela, que também respondeu da mesma forma.
— Sim, eu gostaria que você separasse e arquivasse esses documentos pra mim na nossa biblioteca. Poderia fazer isso, minha filha?
Com um sorriso, Levy respondeu.
— Claro Mestre!
— Muito obrigado! — Após terminar o assunto em questão com a Levy, Makarov vira seu rosto para Erza, que prontamente lhe entrega o que ele havia pedido minutos atrás. — Obrigado filha, agora… Vamos começar… — Ele diz olhando diretamente para Lucy, que continuava observando em silêncio.
Levy olhou de forma confusa para um Makarov sorridente, e depois para uma Erza com um semblante um tanto inexpressivo em seus olhos. Tornou seus olhos a garota loira que não estava entendendo nada do que estava acontecendo.
— C-começar o que? — Perguntou uma Lucy sem conseguir disfarçar o medo em sua voz e seus membros trêmulos. — O-o que vocês vão fazer comigo? — Vários tipos de cenários macabros passavam pela mente da loira, desde o sequestro até desmembramentos e mais.
Makarov apenas riu, enquanto se sentava na cama com a misteriosa caixinha em mãos.
"O que será que tem dentro?", pensava Lucy.
— Não se preocupe, é apenas um carimbo. — Comentou o mestre com um sorriso acolhedor. — Agora, você só precisa escolher a parte do corpo que quer ser marcada.
Sem dúvida alguma, a frase dita pelo Mestre soou com outro sentido, pois as três meninas se entreolharam um tanto quanto constrangidas.
Levy decidiu tomar a frente daquela situação um tanto estranha.
— O que o nosso Mestre está querendo dizer é onde você que ele coloque a marca da nossa guilda.
— Oh, sim! Eu gostaria que a marca fosse colocada na... Espera, como é? — Lucy ficou com os olhos arregalados, encarando o senhor e as duas meninas. — Eu imaginei que tivesse algum teste, prova, entrevista…
— Mas teve um teste, meu bem. Você apenas passou por ele sem nem mesmo ter consciência disso. — Explicou Makarov.
Lucy ainda estava confusa com aquilo.
Como assim ela passou sem saber do teste?
Aquilo não podia ser possível…
A não ser…
Ela se lembrou de quando escutou aquela voz quando caiu. A voz misteriosa em sua mente lhe dizendo pra continuar, pra não desistir.
"Será que foi aquilo? Mas eu ainda nem tinha chegado na guilda… Então…", raciocinava a jovem maga tentando encontrar algum lógica naquilo.
— Você apenas passou no Teste da Mavis. — Falou Erza a olhando com curiosidade.
Levy arregalou os olhos não conseguindo acreditar naquilo.
— Isso é sério? Você passou no Teste da Primeira? — Indagou a azulada encarando a loira. — Isso é incrível! Ela passou no mesmo teste que você, Erza-san!
Erza não respondeu, apenas continuou com a mesma expressão de curiosidade e seriedade.
Por mais que entendesse o que estava acontecendo, Lucy também não entendia aquilo tudo. Teste da Mavis? Teste da Primeira? Quer dizer que ela passou no teste da guilda, mas que havia sido aplicado por outra pessoa? Não estava fazendo sentido algum na mente da menina.
— Deixe-me explicar de uma forma mais simples, jovem Lucy. — Interveio Makarov. — O espírito de Mavis, a nossa Primeira Mestre, viu algo especial em você, algo que deve ter lhe agradado o suficiente para lhe aplicar o seu teste. São poucos aqueles a quem ela concede o teste e menos ainda aqueles que passam.
Dessa vez, Lucy assentiu em compreensão a explicação do Mestre e logo olhou pra eles com apenas uma única conclusão em mente.
— Então… Isso quer dizer que… Que eu… Que eu sou… — Balbuciava sem conseguir finalizar a frase.
Makarov soltou um riso baixo, abrindo um sorriso acolhedor ao colocar uma de suas mãos sobre o ombro de Lucy.
— Seja bem vinda a Fairy Tail, jovem Lucy!
Aquelas eram as palavras que a menina mais desejou ouvir na vida desde que sua mãe lhe contou sobre a Fairy Tail, sonhando todas as noites com o dia em que entraria para a guilda de magos mais famosa do Reino de Fiore.
— Então, onde você quer mesmo a sua marca? — Perguntou o Mestre abrindo a caixinha e tirando o carimbo mágico marrom de dentro.
Lucy esticou a mão direita com o punho fechado e as costas do membro virada para cima.
— Eu quero ela aqui, por favor.
Satisfeito com a escolha da menina, Makarov faz a marca da fênix em sua mão na coloração rosa claro. Lucy olhou para a marca e não conseguiu segurar as lágrimas de alegria, passou os dedos da outra mão com muito cuidado sobre a marca, com medo de apagar ou borrar ela.
Agora ela é oficialmente um membro da Fairy Tail.
— Essa marca… — Começou Makarov, ganhando a atenção da menina. — É a marca sagrada da fênix que nós, magos da Fairy Tail, carregamos até o fim dos nossos dias. Mesmo que algum dia você queira sair, tirá-la ou até mesmo trocar de guilda, a nossa marca sempre ficará marcada em você. Pode não ficar visível ao seus olhos, mas estará sempre aqui. — Ele aponta para o próprio peito. — Gravada em nossos corações.
Lucy guardou em sua mente cada palavra pronunciada pelo mestre, assentindo em compreensão. Vendo que seu trabalho ali já havia terminado, Makarov se levanta da cama e caminha em direção a saída da enfermaria. Erza e Levy o seguiam logo atrás.
— Mestre? — Chamou Lucy terminando de limpar seu rosto.
— Sim, minha filha? — Perguntou parando ao pé da porta e olhando para a loira juntamente com as duas meninas.
— Eu nunca irei deixar a guilda. — Afirmou Lucy com um sorriso.
Makarov retribuiu ao sorriso em resposta. Erza e Levy também sorriram com a afirmação da nova colega.
— É muito bom ouvir isso, minha jovem. Agora trate de se deitar e descansar. Amanhã lhe faremos uma festa de boas-vindas. Combinado?
— Sim, Mestre! Combinado!
Com um aceno, Makarov deixava a enfermaria juntamente com Erza e Levy.
Lucy esperou a porta ser fechada antes de se deitar. Ela não conseguia parar de encarar a própria mão, se sentindo muitíssimo feliz por ter conseguido realizar um de seus sonhos.
"Obrigada mamãe por ter me contado sobre a Fairy Tail. Farei o meu melhor e serei uma maga boa e forte, e terei muitos amigos."
E com esse pensamento, Lucy se permitiu adormecer, ansiosa para o dia seguinte.
Ela nem podia imaginar que sua aventura havia acabado de começar.
