Olá!
Eu nem acredito que dessa vez, o capítulo saiu mais rápido kkkkk
Não sabem como estou feliz da vida!
Nem vou enrolar, só deixar vocês aproveitarem!
Espero que gostem e preparem os corações!
Nos vemos lá embaixo!

Capítulo 11 - O Ato

Dois dias passados desde que os jovens magos da Fairy Tail entraram na floresta de Crocus, que pareciam ficar cada vez mais escuros e densos sempre que se aproximavam mais do seu centro. Os nervos de todos estavam à flor da pele.

Além disso, eles também sentiram que alguma coisa ou alguém os observava de longe, pois em vários momentos, Natsu sentiu o cheiro ou escutava algo no topo das árvores e rapidamente se virava com o punho em chamas, totalmente alerta ao seu redor.

Mirajane achou que era exagero até começar a sentir as sensações que o colega. Ela escutava algo estranho e já transformava seu braço e atacava o arbusto ao lado, ficando frustrada ao não encontrar nada e nem ninguém (exceto os pequenos animais e insetos que moravam ali).

—Nada? — Perguntou Erza, tão alerta quanto aos outros.

No decorrer da missão, tanto a cavaleira quanto a demônia deixaram sua rivalidade de lado.

Sem mencionar que os outros do grupo ficaram imensamente agradecidos com isso. E aproveitando pra acrescentar que Natsu e Gray também fizeram o mesmo com a rivalidade entre eles.

— Não… Devem ser aqueles imbecis pregando peças em nós… — Responder em completa fúria, apertando suas mãos com tanta força que poderia quebrar um choque de metal. — Bando de covardes…

— Melhor continuarmos e procurar algum lugar pra descansar, não acha? Daqui um pouco vai ficar de noite. — Diz Gray se aproxima das amigas, que concordam com a sugestão.

Mira decide ir na frente com o moreno logo atrás, sendo seguida por Natsu e Happy. Erza segue logo atrás, com Lucy ao seu lado.

Desde o início daquela missão, aquela angústia que a loira estava parecia aumentar cada vez que adentravam mais e mais no interior da floresta, seus olhos involuntariamente mudaram de cor e não retornaram mais para o castanho claro. Seus amigos estranharam aquela mudança repentina, mas não era nenhuma novidade pra eles, que já tinham visto seus olhos bicolores.

Só que eles nunca estiveram em um tom de verde e vermelho tão forte como estavam agora.

Aquilo com certeza queria dizer que o perigo era o mais próximo deles.

Depois de mais um tempinho, eles tinham parado perto de um pequeno lago para poderem descansar e passar a noite. Natsu e Gray foram buscar alguns pedaços de madeira para fazerem uma fogueira e as meninas junto com Happy prepararam seus sacos de dormir.

Quando tudo já estava pronto, Lucy ficou responsável por preparar a comida. Ela fez alguns pequenos espetinhos de cogumelos e frutas que encontraram pelo caminho, e no qual todos comeram até ficarem satisfeitos.

Após o jantar, cada um ficava em seu devido saco de dormir, descansando e revezavam a cada 2 horas o turno de vigília.

— Você está bem? — Pergunta Erza ao se sentar ao lado da namorada.

— Você precisa descansar. Sua vigília é depois da minha.

— Eu não consigo dormir sabendo que minha namorada não está se sentindo bem. — Responda em um tom preocupado. — Então me conta… Está tudo bem mesmo?

Lucy acena que sim, enquanto deitava a cabeça no ombro da ruiva, que aproveitou e fez um carinho em seus cabelos dourados.

— Eu só… Sabe, eu ainda sinto aquela agonia desde que saímos de casa… Minha garganta parece que está fechando e me sufocando… — Dizia enquanto segurava uma das mãos da cavaleira. — Estou me afogando…

Erza ouvia cada palavra atentamente, apertando a mão da loira para demonstrar que estava ali com ela, podia sentir através daquele toque tudo o que a namorada sentia e desejava arrancar tudo aquilo de seu coração.

De repente, um pequeno estalo na mata faz com que Lucy se levante rapidamente, puxando a espada de Erza da bainha com ela, olhando para todos os lados em busca do autor do som. Sua respiração estava ofegante, os tons de seus olhos bicolores, exceto mais fortes do que horas atrás, suas mãos tremiam com o peso da espada, já que era pesado demais pra aguentar erguê-la.

Ao mesmo tempo, os outros também se levantaram de seus sacos de dormir, com Mira mudando seus braços, Gray em posição de luta e Natsu acendendo uma de suas mãos, ao mesmo tempo em que segurava um Happy adornado com a outra.

— O que houve? — Indaga o moreno, olhando ao redor, procurando o perigo possível.

A resposta que veio foi a visão de Erza com as mãos erguidas e esticadas na direção de Lucy, com a clara intenção de acalmá-la.

— Lucy, está tudo bem, foi só um animal da floresta. — Ela tentava se aproximar, mas a cada passo que dava, a loira andava dois pra trás.

O olhar assustado na direção do breu, os membros trêmulos, a gota de suor escorrendo da sua testa… Era notável que tinha algo naquela escuridão e apenas Lucy estava conseguindo ver.

Suspeitando de que algo ou alguma coisa realmente poderia estar ali os espreitando, Natsu joga uma bola de fogo na escuridão que, não apenas ilumina, mas também espanta as criaturas sombrias que rodavam o pequeno acampamento dos jovens magos. Alguns gemidos fantasmagóricos foram possíveis de serem ouvidos quando eles se dispersaram.

— Os fantasmas foram. — Falou Natsu, ajeitando Happy, ainda adornado no colo.

O restante de seus amigos relaxaram a postura, com exceção de Lucy, que ainda estava paralisada com a espada nas mãos.

Erza se aproxima novamente da loira, que dessa vez não recuou, e com cuidado retirou a espada de suas mãos e a reequipou de volta ao seu espaço mágico.

— As criaturas que estavam nos caçando já foram embora. Natsu mandou eles pra longe. Por agora, está tudo bem. — O tom doce e gentil de sua voz, as leves carícias em seus dedos avermelhados e doloridos, fez com que Lucy voltasse sua atenção para Erza, que exibia um semblante preocupado. — Estou aqui com você.

—E-Erza…?

A ruiva foi concedida e a retirada para seus braços, retirou rapidamente sua armadura para acolhê-la. Podia sentir o coração acelerado da loira, parecia que ela iria infartar.

Mira, Natsu e Gray só observavam a interação do casal e não diziam nada. Sabiam que a única pessoa que poderia trazer a maga celestial de volta à realidade era a maga cavaleira.

— Ela vai ficar bem? — Mira pergunta.

— Ela vai sim. — Responde Erza desfazendo o abraço para fitar uma namorada. — Você está bem agora, certo?

Lucy não responde de primeira, apenas olha para o lado, vendo ao longe as sombras das mesmas criaturas que estavam ali perto há poucos minutos atrás.

— Ainda consigo vê-los… As criaturas… Parecem espíritos… Só que… — Ela os analisa mais uma vez antes de continuar. — Parecem tristes?… Não… Eles estão confusos…

— Ah, e quem se importa como eles estão? Botamos eles pra correr! — Fala Natsu se aproximando das amigas.

— Eles vieram nos atacar primeiro. — Crescente Gray. — Ou quase, já que interceptamos antes que eles fizessem alguma coisa com a gente.

— Sim! E eu estou mega preparado pra fazer churrasquinho de monstro. — Diz já estralando os dedos.

— Espera. — Interrompe Mira olhando na direção que a loira havia olhado. — Não podemos ser descuidados assim, não sabemos quantos espíritos, monstros e sei lá mais o que tem pela floresta. Não podemos ficar gastando energia com qualquer coisa. Sem falar que o pessoal da Raven Tail ainda está por aí e… — Ela para por alguns segundos pra pensar e olha pra Erza que retribui da mesma forma.

É claro que elas têm uma espécie de conversa rápida visual, na qual os meninos não conseguiram decifrar.

Contudo, a loira conseguiu captar a mensagem delas.

— Aqueles espíritos estão com eles. — Interrompe Lucy olhando para uma amiga. — Eu não sei explicar como, eu só sei que está.

— Pensamos a mesma coisa. — Diz a albina se referindo a Erza. — Acho melhor nos prepararmos.

Todos eles acenaram em concordância.

A noite deles estava apenas começando.


Com a intenção de cobrir uma área maior para procurar os seguidores de Ivan, os jovens se separaram em duas equipes. Mirajane e Natsu com Happy foram juntos para a parte esquerda da floresta, enquanto Erza com Lucy e Gray foram para a direita.

Eles estavam a menos de uma milha de distância uns dos outros, cada equipe usavam um lacrima para iluminar o caminho escuro e caso precisassem lançar faíscas mágicas para o alto a fim de saberem a localização de ambos, pois se houvesse perigo por perto, eles vão conseguir chegar ao tempo ao local do ataque.

Até aquele momento, tudo estava tranquilo e calmo para as duas equipes.

"Calmo até demais…", pensou Gray observando todos os lados em que passavam com as amigas.

Todo pequeno barulhinho que escutavam, eles direcionavam a luz do lacrima na direção, mas só o que encontram são esquilos, coelhos e outros animais pequenos que vivem ali por perto.

— Isso tá esquisito. — Diz o moreno um pouco nervoso. — Como é que não os encontramos?

— Eles devem estar perto de alguma fonte de água. — Responde Lucy olhando para o amigo.

— Como tem certeza disso?

— O ser humano consegue sobreviver por alguns dias sem comida, mas não sobrevive muitos dias sem água. Então, concluo que eles estão perto de algum lugar que tenha água, como um pequeno rio ou um lago.

Gray parou pra analisar as palavras da loira e viu que fazia sentido o que ela falava, até mesmo se lembrou da insistência dela em montar um acampamento perto daquele lago que ficou alguns quilômetros atrás.

"Pensei que o motivo era tomar banho, mas não era só isso. Nós não vivemos sem água."

— Agora eu entendi e, vendo por esse lado, faz todo sentido. Você tem certeza, Lucy. — Falou colocando uma mão sobre o ombro dela, mostrando um sorriso de gratidão. — Estou muito feliz que você tenha vindo nessa missão também, pois tenho certeza absoluta de que ninguém aqui iria pensar nisso.

— Eu pensaria. — Diz Erza encarando o mago de gelo.

— Eu duvido muito disso.

— Não comecem, gente. — Lucy já interferiu para que eles não perdessem o foco principal. — Só vamos em frente e siga esse córrego aqui. — Crescente apontando para um pequeno laguinho esguio e comprido. — Pelo tamanho e dimensão, deve ter uns 15 metros de comprimento. E… — Ela é estética a mão no ar e sente que tem algo ali perto. Ela não diz nada, apenas olha rapidamente para Erza e Gray, que entende a mensagem e a ruiva usa o lacrima para lançar algumas faíscas para cima, não muito alto, mas o suficiente para Mira, Natsu e Happy os verem de longe.

Enquanto eles esperavam, ou melhor dizendo, enquanto Erza e Gray esperavam os companheiros, Lucy decidiu ser um pouco mais ousada e deu alguns passos à frente, seus olhos bicolores estavam ativos quando uma criatura surge das sombras e pula em cima da loira.

O gemido da criatura, o grito de susto e o baque dos pés de Lucy caindo ao lado, que conseguiu desviar bem a tempo, chama a atenção de Erza, que arregala os olhos e não hesita em ir na direção da namorada com a espada em mãos .

— Lúcia!

A criatura desvia sua atenção de Lucy e rapidamente vai para cima de Erza, que é defendida com um escudo de gelo criado por Gray, que logo se posiciona ao seu lado, criando uma espada de gelo. A ruiva atraiu a espada, pronta para se defender e dar o golpe no monstro junto com o moreno quando Lucy se colocou entre eles e a criatura.

— Esperem! Não ataquem ele! — Exclama a loira, logo se virando pra criatura, que gritava e grunhia sem parar na direção dos três.

Foi nesse momento que Mira, Natsu e Happy chegam, com ela ativando seus braços de demônio e ele acendendo as duas mãos. O gato alado acabou de abrir suas asas e ficou pareando ao lado do rosado.

— O que houve? — Perguntou Mira assistiu a cena se desenrolando à sua frente.

— Opa, hora de fazer churrasquinho de monstro sombrio! — Natsu está empolgado, já avançando na direção da criatura quando a loira o impede. - Ei! Lúcia!

— Por favor, não ataquem ele.

- That?! Perdeu a cabeça, Lucy?! — Mira não costuma gritar com a mais nova, mas vê ela defendendo aquela criatura que ficou zangada.

— Confiem em mim, por favor. — Ela pede seriamente pra seus amigos. — Ele não vai nos machucar.

— E como você pode ter certeza disso?! — Indaga Gray ainda na posição de ataque com sua espada de gelo.

— Porque eu sei que ele não vai. — Responde com firmeza, caminhando na direção da criatura.

Natsu e Gray fazem menção de irem até uma amiga, mas Erza os impede.

— Ela pediu pra esperar.

— Mas Erza… — Começa o moreno, que logo é interrompido pela cavaleira.

— Confiem nela. Eu confio, ela sabe o que está fazendo.

Os dois garotos nada mais disseram, apenas acenaram em concordância. Mira decidiu fazer o mesmo e observar a interação da magia celestial com o ser das sombras.

Sentindo uma coragem inexplicável dentro de si, Lucy caminha até uma criatura sombria, que urra diretamente em seu rosto. Ela fecha os olhos por instinto, seus ouvidos doem com o grito, mas continua até ficar frente a frente com a criatura, que olha de forma curiosa para a garota.

Lucy estica a mão direita na direção da sombra viva, que imediatamente recua e grita novamente, se preparando para um novo ataque.

Seus amigos já voltaram em posição de combate, Erza com sua espada, Gray com sua feita de gelo, Natsu com os punhos flamejando e Mira já se preparando para se transformar completamente.

— Lucy… — A ruiva a chama, demonstrando preocupação em seu tom de voz.

— Eu estou bem, amor. — Responde virando o rosto levemente para que Erza pudesse ver seus olhos bicolores antes de voltar a sua atenção para o monstruoso. — Eu sinto sua dor…

Ao proferir as palavras, a sombra cobre toda a sua mão, percorrendo seu braço por completo.

— Não! Lúcia! — Erza falou em desespero já indo até a namorada, mas logo parou ao ver algo inesperado.

As mãos da maga celestial ganham um brilho dourado, que chama a atenção da criatura sombria que havia possuída em seu corpo. Ela se afastou, livrando o braço da garota e fica olhando aquela luz dourada.

Sentindo aquela coragem novamente, Lucy toca na sombra, que sente um calor reconfortante percorreu todo seu ser corporeo e solta um baixo gemido triste, como se estivesse chorando.

"Senhora Caçadora, por favor, mande-me de volta… Eu só quero ficar ao lado da minha família…" .

A voz do espírito soa na mente de Lucy, que fecha os olhos e apenas pede de coração para que aquele espírito inocente possa descansar em paz.

— Você está livre, Carl.

O corpo do espírito começa a se transformar em uma forma humana deixando de ser aquela sombra horrenda e assustadora, emitindo um brilho branco perolado, que ilumina toda aquela área onde ele e Lucy estão, despertando os animais que estavam dormindo.

Seus amigos encaram aquilo com descrição, admiração e sem palavras para expressar. A força mágica que Lucy exalava era intensa, sendo quase parecida com a de Erza, Mirajane e Laxus.

Poucos segundos depois, a luz começa a diminuir até se dissipar por completo, levando com ela aquele jovem espírito, que agora era puro mais uma vez.

"Obrigado, minha senhora Caçadora. Obrigado por me libertar…" .

O espírito humano se curva diante de Lucy como forma de agradecimento antes de desaparecer.

Assim que tudo se encerra, a loira cai de joelhos ao chão, apoiando uma mão em seus olhos e a outra na terra, sentindo uma forte dor de cabeça.

Seus amigos rapidamente se aproximam dela, com Erza sendo a primeira a ampará-la.

– Lúcia?

Ela não responde de primeira, nem mesmo quando sente a mão quente e levemente calejada da namorada tocando em seu ombro.

— Natsu, a Luxy tá bem? — Perguntou o gatinho azulado.

Natsu não respondeu ao seu amigo, nem ele mesmo sabia dizer se ela estava bem ou não. Ou o que ela estava sentindo naquele momento.

Gray e Mira também estavam na mesma situação.

Tudo o que presenciaram foi incrível e ao mesmo tempo surreal. Eles sabiam que por ser uma maga celestial, Lucy tem uma certa profundidade com os espíritos, mas nunca imaginaram que seus poderes poderiam se aplicar aos espíritos de pessoas falecidas.

— Minha cabeça… Dói demais… — Ela falou pela primeira vez depois de vários minutos se recuperando.

Mira troca um olhar rápido com Erza

— O que você fez com aquele espírito? — Indagou Mira, se ajoelhando ao lado da amiga, a olhar com atenção, percebendo um rastro úmido por suas bochechas.

Ela não respondeu de primeira, apenas respira fundo, agora fitando seus amigos.

— Por que eles fizeram isso?! Porque?! — Ignorando completamente o cansaço e a dor explodindo em sua cabeça, Lucy se levanta do chão, os punhos cerrados, exibindo um olhar nunca antes visto por nenhum de seus amigos.

Até mesmo Erza parecia assustada com aquele olhar da sua amada e parecia mais intenso com as fortes colorações verdes e vermelhas de seus olhos. A raiva e o ódio estavam todos presentes.

Raven Tail vai pagar pelo que fez.


Com toda a comoção e os prováveis chamamiz de atenção, os jovens magos da Fairy Tail decidem ir para outro lugar descansar e recuperar as energias.

Com as dicas de Lucy, eles seguem aquele mesmo córrego e encontram uma pequena caverna, onde decidimos passar a noite.

E falando na loira, depois de purificar aquele, mais outros três surgiram para atacá-los e ela os purificados da mesma forma, o que resultou em um desgaste rápido do seu corpo, da sua mente e do seu éter, já que é algo que ela não está acostumada a fazer. Ainda, pelo menos.

Percebendo o grande esforço que Lucy havia feito e que ela mal estava aguentando ficar em pé, Erza faz questão de carregar a namorada até chegar na caverna. E com a ajuda de Natsu, Lucy sobe nas costas da cavaleira, apoia seu corpo contra o dela, suas pernas são sustentadas pelos braços metálicos de Erza e finaliza passando os braços ao redor do pescoço e rosto fica apoiado em seu ombro.

Aquela proximidade com a namorada faz com que Lucy se sinta mais relaxada e adorada durante o percurso.

Já dentro da caverna, todos estavam cansados e cada um descansava em seu saco de dormir, com exceção de uma única pessoa.

Mirajane decidiu ficar vigiando nas primeiras duas horas, enquanto os colegas descansavam. Em algum momento, ela olhou para Lucy e Erza, que dormiram juntas, com a loira abraçando um dos braços e o rosto escondido na curva do pescoço da ruiva.

Do outro lado, Natsu dorme com a barriga para cima, com Happy dormindo enroladinho sob seu peito. Ela só se perguntou como o felino conseguiu dormir com o garoto roncando tão alto.

E logo ao seu lado, Gray também dormia pacificamente, apertando fortemente algo em sua mão. Imaginei que fosse o pingente de espada que ele tinha em sua corrente. Sabia que era precioso pra ele, mas nunca pensei em perguntar porque ele tinha tanto zelo por aquele acessório.

Enquanto continuava ali de guarda Mira repassou toda a situação da missão, desde que desceram do trem até o presente momento, principalmente aqueles que envolveram sua amiga. Era fato que Lucy aparentava ser uma maga celestial mais forte que o normal, mas depois de hoje e do que ela fez, só foi o bastante para concluir que ela é uma maga celestial incomum.

"Nossa guilda tem um farol para o pessoal que tem especialistas em suas magias… Isso até que é bem legal."

De repente, Mira é obrigada a interromper seus devaneios ao escutar algo na mata. Ela imediatamente se levanta e já ativa sua magia completa de Take Over: Satan Soul.

Sua transformação chama a atenção dos seus amigos, que acordam e rapidamente se preparam.

— Argh, ninguém mais pode dormir não? — Reclama Natsu batendo as mãos nas próprias bochechas para despertar. — Hora da ação, feliz!

– Sim, senhor! — Concorda o gato azulado fechando o punho e socando o ar, enquanto flutuava.

Gray se posiciona ao lado da albina, com o punho na posição para criar algo com sua magia.

— Será que eles finalmente decidiram mostrar a cara e parar de se esconder atrás de monstros e espíritos?

— Ah, tomara que sim, pois eu tô doidinha para estraçalhar alguém.

Lucy e Erza também estavam prontas para a batalha, com a ruiva reequipando duas espadas, uma em cada mão, e a loira já com a Chave de Aquarius.

— Você está bem pra lutar? — Perguntou preocupado, sabia que a namorada ainda não recuperou todo o éter que gastou quando purificou os espíritos prejudicados (nome que eles decidiram colocar).

— Estou bem, Erza. Eu consigo lutar. — Respondeu abrindo um sorriso confiante.

Ela corresponde ao sorriso, mas ainda aquele tinha olhar preocupado em suas feições.

— Não saia do meu lado.

Lucy acena em concordância, se juntando aos amigos.

Os cinco magos da Fairy Tail estavam lado a lado, prontos para lutarem juntos.


Depois de muitas provocações à distância, mandando aqueles espíritos prejudicados, fazendo os monstros fazerem barulhos na mata para chamar a atenção deles, os dois magos da Raven Tail, Vero e Rokko, decidiram parar de brincar de provocar e atacá-los de uma vez.

Sem mencionar que o fato da maga loira ter purificado aqueles espíritos, que foi algo complicado de invocá-los, fez com que eles tomassem aquela decisão.

Mesmo sabendo que eles tinham outras ordens do Mestre Ivan: Cansar a Fairy Tail até que eles não tivessem mais forças pra contra atacar.

Contudo, Rokko e Vero ficaram entediados e impacientes, e queriam acabar logo com aquilo de uma vez por todas.

— Eles estão dormindo. Hora de atacar. — Falou o garoto ativando sua magia e instruindo os monstros para avançar.

— É hoje que jantaremos aquele gato azul voador. — Diz ela lambendo os lábios ao imaginar o sabor da carne do Happy.

Desde que sofreram aquela derrota há três meses, os dois ficaram possessos de raiva e treinaram que nem loucos para aumentarem seu poder mágico. Nesse meio tempo, eles tiveram acesso a livros de magia negra que ensinavam formas de invocação de criaturas sombrias e fizeram questão de aprenderem também.

Tudo para derrotar as Fadas.

Essas eram as palavras que ficaram ecoando em suas mentes desde então, tornando aquilo uma obsessão doentia. E quando conseguiram a permissão de criar algo para provocar a Fairy Tail, eles se candidataram sem pestanejar, iniciando os ataques em pequenas vilas perto da capital, Crocus.

E agora, no presente momento, eles estavam prontos para o ato final.

— Vamos atacar com tudo! — Gritou Rokko. — Sem misericórdia com nenhum deles!

— E sem vida também! — Crescente Vero.

Os dois jovens magos da Raven Tail correm ao lado dos monstros e espíritos nobres, ambos foram invocados para atacar os cinco escolhidos. Rokko, ativava sua magia, criando duas bolas de fogo, uma em cada mão, e Vero dava vida às plantas por onde passava, principalmente as venenosas.

O que eles não esperavam era um plano de contingência.


Com o pouco tempo que tivemos, os cinco tiveram que criar um plano às pressas. Em parte, obrigado a Lucy e seu raciocínio rápido em planejar algo em um curto período de tempo.

Gray foi uma das peças principais, sendo ele a linha de frente, ficando posicionado no meio de um arbusto à direita um pouco mais de 8 metros de distância da caverna em que se abrigavam.

Natsu, Happy e Lucy estavam do lado oposto, com ele e o felino bem em cima de uma árvore e ela no pequeno arbusto, escondido com a Chave de Aquarius em mãos. O córrego a Poucos menos de um metrô atrás dela. Eles eram a próxima linha de ataque.

E logo na entrada da caverna, estavam as duas principais magas do grupo, fonte de maior força da equipe.

Erza e Mirajane.

Ambos lado a lado, com a albina em sua transformação completa de Satan Soul e a ruiva reequipada com sua armadura Tenri no Yoroi (Era a terceira vez que usava aquela armadura completa).

— Eu nunca vi você com essa armadura. — Comenta Mira sem desviar seu olhar. Erza apenas um olhar de soslaio antes de voltar a atenção à frente.

— Eu só a uso quando for realmente necessário.

— Eu nem sabia que conseguiria reequipar uma armadura completa, porque eu só te via com aquela placa de metal sem graça no seu peito.

— Aposto que você deve ter outras transformações escondidas também.

— De fato, eu tenho. Só que essa é a minha favorita.

— Digo o mesmo em relação a minha armadura.

Como resposta, Mira dá de ombros, optando por não prolongar mais aquela conversa.

E nem foi preciso ela decidir isso, pois logo eles parecem uma enorme força mágica vinda com rapidez na direção deles.

A primeira horda de monstros, espíritos e outras criaturas sombrias surgiu através da floresta, rugindo e gemendo, correndo todos de forma desengonçada, atropelando uns aos outros.

"Que falta de organização…", pensou Gray congelando o chão.

Piso do fabricante de gelo!

O chão abaixo dos monstros ficou completamente congelado e escorregadio, fazendo com que grande parte caísse.

O rapaz aproveitou e fez grilhões de gelo, prendendo-os no lugar para não se levantarem e dá o sinal para Natsu e Lucy, que iniciam a próxima onda de ataque.

Karyū no Hōkō! — Natsu grita estufando o peito, um círculo mágico laranja avermelhado aparece em sua boca e uma forte rajada de fogo é expelida, atingindo os monstros que estavam presos nas correntes de Gray. Alguns são destruídos, outros ficam apenas chamuscados. — É sua vez, Luce!

Com a Chave de ouro nas mãos, Lucy coloca a ponta na água, invocando o espírito mais poderoso que tinha.

Portão da Guardiã da Água! Abra-te! Aquário!

Um círculo mágico azul claro envolve a ponta do objeto e nele surge a sereia de cabelos azuis com uma ânfora em mãos e uma carranca em suas feições.

— Como ousa me invocar, sua fedelha?! — Questiona Aquarius de mau humor, puxando a orelha da menina. — Sabia que eu estava num encontro com o meu namorado?!

— Aí, aí, aí, aí, desculpa, desculpa, desculpa, não vou te incomodar mais! — Lucy choraminga tentando soltar a mão da sereia da sua orelha. — Só me ajude aqui, por favor! Não vou te incomodar mais hoje!

— Você não vai me incomodar nas próximas duas semanas, você me entendeu, sua pirralha inútil?! — Ela atraiu mais sua orelha.

— Aii! Sim senhora, eu entendi. Prometo não te incomodar nas próximas duas semanas!

Aquarius solta a orelha, agora bem vermelha, de Lucy e invoca uma enorme onda de sua ânfora e joga com tudo na direção dos monstros e de quem mais estava em seu caminho, o que nesse caso são Natsu, Grey e Happy.

— Peraí, a onda era só nos monstros, não nos meus amigos! — Falou Lucy já imaginando os rostos de indignação dos meninos e do gato.

— Eu fiz o que me pediu, não fiz? Agora vou voltar pro Reino Celestial e não me… — Aquarius se interrompeu ao notar algo que nunca viu em Lucy até então. — O que houve com seus olhos?

Antes que Lucy pudesse dizer alguma coisa, sentindo ambas as mãos da sereia em seu rosto, olhando cada detalhe, especialmente seus olhos bicolores.

— Aquário?

A expressão da sereia era de choque, Lucy nunca a viu daquela maneira, não sabia como reagir e nem mesmo o que falar pra rir seu espírito.

Já Aquarius não conseguia acreditar no que estava vendendo. Fazia tanto tempo que ela via alguém com aqueles olhos verdes e vermelhos.

"Não é possível… A Lucy é como ela ? Essa garota é uma…?"

— Há quanto tempo… — A pergunta de Aquarius é interrompida ao sentir algo vindo na direção das duas. – Lúcia, cuidado!

Deixando seus instintos de proteção a guiarem, Aquarius agarra a loira em seus braços, a abraçando contra o próprio corpo, recebendo o impacto daquele ataque pelas costas.

Ela caiu no chão, ainda protegendo Lucy, enquanto choramingava de dor.

— Aquário! Aquário! Fala comigo, por favor!

A força daquele ataque faz com que a sereia retorne fortemente ao Reino Celestial, deixando a garota sozinha.

Enquanto isso, Erza e Mira atacaram os outros monstros restantes, conseguindo derrotá-los com facilidade, em momento alguns eles deixaram a guarda baixa, pois sentiram duas forças mágicas poderosas e perigosas também.

— Você está se sentindo, não é Strauss?

– Claro. Com quem você acha que está falando?

Erza ignorou a forma desdenhosa do colega/rival para focar naquele poder mágico.

"Lembra muito a força do Laxus… Será que são aqueles dois?"

Alguns metros mais à frente, Gray usava seus lançamentos de gelo para empalar os monstros que se aproximavam dele. Percebeu que quando fazia isso, eles se dissipavam e desapareciam, sem deixar rastros.

"Monstros invocados à força, né? Igual aqueles espíritos prejudicados.", pensou ele.

Já do outro lado, Natsu, como era o esperado, esmurrava todo monstro e criatura que aparecia em sua frente, com Happy ao lado o ajudando com um pedaço de galho.

— Iiiiaahhh! A MA! A MA! A MA! — Dizia o pequeno gato. — Vai Natsu!

— Deixa comigo! Karyu no Tekken! — Grita acertando outro soco flamejante em outro monstruoso, desintegrando-o. — Ah! Que fácil! Pode vir mais! Eu estou pegando fogo!

A batalha contra os monstros e espíritos invocados durou mais alguns minutos, com Erza jogando suas espadas mágicas em várias de uma vez, destruindo-os rapidamente; Mira pulando de um em um, usando as garras de sua transformação para eliminá-los com resultados e com mais a ajuda de Gray, que os congelava para as meninas darem seus golpes finais. Esse grupo já havia sido completamente destruído.

Natsu e Happy com Lucy eliminaram o último grupo que restou, com ele acertando vários golpes flamejantes para desintegrar os monstros e com ela purificando os espíritos prejudicados. Podemos mencionar que esse trio funciona muito bem juntos.

Após derrotar a última das criaturas sombrias, todos já estavam se sentindo cansados e com quase nada de éter mágico. A transformação de Mira é desfeita, a armadura de Erza desaparece, Gray estava encostado em uma árvore recuperando os pulmões, Natsu estava deitado de barriga pra cima no chão com Happy em cima e Lucy estava ajoelhada ofegante, com as mãos levemente trêmulas, o verde e vermelho nunca deixando a coloração de suas íris.

— A-acabu? — Indagou sentindo a exaustão tomando conta de seu corpo.

A resposta foi um arrepio em sua espinha, fazendo com que ela se levantasse rapidamente, cambaleando um pouco.

Erza, Mira e Gray também sentiram a mesma sensação

Natsu se sentou no chão, coçando a cabeça pra tirar a poeira de seus cabelos, farejando o ar.

— Cheiro de queimado e aquela coisa que faz chá…

O comentário inofensivo parece ter atraído o caos, pois poucos segundos depois, eles sentem a terra tremer com violência, derrubando algumas árvores e espantando os pequenos animais dali por perto.

- Uau! É um terremoto?! — Pergunta Gray se apoiando para não cair no chão.

— Com certeza não é um terremoto! — Responder Mira se transforma apenas as mãos para fincar no tronco ao lado para se segurar.

Happy voou até Natsu, se agarrando em seus cabelos rosados.

—Natsu! Tá tudo tremendo!

— Se segura firme, Feliz! — O coitado diz tentando se manter em pé até chegar em uma árvore.

Erza enfia sua espada no chão, segurando o cabo com uma mão, enquanto segurava a mão de Lucy com a outra. As duas estavam ajoelhadas no chão.

— Faz parar! Natsu faz parar! — O gato alado gritava assustado e com os olhos cheios de lágrimas. — Quero ir pra casa!

As palavras que o pequeno proferiu era o desejo de todos naquele momento, já estavam saturados naquela missão, estavam exaustos, estavam machucados e com dores, com fome, com sono e seus éteres eram baixos.

Com toda a certeza, depois daquela missão, todos vão optar por ficar pelo menos uma semana inteira sem fazer um único trabalho.

Foram quase cinco minutos com a terra abaixo deles tremendo até ela parar completamente. Todos eles olharam um para o outro tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Happy já havia parado de chorar, mas ainda tremia bastante, com Natsu o segurando contra o peito para acalmá-lo.

— Acaba?

Parecia que o destino estava gostando bastante de responder ao pequeno felino, pois o som de passos pesados é escutado, seguido de vários tremores, um após o outro é sentido por eles.

— Ahhh, é outro terremoto? — Pergunta Mira.

— Não, parece que tem alguma coisa vinda daquela direção! — Gray aponta para o oeste, forçando os olhos para tentar enxergar. — Parecem… Gorianos? São vários gorians selvagens! Merda!

Percebendo que o grupo estava vindo de forma descontrolada, Gray rapidamente se posicionou, encostando o punho fechado na palma da mão.

Fabricante de gelo: Parede ! — Ele cria uma enorme parede de gelo.

O grupo de gorians se choca com violência na estrutura, destruindo-a completamente. Os blocos de gelo caíram sobre eles, deixando-os nocauteados e machucados também, principalmente na região da cabeça, costas e punhos.

Na hora do impacto, Gray recuou para não sofrer nenhum ferimento e se mudou das criaturas, notando os danos deles e também uma estranha marca negra de corvo em seus testas, parecia que tinha sido feito com algum objeto pontiagudo em brasa. Ele cerrou os punhos e os dentes ao entender o que houve com aquelas criaturas e se sentiu péssimo com os novos ferimentos que causaram.

"Malditos!"

Porém, ele não teve tempo de alimentar a sua raiva, assim como seus amigos não tiveram tempo de pensar em sair do local em que estavam antes de raízes e cipós verdes brotarem do solo e tentarem agarrá-los antes de voltarem para o fundo da terra .

— Mas o quê…? Que droga é essa? — Quem indaga é Mira, que rapidamente desvia para o lado, assim como seus amigos.

Era uma surpresa atrás da outra e parecia que não tinha fim.

A próxima foi uma chuva de brasas de fogo, que dispersou o grupo, cada um indo para um lado diferente para se proteger. Os únicos atingidos foram Erza e Natsu, sendo que o garoto não se queimou, e até mesmo aproveitou para petiscar um pouco das pequenas bolinhas flamejantes, algo que o ajudou a recuperar um pouco de sua força. Já a ruiva sentia uma leve ardência no ombro e na coxa esquerda, mas não era nada que pudesse lhe incomodar, levando em consideração que ela já está sentindo dores piores.

Os mesmos cipós e raízes de antes voltam a aparecer e conseguem agarrar Mira e Natsu.

— Até parece que esses cipózinhos de merda me seguram! — Gritou a albina transformando suas ações e rasgando os cipós que a prendiam com suas garras.

Já Natsu fez diferente, incendiou o próprio corpo, queimando as raízes para se libertar.

— Até parece que umas plantinhas idiotas vão me segurar! Pode mandar mais, suas merdas!

Quem sentiu as consequências das palavras do jovem Dragon Slayer foi Lucy, que sentiu uma dor dilacerando seu braço.

— Aaahhhh! — A dor o deixa dormente, fazendo ela cair de joelhos, apertando em um local bem específico, o local onde foi envenenado.

— Lúcia! — Erza já se ajoelhava a sua frente, afastando a mão do local que a loira apertava, ficando surpresa por não encontrar nenhum ferimento ali. — Mas o quê…? — Ela volta a olhar outras partes do corpo da namorada, procurando possíveis feridas em um tom verde quase escuro preto e não encontra nada parecido.

A maga celestial sente dor novamente, seu corpo estremece e seus olhos lacrimejam, a lembrança de três meses atrás surge em sua mente, aquela maldita lembrança que lhe atormentou nos primeiros dias, a mesma dor e sensação.

— Não quero passar por isso de novo… Eu não quero sentir isso de novo… — Ela não escondeu o tom choroso em sua voz. — Alguém me ajude, por favor… Erza… Me ajude…

A cavaleira cerrou os dentes em fúria, tudo o que ela queria agora era tirar aquela dor da sua amada e cuidar dela pelo resto da vida.

Porém, ela não teve tempo para pensar em algo, foi uma bola de fogo lançada na direção em que as duas estavam. A ruiva pula em cima de Lucy, se desviando e protegendo-a do ataque.

— HAHAHAHA! CADÊ AS FADINHAS MEDROSAS? EU TÔ AQUI! — Gritou um rapaz, saindo de trás de uma árvore e pousando bem no meio da clareira, encarando os cinco magos da Fairy Tail.

Ele faz questão de deixar à mostra qual guilda ele fazia parte, algo que não foi nenhuma surpresa para Fairy Tail.

— Quero saber onde está meu jantar? — Pergunta sua parceira, logo surgindo do mesmo lugar e ficando ao lado do rapaz.

Ao ouvir a palavra jantar, Happy se arrepiou das patas até a cabeça, fazendo questão de se grudar em Natsu e não soltá-lo mais.

Aqueles dois não mudaram absolutamente nada fisicamente, apenas os trajes eram diferentes. Hoje eles estavam trajados com roupas negras com detalhes roxo escuro nas mangas da blusa e da gola de suas camisetas. Os magos da Raven Tail sorriem de forma diabólica e até mesmo doentia para os jovens magos.

— Prontos para mais um assalto? — Pergunta Rokko e Vero assobia.

Das sombras, surgem pelo menos uns cinco gorians selvagens, que grunhiam e salivavam, como se estivessem famintos. Em suas testas tinha a mesma marca queimada do corvo, o símbolo da guilda deles.

Gray imediatamente sentiu aquela raiva de minutos atrás com o primeiro grupo de gorians.

"Esses caras têm praticamente a nossa idade e fazem esse tipo de atrocidade… Como eles conseguem dormir à noite? Que horror!", pensou o moreno com o olhar tenso.

A situação não era nenhum pouco amistosa e para piorar, todos estavam tensos, cansados e o nível de éter deles estava baixo.

"Esse era o plano deles o tempo todo… Nos cansar para vir nos atacar com tudo.", pensou Mira com um suspiro, fechando os olhos, com o rosto virado para o céu.

— Parabéns. Me diga isso, mas vocês tiveram uma boa ideia… Nos cansar aos poucos pra vir nos pegar quando estivermos sem ether? Genial. — Dizia a albina intercalando o olhar entre os dois. — Mas devo dizer que vocês quase chegaram lá, sintam-se privilegiados.

Rokko e Vero olharam um para o outro sem entender nada do que estava sendo dito até agora.

— Mas graças a Mavis, agora sei que podemos derrotá-los.

O garoto riu se aproximando de Mira, acendendo uma das mãos, querendo intimidá-la. ( Lê-se: Não obteve sucesso na intimidação ).

— E como fingir fazer isso, hein? Já incapacitamos uma de vocês. — Ele disse apontando para Lucy, que ainda apertava o braço dolorido. — E ainda temos vários gorians com a gente. O que as fadinhas podem fazer com nós, os corvos?

Não demorou muito mais do que dois segundos para o rapaz entender.

—Rokko! Me ajude! — Gritou Vero ao sentir algo gelado subindo por suas pernas. Na verdade, sua perna estava começando a ficar congelada. — Tem gelo brotando do chão!

"Do chão? Isso é impossível!", pensou ele ao olhar para Mira, que tinha um sorriso ladino nos lábios.

— C-como vocês…

— Devia prestar atenção ao seu redor. — Falou Gray apoiou no chão com um joelho e uma mão dentro da terra. Pra ser mais preciso, dentro de um buraco, com uma fumaça branca azulada saindo de dentro. — Não registrem esses buracos?

Foi naquele momento que Rokko se gravou de que sua companheira usou sua magia de plantas para criar cipós e raízes para atormentar e ferir seus inimigos, deixando toda aquela área cheia de buracos. Jamais pensou que eles poderiam usar aquilo contra eles.

— Seus infelizes! Trapaceiros! — Ele gritou recuando para ir ajudar seu colega, acenando em seguida para os gorians atacando-los. — O que vocês estão esperando, seus inúteis? Ataquem a Fairy Tail!

As criaturas se entreolharam rapidamente antes de bater no peito, rugir alto e avançar com violência para cima dos jovens.

Natsu e Gray ficam na frente, com Mira logo atrás deles.

- Vamos lá! — Grita o rosado, pulando em cima do maior com o punho envolto em chamas carmesim. — Karyū no Tekken!

Fabricante de gelo! Lança! — O moreno cria lanças de gelo e ataca o gorian ao lado.

Já Mira, recuperou um pouco de ether e novamente usou sua transformação completa de Take Over e desferiu vários socos em dois ao mesmo tempo.

Mesmo com o éter mágico baixo, eles ainda encontram força e energia para lutarem.

O gorian que havia sobrado avanço na direção de Erza e Lucy, a cavaleira rapidamente reequipa duas espadas e avança sobre o monstro, desferindo dois golpes em uma perna e em um braço.

"Não posso ficar parada e deixar-los lutar sozinhos.", mesmo com o braço dolorido e debilitado, a loira se levanta e pega seu chicote com a mão boa.

— Vamos Lucy… Vamos, você consegue! — Ela se motivou.

— Eu ajudo! — Diz Happy balançando até a loira, segurando o braço dolorido pra ela poder se mover melhor.

A maga celestial enviado em agradecimentos, prometendo pra si mesma que quando eles voltarem pra guilda, vai comprar um balde de peixes afrescos da cidade de Hargeon para o felino azulado.

— Ora, a garota intoxicada e o meu jantar!

Lucy e Happy olham para o lado e vêem a garota Vero, círculos mágicos brilhando em suas mãos em um tom de verde escuro, ao seu lado um gorian furioso (um dos que apanhou para Mirajane), só esperando a ordem pra poder atacar.

Com seu éter baixo e o braço dolorido, Lucy sabia que não conseguiria enfrentar aquela garota com o monstro, mesmo tendo Happy ao seu lado. O certo era invocar algum espírito celestial para ajudá-la. Porém, não teria poder o bastante para mantê-lo na Terra.

"Vou ter que ganhar tempo até meus amigos, poderem me ajudar."

— O que fez com meu braço?

A garota riu movendo as mãos e fazendo cipós brotarem do chão indo na direção de Lucy e Happy, que pula pra trás para se desviar do ataque e usa seu chicote para contra atacar, acertando a ponta na bochecha de Vero.

— Responda a minha pergunta! — Lucy questiona, avançando novamente e instalando seu chicote. Só que Vero desvia e manda o gorian ir em sua direção.

Em total descontrole, ele ruge e começa a deferir um soco atrás do outro de forma violenta e brutal.

Lucy precisou recuar várias vezes para não ser atingida, mas teve um movimento que ela não esperava e acabou sendo atingida. Ela pensou ter sido o monstro, mas quando descobriu que um cipó estava segurando sua perna, o impacto do soco do gorian a derrubou no chão.

— Luxuoso! — Gritou Happy ao ser jogado para o lado. Lucy lhe tirou o caminho do golpe de Gorian, causando todo o impacto sozinha. Ele estava bem, só tinha alguns pequenos cortes, mas ficou desesperado ao ver sua amiga no chão, apertando o braço, o mesmo braço que já estava dolorido.

O gatinho se arrasta até ela, com lágrimas em seus olhos e puxa seu cabelo, querendo ajudá-la a se levantar.

— Levanta Luxy! Levanta!

— H-Happy… Foge… Rápido… — Pede ela sem coragem alguma de se mexer.

— EU NÃO VOU TE DEIXAR! EU DISSE QUE VOU TE AJUDAR! MAS LEVANTA! LEVANTA! — Ele abre suas asas e tenta levantá-la. — Você consegue! Levanta!

— Que cena tediosa… Me dá vontade de vomitar. — Rokko diz se aproximando da parceira, a cumprimentando com um soquinho de punho. — Bem que você falou que ela ainda tinha parte do seu veneno no corpo. Sua magia é incrível!

— Eu imaginei que eles poderiam mandar a loirinha celeste… Não achei que a Fairy Tail fosse tão burra em realmente manda-la. — Dizia se aproximando e apertando o braço machucado de Lucy, o que faz gritar de dor. — Graças a você, sabíamos o tempo todo onde estávamos. Você foi nosso cúmplice e nem sabia.

Os olhos bicolores de Lucy se arregalaram. Como assim? Ela ainda tinha veneno em seu corpo? Mas Porlyusica havia lhe curado, não era pra ter mais nada em seu corpo.

"Isso é impossível! Eu fui curada! Eu não tenho mais veneno!", pensou ela.

Mas e se houvesse uma possibilidade? Explicaria porque naquele momento em que Erza sofreu ferimentos em seu corpo e não encontrou nada.

— Tira a mão da Luxy, sua idiota! — Happy falou dando socos na mão de Vero, que apertava mais o braço da loira. Infelizmente, os golpes do gato não passam de sonhos fofos para a garota. — Para machucá-la! Pára! Pára!

Sem aguentar mais aquele choramingo do gato, Rokko o agarra pela pele das costas e envolve a outra mão em chamas.

— Cala a porra da boca, gato maldito. A comida não fala.

Aquele garoto louco estava queimado a queimadura o pobre Happy vivo se não fosse por duas figuras.

— TIRA A SUA MÃO NOJENTA DO HAPPY! — Berrou Natsu acertando um soco flamejante em Rokko, o jogando na direção do gorian que acertou Lucy.

Ao sentir o golpe, Rokko acaba soltando Happy e sente as costas batendo contra algo duro e ao mesmo tempo peludo, ambos caindo sobre um tronco de uma árvore.

O gatinho abre as asas e voa até o Dragon Slayer, que o pega em seus braços.

-Natsu…

— Estou aqui, Happy. Tá tudo bem. Agora deixa as coisas comigo e segura firme!

– Sim!

Ao mesmo tempo em que Natsu estava acertando as contas com Rokko, Erza foi fazer o mesmo com Vero, desferindo um golpe de sua espada na garota.

Ela sente algo afiado passando bem perto do seu rosto e é obrigada a se afastar rapidamente, soltando o braço de Lucy. Assim que faz isso, sente uma forte joelhada em seu estômago, a derrubar no chão. Ela abraça sua barriga dolorida e toca em sua bochecha e olha para seus dedos avermelhados.

Erza aproveita para pegar Lucy em seus braços e afastá-la da luta, deixando-a mais perto da caverna que havia descansado horas atrás. Ela olhou para o braço da namorada, vendo o quanto ele estava vermelho e marcado pelos dedos daquela maga da Raven Tail. Isso lhe deixou enfurecida, queria muito empalar aquela vadia por ter feito a ousadia de machucar sua princesa.

— Me desculpe… Eu queria ter feito mais… Eu queria ser mais forte…

— Ei, não diga isso. Você tem se esforçado muito desde o começo da missão, fez um excelente trabalho em nos ajudar, purificando esses espíritos, criando nossos planos… Meu anjo, sem você, não teríamos chegado até aqui. — Erza a consola, fazendo um carinho em seu rosto.

Lucy vira o rosto na direção dos dedos da ruiva, apreciando aquele contato quente.

— Mas eu…

Os contínuos filhos de brigas chamam a atenção das duas e Erza é obrigada a se preparar, reequipando uma outra espada.

— Eu preciso voltar. Fique seguro, venho assim que der e quando voltarmos pra Magnólia, prometo te levar pra um fim de semana na praia em Hargeon. Só eu e você. O que você acha?

— Parece bom. Eu gostei disso.

O rugido de um gorian faz a cavaleira ficar em alerta e ela é obrigada a se afastar de Lucy e ir na direção da criatura peluda.

Enquanto isso, Gray e Mirajane, agora sem sua transformação, lutavam contra três gorians ao mesmo tempo.

Já Natsu e Happy lutaram contra Rokko, ambos os magos de fogo dando um golpe atrás do outro. O que deixou o mago da Raven Tail enfurecido era a capacidade do rosado de conseguir literalmente comer suas chamas e ficar ainda mais forte.

— Seu fogo tem um gosto horrível, é o pior que eu já comi. — E ainda por cima zombou dele.

— Ora, seu…!

E novamente, eles voltam a trocar golpes flamejantes.

Erza lutou contra dois gorians, ela havia perdido um de suas espadas durante a briga e reequipa uma outra. Podemos dizer que a ruiva perdeu várias espadas nessa missão, mas agradeceu por todas elas serem mágicas, ou seja, em algum momento voltará ao seu espaço mágico para que ela possa usá-la novamente.

E falando em espadas, Lucy vê uma delas jogar ao lado, decide ir até o objeto, a reconhecer como uma das espadas que faziam conjunto com as várias que Erza usava com sua armadura Tenri no Yoroi . Ela pega a espada pesada com uma mão, mal conseguindo erguê-la direito.

De repente, sentindo seus instintos formigando, lhe alertando do perigo… Porém, não contra ela e sim contra seus amigos.

"Onde está? Cadê?"

Ela olhou nervosamente para todos eles, procurando o que poderia estar lhe deixando tão alerta daquele jeito. Novamente, olhe para seus amigos e quem eles enfrentaram.

Tinham os cinco gorians, o garoto do fogo e só faltava…

"Vero!"

Ao se lembrar dela, Lucy começa a procurá-la freneticamente, olhando para todos os lados, principalmente as áreas escuras usando a sua visão, esperando que ela funcione com pessoas também, além de espíritos, algo que nem precisou muito, pois logo acima das árvores, ela escuta um farfalhar.

Parada em cima de um galho, Vero esperava o momento certo para destruir o seu ataque em seu alvo e escolheu a ruiva de armaduras e espadas, que estava ocupada contra um gorian, já que havia derrotado o outro. em seus punhos, havia brotado dois grandes espinhos verdes, com um líquido bem escuro pingando na ponta.

Lucy descobriu aquilo, era o veneno da magia das plantas, o mesmo veneno que a fez passar por uma dor imensa por quase um dia inteiro, o mesmo que a fez ficar cega por algumas horas, que contaminou seu corpo e seu éter mágico… O mesmo que quase a levou para a morte.

Por uma fração de segundos, ela se lembrou de quando falou pra Erza o medo que sentiu se visse ela ou seus amigos envenenados…


Eu não queria contar, porque não quero que ninguém saiba, mas… — Ela fechou os olhos. — Eu estou com medo… Eu tenho medo de enfrentá-los de novo, medo de sentir aquela dor, medo de ver todos passando por essa dor… Eu não quero ver você ou os nossos amigos passando pela mesma dor que passei… Eu não posso ver... eu... eu...


Ela ainda sentiu medo, mas ao ver aquela garota daquela guilda das trevas ameaçando sua Erza… Algo dentro dela despertou…

Lucy apenas respirou fundo e não pensou em mais nada, apenas deixou seus instintos motivados pela raiva agirem.

Com uma espada pesada em mãos, ela ignorou a dor de seu braço e apenas avançou e desferiu o golpe.

Peço desculpas caso tenha algum erro ortográfico, fiquei tão empolgada por ter terminado que nem revisei 😅 😅
Mas espero que tenham gostado!
Nos vemos no próximo capítulo!
Beijos! 😘 😘