O dia decisivo no clube de duelos havia chegado, e Morgana estava decidida a vencer

novamente. Ela havia avançado nas rodadas anteriores, como sempre, se destacando como

uma das melhores bruxas do torneio. No entanto, o destino tinha preparado uma reviravolta

surpreendente para ela, pois seu oponente na final seria Leo, um dos valentões que a haviam

provocado no passado.

A tensão era palpável quando Morgana e Leo se encontraram no centro da arena de duelos. O

público estava ansioso para ver o confronto entre os dois. Morgana com a varinha em punho,

cabelos negros reluzindo com determinação. Seus olhos encontraram os de Leo, que exibia um

sorriso presunçoso Ele claramente subestimava Morgana, considerando-a uma presa fácil. Ela

não tinha ideia de onde ele tirava esse pensamento. Mas mostraria para ele o quanto estava

errado. Ela não estava ali apenas para vencer, ela estava determinada a humilhar Leo da forma

mais cruel possível.

O juiz do torneio levantou a varinha e anunciou o início do duelo. Morgana não hesitou. Ela

lançou feitiços de magia negra, elemental e sem varinha de forma implacável. Cada feitiço era

executado com precisão e crueldade. A confiança de Leo desapareceu no momento que

Morgana começou a lançar seus feitiços.

Começou usando magia negra para criar sombras que se enrolavam ao redor de Leo,

apertando-o como um abraço sombrio. Ele tentou se libertar, mas a magia negra de Morgana

o mantinha preso, apertando ainda mais quando ele lutava.

Em seguida, Morgana lançou feitiços que causavam ferimentos em Leo. Relâmpagos negros

crepitavam em suas mãos enquanto ela disparava rajadas de energia sombria contra ele. Leo

gritava de dor e tentava se defender, mas a magia negra de Morgana era implacável.

O medo começou a tomar conta de Leo. Ele estava claramente em desvantagem e sentia que

sua vida estava em perigo. Morgana não mostrava piedade, continuava a ataca-lo

impiedosamente. Seu objetivo era fazer ele pagar por suas ações passadas. Enquanto duelava,

as palavras dele sobre sua irmã gritavam em sua mente.

A plateia observava com uma mistura de fascinação e horror enquanto Morgana torturava Leo

com magia negra. Os espectadores podiam ver o medo nos olhos dele e alguns até viravam o

rosto, incapazes de assistir ao espetáculo de crueldade.

As roupas de Leo estavam rasgadas e com sangue resultado dos feitiços que causavam

ferimentos profundos nele. Finalmente, Morgana lançou um feitiço que fez ele cair de joelhos,

exausto e derrotado, com sua varinha caída a seus pés.

Mesmo com a varinha de seu oponente no chão, Morgana ainda não estava satisfeita. A

tensão no ar era palpável quando Morgana lançou o mesmo feitiço que usara no torneio do

ano anterior, aquele que sugava o ar dos pulmões de seu oponente. Dessa vez, no entanto, ela

não tinha a intenção de parar.

Leo lutou desesperadamente para respirar enquanto Morgana mantinha a pressão, seus olhos

frios e determinados. Os lábios de Leo começaram a ficar azuis, e ele lutava para encontrar ar.

Era uma cena assustadora, e os professores presentes rapidamente perceberam que a situação

estava prestes a sair de controle.

Com uma intervenção rápida, os professores conjuraram feitiços para separar os dois duelistas

e restaurar a respiração de Leo. A arena ficou em silêncio, com todos os alunos e professores

em estado de choque com o que tinham testemunhado. Era evidente que Morgana tinha

cruzado uma linha perigosa em sua busca pela vitória.

Apesar do incidente chocante, Morgana foi declarada campeã do duelo, mas não havia

comemorações. Todos os alunos foram dispensados rapidamente da arena, deixando para trás

uma atmosfera tensa e uma sensação de desconforto no ar. Morgana havia provado seu

poder, mas a que custo? A cena perturbadora deixou todos refletindo sobre os limites da

magia e o preço da ambição desenfreada.

No dia seguinte ao duelo, Morgana acordou com uma sensação de apreensão que pesava em

seu peito. Os corredores da escola pareciam repletos de murmúrios e olhares curiosos, e ela

sabia que sua situação estava sendo amplamente discutida. Houve especulações de que

Morgana poderia ser expulsa e até mesmo presa por tentativa de assassinato, o que a deixou

extremamente preocupada.

Foi então que um dos professores a interceptou no corredor. Seu rosto era sério, e ele parecia

preocupado enquanto pedia a Morgana que o acompanhasse até a direção. Morgana assentiu

nervosamente, e seus passos até a sala da diretora foram pesados de apreensão. Ela sabia que

a situação era grave, mas a acusação de tentar matar seu colega durante o duelo a deixou

chocada.

Ao entrar na sala, Morgana se deparou com uma atmosfera carregada. Os professores

estavam sentados ao redor de uma mesa grande, e a diretora da escola estava à cabeceira,

com uma expressão séria e preocupada. Ao lado dela estava sua mãe, que olhou para Morgana

com uma mistura de ansiedade e apoio.

A diretora começou a reunião explicando as acusações contra Morgana: a tentativa de

homicídio durante o duelo. Morgana imediatamente protestou, chamando a acusação de

absurda e injusta. Ela insistiu que nunca teve a intenção de matar seu colega, apenas de vencê-

lo no duelo. No entanto, as evidências das testemunhas e os ferimentos de seu colega eram

difíceis de serem ignorados.

Seu professor de Artes das Trevas, que sempre a apoiou, tentou intervir em sua defesa. Ele

argumentou que Morgana era uma aluna talentosa e dedicada, que sua abordagem para a

magia podia ser apaixonada, mas jamais criminosa. Ele pediu uma revisão justa do caso e

alegou que Morgana não tinha intenções assassinas.

A diretora considerou o apelo do professor, mas também expressou sua preocupação com a

segurança dos alunos e a necessidade de manter a ordem na escola. A diretora estava

irredutível. Ela citou as testemunhas oculares e os ferimentos do colega de Morgana como

provas de que algo sério aconteceu durante o duelo. Morgana, mesmo sob a pressão,

permaneceu firme em sua negação de qualquer intenção de matar.

Sua mãe, ao seu lado, aumentou a defesa de sua filha, alegando que seu oponente era

responsável por sua própria incapacidade de se defender adequadamente. A mãe de Morgana

também levantou uma questão sensível: o fato de que sua filha estava sendo julgada não

apenas por suas ações, mas também pelo que seu pai havia feito. Ela enfatizou que Morgana

estava enfrentando uma pressão emocional significativa devido à prisão de seu pai e que isso

deveria ser considerado na avaliação do incidente.

A discussão na sala da direção ficou cada vez mais acalorada, com os professores expressando

opiniões divergentes. Alguns estavam dispostos a considerar o contexto pessoal de Morgana,

enquanto outros mantinham uma visão mais rígida do ocorrido.

Apesar dos argumentos da mãe de Morgana, a diretora da escola, após uma longa deliberação,

manteve sua decisão inicial. Morgana seria expulsa da escola, uma notícia que deixou sua mãe

devastada e a própria Morgana em choque.

A mãe de Morgana saiu da sala da direção com lágrimas nos olhos, olhando para sua filha com

tristeza e frustração. Morgana, por sua vez, sentia uma mistura de raiva e desapontamento,

pois percebia que estava sendo julgada não apenas por suas ações, mas também pelo que seu

pai havia feito.

Morgana estava sentada no quarto, com uma expressão pesarosa, enquanto arrumava suas

coisas após receber a notícia de sua expulsão da escola de magia. Seu irmão Boris e seu amigo

Igor estavam ao seu lado, compartilhando o silêncio carregado de emoções.

Boris, ainda ressentido com Morgana por suas ações no duelo, olhava para ela com um misto

de raiva e tristeza. Ele não concordava com a expulsão da irmã, mas não conseguia deixar de

associar a situação à busca de vingança de seu pai, algo que ele próprio condenava.

Igor, por outro lado, demonstrava preocupação genuína e apoio incondicional a Morgana. Ele

acreditava que a expulsão era injusta e que sua amiga estava sendo punida por circunstâncias

além de seu controle. Seus olhos refletiam compreensão e simpatia pela situação difícil de

Morgana.

Morgana, por sua vez, suspirava profundamente enquanto arrumava seus livros e pertences.

Ela sabia que precisaria enfrentar um futuro incerto, e essa incerteza pesava sobre seus

ombros. Ela se sentia dividida entre a tristeza pela perda da escola e a raiva pela injustiça que

estava enfrentando.

Morgana terminou de arrumar suas coisas na escola, enquanto sua mãe, ainda visivelmente

irritada e com uma expressão de desaprovação, esperava do lado de fora do quarto. A

atmosfera continuava tensa, mas agora havia um toque de solidariedade, pois sua mãe

claramente acreditava que a escola estava sendo injusta com sua filha. Com sua última mala

em mãos, Morgana dirigiu-se à porta e sua mãe a seguiu silenciosamente.

Elas caminharam pelos corredores da escola até chegarem ao escritório da diretora. Ao

entrarem no escritório da diretora, a mulher que havia decidido pela expulsão de Morgana,

esta última notou que a diretora parecia desconfortável com a presença de sua mãe. A

diretora tentou manter uma postura profissional, mas claramente estava ciente da insatisfação

da mãe de Morgana. Sua mãe não perdeu tempo com formalidades e, com um olhar de

desdém para a diretora, disse em um tom firme.

- Nós vamos embora. Minha filha não é mais bem-vinda nesta escola.

Sem esperar por qualquer resposta da diretora, sua mãe dirigiu-se à lareira, onde a diretora

prontamente acendeu o fogo e preparou a rede de Flu. Morgana sentiu a tensão no ar

enquanto se preparavam para voltar para casa. Assim que a rede de Flu se abriu, Morgana e

sua mãe entraram, deixando para trás a escola que agora representava um capítulo doloroso

em suas vidas. Enquanto viajavam pelo Flu, Morgana sabia que havia muito a ser discutido em

casa sobre seu futuro e o que viria a seguir após sua expulsão.