Já estou começando outra estória aqui, espero que não estejam enjoados de mim!

Essa será em um modelo diferente do que costumo fazer, talvez por isso os capítulos sejam mais curtos, mas prometo atualizar semanalmente.

Já aviso que tem um M bem grande a seguir.


Cap.1

21 de Agosto de 2010

Ele abriu o olho e sentiu o corpo dela o pressionando, na verdade ele sentiu as nádegas dela pressionando contra o seu corpo, House sorriu, fazia três meses desde que começaram o namoro e ele não queria outra vida. Sexo quente com a namorada, passar o final de semana juntos (geralmente na casa dele, apesar de que Cuddy ia e vinha por conta de Rachel), mas até Rachel era uma criança mais agradável do que ele imagina ser possível uma criança ser.

Então ele começou a acariciá-la enquanto dormia, a noite anterior já havia sido de sexo intenso, ele esperou ansiosamente que Rachel dormisse, a menina estava particularmente agitada naquela sexta-feira a noite. Cuddy pensou em uma solução pra eles, deixar a filha com Arlene às sextas-feiras à noite, assim eles teriam tempo para curtirem um ao outro e Arlene deixaria de reclamar que quase não fica com a neta, assim como quase não ficava com a filha. No mais, Rachel precisava ser preservada caso o relacionamento não funcionasse, House não era fã de crianças e eles conviviam muito pouco ainda. Quando ela estava com Lucas isso nunca foi uma questão, mas agora, com House, ela sentia-se uma adolescente e só pensava em criar oportunidades para estarem juntos e sozinhos. Estava sendo um desafio no hospital, quantas e quantas vezes ela não quis trancá-lo em sua sala para terem intimidade, sobretudo nas semanas mais agitadas quando eles mal podiam se ver fora do trabalho. Quantas vezes ela passou por ele pelos corredores e sentiu-se atraída de uma maneira nunca antes vivenciada. Com ele não era diferente, tanto que, mesmo com a namorada extremamente profissional, ele já havia a convencido, em pelo menos duas ocasiões, terem relações sexuais no hospital.

"Está tarde, ninguém está aqui, exceto os plantonistas e eles nunca sobem para usar o banheiro desse andar".

"House você me entende? Eu sou a administradora desse hospital".

"E é minha namorada. E não te vejo direito há uma semana".

"House... Não podemos...".

"Sinto sua falta". E ele se aproximava dela com caricias levando Cuddy a perder-se por completo e abandonar o cargo de reitora por alguns minutos.

Naquela manhã em particular isso não era um problema, era sábado pela manhã, eles estavam na cama dela, Rachel dormia profundamente no outro quarto, então ele sentiu-se motivado para tornar as caricias ainda mais intensas.

"House... Eu estou com sono".

"Shhh... Durma!".

E ele continuava, mas nitidamente aquilo a estava excitando, tanto que, quando ele chegou até sua vulva, notou a lubrificação e sorriu.

"Você está gostando...".

"É claro que eu estou". Ela respondeu ainda com olhos fechados. "Um homem me acariciando... Só se eu fosse frigida, ou louca".

"Um homem? Não sou qualquer um". Ele fez voz de ofendido.

"Meu namorado".

"Melhor!".

Ela sorriu de canto ainda com os olhos fechados e ele continuou, até que começou a ouvir os gemidos da namorada. Ah, como ele amava aqueles gemidos, isso por si só o excitava demais. Mas de repente ele parou, ela abriu os olhos indignada. "Por que você parou?".

"Quero você acordada quando gozar".

Isso era algo que com certeza aconteceria em breve, House nunca teve dificuldade em fazê-la chegar ao orgasmo, diferente de outros namorados que ela teve.

"Ok, estou acordada, agora continue!". Ela disse o puxando para ela. Ele riu. "Assim não...". De repente ele subiu sobre ela e a penetrou, ambos gemeram com aquela sensação.

"Oh Deus! Se mova!".

"Tenha paciência". Ele respondeu sarcástico, mas Cuddy começou a levantar o quadril para dar alguma fricção. Ele sorriu satisfeito e começou a movimentar-se lentamente no inicio, mas logo o ritmo ficou frenético. Em determinado momento House a puxou contra ele e trocou de posição, ela o montou.

"Tudo bem com sua perna?".

"Não corte o clima, Cuddy...".

"Desculpe!". Então foi a vez de Cuddy criar um ritmo intenso. Seus seios pulavam e House estava louco, isso sempre o encantava demais.

"Você é gostosa demais!".

"Você também!".

E Cuddy gemia alto (ela sempre tinha dificuldades para se controlar e ele amava isso), por sorte Rachel tinha o sono bastante pesado.

"Oh Deus, eu amo como o seu pau se sente dentro de mim!".

"E eu amo o quão molhada você fica!".

Cuddy parecia uma vaqueira descontrolada, até que logo ela chegou ao orgasmo e caiu sobre ele satisfeita.

"Desculpe por isso". Ela disse babando sobre o ombro dele.

"Pelo que?".

"Por gozar rápido demais, eu vou te compensar...".

"Nunca se desculpe comigo por tê-la feito gozar".

Ela sorriu cansada e satisfeita caída sobre o corpo dele. "Ok, sua vez!".

Ela saiu de cima dele e começou a masturbá-lo com a mão enquanto ela usava sua língua para provocá-lo. Não demorou e ele anunciou que estava no limite.

"Você quer gozar sobre meus seios?".

Ele logo concordou muito excitado. Ela deitou-se na cama e ele ficou de joelhos apontando seu pênis para os seios dela e então, pouco depois, depositou sua carga.

"Oh Deus!". Ele caiu de costas na cama, e Cuddy, para provocá-lo ainda mais, passou seu dedo sobre o esperma brilhante dele e esfregou sobre seus seios, depois lambeu o dedo.

"Você ainda me mata, mulher!".

Ela riu alto.

House a abraçou pela cintura e lá ficou por alguns minutos.

"Você... Eu amo que você não tem nojo ou qualquer problema com o meu esperma".

Ela se surpreendeu com aquele comentário inesperado. "Eu te amo! Eu amo todos os fluidos que vêm de você. Quer dizer... Quase todos". Ela riu.

"Então vou deixá-la com meu esperma o resto do dia".

"Nunca! Eu não ligo em ter seu esperma em mim, mas isso já é falta de higiene". Ela fingiu indignação, mas manteve o bom humor.

House sorriu e a abraçou ainda mais apertado. "Eu também te amo!".

Ela sentiu um arrepio percorrer sua coluna. "Oh, eu gosto de ouvir isso as vezes, sabia?". Cuddy disse como uma cobrança, pois raramente ele a dizia essas palavras. Não que ela não soubesse disso, mas era muito bom ouvir ele dizendo.

Ele não respondeu nada, pareceu pensativo. Ela estava curiosa, tantas vezes Cuddy deixava de perguntar algo com medo de afastá-lo, mas isso precisava mudar, não? Afinal, eles eram um casal agora.

Cuddy lembrou-se de quando eles tiveram uma conversa sobre o uso de preservativos, ela começou a conversa quando eles estavam juntos há dois meses na ocasião.

"House... Eu...".

"Quer terminar?".

"Não!".

"Ok, continue...".

"Por que você perguntou se eu queria terminar?".

"Por nada".

"Você fez alguma coisa?".

"Não!".

"Então...".

"Não sei. Continue...".

"Você pensa que podemos deixar de usar preservativos em algum momento?".

Ele arregalou os olhos.

"Se você não quiser eu entendo...".

"Não! Claro que eu quero, eu pensei que talvez você...".

"Eu também quero!".

"Ótimo!". Ele ficou tão ansioso por isso.

"Eu tenho exames recentes e... sempre me cuidei".

"Eu também".

"E quanto as... prostitutas?".

"Todas profissionais e limpas".

"House...". Ela fechou a cara.

"Eu me cuidava. Sempre!".

"Sempre?".

"Sempre!".

"Nenhum acidente?".

"Nunca!".

"Você não está dizendo isso só pra transar sem...".

"Cuddy, eu me preocupo com você".

"Eu sei".

"Tenho exames recentes".

"Ótimo!".

"Ótimo!". Eles ficaram calados e um incomodo no ar.

"Podemos começar quando?".

"Hoje?". Cuddy sugeriu.

"Oh meu Deus!". House já subiu em cima dela.

De volta ao tempo presente...

"Você... Já houve... Você já teve relacionamentos com mulheres que não queriam contato com esperma? Não me diga que as prostitutas...".

"Você acha que eu não usava preservativo com prostitutas?". Ele a cortou.

"Espero que sim".

"Pois saiba que sim".

"Sempre?".

"Sempre!".

"Ok".

"Ok".

De repente aquilo ficou esquisito. Ela tinha que fazer algo.

"E namoradas?".

Ele respirou fundo. "Não tenho um longo histórico, mas... Stacy não gostava que eu ejaculasse em nenhum lugar exceto dentro dela". House sentiu-se estranho em compartilhar isso com sua atual namorada.

"Pelo menos ela deixava dentro...". Cuddy sentiu-se estranha em comentar isso, e, um pouco enciumada, ela tinha que admitir.

"E com algumas namoradas do passado... Eu não me lembro bem, faz muito tempo".

"Eu não me importo, desde que... me avise antes se não for dentro...".

"Temos um acordo!".

Ela riu e aparentemente o clima voltou ao normal.

"E Lucas?". Agora foi House quem perguntou e o clima pesou outra vez.

"Nós nunca... Nós sempre usamos preservativos".

"Sempre, sempre?".

"Sempre, sempre!".

"Oh, saiba que te amo ainda mais agora!". House disse e se levantou para beijá-la.

"Seu bobo!".

Eles trocaram um longo beijo apaixonado e então ouviram batidas na porta.

"Rachel!". Cuddy sussurrou pra ele em quase desespero. "Filha, mamãe já vai!". Depois virou-se para House. "Ainda bem que você lembrou-se de fechar a porta dessa vez!".

Houve uma ocasião, semanas antes, onde House não fechou a porta e Rachel entrou na manhã seguinte e ambos estavam nus, por sorte, cobertos. Mas mesmo assim foi traumatizante para Cuddy, a menina nem notou, mas ela quase teve uma sincope.

"Mamãe!".

"Já vai!". Ela respondeu se levantando. "House, eu preciso de um banho, coloque uma roupa e vá vê-la!".

"Eu estou com sono!".

"Por favor!".

"Por que eu?".

"Por que você? Talvez porque eu não tenha gozado no seu peito".

Ele respirou fundo e começou a levantar-se.

"Mamãe!".

"Já vai filha, mamãe está tomando banho, mas House vai abrir pra você".

"House está aí? Iupi!". A menina comemorou.

Cuddy não sabia explicar como a menina se apegou tão rapidamente a House, mesmo que ele não ficasse por lá quase nunca. Geralmente ela estava na casa dele, seja durante a semana, seja no final de semana, ela se desdobrava pra tentar conciliar sua filha e seu namorado, mas era o melhor a fazer por enquanto, não deixar Rachel conviver e se apegar tanto a ele, apesar de que, parecia que ela estava falhando nisso.

Ele colocou a calça e camiseta e abriu a porta quando Cuddy foi para o banheiro.

"Ei pequeno pigmeu!".

"Oi!". A menina correu e pulou na cama. Por um momento House rezou para que não tivesse espirrado esperma por nenhum lugar daquela cama, era quase como um lugar impróprio para menores. Muito curioso ele estar transando com Cuddy minutos atrás e agora a filha dela, criança inocente, naquela mesma cama. Isso bagunçou a cabeça dele, mas Rachel o trouxe de volta.

"Estou com fome!".

"Uh... Vamos ver o que alguém de sua espécie come". E ele foi até a porta do banheiro. "Cuddy, sua cria está com fome".

"Dê cereal pra ela, está no armário".

"Ok... Pequena Cuddy vamos encontrar o seu cereal. Vamos à Caça do cereal matinal!".

Ela riu. Ele era muito bobo e engraçado. "Oba!".

House encontrou três cereais diferentes. "Qual deles você come?".

"Todos!".

"Todos? Escolha um!".

"Esse!". Ela apontou para o Cheerios.

"Então esse será!". House pegou uma tigela e preparou a refeição da menina, ela ria.

"O que tem tanta graça?".

"Você!".

"Obrigado por isso!". Ele respondeu franzindo a testa. "Voilà! Aproveite garota!".

A menina riu. "Você é bobo!".

"Obrigado por isso novamente?". Ele respondeu confuso. "Agora eu preciso mijar... Quer dizer... Usar o banheiro pra fazer o número um".

Rachel riu alto e ele foi.

Quando voltou, Cuddy estava ao lado da filha.

"Sua filha me chamou de bobo". Ele reclamou e Cuddy riu.

"Você ri? É essa educação que você pretende dar pra ela?".

Rachel riu e engasgou com o cereal. Cuddy precisou acudi-la.

"Cuidado quando come filha, você pode engasgar".

"Ok, mamãe".

House observou a tudo, ainda era estranho pra ele aquela interação familiar.

"Ela gostou de você, por isso disse que você é bobo".

Ele arregalou os olhos. "Que maneira mais normal de demonstrar afeto".

"Me lembra alguém...". Ela respondeu sarcástica.

"Oh, entendi". Ele fingiu uma risada.

Ela deu um selinho nele. Agora vou fazer algo pra nós.

"Você tem algo como... bacon?".

"Nunca! Mas tenho ovos".

"Ovos com o quê?".

"Ovos com ovos? Ovos com torrada? Ovos com queijo cottage".

House fez cara de vomito. "Prefiro o cereal". E foi pegar um pacote.

Rachel o encarou. Ele ia mesmo comer comida de criança? Aquele homem era mesmo muito legal.

"Aliás, eu nunca imaginaria que você deixasse a sua filha comer cereal". Ele disse surpreso.

"Aos finais de semana apenas".

"Oh, isso é mais como a sua cara".

"Eu não vou obrigá-la a ser vegetariana, vou apresentar as opções e deixá-la decidir quando tiver condições".

"Ok, certo...".

"É verdade!".

"Onde está a carne na sua casa então?".

"Eu não compro assim, mas...".

"Mentirosa!".

Cuddy arregalou os olhos. "Eu não sou mentirosa e não fale assim na frente de Rachel!".

"Você diz isso, mas na sua casa só tem comida natural e... cereal".

"Eu vou estimulá-la a ter uma boa alimentação...".

House riu alto.

"Seu bobo!". Agora foi a vez de Cuddy e Rachel riu muito, tanto que... "Mamãe, eu preciso mijar!".

"Rachel, onde você aprendeu a falar assim?". Cuddy perguntou indignada.

House olhou para o chão.

"Eu acho que já fiz xixi...".

Uma poça de urina caia da cadeira da cozinha pelo piso.

"Oh... Filha!". Cuddy largou o que fazia e correu para ela.

House não sabia se ria, se dizia algo.

"House, me ajuda! Pega um pano na lavanderia".

"Mas eu estou comendo!".

"Por favor!".

Ele respirou fundo, largou a colher e foi procurar um pano para secar o xixi da garotinha. Era o ônus de namorar Cuddy, mas ainda assim valia por todo o sexo quente, ele pensou.

House esfregou o pano úmido e limpou todo o xixi.

"Você pode passar aquele produto de limpeza pra desinfetar e deixar o piso cheiroso?". Cuddy perguntou enquanto ia buscar a toalha da filha que secava na secadora de roupa.

"Você esqueceu-se de que eu sou um aleijado?".

"Passar um pano não vai deixar sua perna pior. No mais, a culpa foi sua?".

"Minha culpa? E como eu posso ser culpado por sua filha não conseguir reter a urina na bexiga?".

"Você a fez rir demais".

"Oh, desculpe por eu ser 'bobo assim'". Ele respondeu indignado.

"Obrigada pela ajuda". Ela disse ignorando o tom de voz dele. "Bobo!". Ela respondeu no final e saiu rindo para o banheiro com a toalha da filha.

House só queria estar em casa agora, pelado, comendo bacon, sentado no sofá da sala e assistindo a alguma besteira na televisão. Relacionamentos eram mesmo complicados, ele pensou.

O fato é que, depois disso ele foi tomar banho e se demorou no chuveiro, pelo menos lá ele tinha paz, pensou.

Quando saiu ele comeu os ovos que Cuddy fez, estavam... Ruins, bem ruins. Por isso aquela mulher não engordava, quem iria comer aquela merda todos os dias? Era apenas questão de sobrevivência e não de prazer em degustar algo bom.

Por isso, quando ela sugeriu que saíssem pra almoçar ele aceitou sem pensar.

"Pensei que você era mais doméstico". Ela respondeu surpresa.

"Não para comida, baby".

"Baby!". Rachel o imitou e Cuddy achou graça.

Antes de sair de casa o telefone dela tocou. "Eu estou almoçando fora, mamãe".

House ficou atento, ele já ouvira falar de Arlene Cuddy, mas nunca teve curiosidade suficiente de procurar saber mais sobre a senhora, talvez ele precisasse disso agora que namorava Cuddy.

"Eu levarei Rachel aí amanhã. Não, mãe, eu não tenho esse tempo todo que você imagina...".

"Ei House, você gosta de sorvete?".

Ele olhou pra baixo, para aquele pingo de gente que falava com ele.

"E quem não gosta de sorvete, Rachel?".

"Mamãe!".

"Oh, sua mãe gosta sim. Eu já a vi devorar alguns sorvetes em certas ocasiões".

"De quem é essa voz, Lisa?".

Cuddy fez sinal para ele ficar quieto. "De ninguém mãe".

"Não minta pra mim! Sua irmã me disse que você está namorando, eu sou a última a saber de tudo?".

"Mãe, eu passo na sua casa amanhã para o almoço, tudo bem?".

"Você vai trazê-lo?".

"Tchau mãe!".

E ela desligou.

"Problemas com a senhora Cuddy?".

"E quando não tenho um problema com ela? Não me lembro de uma ocasião desde os meus oito anos".

"Wow até que é recente!".

"Obrigada... Se isso foi um elogio".

"Foi sarcástico mesmo".

Ela balançou a cabeça, pegou na mão dele e da filha e levou ambos para fora de casa.

"Não cabem vocês duas na minha moto".

"SONHE!". Ela disse já apertando o botão do alarme para liberar a porta do carro.

"Carro automático, cheio de computadores, isso qualquer um dirige. Até Rachel".

"Engraçado, eu não me lembro de estar competindo sobre habilidades na direção". Ela desmereceu a colocação dele.

"Pra onde vamos? Me diga que para uma hamburgueria, ou churrascaria!".

Ela olhou pra ele com as feições sérias. "Vamos para um restaurante italiano? Que tal? La Trattoria?".

"Ok". Ele concordou meio contrariado, mas lá havia comida de verdade, pelo menos.

E foram. Pegaram uma mesa no canto, pois a casa estava cheia e eles não tinham reservas.

"Está uma delicia essa salada".

"É mato, como pode estar bom isso? Não é diferente de pegar uma grama da calçada, colocar no prato e temperar".

"Claro que é a mesma coisa, porque grama é comestível". Ela ironizou.

Rachel estava distraída devorando seu macarrão infantil. Cuddy a ajudava com as colheradas, mas a menina já queria comer sozinha e arrancava a colher da mão dela.

"Ela é independente". Cuddy disse.

"Ou teimosa mesmo". House respondeu e ela o encarou. "Isso é bom, quer dizer que puxou a mãe".

Cuddy sentiu um misto de coisas, primeiro ela ficou brava porque ele a chamou de teimosa, depois ela ficou lisonjeada porque ele disse que Rachel se parecia com a mãe e por último, ela não podia negar que era teimosa.

"Mamãe, quero sorvete!". Rachel pediu assim que terminou de comer seu macarrão.

House riu duplamente, primeiro porque a menina estava cheia de molho de tomate pelo rosto, depois, a menina era tão diferente da mãe, sempre com fome.

"Filha, vamos primeiro limpar o seu rosto, tudo bem?".

A menina acenou que sim.

"Ok Rachel, qual é seu sabor de sorvete preferido?". House perguntou.

"Chocolate!".

"Uh, tradicional. Diferente de sua mãe que só quer pistache".

"Pistache também é tradicional". Cuddy o lembrou. "E como você sabe que eu gosto de sorvete de pistache? Nunca compramos sorvete desde que estamos... você sabe".

"Juntos?".

"Crianças...".

"Cuddy, uma hora ela terá que saber". House começava a se incomodar com o fato de Cuddy não o apresentar formalmente como namorado para a filha. Ok, no começo ele até preferia, e ainda hoje também. Mas por quê então ele se incomodava? Nem ele mesmo sabia dizer.

"Como você sabe? Você tinha câmeras escondidas toda vez que eu comia sorvete?". Cuddy perguntou curiosa e tentando mudar de assunto.

"Eu vi seu perfil no site".

"Site?".

"solteiros_ ".

"Você viu meu perfil no site de namoro?".

"Por que eles fazem essa pergunta imbecil de qualquer forma? Se eu gostar de sorvete de creme eu descarto quem gosta de sorvete de pistache?". House perguntou sarcástico.

"House, não mude de assunto".

"Eu não fui o único... O hospital inteiro viu".

"O quê?".

"Culpe Judd".

"Dr. Harris?".

"Aparentemente ele curtiu o que viu na época, especialmente a foto na bicicleta. E então começou a mostrar pra todos".

"Eu não acredito! Por que você não me disse?".

"Naquela época não éramos íntimos como hoje, você era mais como minha reitora chata".

"Mamãe, sorvete!".

"Ok, filha". Ela apontou para o garçom e pediu o sorvete da filha.

"Eu também quero duas bolas de sorvete de chocolate belga". House pediu. "Por que não sou defeituoso e nem nada pra pedir uma bola só".

Cuddy corou com a piada juvenil do namorado. O garçom fingiu demência.

"Você não vai comer nada? Depois não adianta que eu não vou deixar que chupe minhas bolas".

Cuddy corou ainda mais. "Me desculpe, ele tem quinze anos mentalmente falando". Ela se justificou para o garçom.

"Wow! Falou a madura".

"Mais que você, certamente". Ela estava muito irritada.

Ele riu, "não adianta ficar brava, isso foi há anos. Não éramos namorados".

"Eu sei".

"Então foram as piadas sobre minhas bolas?".

"Também". Ela estava monossilábica.

"Ok, eu deixo você chupar minhas bolas".

Ela olhou feio.

"Estou brincando, Cuddy".

"Eu sei".

"Mas se você quiser chupar...".

"House cale-se! Por favor!".

"Ok". E ele ficou mudo.

"Vocês estão brincando?". Rachel perguntou inocente.

"Sim filha, mamãe e House estão brincando de não falar um com o outro".

"E eu posso falar com os dois?".

"Você pode". A mãe fez carinho na cabeça da filha.

"Rachel, diga pra sua mãe que ela não sabe se divertir".

"Não diga nada, filha. Se ele quiser, ele que diga".

A menina pareceu confusa, mas quando o sorvete chegou ela se esqueceu de absolutamente tudo.

"Tem certeza de que não quer chupar minhas bolas?".

Cuddy olhou séria pra ele novamente.

"Estão uma delicia, como sempre. Só estão bem mais pretas do que o normal".

Mas ela não resistiu e começou a rir.

"Eu sabia! Por trás desse mal humor existe uma mulher legal!".

"Seu... bobo!".

Rachel riu agora.

"Obrigado por isso, incentivando sua filha".

"Você merece! Aliás... Amanhã vou almoçar na casa de minha mãe".

"Entendido".

"Depois nos vemos? Eu passo na sua casa a tarde?".

"Rachel?".

"Vou deixar ela um pouco com minha mãe, ou com Julia. Elas amam Rachel".

"Vovó me ama!". A menina falou exibida.

"Ok". House concordou com Cuddy. Ele estava incomodado com aquilo. E aliviado por não ter que ir a um almoço familiar chato. Então, por que o incomodo? Talvez porque Cuddy não havia o apresentado para sua família ainda? Talvez ela tivesse vergonha? Mas ele não apresentou ela pra sua mãe também, e não era por vergonha...

"Me deixe provar suas bolas?". Cuddy pediu em voz baixa e ele sorriu se esquecendo do pensamento anterior.

"Eu sabia que você não resistiria!".

Continua...