– Então, como foi lá?

Questionou o ruivo assim que Shura se aproximou.

– Eu senti que ia morrer.

Admitiu suspirando levemente.

O espanhol estava pálido e suando frio,aparentemente, aparentemente,hoje Arles estava de mau humor, e ele mentiu para ele na cara dura.

– Bem,agora você sabe como eu me sinto toda vez que eu te levo quase morto até Viviane.

Resmungou emburrado, lembrando-se dos eventos de algumas semanas atrás.

…………………………….

– Urgh…

Resmungou quando uma pontada na cabeça o cumprimentou ao acordar.

Sentia seu corpo pesado, mas além disso, estava bem.

Naos de Popa era muito mais forte do que pensava, aquilo foi um desastre.

Nunca pensou que alguém além do falecido Nagendra pudesse o encurralar daquela forma.

Levantando-se com cuidado, pode sentir um estranho peso em sua perna.

Olhou com curiosidade como uma cabeça ruiva meio sentado na cadeira,que cochilava sobre si,apoiando a cabeça nos braços sob o velho leito.

"Ele provavelmente ficaria com dor nas costas ao acordar."

Notou com um deixe de pesar,sorrindo suavemente.

Mesmo tendo sido o carrasco de seu irmão mais velho, Aiolia nunca o culpou por nada, e isso só fez com que seu senso de responsabilidade para com o mais jovem aumentasse, e sem perceber, acabou por se transformar em carinho.

Estava prestes a se levantar para colocar o leonino na cama quando…

– Não faria isso se fosse você.

Interrompeu uma voz feminina.

Adentrando o cômodo, havia uma garota, por volta dos dezessete anos.

Ela possuía pele muito pálida, olhos cor cianos, ligeiramente azulados, e longos cabelos cianos, que ultrapassam os pés.

Sua túnica azul balançava com seus passos leves,assim como as longas mangas esvoaçantes.

– Viviane.

Chamou surpreso.

Eles estavam na Argélia, então o que ela fazia aqui?

– Vivi sentiu que algo estava errado contigo, e quando percebeu o Relâmpago do garoto, Vivi veio até aqui. Você tem ideia do quão preocupada Vivi estava?!

Repreendeu infantilmente, inflando as bochechas e fazendo bico.

– É bom que você dê muitos doces pra Vivi! Te curar não foi fácil,então agradeça com doces.

Ordenou infantilmente batendo o pé, enquanto apontava pro espanhol.

Shura só pode suspirar cansado.

A Nimue,a fada do lago imortal, ex amazona de Capricórnio, mestra de muitos célebres cavaleiros, a mulher mais forte que o Santuário já ouviu falar, era na verdade uma eterna adolescente mimada, que tinha o hábito de referir-se a si mesma em terceira pessoa.

Por esse motivo, os cavaleiros de Capricórnio nunca falavam sobre Viviane

…………………………….

– Viviane é apenas impertinente e intrusiva,aquilo lá foi outra coisa.

Resmungou o capricorniano.

Ele não entendia o porquê de Aiolia temer tanto a fada do lago.

– Você realmente não conhece a Nimue.

Respondeu sombrio.

Shura estava sendo completamente enganado pelo comportamento enérgico e infantil da fada,ao ponto de esquecer que ela era a mulher astuta que aprisionou o próprio amante sem remorso.

Ela era mais perigosa que os capricornianos davam crédito.

…………………………….

Comentou descendo as escadas.

Ele parecia ter a mesma idade que si.

Tinha cabelos dourados, olhos verdes e pele bronzeada.

– Você…JABU-SAN?!

Exclamou surpreso.

– Argh!não grite,estou bem na sua frente.

Resmungou,esfregando as orelhas mal humorado.

– la taqliqi Erhais,fahu 'ahmaq lakinah lays shryran.

Brincou em árabe, olhando para baixo.

Nesse momento, Seiya, e os outros na sala,que se mantinham em silêncio, notaram.

Escondida atrás do loiro, agarrada a sua cintura,

Uma garotinha estrangeira, de pele bronzeada suave, cabelos roxos azuladose olhosvioletas, que os olhavam de forma desconfiada.

Era sem dúvidas,uma beleza rara,mesmo que em tenra idade.

– Jabu-san quem…

Começou Seiya curioso.

– Certo,você ainda não a viu,essa é Erhais-Chan, ela está comigo.

Bem,isso não explicou muito.

– ham,hum,prazer em conhecê-la Erhais-Chan.

Cumprimentou,abaixando-se,assustando a menina,fazendo-a se esconder ainda mais atrás do mais velho.

Isso foi uma punhalada no moreno,que foi imediatamente rejeitado sem nem considerar.

– Seiya-san.

Chamou Jabu divertido, em grego.

– Erhais não fala japonês.

Isso definitivamente deixou o mais novo embaraçado,ele não tinha se dado conta.

– Isso é apenas porque Jabu não me ensinou.

Surpreendentemente a menina retrucou,também em grego,ainda atrás dele.

– De toda forma, Seiya, apenas deixe a armadura, não fique causando tumulto desnecessário.

Continuou,ainda em grego.

– Esqueça Jabu, eu conquistei minha armadura, e não vou entregá-la enquanto não cumprirem a promessa.

Teimou,também em grego.

A menina apenas olhava a troca surpresa.

– Que moleque impertinente.

Rosnou Tatsumi, sendo parado pela outra.

Aparentemente ele também entendia grego.

– Seiya, entendo que tenha medo de lutar, mas não faça alvoroço.

Provocou o escorpiano, apertando os botões certos do outro.

– QUEM É QUE ESTÁ COM MEDO AQUI?!

Aí estava,a reação era esperada do outro.

Ele não havia mudado muito nos últimos anos.

– Não estou vendo mais ninguém aqui com o nome de Seiya.

Implicou óbvio, recebendo um rosnar do mais novo.

– Já basta,se querem brigar, esperem pelo torneio.

Interrompeu Saori, antes que a discussão evoluísse.

– Está surda?! Eu já disse que não vou participar de torneio nenhum! Eu quero ver minha onee-san,antes disso, esqueça a armadura!

Impôs firme.

Não era uma marionete das vontades de ninguém.

– Acalme-se Seiya-san, eu não tenho nenhuma notícia sobre sua Onee-san

Informou neutra.

– Como?

Perguntou receoso, temendo o pior.

– Há seis anos atrás,depois que você partiu,ela desapareceu do orfanato, ninguém soube do paradeiro dela desde então.

– o-o que? A Seika-nee-san desapareceu?

Incredulidade inundava seu rosto.

Em resposta, tanto Saori quanto os outros dois assentiram.

Rapidamente o moreno se virou, dando as costas para todos, pronto para correr, se não tivesse sido impedido pela outra.

– Peço que se acalme Seiya-san, se você for impulsivo,jamais poderá encontrá-la, principalmente quando sequer sabe se ela está viva,o mundo é muito grande.

– urgh.

Rosnou insatisfeito, não poderia negar a razão a moça.

– Vamos fazer um trato Seiya-san.

Propôs seria.

Ela precisava dele,e ela poderia dar a ele o que ele queria.

– Um trato?

– Isso mesmo, vença a Batalha dos Céus,e eu colocarei todos os meus esforços para encontrá-la, o que me diz?

Propôs confiante.

A mente dele era mais simples do que ele mesmo dava credibilidade.

– Seiya-san,todos que estão participando, tem um motivo para isso, o torneio é reproduzido nas mídias de todo o mundo, pense bem.

Aconselhou Jabu.

E ele não estava mentindo, até onde sabia, todos os que estavam participando tinham motivos pessoais.

Silêncio.

Sem nada a dizer, o moreno apenas deixou a urna no chão.

– Se houver um único arranhão, já sabem.

Ameaçou de costas,e com isso,foi embora,deixando uma satisfeita Kido pra trás.