Eles tinham acabado de voltar de uma casa de chá, Dooshik tinha voado de volta para o apartamento de Mihyun.

A experiência foi verdadeiramente fascinante para Mihyun, não apenas devido à vista deslumbrante durante o voo, mas também à sensação de estar nos braços fortes de Dooshik. Ela pôde sentir seu calor reconfortante e suas mãos firmes a segurando enquanto flutuavam graciosamente pelo ar gelado.

Com o rosto rosado devido ao frio, ela entrou primeiro no apartamento, tirando os sapatos foi acender o abajur próximo ao sofá. Suas mãos ainda tremiam ligeiramente enquanto acendia a luz suave, banhando o ambiente em uma luminosidade dourada e acolhedora. Ela queria preservar a atmosfera de intimidade, evitando a luz branca e fria do teto que poderia quebrar a magia do momento.

Dooshik, com os cabelos bagunçados pelo vento e os olhos ainda brilhando de empolgação, entrou depois dela. No hall de entrada, ele cuidadosamente tirou os sapatos. Enquanto fazia isso, ele não conseguia acreditar na sua sorte de compartilhar a experiência de voar com Mihyun. E agora, no apartamento dela, seu coração pulsava de alegria por estar ali.

No entanto, todos esses sentimentos estavam mexendo tanto com ele que, sem perceber, Dooshik começou a flutuar até o meio da sala ao invés de andar. Desse jeito seria muito complicado prosseguir com o que quer que fosse acontecer ali se ele não conseguia nem ao menos se manter com os pés no chão.

Parado no centro da sala de Mihyun, sua altura fazia o cômodo parecer menor. "Ele parece mais relaxado do que realmente está", pensou Mihyun, enquanto ouvia os batimentos acelerados do coração de Dooshik. Ela tinha se aconchegado no sofá para observá-lo melhor.

"Cortina roxa" ele pensou em voz alta, lembrando da conversa que tiveram no restaurante de donkatsu. Ele caminhou pelo apartamento iluminado apenas pelo suave brilho do abajur, analisando os pequenos vestígios do gosto pessoal de Mihyun. Era um hábito que havia adquirido ao longo de anos de trabalho como agente de elite da ANSP.

Após explorar cuidadosamente a sala, ele se virou para Mihyun, oferecendo um sorriso tímido antes de se juntar a ela no sofá, sentando-se ao seu lado.

"Você parece feliz de estar aqui." Disse ela suavemente, sabendo o quanto ele estava ansioso, mesmo que tentasse disfarçar.

"Sim, estou. Muito feliz. Você me faz feliz." Ele disse com seu jeito sincero.

Ela estendeu a mão para segurar a dele.

"Eu também" Disse ela, olhando em seus olhos.

"É como se o resto do mundo desaparecesse quando estou com você." Ele disse apertando a mão dela com carinho, um pequeno sorriso cativante nos lábios.

Ela sentiu seu coração acelerar um pouco, mas se manteve calma por fora.

"Isso é bom de ouvir." Respondeu ela, inclinando-se para mais perto dele.

Eles ficaram ali, juntos no aconchego do sofá, aproveitando a companhia um do outro e a tranquilidade daquele momento. O abajur lançava uma luz suave sobre eles, complementando a atmosfera de intimidade que os envolveu e fez com que esquecessem do frio lá fora. Era um momento quase mágico e ambos sabiam estarem exatamente onde queriam estar.

Do lado de fora da janela, a neve tinha começado a cair lentamente. Com a naturalidade de quem se conhecia há uma eternidade, em vez de apenas alguns meses, Dooshik tirou os óculos de Mihyun e depois soltou o elástico do cabelo dela. Ele se inclinou para mais perto dela e beijou seu cabelo.

"Seu cabelo é tão macio, eu imaginei várias vezes como seria tocá-lo." Ele murmurou enquanto alisava os longos fios negros, sua voz quase um sussurro de admiração.

"O que mais você imaginou?" Mihyun perguntou olhando para ele, um brilho de curiosidade em seus olhos, cedendo ao toque suave.

"Eu imaginei muitas coisas, Mihyun. Coisas que eu não ousaria dizer em voz alta." Dooshik sussurrou, erguendo suas mãos entrelaçadas, ele pressionou um beijo suave no dorso da mão dela antes de deslizar os lábios pelo pulso delicado.

Mihyun sentiu uma sensação de calor se espalhar por seu corpo, mesmo sabendo que Dooshik não possuía os sentidos tão aguçados quanto os seus, ela tinha certeza de que ele podia sentir o pulso acelerado sob seus lábios.

Dooshik tinha passado a maior parte de sua vida como agente de campo, onde aprendera a ser frio, calculista e silencioso. Sua habilidade de interagir com as pessoas era limitada, ele não tinha família ou relacionamentos fora da ANSP. No entanto, quando se tratava de Mihyun, tudo era diferente. Sua conexão era tão natural e espontânea que ele se surpreendia com a facilidade com que conseguia se abrir, expressar seus sentimentos e ser ele mesmo. Com ela era como se, finalmente, ele tivesse encontrado o lugar onde pertencia.

A gravata de Dooshik o estava sufocando e ele soltou gentilmente a mão dela para afrouxar o nó. Mihyun seguiu o movimento com os olhos, a intensidade no olhar dela o fez pausar. Ela umedeceu os lábios com a ponta da língua rosada, atraindo o olhar dele e, simples assim, Dooshik começou a flutuar.

Rindo suavemente, Mihyun ajoelhou-se no sofá e puxou Dooshik pelo braço antes que ele fosse parar no teto da sala.

"Isso acontece com frequência?" ela perguntou, usando seu peso para empurrar os ombros dele contra o encosto do sofá.

"Não saberia dizer," ele respondeu sorrindo, os olhos ainda fixos na boca dela, segurando delicadamente sua cintura. "Tudo com você é novo. É como se eu estivesse reaprendendo a voar."

Beijá-lo naquele momento parecia não apenas natural, mas necessário.

Ela provou o chá que eles tinham bebido na boca dele, as mãos dele apertaram sua cintura e Mihyun cravou os dedos nos ombros da jaqueta dele.

Em um movimento rápido, Dooshik a colocou sentada em seu colo, com carinho, acariciou o rosto de Mihyun. Ele entrelaçou os dedos nos cabelos dela e puxou delicadamente, mas com firmeza, para ajustar o ângulo do beijo. Ele subiu a outra mão pelo torso dela, diminuindo a distância entre eles, pressionando o comprimento do braço nas suas costas.

Além de ouvir, ela podia sentir o coração de Dooshik batendo descontroladamente contra seu peito. O coração dela começou a entrar em sintonia com aquele ritmo frenético.

Dooshik encerrou o beijo, delicadamente soltando os dedos dos cabelos dela. Com carinho, ele alisou as mechas que estavam ligeiramente bagunçadas. Sua outra mão desce das costas dela para a sua coxa, voluntariamente abrandando a intensidade daquele momento. Só quando os joelhos de Mihyun voltaram a tocar no assento do sofá, foi que ela percebeu que eles estiveram flutuando.

"Oh." Ela disse surpresa.

"Pelo menos dessa vez não fui parar no meio da sala." Dooshik soltou uma risadinha suave fazendo referência ao primeiro beijo deles no prédio da ANSP.

Mihyun também riu com um tom de encanto em sua voz, lembrando o quanto tinha ficado surpresa e maravilhada com a experiência.

"Talvez... Deveríamos considerar parar por aqui?" Ele falou cautelosamente, seus olhos buscando os dela.

"Não." Disse Mihyun após refletir um pouco. Seu tom era calmo e ponderado, sem pressa em avançar, aproveitando o presente. "E está nevando, eu acho que você deveria ficar até amanhã."

Dooshik olhou nos olhos de Mihyun com uma reverência silenciosa, prestes a começar flutuar novamente.

Mihyun voltou sua atenção a gravata de Dooshik, desfez o nó habilmente e aproveitou para desfazer alguns botões da camisa dele também, revelando parte de seu torso esguio e definido. Dooshik deixou ela explorar seu peito relaxando no encosto do sofá. Mihyun espalhou pequenos beijos ao longo da linha da clavícula.

Ela pode sentir a textura suave e quente sob seus dedos, pode sentir a pele dele se arrepiando sob seus beijos, pode perceber a respiração de Dooshik se tornando mais irregular e seu coração batia tão rápido que ela teve medo que ele desmaiasse. Ela se afastou preocupada.

"Vamos com calma. Não quero que você desmaie agora", disse Mihyun com voz suave.

"Desmaiar agora não esta nos meus planos, prometo." Disse Dooshik com um sorriso.

Ela não pareceu muito convencida e ele se inclinou em sua direção para poder beijá-la na curva de seu pescoço. Mihyun inclinou a cabeça para trás de forma convidativa e estremeceu com a sensação da boca dele se movendo sobre ela, suas mãos estavam emaranhadas em seus cabelos escuros e seu quadril se moveu de forma involuntária contra Dooshik.

Dooshik ofegou com o rosto no decote dela. Seu perfume natural, cada movimento, cada toque... Como naquela vez no escritório, ele pensou consigo mesmo que não se importaria de morrer nas mãos dela.