Cap.18 – vendendo a alma pela razão certa
Morgana entrou no escritório de Dumbledore com uma sensação de expectativa e curiosidade. O lugar era repleto de objetos mágicos, retratos em movimento e prateleiras cheias de livros antigos. A sala estava iluminada por uma luz suave e reconfortante, criando uma atmosfera acolhedora e misteriosa ao mesmo tempo. Dumbledore estava sentado atrás de sua mesa, com seus olhos azuis brilhando com inteligência e compreensão. Ele sorriu calorosamente para Morgana, convidando-a a se sentar em uma das poltronas confortáveis que estavam dispostas diante da mesa. Os olhos de Morgana percorreram o escritório, examinando os retratos que se moviam nas paredes e os objetos mágicos que decoravam a sala. Ela sabia que aquele lugar era cheio de segredos e histórias, e estava prestes a ser parte de mais uma delas.
Enquanto ela se acomodava em sua poltrona, Dumbledore começou a preparar o chá, gesto que transmitia serenidade e um toque de hospitalidade. Morgana não podia deixar de sentir um nó de ansiedade no estômago, sabendo que algo importante estava prestes a ser revelado. Enquanto o chá fervilhava na chaleira, Dumbledore olhou para Morgana com um olhar profundo e questionador.
O silêncio na sala era quase tangível, até que Dumbledore quebrou o silêncio com palavras carregadas de significado. Era hora de ouvir, aprender e se preparar para o que viria a seguir.
Dumbledore, com sua expressão serena, começou a conversa de maneira calma e pensativa:
- Morgana, antes de abordarmos o assunto principal, gostaria de conhecer melhor suas crenças e princípios. Acredito que você já deve ter percebido que o mundo bruxo enfrenta tempos turbulentos, e as escolhas que fazemos têm um impacto significativo em nosso futuro.
Dumbledore olhou nos olhos de Morgana e perguntou de maneira direta:
- Morgana, o que você acredita sobre a pureza de sangue? Você acha que os trouxas devem se submeter aos bruxos? E como você vê os nascidos trouxas?
Morgana sabia que essas eram questões cruciais no mundo bruxo e que suas respostas poderiam influenciar a direção dessa conversa. Ela respondeu com firmeza:
- Professor Dumbledore, eu não acredito na superioridade da pureza de sangue. Todos têm o direito de aprender e praticar magia, independentemente de sua origem. Nascidos trouxas são bruxos como qualquer outro, e sua habilidade na magia deve ser respeitada e valorizada.
Morgana olhou diretamente nos olhos de Dumbledore e continuou:
- Professor, eu fui criada com a crença de que todos os seres mágicos têm o direito igual de acesso à magia. Independentemente de sua origem, todos merecem a chance de aprender e praticar a magia. Acredito que nossa sociedade bruxa deve ser baseada na igualdade, na tolerância e no respeito pelas diferenças. Não vejo sentido em discriminar alguém com base em seu sangue ou origem.
Ela esperava que suas palavras expressassem seu compromisso com a igualdade e a justiça no mundo bruxo, e estava ansiosa para ouvir a resposta de Dumbledore a essas crenças.
Dumbledore, com sua expressão serena e olhos perspicazes, perguntou cuidadosamente a Morgana sobre seus sentimentos em relação aos trouxas, levando em consideração as terríveis experiências que sua família havia enfrentado. Sua voz era calma e compassiva enquanto ele indagava:
-Morgana, compreendo que sua família tenha sofrido muito nas mãos de trouxas intolerantes. Diante disso, é natural que você tenha sentimentos complexos em relação a eles. Seria compreensível se você nutrisse sentimentos de ódio em relação aos trouxas, dado o sofrimento que sua família enfrentou. No entanto, quero saber como você escolhe lidar com esses sentimentos, Morgana. Acredita que o ódio seja a resposta ou busca por outro caminho?
Morgana respondeu a Dumbledore com sinceridade:
- Sim, eu senti raiva daqueles que prejudicaram minha família, e por um tempo, essa raiva era avassaladora. Mas eu sei que há trouxas bons por aí, assim como bruxos ruins. Não podemos julgar todo um grupo por causa das ações de alguns indivíduos.
Dumbledore assentiu com um olhar compreensivo e apreciativo, mostrando que valorizava a resposta de Morgana.
- É uma perspectiva sábia, Morgana. Julgar todos por ações individuais é injusto. Sua compreensão e disposição para ver além do ódio são virtudes importantes.
Dumbledore, com um olhar sério, perguntou a Morgana se ela já tinha ouvido falar de um grupo de bruxos das trevas que estava infiltrando famílias tradicionais no mundo mágico britânico. Ele explicou que esse grupo tinha um posicionamento extremista em relação aos trouxas e nascidos trouxas, e suas atividades estavam se tornando cada vez mais perigosas. A atmosfera no escritório ficou tensa enquanto Morgana considerava a pergunta de Dumbledore e as implicações da existência desse grupo.
Morgana sentiu um calafrio ao ouvir sobre esse grupo e a perseguição que como Hermione sofreria por eles no futuro. Ela estava em uma posição complicada, já que sabia sobre esses bruxos das trevas, mas não podia revelar seu conhecimento de eventos futuros. Morgana olhou para Dumbledore, tentando escolher suas palavras com cuidado. Ela respondeu vagamente:
- Eu ouvi rumores sobre grupos radicais, mas não tenho informações concretas sobre eles.
Morgana esperava que sua resposta não levantasse suspeitas sobre seu conhecimento e suas verdadeiras origens.
Dumbledore revelou a Morgana a preocupação crescente sobre a expansão do grupo liderado por Voldemort e como ele estava direcionando seus esforços para recrutar jovens bruxos e bruxas que ainda estavam em Hogwarts. Morgana ficou alarmada com essa informação, sabendo que Voldemort era uma ameaça real e perigosa.
Dumbledore compartilhou com Morgana sua preocupação sobre como os Comensais da Morte estavam influenciando os jovens bruxos e bruxas, alimentando seu desejo pelas artes das trevas e promovendo ideais de pureza de sangue. Ele enfatizou que era essencial resistir a essa influência e manter viva a diversidade e a tolerância no mundo bruxo.
Dumbledore enfatizou ainda mais a necessidade de criar uma resistência eficaz para combater os Comensais da Morte e suas influências.
Dumbledore explicou a Morgana que ele havia formado um grupo conhecido como a Ordem da Fênix, composto por bruxos e bruxas dedicados a combater Voldemort e os Comensais da Morte. Ele enfatizou que a Ordem era uma organização secreta, comprometida em manter a segurança e a paz no mundo bruxo, e que eles realizavam várias missões para frustrar os planos de Voldemort.
Dumbledore abriu um sorriso gentil e explicou a Morgana que, embora ela estivesse na escola, havia maneiras de contribuir com a Ordem da Fênix mesmo enquanto continuava seus estudos em Hogwarts. Ele a encorajou a se tornar uma confidente, alguém que poderia manter os olhos e ouvidos abertos dentro da escola e relatar qualquer atividade suspeita relacionada aos Comensais da Morte. Ele disse a ela que a escola era um lugar onde muitas informações circulavam e que ter um contato interno poderia ser de grande valor.
Dumbledore explicou a Morgana que, considerando a intensa curiosidade de Bellatrix sobre ela e o interesse em suas habilidades, seria uma estratégia inteligente permitir que Bellatrix se aproximasse. Ele sugeriu que Morgana observasse cuidadosamente as ações e palavras de Bellatrix, sem revelar seu próprio posicionamento. Dumbledore aconselhou Morgana a manter uma postura neutra e a não compartilhar muitos detalhes sobre sua vida e convicções no início. Dessa forma, ela poderia ganhar a confiança de Bellatrix e, ao mesmo tempo, manter-se vigilante sobre suas verdadeiras intenções. Ele lembrou Morgana de que o conhecimento era poder, e ao permitir que Bellatrix se aproximasse, ela poderia obter informações valiosas sobre os planos dos Comensais da Morte e identificar outros potenciais membros dessa organização obscura. Dumbledore enfatizou que essa estratégia exigiria paciência e cautela, mas poderia ser uma maneira eficaz de adquirir conhecimento sobre as atividades dos Comensais da Morte sem levantar suspeitas. Ele deixou claro que Morgana teria seu apoio e orientação ao longo desse processo.
Enquanto Dumbledore explicava a situação e insinuava que Bellatrix estava se aproximando dela com algum propósito, Morgana começou a conectar os pontos. Ela estava começando a compreender o que Dumbledore estava sugerindo, mas precisava de uma confirmação direta. Com os olhos fixos no rosto sábio do diretor de Hogwarts, Morgana formulou a pergunta que estava surgindo em sua mente. Ela estava prestes a fazer uma escolha que poderia moldar seu futuro de maneira irreversível, e a tensão no ar era palpável.
Morgana, com uma expressão séria e determinada, perguntou a Dumbledore se ele estava sugerindo que ela se tornasse uma espiã para a Ordem da Fênix. Seus olhos refletiam a confusão e a ponderação que se passavam em sua mente enquanto aguardava a resposta do diretor. Ela sabia que essa decisão era crucial, e sua coragem começava a superar o receio do que estava por vir.
Morgana se viu em uma encruzilhada de escolhas, enquanto os olhos azuis penetrantes de Dumbledore a estudavam. Ela entendia a gravidade da situação e a importância de combater os Comensais da Morte, mas a ideia de se tornar uma espiã era um fardo pesado para uma jovem bruxa como ela. Enquanto pensava, as memórias de sua vida anterior como Hermione Granger surgiram em sua mente. Hermione, a brilhante e corajosa amiga de Harry Potter, sempre disposta a lutar pelo que era certo. Morgana se perguntava se, como Hermione, ela deveria assumir esse papel de responsabilidade. No entanto, também sabia que a vida de espiã era perigosa e cheia de desafios. A possibilidade de ser descoberta pelos Comensais da Morte era assustadora. Morgana ponderou sobre suas habilidades e sua vontade de fazer a diferença no mundo mágico. Ela olhou para Dumbledore, sentindo a pressão da decisão. Sabia que, independentemente do que escolhesse, precisaria enfrentar as consequências. Morgana pensou em seu pai e na promessa que fez a ele, de usar seus conhecimentos para proteger o mundo mágico. Era chegada a hora de cumprir essa promessa?
Dumbledore olhou nos olhos de Morgana com seriedade e determinação. Ele sabia que estava fazendo um pedido extraordinário e arriscado, mas acreditava que Morgana era a pessoa certa para essa missão. Com voz calma e firme, ele explicitou seu pedido, dizendo a Morgana que, de fato, ele desejava que ela se tornasse uma espiã para a Ordem da Fênix dentro de Hogwarts. Ele explicou que a presença dela na escola poderia ser um valioso trunfo contra as ameaças das trevas que estavam se infiltrando no mundo mágico, e que, apesar dos riscos, era uma oportunidade para proteger a todos. Morgana ouviu atentamente cada palavra de Dumbledore, sentindo o peso da responsabilidade que ele estava lhe confiando. Ela sabia que essa decisão mudaria drasticamente sua vida, mas também entendia a importância da causa. A decisão estava nas mãos dela, e a escolha seria difícil.
Morgana sentiu o peso da responsabilidade e das memórias de sua vida anterior como Hermione Granger, quando lutou na linha de frente da guerra contra as trevas. Ela tinha sofrido, testemunhado a dor e a destruição que a guerra trouxera ao mundo mágico. Agora, estava sendo chamada novamente para se envolver em uma batalha, mas de uma forma diferente, como uma infiltrada. As memórias de suas experiências anteriores como Hermione vieram à tona, lembrando-a do sacrifício, da coragem e da determinação necessários para enfrentar o mal.
Morgana compreendia a complexidade do tempo e das ações, sabendo que muitos eventos já estavam destinados a acontecer de acordo com a linha do tempo que ela conhecia como Hermione Granger. A ideia de que suas ações no presente poderiam estar de alguma forma entrelaçadas com seu passado e futuro era intrigante e, ao mesmo tempo, desafiadora de compreender. Ela se encontrava em uma posição única, onde tinha conhecimento do que aconteceria, mas também sabia que não poderia mudar o curso dos acontecimentos fundamentais. No entanto, sua disposição em agir, mesmo que isso não alterasse o destino, mostrava sua coragem e determinação em fazer a diferença no presente, independentemente das complexidades do tempo. Morgana estava preparada para enfrentar os desafios que se apresentariam, aceitando a responsabilidade de ser uma espiã para a Ordem da Fênix em Hogwarts. Sabia que seu papel era importante, mesmo que não pudesse mudar completamente o futuro.
Morgana aceitou a missão de ser uma espiã para a Ordem da Fênix, comprometendo-se a usar suas habilidades e conhecimentos para combater as trevas e proteger Hogwarts e seus colegas de influências malignas. Ela estava disposta a enfrentar os desafios que essa nova responsabilidade traria, mesmo que isso significasse entrar em um jogo perigoso com os Comensais da Morte.
Morgana estava diante de Dumbledore, sentindo a gravidade da situação e o peso da decisão que estava prestes a tomar. Com olhos sérios e determinação em sua voz, ela fez seu pedido ao diretor de Hogwarts.
-Professor Dumbledore, eu aceito ser uma espiã para a Ordem da Fênix, mas tenho apenas um pedido. Por favor, não permita que eu seja consumida pelas artes das trevas. Prometa-me que estará lá para me guiar, para me lembrar do que é certo, para me ajudar a manter minha luz interior, mesmo quando estiver nas sombras. Eu não quero perder a minha própria alma enquanto luto contra o mal.
Dumbledore olhou para Morgana com compreensão e seriedade, e assentiu solenemente.
- Você tem minha palavra, Morgana, eu serei seu mentor e guardião, e juntos enfrentaremos as trevas, sem permitir que elas nos corrompam. Sua determinação em se manter firme em seus princípios é admirável, e eu farei o possível para proteger sua alma da escuridão.
Com essa promessa, Morgana sentiu uma mistura de alívio e determinação. Ela estava pronta para abraçar seu novo papel na luta contra Voldemort e seus seguidores, confiando que Dumbledore a guiaria pelo caminho certo.
