Arco dois - Mestre e Discípulo

Capítulo quatro - O Grande Roubo

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Em uma velha mansão, situada nos subúrbios sombrios da capital, uma figura envolta em escuridão se move sorrateiramente pelos corredores decadentes. Vestida de preto dos pés à cabeça, os cabelos negros caem em cascata pelos ombros, e uma máscara de pano oculta a parte inferior de seu rosto, deixando à mostra apenas os olhos intensamente vermelhos.

Felt, disfarçada sob uma peruca que oculta seus cabelos loiros, encontra-se em uma missão crucial confiada por seu Mestre. Seu objetivo: adentrar essa mansão e recuperar um item específico requisitado por ele. O sucesso dessa missão é vital para seu progresso e aprimoramento como ladra.

Ela progride com extrema cautela pelos corredores escuros, atentando para cada sombra e obstáculo. Com passos silenciosos e movimentos calculados, ela a mantém invisível, escondida de olhares curiosos.

Enquanto avança, Felt identifica uma armadilha no chão, uma fina linha quase invisível que cruza o corredor. Ela observa que acionar essa armadilha desencadearia um alarme iminente. Ela retira um pequeno alicate de sua bolsa, preparando-se para desarmar a linha, mas hesita no último instante. "Um ladrão habilidoso não deixa rastros," lembra a si mesma, optando por desviar da armadilha.

A mansão revela-se um verdadeiro labirinto de perigos, mas Felt, graças a seu treinamento rigoroso em arrombamento e evasão, evita todas as armadilhas.

Finalmente, ela alcança o quarto onde seu objetivo está guardado. A porta encontra-se trancada, mas Felt não é impedida por obstáculos. Ela pega a gazua e rapidamente destranca a porta, seu treinamento - vulgo tortura - em arrombamento fez ela realizar isso com maestria, permitindo-lhe entrar sem produzir qualquer ruído. Entretanto, uma nova armadilha aguarda dentro do quarto, exigindo sua habilidade para ser desativada.

O item desejado encontra-se dentro de uma caixa de madeira, colocada sobre uma pequena mesa no centro da sala. Instintivamente, Felt estende a mão para pegá-lo, mas um pressentimento a alerta de que algo não está certo. "Isso parece fácil demais," sussurra consigo mesma, inspecionando a caixa com cautela. Ela descobre uma armadilha de pressão que seria ativada assim que o objeto fosse retirado. Incapaz de determinar a natureza da armadilha, Felt decide não arriscar. Ela pega uma sacola de couro na cintura e testa o peso, insatisfeita ela tira um pouco da terra que tem dentro e assente satisfeita. Ela se aproxima devagar, segura a caixa com uma mão e se prepara para o pior. Com agilidade, ela substitui a caixa por uma sacola e dá um salto para trás, preparada para qualquer eventualidade. Felizmente, a armadilha permanece inativa, e um suspiro de alívio escapa de seus lábios, embora sua expressão permaneça vigilante.

No entanto, o perigo ainda não passou. Assim que ela coloca o pé fora do quarto, um arrepio percorre sua espinha, e ela age instintivamente. Uma lâmina afiada passa perigosamente perto de sua cabeça, cortando alguns fios de cabelo. Com agilidade, ela se afasta, sacando sua própria faca e entrando em posição defensiva.

Seu agressor é um homem vestido completamente de preto, um capuz sombrio esconde seu rosto, revelando apenas uma boca quase imperceptível sob a sombra. Uma espada comum de uma mão é firmemente empunhada por ele. A tensão permeia o ambiente enquanto os dois se encaram, cada movimento calculado.

A luta é deflagrada. Embora o homem seja fisicamente mais forte, Felt é mais ágil e habilidosa com sua faca, ele pareça menos habilidoso com a lâmina em comparação com a destreza de Felt com sua faca. O som metálico das lâminas se chocando preenche o corredor, enquanto ambos se esforçam ao máximo. A fadiga gradualmente toma conta dos braços de Felt, mas ela não pode se dar ao luxo de desistir. Contudo, ela rapidamente percebe que precisa sair do impasse.

Até que ela olha para o corretor atrás de si, e uma ideia surge. Com um plano astuto em mente, ela começa a recuar, dando a impressão de que está sendo dominada. Um passo atrás, depois outro, e mais um. Ela aparenta vulnerabilidade, como uma presa fácil, e, quando seu pé toca o chão, uma armadilha é ativada.

O som distrai o encapuzado, Felt dá um salto para trás e uma nuvem de poeira irrompe da armadilha, irritando os olhos do encapuzado. Aproveitando essa brecha, Felt salta para trás pela janela, caindo silenciosamente no jardim noturno. A adrenalina percorre suas veias enquanto Felt desaparece na escuridão, sua missão cumprida.

Felt finalmente retorna à velha taverna do Velho Rom, exausta e aliviada após sua missão bem-sucedida. Ela entra e se joga pesadamente em uma cadeira, permitindo que toda a tensão acumulada deixe seu corpo.

"Então? Conseguiu?" Rom pergunta, ansioso.

Felt abre sua bolsa e retira a caixa de madeira, colocando-a sobre a mesa com um sorriso triunfante. "Consegui!"

Uma salva de palmas ecoa na taverna, e de um canto escuro, uma figura emerge das sombras. Para surpresa de Felt, é o mesmo homem que a havia confrontado anteriormente. A tensão volta a dominá-la.

"Você realmente foi extraordinária," ele para de aplaudir e abaixa o capuz, revelando-se como Kazuma.

"Mestre!" Felt exclama com surpresa.

"Felt, você superou todas as minhas expectativas. Não imaginava que chegaria a esse nível em apenas dois meses de treinamento."

O elogio sincero de seu Mestre enche Felt de orgulho, e ela responde com um sorriso. "Se eu não tivesse aguentado esse treinamento insano, eu teria desistido."

Felt estava certa, o treinamento não era para os fracos de coração. Embora não envolvesse punições físicas, era incrivelmente desafiador e humilhante. Além do rigoroso treinamento de combate que testaria até mesmo os soldados mais resistentes, havia punições peculiares para falhas. Em exercícios de arrombamento, ela receberia um jato de água no rosto se não cumprisse o prazo estipulado, e em armadilhas, uma gosma fedorenta desabaria sobre ela se cometesse um erro. Além disso, se ela simplesmente irritasse demais ele, ele usaria aquela estranha habilidade, roubava sua calcinha e ficava girando ela para todos verem com um sorriso sádico no rosto.

"Ah, você achou meu treinamento infernal? Será que devo te ensinar uma lição?" Kazuma começa a fazer gestos estranhos com as mãos, fazendo com que Felt rapidamente verifiqua se sua calcinha ainda está no lugar.

"Ha ha ha. Você se saiu muito bem, Felt, agora abra a caixa." Kazuma muda de assunto, incentivando-a a abrir a caixa e revelar o que roubou.

Felt abre a caixa e fica surpresa ao encontrar uma máscara idêntica à de seu Mestre. "Mestre! Isso é...?" Ela pergunta, curiosa.

"Essa é uma réplica da minha máscara que fiz para você. Parabéns, você está oficialmente graduada," Kazuma anuncia, encerrando a reunião com a notícia final.

Um sorriso radiante se espalha pelo rosto de Felt, e ela comemora com saltos de felicidade, abraçando o Velho Rom e Kazuma.

"Agora, vamos descansar, pois já está tarde," Kazuma encerra a noite, e o trio se retira para uma merecida pausa.

Os dias após a graduação de Felt foram preenchidos com treinamento intenso, principalmente nas artes do combate. Kazuma e Felt se encontravam regularmente atrás da taverna do Velho Rom, onde a jovem aprendiz demonstrava um progresso notável. Ela não apenas acompanhava os movimentos de Kazuma com precisão, mas também conseguia se defender de seus ataques, contra-atacando com agilidade sempre que surgia uma oportunidade.

O treinamento continuou até que Rom chegou ao local, interrompendo a sessão de treinamento.

"Oi, mestre Lupin," saudou Rom. "Aquilo que você pediu está pronto."

"Realmente? Vamos terminar por aqui e entrar." Kazuma prontamente decidiu encerrar o treinamento com Felt e todos entraram na taverna, ansiosos para ouvir as novidades.

"Me diga o que conseguiu," exigiu Kazuma, e Rom pegou um papel enrolado que estava carregando e o desenrolou sobre a mesa.

"Esta é a planta da mansão que você pediu," explicou Rom. "Foi difícil encontrá-la nos registros da Guilda dos Arquitetos, isso me custou um olho."

Kazuma examinou cuidadosamente a planta, identificando cada detalhe importante, desde a localização dos quartos até a disposição dos corredores e até mesmo uma possível indicação do local do cofre.

"O que pretende fazer com isso?" perguntou Felt, curiosa, embora já tivesse uma ideia aproximada.

"Esse é o motivo pelo qual vim para a capital. É algo que preciso," Kazuma respondeu de forma enigmática, deixando claro que esse era um assunto pessoal e importante para ele.

"Entendido. Vamos nos preparar durante a próxima semana. Reuniremos o máximo de informações possível," declarou Kazuma, e tanto Felt quanto Rom assentiram, cientes de que estavam entrando na fase mais crítica do plano.

Nos dias seguintes, dedicaram-se a vigiar a mansão, estudar os padrões dos guardas, identificar rotas de entrada e saída e preparar cuidadosamente todos os detalhes para o assalto iminente.

A escuridão da noite encobria a mansão no bairro de alta classe da capital. Dois guardas, visivelmente entediados e com semblantes sonolentos, eram os responsáveis pela vigia do portão da propriedade. Suas vozes se misturavam em uma conversa banal, e até mesmo bocejos escapavam de seus lábios.

Desatentos e distraídos, mal notavam o que acontecia ao redor, ignorando qualquer possível ameaça. Era como se a monotonia da noite lhes tivesse roubado a vigilância.

Enquanto os guardas continuavam sua conversa aparentemente interminável, dois vultos escuros saltaram com agilidade por cima do muro da mansão, adentrando silenciosamente na propriedade. Suas silhuetas se moviam com destreza, avançando na direção da mansão sem serem detectados, aproveitando-se da negligência dos guardas para cumprir sua missão.

Momentos antes…

Kazuma e Felt, em cima do telhado de um prédio em frente à mansão, preparam-se para sua incursão noturna. Kazuma chama a atenção de Felt, dando instruções importantes para a operação que estão prestes a realizar.

"Enquanto estivermos agindo, você vai me chamar de Big Boss, e você será a Assistente, entende?" Kazuma propõe um disfarce para seus papéis na operação.

Felt, tentando aliviar o nervosismo que a envolve, responde com um toque de humor: "Por quê? Não é melhor eu ser a Big Boss?"

Kazuma, com seu jeito característico, entra na brincadeira: "Você quer ser a Big Boss? Podemos resolver isso com um jogo de pedra-papel-tesoura." Felt, lembrando-se do destino cruel da nobre neste jogo demoníaco, balança a cabeça negativamente, recusando a oferta.

Kazuma continua com as instruções: "Além do que viemos pegar, vamos levar somente as moedas de ouro e sagradas. As joias seriam difíceis de vender e poderiam ser rastreadas." Felt assente, entendendo a estratégia.

"Entendeu tudo? Então vamos." Com tudo esclarecido, eles saltam do telhado e avançam em direção à mansão.

Kazuma e Felt alcançam o lado norte da mansão, e encontram-se abaixo de uma sacada situada a três andares acima. Kazuma prepara uma flecha especial, equipada com um gancho e uma corda, que ele dispara, fazendo-a se prender firmemente em uma saliência acima.

Certificando-se de que a flecha está segura, Kazuma começa a subir pela corda até a sacada, seguido de perto por Felt. Dentro do quarto, que parece ser um quarto de hóspedes desocupado, eles avançam lentamente, observando o corredor escuro à frente.

Ao abrirem a porta com cautela, encontram um longo corredor, com um tapete vermelho estendido pelo chão. As paredes são adornadas com detalhes de arabesco e folhas de ouro, e várias obras de arte, vasos e pequenas mesas decoram o ambiente.

Enquanto avançam silenciosamente pelo corredor, eles ouvem um som vindo da esquina à frente. Kazuma se esconde nas sombras, usando sua habilidade [Lurk], enquanto Felt se abaixa sob uma mesa. Eles aguardam em silêncio e veem uma figura se aproximando. Para surpresa de Felt, é a nobre do restaurante, vestida em uma camisola vermelha.

Felt, observando a nobre, não pode deixar de pensar: "Por Eris! Essa mulher gosta de vermelho." Exclamando como Kazuma depois de ouvir ele dizer isso várias vezes.

A nobre para exatamente na frente de Kazuma, olhando diretamente para a escuridão, mas depois de um tempo, ela continua seu caminho e se afasta. Após sua partida, Kazuma e Felt emergem de seus esconderijos.

Felt não consegue deixar de questionar: "Você não disse que roubaríamos a mansão daquela nobre? Fazer com que ela falisse pagando a conta do restaurante não foi suficiente?"

Kazuma responde em um sussurro: "Descobri recentemente que ela é a dona da mansão. Além disso, não faria diferença saber qual nobre é a dona. Vamos continuar procurando a sala do cofre."

Após explorarem o terceiro andar da mansão, Kazuma e Felt chegam a uma sala com portas duplas. Kazuma usa sua magia [Unlock] para destrancar a porta e, sem perder tempo, eles entram na sala. Ao fazê-lo, seus olhos são imediatamente atingidos por uma visão impressionante: vestidos e mais vestidos, em sua maioria na cor vermelha, enchem as paredes da sala. Eles descobriram um closet.

Kazuma não pode deixar de sussurrar: "Por Eris! Essa mulher gosta de vermelho. Vou começar a chamá-la de Vermelhinha" A surpresa o atinge, e Felt percebe que está se tornando cada vez mais parecido com seu mestre.

No centro da sala, há um mostruário repleto de joias, e para surpresa de ninguém, a maioria delas também é vermelha.

"Erramos de sala, vamos procurar mais." Felt começa a se mover, pensando que entraram na sala errada, mas Kazuma a impede. "Não. Chegamos ao nosso objetivo." Ele afirma com confiança.

Felt levanta uma sobrancelha, confusa. "Como assim? Esta sala só tem vestidos e joias que não podem ser vendidas."

"Lembra-se da planta que vimos? Esta sala é menor do que estava na planta." Kazuma se aproxima da parede ao fundo do closet e a toca, usando novamente sua magia [Unlock].

"Abra-te, sésamo!" Um estalo é ouvido, e a parede se move um pouco. Com um empurrão de Kazuma, seus olhos são recebidos por outra visão deslumbrante, mas desta vez é o brilho amarelo das moedas de ouro e sagradas empilhadas.

"Parece que há algumas coisas que você ainda precisa aprender." Kazuma comenta com um sorriso triunfante. O queixo de Felt cai ao ver tal quantidade de dinheiro. Ela nunca tinha visto tanto dinheiro assim antes, e duvida que alguém que tenha conhecido na vida já tenha visto algo parecido.

"Vá e encha as bolsas que trouxemos com moedas", ordena Kazuma a Felt, que começa a pilhar as moedas. Eles trouxeram quatro bolsas de couro reforçadas para carregar uma quantidade significativa de peso, duas para cada um.

Kazuma, por sua vez, se dirige até o fundo da sala, onde as prateleiras estão repletas de objetos valiosos. Ele começa a procurar pelo artefato que havia ouvido falar. Embora haja muitos itens que poderiam ser vendidos por uma fortuna, eles não chamam sua atenção. Finalmente, ele encontra uma pequena caixa de madeira, a abre e avista o estranho objeto que procurava.

"Encontrou o que procurava?", pergunta Felt, que se aproxima de Kazuma para espiar, mas ele foi mais rápido e fecha a caixa, guardando-a dentro de suas roupas.

"Sim. Você terminou?", questiona Kazuma. Felt mostra as quatro bolsas cheias de moedas. "Ok, então vamos."

Eles saem do cofre e fecham a porta. Antes de saírem, Felt faz uma pausa. "Posso pegar algo?", pergunta ela.

"O que é?", indaga Kazuma.

Felt se aproxima do mostruário e pega dois anéis. Ela coloca um em seu próprio dedo e dá o outro para Kazuma, que ergue uma sobrancelha.

"É para comemorar meu primeiro roubo." Kazuma examina o anel de Felt, que parece ser de platina com uma esmeralda em formato oval. Ela o coloca no polegar, já que seus dedos ainda são pequenos. Kazuma olha para o anel que ela lhe deu, feito de ouro com um rubi em formato octogonal, e o coloca no dedo mindinho, o único onde ele cabe.

Kazuma dá um leve sorriso. "Tudo bem, vamos."

Eles se preparam para sair novamente, mas são interrompidos pelo som das portas se abrindo, e veem a nobre de vermelho encarando-os.

Vermelhinha encara os dois estranhos em seu closet, um homem de estatura semelhante à dela e um garoto mais baixo, ambos vestidos de preto e usando máscaras peculiares. Além disso, eles estão carregando bolsas pesadas, mas o que mais a surpreende são as mãos deles, ostentando os ANÉIS DELA.

"O qu..."

"[Bind]" Ela tenta gritar, mas o homem mais alto profere uma palavra estranha, e uma corda sai voando de sua cintura, enrolando-se rapidamente em seu corpo e ao redor da boca, abafando seu grito.

Com seu braço esquerdo ainda livre, ela tenta desesperadamente invocar uma magia, mas o garoto mais baixo avança sobre ela e balança uma das bolsas, atingindo sua cabeça. Ela perde a consciência.

Vermelhinha cai no chão em um baque surdo, e Kazuma observa a situação com serenidade. Felt respira aliviada ao ver que sua ação rápida evitou possíveis problemas para eles.

"Oi, assistente. Você não exagerou um pouco?" Pergunta Kazuma, com uma pitada de diversão em sua voz.

"Eu sei, mas não tive tempo de pensar direito." Felt se desculpa, com um sorriso maroto.

"Tudo bem. Você agiu certo, só precisa aprender a se conter um pouco mais." Kazuma se aproxima de Vermelhinha e verifica seu estado, determinando que ela está apenas nocauteada.

"Ela está bem, agora vamos sair daqui." Quando Kazuma está prestes a sair, Felt o interrompe.

"Espera." Ela avança até Vermelhinha, levanta a camisola vermelha da nobre, tira sua calcinha e a guarda no bolso. Em seguida, Felt amarra Vermelhinha em uma pose constrangedora. "Vingança pelo restaurante."

"Onde essa garota aprendeu bondage?" Kazuma observa Felt em silêncio por um momento e, em seguida, levanta a mão e dá um sinal de aprovação com o polegar para ela. "Vamos." Kazuma ordena, mas por dentro se sente incrivelmente orgulhoso do progresso de sua aprendiz.

Eles trancam o closet, refazem o caminho e finalmente saem da mansão, levando consigo a carga roubada e deixando uma nobre agora amarrada e constrangida.

"Saúde!" Um brinde irrompe na velha taverna do Rom, ecoando a comemoração pela bem-sucedida incursão de Kazuma e Felt. Na mesa, uma pilha de moedas de ouro e sagradas brilha sob a luz das velas.

"Ha ha ha. Nunca achei que veria tanto dinheiro assim na minha vida." Rom solta uma risada estrondosa, claramente surpreso com o lucro obtido na missão.

"Agora vamos finalmente sair daqui das favelas." Felt expressa sua felicidade genuína, vislumbrando uma vida melhor.

Kazuma termina sua cerveja e faz uma observação importante. "Espere, Felt. Você acabou de fazer um grande roubo, e mudar seu estilo de vida de repente pode atrair atenção indesejada." Ele aconselha cautela. "Meu conselho é que você guarde esse dinheiro até que a poeira baixe. Continue com suas atividades diárias de roubo, e ninguém suspeitará de nada."

"Ele tem razão, Felt." Rom concorda com Kazuma, endossando o plano.

Embora uma pequena tristeza apareça nos olhos de Felt, ela logo se dissipa. "Tudo bem. O que faremos agora?" Ela pergunta curiosa.

Kazuma, antecipando a reação de Felt, responde com serenidade. "Eu tenho que ir embora." A tristeza retorna aos olhos de Felt. "Fiquei mais tempo do que planejei, mas foi bem gasto."

Felt queria dizer para ele ficar, mas as palavras travaram em sua garganta, então ela apenas consegue dizer uma coisa. "Boa sorte em sua jornada."

"Obrigado, Felt. Tem algo que eu preciso dizer para vocês." A atenção de ambos se volta para Kazuma. "Meu nome não é Arsene Lupin, mas Satou Kazuma. Desculpe por mentir durante esse tempo."

Felt fica surpresa com a revelação, mas sua reação é tranquila. "Eu só te chamei de Mestre mesmo, então não faz muita diferença." Ela diz com um sorriso, embora a tristeza ainda seja visível.

"Satou Kazuma. Você é de Kararagi por acaso?" Rom pergunta com a mão no queixo.

"Das redondezas." Kazuma responde de forma evasiva, mas Rom parece não se importar. "Agora vamos beber até cair. Saúde!"

"Saúde!" Todos brindam, celebrando o sucesso da missão e o início de novos caminhos.

De volta ao quarto da pousada que foi a casa de Kazuma por dois meses, ele estava deitado na cama. A pálida luz da sua magia [Heal] na mão em sua testa, lentamente curando a dor de cabeça da ressaca.

"Eu tenho que parar de beber assim." Lamenta Kazuma, embora saiba que dificilmente cumprirá essa promessa.

Assim que a magia termina, ele contempla o artefato misterioso que trouxe consigo. Em sua mão está um telefone celular Nokia 3310, também conhecido como Tijolão. Ele examina o celular, notando que está bem conservado, mas a durabilidade desses celulares é lendária, então a aparência não serve para determinar sua idade. Kazuma tenta ligá-lo, mas sem surpresa a bateria acabou.

"Eu poderia tentar construir um carregador, mas vai ser difícil." Ele guarda o celular na caixa de madeira e começa a organizar suas coisas para a viagem.

Ao sair da pousada, ele encontra Felt esperando por ele. "O que está fazendo aqui?" Ele pergunta surpreso.

"Vou acompanhar você até o portão." Felt responde com um sorriso determinado.

Eles caminham pelas agitadas ruas, semelhantes ao primeiro dia de Kazuma na capital, mas agora ele está mais acostumado com o ambiente. Ao chegar ao portão da cidade, Kazuma para e se vira para Felt.

"É aqui que nos despedimos, mas eu vou voltar para ver seu progresso." Ele diz com um sorriso reconfortante.

"Quando você voltar, serei mais famosa que você." Felt provoca com um brilho nos olhos.

"Adeus, minha discípula. Que Eris esteja com você." Kazuma acena e começa a se afastar, suas costas se distanciando no horizonte.

"Que Eris esteja com você." Sussurra Felt com lágrimas nos olhos, assistindo a partida de seu mentor com um misto de emoções.

Arco dois - Mestre e Discípulo

Fim

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Notas do autor: E aqui está a finalização deste arco. Este é até o momento o capítulo que mais gostei de escrever. Fiquem atentos que logo lançarei mais capítulos e uma nova fic.