CAPÍTULO 9

Abgail e clara fizeram lanches e todos comeram no gramado da nova casa de Elizabeth, Rose, Clara, Abgail e outras senhoras, todos estavam unidos ajudando a montar a nova casa dela. Moveis estavam sendo carregados e montados pelos homens,eu carreguei mas sempre de longe e só ajudei quando ela não estava por perto, notei que ela não me queria por perto que sentia estranha na minha presença e isso me tinha a impressão que me faltava algo. Vi no fim do dia, a última carroça saindo da casa germinada, ela na porta olhava para a casa, parecia fazer uma oração de agradecimento. Vi que chorava ao trancar a porta, seu lenço caiu e ao abaixar notei que ela tinha uma arma abaixo de seu paletó, ela se aprumou e subiu no cavalo...estranho...porque uma viúva grávida, professora, porque ela andava com uma arma?

Alguns dias se passaram e não vi mais a Elizabeth, ela tirou uma semana de folga na escola e quem dava as aulas era cheguei bem cedo como sempre estava fazendo e comecei a cortar a lenha para escola bem rápido ,quando Rose chegou de não sei onde e me questionou:

- Então é você? Você que corta a lenha e ascende o fogo?

- Sim; foi a única resposta dele.

- Porque não disse isso para Elizabeth no inicio ela ficou apavorada, mas depois foi se acostumando. Sabe, antes era o Jack que fazia isso por ela, e depois Bill, não ele teve de viajar e isso continuou a acontecer.

- Bem, primeiro ela não gosta de mim ou de minha presença, eu não queria impor minha presença para ela, eu não sou Jack, mas não deixaria uma grávida cortar e carregar lenha. Nunca vi falar que um professor deve ascender fogo ou cortar lenha.

- Seu segredo estará bem guardado comigo.

- E onde ela está? Perguntou Philip, mesmo já sabendo a resposta.

- Ela tirou uma semana de folga, precisava descansar depois daquela loucura da mudança.

- Eu estava pensando, aquela casa não está muito distante e isolada para uma mulher sozinha? Principalmente no estado dela?

- Todos vamos olhar por ela, mesmo que ela continue falando que não precisa, eu e Bill ensinamos a ela a atirar. Bill deu uma arma para ela por precaução. Sabe eu sou filha de mountie como você. Fui criada com Jack noivamos e depois eu o larguei, abandonei pela minha carreira, sei tudo de montaria e de tiros, e muito melhor que muitos policiais. Mas Elizabeth quando eu a conheci era tão frágil, ela foi criada num palácio. Todos já gostavam dela, menos eu, claro que fiz da vida dela e de Jack um inferno por um tempo. Depois fui vendo que eles não poderiam viver um sem o tudo, as coisas boas do casamento, o bebe, a morte, tudo .quando começamos a casa eu avisei ao Bill,que a ensinaria a atirar ,afinal foi aqui que ela aprendeu a cozinhar, a andar a cavalo ,a bombear agua ,então atirar seria fácil e assim fizemos e estou orgulhosa do nosso trabalho, então caso ela precise se defender até a gente chegar por lá, pode ter certeza que ela o fará. Ela é a mulher mais forte que conheço.

Na semana seguinte, Philip estava lá em cima da colina e percebeu uma movimentação estranha ao lado da escola. Já havia deixado o fogo acesso, deveria ser algum aluno que chegou mais cedo. Resolveu ir embora, aguardando um pouco pois seu cavalo estava tomando água de uma poça da nascente e assim olhando para escola viu a professora Elizabeth chegando e entrando na escola. Ela tinha vindo andando, não deveria estar bem para andar a cavalo. O que por mim nem achava que deveria fazer mais, devido a sua gestação que já estava avançada.

Fiquei vagando em pensamentos, foi quando vi sorrateiramente alguém perto da lenha entrando pela porta do fundo e outra pessoa entrando pela porta da frente da escola e fechando a porta. Peguei o cavalo e fui o mais rápido possível ,nunca imaginei descer aquela colina naquela velocidade ,mas meu medo por ela era grande ,chegando a escola olhei pela janela e pude ver dois homens segurando Elizabeth no chão, ela estava deitada ,um dos homens rindo e segurando seus braços para cima da cabeça e outro homem no meio de suas pernas sentado e passando as mãos em seu rosto, que agora era pálido de desespero, ela chorava muito ,quando reparei vi marcas em seu rosto e isso me fez virar uma fera .Quando fui entrar pelos fundos vi Bill chegar e mostrei o que estava acontecendo lá dentro, entramos juntos ,Bill pegou o que estava segurando os braços dela, enquanto eu pegava o outro que estava tentando levantar a saia ,socos,e mais socos, enquanto mais eu batia ,mais tinha vontade de bater. Havia um grande urso dentro de mim, querendo vingar o que fizeram com ela. Quando eu percebi ,ele já estava quase desmaiado ,coloquei as algemas nele e Bill assumiu levando os dois homens para fora para olhei para Elizabeth, ela era só pedaços, tinha se arrastado e sentada no chão ,pernas encolhidas, cabelo desgrenhado, pálida e lágrimas nos olhos escorrendo sem parar. Ela parecia que não percebia que tudo havia acabado. Tentei chama-la e chegar perto, mas ela ia se afastando, parecendo com muito pavor. Ela não via nada, seu olhar estava vazio. Com duas passadas, atravessei a sala e abracei e comecei a alisar seus cabelos, passando meus dedos por suas costas em pequenos círculos. Eu falava palavras suaves e chamei ela de Bella por vezes. Sussurrei algo em seus ouvidos, mas eu não sei de onde veio aquilo. Peguei ela no colo, levantei e sai ao encontro de Bill, vi uma chama nos olhos dele, mas só falei:

- Estou levando-a para enfermaria, ela está em choque.

Na enfermaria, dr Carson examinou e mandou chamar Abgail em seu café.

Elizabeth só olhava para o nada e continuava a dizer é o Jack, é o Jack, e sei que é o Jack, eu não sou louca...

Muito tempo depois, ela apagou após tantos medicamentos, mas era preciso pelo bem dela e do bebe. Seu rosto tinha um hematoma enorme, de quando ela caiu ao ser jogada no chão, mas já não sangrava, tinha marca de dedos no pescoço, braços e no rosto devido a um grande ,andava na cadeia ,parecia um leão enjaulado, aguardava a diligência para pegar aqueles homens, havia uma diligência que passaria ali a qualquer momento vindo da cidade vizinha e eles iriam aproveitar o transporte e os ficou lá com uma cara estranha.