CAPITULO 20
Bill sempre foi apaixonado por Abigail, quando ele chegou na cidade a pedido de Jack Thorton e entrou naquele café, quando seus olhos se encontraram ele se apaixonou como nunca havia acontecido em sua vida. Sabia que ela era uma viúva somente a seis meses, mas sentiu ela estremecendo sob seu olhar, o que fez seu sangue ferver de amor por ela. Foi nesse dia que Bill, notou que nunca amou na vida, ainda era casado com Nora, a quase dez anos ela saiu de casa após a morte do filho, Bill havia se casado com ela, a pedido dos pais dela após ela se tornar mãe solteira e ser abandonada quando o rapaz descobriu a gravidez, até hoje Bill não descobriu quem era o pai do menino, mas no final Bill amou aquela criança como se fosse sua. Até aí Bill era muito jovem, cresceu e estudou com Nora, pois suas famílias eram muito amigas, ele acabou confundindo amor com amizade e carinho, sim, ele concordava que pela criança foi amor e até hoje ele sofria pela sua morte, por esse motivo pela saída sem rumo de Nora é que até hoje ele não tinha divorciado dela, mas quando seus planos estavam no início com Abigail, após os primeiros encontros onde a paixão e o amor entre ele e ela estavam crescendo e tomando formas. Nora apareceu e criou uma grande confusão, fazendo Abigail ainda saber e contando somente metade da história, ou melhor, só a parte que interessava a Nora, mas deixando claro que Bill era seu marido por lei. Abigail na época sentiu tudo, desde humilhação, vergonha e até mesmo a sensação de ter sido enganada e usada por ser viúva. Foram todos esses anos para eles voltassem a ter uma amizade verdadeira e sem mentira. Hoje Bill há muito tempo divorciado de Nora, mas que até hoje a única mulher que ele queria em sua vida, a única que ele amou estava ali neste momento na sua frente, olhos nos olhos, onde ele via agora uma chama, que se Deus permitisse seria de amor. Ela o olhava com tanto carinho, uma expressão facial com um leve rubor nas bochechas que fez com que Bill, tomasse uma atitude rapidamente e sem pensar em mais nada, ele segurou com suas mãos em cada lado do rosto dela, e abaixando colocou um pequeno beijo em seus lábios. Um simples roçar de lábios, mas que fez seu corpo tremer de antecipação por sentir aquela mulher em seus braços. Bill não sabia qual seria a reação dela, levantando sua cabeça, olhou fixamente nos olhos dela para ver qual era sua reação e para sua maior surpresa, ela segurou em seus ombros e ficando nas pontas dos pés, deu um beijo em Bill mais demorado, onde seus lábios se moviam no dele. Após segundos de surpresa Bill se viu puxando, aquela mulher pela cintura e enlaçando seus braços nela, colocando seus lábios e um beijo apaixonado e um levava a outro mais apaixonado ainda, Bill falou em seu ouvido entre um beijo e outro:
- Casa comigo? Eu amo você tanto...
Ela ficou nas pontas dos pés, chegando próximo ao seu ouvido, passou sua língua no lóbulo de sua orelha e disse:
- Sim, eu aceito!
- Então, mulher, venha comigo agora e vamos nos casar, porque eu não consigo mais ficar sem você, nem mais um minuto nessa vida.
E para surpresa de Bill, ele viu os olhos brilhantes de Abigail e um sorriso radiante, ela pedindo para ele lhe dar um minuto e saindo correndo em direção ao quarto no segundo andar daquele café. Alguns minutos depois, Bill ao levantar as vistas, ficou admirado com a beleza de Abgail num vestido bege com rendas claras, botas de salto alto e o cabelo em volta do rosto, e pegando seu casaco, ela disse que estava pronta. Bill a levou até o estabulo, onde, arrumando os cavalos em uma carroça, seguiram juntos para a cidade vizinha, onde se casaram, perante o juiz daquela cidade. Era só os dois, o juiz e sua secretária que serviu de testemunha. Tanto Bill quanto Abigail, não paravam de sorrir, seus olhos transmitindo amor e carinho há muito tempo guardado entre eles. Dali foram para o hotel da cidade, onde passariam sua primeira noite de casados, consumando o amor entre eles. Bill nunca imaginou ter alguém em seus braços, com toda a entrega como Abigail o fez para com ele, foi o ato mais marcante que já teve com uma mulher, saber que aquela pequena mulher tinha o poder com suas mãos e seus lábios o fazer gemer de prazer e se derreter sobre ela, era a coisa mais prazerosa que ele poderia querer.
Agora após a noite, onde nenhum dos dois conseguiram dormir, pois se amaram a noite inteira, num fogo que deveria ser reservado para os amantes mais jovens, mas que eles não conseguiam para de querer um ao outro, ele agora observava aquele corpo pequeno todo enroscado ao corpo dele, ela com os olhos fechados num sono leve e tranquilo, com um pequeno sorriso no rosto de satisfação, deixava o coração de Bill a mil por horas de tanto amor por ela. Ao olhar para suas pequenas mãos, ele não resistiu e beijou sua aliança, Bill usou as alianças de seus pais falecidos, que desde jovem ganhou de sua mãe para dar somente a mulher que ele amasse. Bill nunca conseguiu ou pensou em dar essa aliança para Nora, no fundo, ele sabia que sua amada ainda iria chegar.
Após o café voltaram para Hope Valle, para providenciar a mudança de Bill para o café, onde eles iriam morar e para dar as boas novas a todos.
Enquanto isso, em Hope Vale, Elizabeth e várias outras pessoas estranharam do café está fechado e sem nenhum aviso na parte da manhã e do almoço, o que era muito estranho porque o café sempre estava aberto, outro fato estranho era o sumiço de Bill ao mesmo tempo, de Abigail.
Elizabeth sentou e ficou lá na porta esperando notícias de Abigail, quando viu a carroça parando e Bill ajudando ela descer com um excesso de carinho e cuidado. Um sorriso brotou no rosto de Elizabeth e um leve pensamento ali passou, mas ela fingiu nada ver.
Entrando no café, o casal chamou Elizabeth e Bill foi falando:
— Você sabe que você é como nossa filha, por você e esse pequeno aí, tanto eu quanto Abigail moveríamos céu e terras. Hoje nós queremos compartilhar algo com você, antes dos outros saberem...
- Vocês se amam... Eu sabia. Elizabeth ria e gritava eufórica.
- Bem, isso também. Disse Abigail. E levantando a mão, mostrou sua aliança, mostrando a ela que eles haviam se casado.
Elizabeth sorria de orelha a orelha, parecia uma criança ganhando um presente de natal, correndo abraçou cada um deles, dizendo que estava tão feliz por eles, e que agora, sim, seu pequeno Jack Junior Thorton teria uma avó e um avô.
Tanto Bill quanto Abigail, nunca imaginaram que Elizabeth os amasse tão profundamente e naquele momento eles viram em seus olhos que eles eram os pais dela e que ela os amava assim também. Depois de vários abraços, Elizabeth pediu para dar a notícia a cidade e eles vendo sua empolgação de menina, claro que permitiram. Uma gestante, saltitante e sorridente, saiu do café, ela logo viu Philip e disse baixinho, que tinha algo a lhe contar e bem baixinho perto do ouvido dele contou a novidade. Ele por sua vez arregalou os olhos de surpresa e falou que ficava muito feliz pelo casal, mas, na verdade, ele estava feliz em ver Elizabeth tão feliz. Ela sorriu e saiu a cantar, parecia que iria voar de tanta felicidade, parou no mercantil, chamou Florence, Molly e Rose e contou a elas com detalhe de riqueza, floreando a história como um conto de amor ou de fadas, Ned olhava do balcão e viu que Elizabeth estava usando seus dons de professora ali, as três mulheres estavam tão concentradas na história que nem piscavam, lagrimas surgiam em seus olhos vivenciando o amor daquele príncipe e daquela princesa, ops… digo... Bill e Abigail, corrigiu Elizabeth. Em ela sabia que uma boa história contada poderia abrir a imaginação de todos, além disso, essas três mulheres iriam soltar para toda a cidade e o casamento deles iria se tornar uma lenda em Hope Valle por gerações e gerações.
Naquela mesma noite uma festa surpresa foi feita pela cidade para comemorar aquele casamento. Philip ficou maravilhado, ao ouvir de Jessy, que ouviu de Clara, que ouviu de Fiona que ouviu de Laura no mercantil, que ouviu de Florence, que ouviu de Elizabeth, que o amor de Bill e Abigail foi escrito nas estrelas. Ele riu do poder dessa professora, ninguém questionou a rapidez, ou a fuga para o casamento ou nada, ela com seu jeito fez florescer o melhor e mais bonito contos de fada, além de usar uma rede de informação rápida na cidade. Os mountie deveriam usá-la como estrategista e essas mulheres da cidade como pombo-correio e ria com gosto. Ele estava aprendendo a amar aquela cidade e seu povo.
