Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Cap.11 para vocês.
Neste capítulo Sebas chega ao Reino Dracônico, como será sua recepção?
Comentem e me ajudem a melhorar.
Com Vocês
Aquele que voltou
Capítulo 11: Recepção e decepção
O representante do Reino Feiticeiro se aproximava da capital do Reino Dracônico ao final da tarde. O brilho do sol avermelhado sobre a estrutura negra dava um ar sinistro a carruagem, e seus guias não ajudavam a melhorar tal impressão.
Quando chegaram ao enorme portão da muralha que cercava a cidade, a escolta se adiantou para informar o capitão responsável pela segurança. Nesse meio tempo, um soldado magrelo saiu do posto e se dirigiu até a carruagem.
— Checagem de segurança! Peço a todos que desçam para a inspeção da carroça – disse o soldado sem prestar atenção a quem ele estava se referindo.
— Me desculpe senhor, não estou familiarizado com tais procedimentos, mas acredito que esteja havendo um equívoco, pois estamos em missão oficial. – declarou o diabrete de forma polida.
— Não me interessa quem sejam vocês, todos devem passar pela inspeção se-nhor…– dizia o soldado mal-humorado antes de parar no meio da frase, momento em que finalmente levantou os olhos do registro e viu com quem falava.
— Acredito que seja então de bom tom informá-lo que esta é a comitiva transportando o embaixador do Reino Feiticeiro, logo esta carruagem é uma extensão do próprio Reino Feiticeiro. Se o senhor chegar a tocá-la, tal toque será considerado uma invasão ao território do Rei Feiticeiro, um ato de agressão injustificado, configurando assim uma declaração de guerra. Peço ao senhor que repense suas palavras e pondere sobre suas próximas ações – discursou o diabrete enquanto o Lich e os Devoradores de Almas passaram a encarar o trêmulo soldado.
— E-Eu, eu, eu, eu… – isso foi tudo que o soldado foi capaz de dizer antes de ser derrubado por outros cinco que se jogaram sobre ele. Estes faziam parte da escolta que acompanhou a carruagem durante o dia e passaram a arrastar o soldado desavisado para dentro da guarita, de onde vieram gritos ininteligíveis.
Um outro soldado saiu da guarita, enfurecido e aparentemente muito preocupado.
— Capitão Leonis, Oficial de dia se apresentando. Lamento o incômodo passado senhor, sua presença agracia nosso reino. A segurança será garantida e sua passagem será guiada pessoalmente por mim até o palácio. Espero que tenham uma boa estadia no Reino Dracônico e novamente lamentamos o ocorrido.
— Agradecemos pela preocupação, Capitão Leonis. Nenhuma falta foi cometida intencionalmente e espero que o soldado não seja punido de forma muito rigorosa por apenas ter feito o seu serviço, mesmo que com óbvia desatenção.
— Suas palavras serão levadas em consideração senhor, e agradecemos por sua condescendência. – informou o capitão enquanto pensava em como punir o recruta que quase começou uma guerra em sua primeira semana de serviço no portão principal.
— GUARDA DE HONRA, MONTAR! ORDINÁRIO, MARCHE! – esbravejou o capitão à frente da comitiva.
A carruagem seguia pela cidade que se preparava para a noite. Todos abriam caminho para a comitiva que agora era composta por uma dezena de cavaleiros do reino que seguiam na frente e também atrás, temendo que algum desavisado confundisse novamente a carruagem com algo menor do que a realeza.
Sob as luzes das tochas que se acendiam, a carruagem parecia ainda mais sinistra. Ao avistar os animais que a puxavam, os moradores se escondiam em suas casas e lojas. Olhando através da janela, estremeciam ao perceber quem era o cocheiro e seu acompanhante, imaginando que tipo de criatura terrível se encontrava no interior do veículo, e que planos nefastos eles pretendiam executar contra a população da cidade.
Já dentro da carruagem, Tuare servia outra xícara de chá a Sebas enquanto comiam despretensiosamente pequenos biscoitinhos de limão.
— Seus biscoitos são deliciosos, Tuare.
— Muito obrigada senhor Sebas. Mas acredito que haverá uma recepção para o senhor, provavelmente com muita comida, então não há necessidade de comer esses biscoitos simples.
— Ao contrário, mesmo que haja tal recepção, eu não abriria mão de provar sua comida, mesmo por um banquete.
Tuare se manteve corada com o elogio. Ela adorava essas conversas com Sebas, pois a educação e o carinho que o mordomo lhe transmitia era sua maior recompensa, além do fato de que Sebas nunca passava dos limites.
Ela imaginava que provavelmente seu código de honra o impedia de tais atitudes, quando na verdade Sebas não tinha a mínima experiência com o sexo oposto ou sabia algo sobre relacionamentos. Tudo o que ele sabia vinha de sua programação como NPC e da semelhança que os NPCs compartilhavam com seus criadores, no caso com Touch Me, que tentava ser um exemplo de retidão e justiça. Sebas só aprendera sobre como se comportar com uma mulher durante seus estudos na Grande Biblioteca de Assurbanípal. Ainda bem que ele não chegou a ler os livros reservados na ala de Peroroncino.
Quando a Grande Tumba de Nazarick foi transportada, muita coisa se alterou com a diferença entre os mundos. Em um exemplo, o que era apenas magia convencional em Yggdrasil, no Novo Mundo se tornou uma magia de alto nível, da mesma forma que, quando os NPCs ganharam consciência neste mundo, parte de sua personalidade veio da programação de seus criadores que eram fanáticos por criar uma lore de fundo para cada personagem.
Outra parte da personalidade veio do que pode ser chamado de impressão psíquica, que é o sentimento impregnado em um objeto. Esse sentimento pode conter memórias e até personalidade, sentimentos bons geram impressões boas, sentimentos ruins geram impressões ruins, o que leva a objetos malignos, como carros assassinos, geladeiras vingativas e quadros amaldiçoados. Com os guardiões e servos de Nazarick houve algo parecido, a diferença é que agora estavam vivos.
Ao chegar à frente do palácio, o capitão da guarda passou a emitir ordens aos cavaleiros.
— GUARDA DE HONRA, ALTO! DESMOOONTAR! GUARDA DE HONRA, SENTIDO! APRESENTAAAAAR ARMAS! – esbravejou o capitão.
Apesar das janelas da carruagem serem de algum material desconhecido, completamente negras pelo lado de fora, por dentro eram transparentes, permitindo assim que os passageiros desfrutassem da paisagem.
— 'Melhor' – pensou Sebas ao ver as guarnições tomarem posição. Em comparação com a guarda que os escoltou pela estrada e a que os recebeu nos portões, essa estava em outro nível. Bem alimentados, bem equipados e bem treinados, os soldados demonstravam disciplina e controle. Nada comparável com Nazarick ou mesmo com a guarda humana em E-Rantel, mas com um padrão um pouco melhor do que eles tinham visto até agora no Reino Dracônico.
O diabrete vestido de cavalariço desceu e se posicionou ao lado para abrir a porta da carruagem.
Dentro do palácio, uma legião de nobres aguardava a chegada do embaixador, todos apreensivos com a misteriosa figura, contudo, ninguém estava mais nervosa do que a própria rainha. Agradar o embaixador e ganhar as graças do Rei Feiticeiro era imprescindível, pois sem isso, em vez de destruir os exércitos dos homens-fera, quem acabaria aniquilado provavelmente seria o Reino Dracônico, e a rainha pretendia fazer de tudo para que fosse a primeira opção a acontecer.
Quando o arauto anunciou a chegada do embaixador do Reino Feiticeiro, todos prenderam a respiração. Quando as portas se abriram, os corações foram a mil – quem seria o embaixador? Como ele seria? Que tipo de monstro enviaram para "devorar" o reino!?
À frente do grupo estava Sebas, seguido por Tuare. Os nobres esticavam o pescoço para tentar ver o embaixador que deveria, por algum costume estranho, estar vindo atrás.
O Mordomo de Nazarick seguiu até o pé da escada, mantendo a sua postura régia habitual. Ao se aproximar, fez uma mesura e se apresentou.
— Eu sou o Embaixador Sebas Tian, na função de emissário oficial do Reino Feiticeiro. É um prazer estar na presença de Vossa Graça Rainha Draudillon Oriculus.
— Eh!? – a rainha foi capaz de dizer.
Momentos constrangedores se passaram. A surpresa de que o embaixador era humano pegou todos desprevenidos, e até mesmo a rainha parecia desconcertada.
O silêncio na sala do trono era total e ninguém se atrevia a emitir um único som, até que o Primeiro-Ministro tomou a frente.
— Bem-vindo ao Reino Dracônico Lord Sebas Tian, estamos felizes que tenha feito uma boa viagem. – articulou o Primeiro-Ministro.
— Obrigado pela atenção, senhor Primeiro-Ministro, mas não há necessidade de me chamar de Lord, afinal não sou um nobre, apenas um humilde servo de Sua Majestade, o Rei Feiticeiro Ainz Ooal Gown.
O burburinho se tornou geral, cochichos e até mesmo palavras começaram a se elevar, nenhum dos nobres estava contente.
— Não é um nobre… Apenas um servo… Que humilhação… – sussurravam todos.
A Rainha Draudillon olhava fixamente para Sebas. Os presentes acreditavam que ela também estava indignada, pois ainda não tinha palavras, mas o seu silêncio era por outro motivo. Ela sabia, ela sentia, ela pôde sentir assim que a porta da carruagem foi aberta, aquilo deveria ser muito encantado para suprimir tal sensação.
– 'Tolos!'– ela pensou – 'Somos todos tolos!' – A rainha compreendia que em sua frente não havia um homem, mas uma criatura que ninguém no reino jamais tinha visto, e mesmo ela raramente encontrara um. Em sua frente, fazendo uma reverência, estava um Dragon Lord
