Olá Seguidores da Justiça e Pergaminhos, Mr. Bones trazendo o capitulo 12.
Sebas terá seu primeiro contato com a Rainha Draudellion, será que se darão bem?
Alguns desses capítulos estão ficando muito longos pra mim, culpa de escrever sobre Sebas kkkkk.
Comentários e correções são bem vindos, obrigado.
Com vocês
Aquele que voltou
Capítulo 12: Double Dragon
Todos os dragões emitem uma aura característica que só é sentida por sua própria raça, variando de intensidade de acordo com a força do dragão: quanto mais forte a aura, mais forte a criatura que a emite. Diferente dos magos e magic casters, que se baseavam em mana, a aura dos dragões vinha de seu poder bruto.
Sebas emitia um poder avassalador se comparado com outros dragões, mas, ironicamente, ele não sabia disso. Somente dragões que conviviam entre si possuíam esse conhecimento inerente, porém Sebas raramente encontrou outro dragão no Novo Mundo – os Frost Dragons, por estarem subjugados, não emitiam essa sensação, já Hejinmal era molenga demais para algo assim, e os dragões invocados em Nazarick não possuíam tal aura, deixando Sebas completamente inexperiente nessa área.
Enquanto fitava Sebas, a rainha cravava os dedos no trono, que já teria se esmigalhado se não fosse de metal. Não sabia o porquê, mas sua mente dizia que ele era muito mais forte do que ela, aflorando um instinto primitivo de saltar no mordomo e morder o seu pescoço. Com décadas de vida, era a primeira vez que a Rainha se sentia atraída por alguém.
Finalmente, a rainha em forma de criança quebrou o burburinho que se elevava.
— Seja bem-vindo, Lord Sebas! É imenso o prazer de receber um enviado do Reino Feiticeiro. Como dignatário, o senhor será tratado com toda a pompa e circunstância que tal título acompanha – disse a rainha, enfatizando os pontos necessários para calar a multidão.
— Sinto-me honrado, Vossa Majestade. Minha comitiva e eu agradecemos por sua hospitalidade.
— Nós que agradecemos por sua visita, Lord Sebas. E para expressar esse sentimento, preparamos uma pequena recepção para o senhor, ou talvez prefira descansar após a longa viagem.
— De forma alguma, Vossa Majestade, apreciaremos muito tal recepção.
— Por favor, então que todos aproveitem.
Assim, os nobres logo se dirigiram até o salão de festas do palácio, onde música, comida e bebida estavam à disposição dos convidados. O que se seguiu então foi uma série interminável de apresentações.
Após o choque inicial, foi muito fácil para os nobres enxergarem a possibilidade de atrair a atenção do embaixador. Muitos já haviam pensado em aproveitar a chance de conseguir a graça do Reino Feiticeiro, e apesar de seus medos de que o embaixador fosse algum tipo de criatura morta-viva, a maioria levou suas filhas mais dotadas para recepção, afinal nunca se sabe o que a presença feminina poderia despertar.
Entre apresentações, leves bajulações e constrangedoras insinuações das filhas dos nobres, Tuare e o valete diabrete se mantiveram afastados, já que os dois membros da comitiva supostamente estavam ali apenas para atender o embaixador. Se não fosse por sua cor vermelha, o diabrete facilmente se passaria por um jovem cavalariço, pois trajava um smoking completo e cartola, enquanto Tuare, com seu vestido de empregada, não poderia ser diferenciada das outras serviçais do palácio.
Com o decorrer da festa, Sebas acabou cercado por nobres que tentavam exaltar suas importâncias, o porquê de serem indispensáveis e como poderiam contribuir para a melhoria das relações entre os reinos. Em determinado momento, um nobre se aproximou de Tuare, que acabara se afastando.
— Você que está parada, vá buscar mais vinho! – ordenou o nobre visivelmente embriagado.
Percebendo o engano, Tuare estava prestes a informar o nobre de que não fazia parte do grupo de empregadas do palácio, e o diabrete se preparou para intervir, mas não foi necessário.
O nobre começou a tremer e a suar quando sentiu a presença em suas costas, presença essa também sentida por todo o salão. Então uma voz diplomática, porém firme, pôde ser ouvida.
— Tuare, por favor, fique perto de mim. E quanto ao senhor, acredito que uma das empregadas do palácio pode lhe servir, com licença.
Um fantasma de sorriso passou pelo rosto de Tuare.
Após o ocorrido, o nobre precisou ser retirado do recinto, já que suas pernas pararam de funcionar e o cheiro que vinha de suas calças poderia começar a incomodar os outros convidados.
Ninguém mais ousou se aproximar dos assistentes do embaixador até que, algumas horas depois, um pajem se dirigiu a Sebas.
— Lamento incomodá-lo, Lord Sebas, mas sua Majestade a Rainha deseja falar com o senhor.
— Por favor, mostre o caminho.
Tudo isso fazia parte do protocolo para receber pessoas influentes, um sistema extremamente complicado de auto-adulação e exibicionismo por parte dos nobres para poderem demonstrar o que consideravam seu poder, sem ter a mínima ideia de que nada disso impressionava Sebas, já que tudo em Nazarick era maior e melhor.
Ao chegarem em frente à porta do salão reservado, Tuare e o diabrete se mantiveram ao lado, enquanto Sebas adentrou.
— Boa noite senhor embaixador, espero que esteja aproveitando a recepção. Nos próximos dias, o senhor provavelmente será convidado para várias outras, pelo que pude saber dos nobres.
— Boa noite, Vossa Majestade. Sim, a recepção tem sido agradável.
— Fico feliz em saber disso, Lord Sebas. O senhor gostaria de sentar? Assim poderemos conversar mais confortavelmente.
— Seria extremamente rude de minha parte, Vossa Majestade.
— Deixe disso senhor embaixador, dessa forma estaremos mais à vontade – disse a Rainha com voz infantil.
— Se assim deseja, Vossa Majestade.
— Por favor, me conte sobre o Reino Feiticeiro. Como o senhor sabe, recebemos poucas notícias de além das nossas fronteiras – a rainha parecia uma criança genuinamente curiosa.
— Alguns comerciantes chegam até nós com notícias, apesar de nossos mensageiros aparentemente não chegarem aos seus destinos – disse a rainha abaixando os olhos, como se lamentasse que todos os mensageiros haviam sido comidos. Os homens-fera obviamente deixavam pessoas entrarem no Reino, afinal assim tinham mais comida, mas sair era outra história.
— Sim, sentimos em não poder nos apresentar antes. O Reino Feiticeiro, como a Vossa Majestade imagina, vem se estruturando no último ano e criando relações com os outros reinos na medida em que nossos interesses vão se manifestando.
— Desde que Reino Feiticeiro foi fundado vossa Majestade, nossas obrigações têm se mostrado inúmeras: reestruturar a capital, acomodar as novas raças, estabelecer vínculos fortes com os vizinhos, apaziguar as Planícies Katze… mas os desafios estão sendo facilmente abordados.
— Nós particularmente agradecemos por esta última parte! Sem o perigo eminente que vinha das Planícies, nós pudemos nos concentrar em uma única frente, talvez por isso ainda estejamos aqui – disse a rainha curvando levemente a cabeça.
— Nós apenas agimos no melhor interesse para nossa população, Vossa Majestade, mas estamos contentes que nossas ações tenham auxiliado alguém, mesmo que indiretamente, e esperamos ajudar mais ainda, como temos feito com nossos vizinhos.
— Veja, Vossa Majestade, com o aumento do comércio vindo do Reino Anão, nossa base de infraestrutura tem aumentado consideravelmente, e é por isso que estamos aqui no Reino Dracônico, para que possamos estabelecer um novo vínculo de comércio e troca cultural.
— Como Vossa Majestade deve saber, o Rei Feiticeiro precisou recentemente prestar ajuda ao Reino Santo por conta da invasão demoníaca, e ainda hoje eles sofrem com uma guerra civil por isso novamente pedimos desculpas pela demora em nos apresentarmos corretamente.
— Oh! De jeito algum, Senhor Embaixador! Sua chegada veio na melhor hora possível! E sobre essa guerra no Reino Santo, espero que ela termine logo para o bem de seus cidadãos! Mas pelo que eu saiba, eles ainda estão sob ataque dos demi-humanos de Abellions Hill.
— Não, em absoluto, hoje Abellions Hill está sob o comando do Reino Feiticeiro e já estabeleceu várias cidades de convívio demi-humano. É tão interessante ver o quanto uma sociedade pode progredir com uma boa gerência.
— Mas também ouvi falar do que aconteceu em Re-Estize, Senhor Embaixador. Tudo aquilo é verdade?
— Lamento dizer, mas o Reino de Re-Estize não existe mais e sua capital desapareceu. Um ato de agressão levou a uma decisão pelo fim do reino, a corrupção andava de forma desenfreada, os nobres exploravam seus súditos e a Coroa não era mais capaz de resolver seus próprios problemas. Quando tal situação ameaçou a soberania de nosso reino, o Rei Feiticeiro se viu obrigado a demonstrar o limite até onde alguém poderia abusar de sua complacência.
— É muito triste saber que tantas vidas foram perdidas pela incompetência de seus governantes. Esperamos nos mostrar mais dignos de sua atenção, Lord Sebas... mas devido ao adiantado da hora, o senhor deve querer descansar, amanhã poderemos conversar novamente.
— Uma boa noite para Vossa Majestade e aguardo ansiosamente pelo nosso próximo encontro – afirmou Sebas, abaixando a cabeça antes de se retirar.
Após a saída de Sebas, o primeiro-ministro se virou para a rainha.
— Então, parece que nos achamos em uma situação complicada.
— Direto ao ponto, como sempre senhor Primeiro-Ministro. Sim, muitas questões se apresentam, por isso chamei o embaixador até aqui antes que alguma facção nobre o monopolizasse – disse a rainha mudando a sua postura.
O que antes parecia uma criança com um cargo importante tentando dar o seu melhor para se portar como adulta, agora era uma mulher falando com toda a autoridade e experiência de décadas de governo. Sua forma infantil servia apenas para desarmar os nobres e para ser menosprezada por seus adversários, sendo que poucos sabiam que essa não era sua verdadeira aparência. Imaginavam que ela, por ser descendente de dragões, apenas envelhecia muito devagar, o que era verdade em parte, mas não tanto quanto pensavam.
Com o uso de magia de dragão, Draudillon Oriculus podia alterar a aparência a seu bel-prazer, e apesar de não ter ficado mais velha, sua fala se tornou a de uma adulta.
— Gostaria de saber de antemão qual é opinião do Rei Feiticeiro sobre nós – falou a rainha enquanto o Primeiro ministro fez um som estranho olhando para ela.
— Deixe disso, todos esses rodopios em volta da questão me cansam! – falou a rainha com uma aspereza não característica da idade. O primeiro-ministro apenas revirou os olhos.
— Como Vossa Majestade quiser. Acredito que o embaixador está aqui para conhecer o reino, seu povo, sua cultura e também para avaliar nossa economia e capacidade militar diante da atual situação com a invasão dos homens-fera.
— Ou seja, ele está aqui para saber se vale a pena sermos salvos.
— Como Vossa Majestade sabe, existe um limite até onde um reino pode se autossustentar. Se as agressões que sofremos forem tantas a ponto de enfraquecer a nossa infraestrutura econômica, não importa se o exército dos homens-fera sumisse amanhã, o reino entraria em colapso e simplesmente não faria sentido o Reino Feiticeiro continuar aplicando recursos nesse local. Seria mais simples esperar a tomada total do reino e após isso expulsar os homens-fera e recomeçar a repovoar do zero.
— O que todo bom governante busca é a maior vantagem possível para desenvolver o seu reino e em contrapartida elevar seus aliados senhor Primeiro-Ministro. No império Baharuth, a vassalagem se mostrou eficiente e agora os dois compartilham dos benefícios que um deles alcança. Já no Reino Anão, uma sociedade quase em colapso pôde ser trazida de volta com a intervenção certa, e o lucro vindo disso é incalculável, considerando que agora o Reino Feiticeiro possui tecnologias runicas nunca antes vistas por conta da arte anã.
— Sim, pelo que o embaixador contou Vossa Majestade, podemos ver o que aconteceu nos dois outros reinos de forma distinta. No Reino Santo, o Rei Feiticeiro estabeleceu uma situação diplomática única, com interesses específicos, e após a derrota de Jaldabaoth não houve mais intervenções. Mas o apoio do Reino Feiticeiro ao governo do norte é eminente, a vantagem estratégica com a tomada de Abellions Hills é obvia e até mesmo uma nova religião surgiu, clamando a divindade do Rei Feiticeiro.
— Já em contrapartida – acrescentou o primeiro-ministro – em Re-Estize aconteceu o oposto. Eles também estavam a ponto de uma guerra civil, mas não havia vantagem em manter aquele governo, então com um simples ato de agressão da parte deles o Reino Feiticeiro teve a justificativa para limpar o terreno e começar sua nova expansão.
— Exatamente, senhor Primeiro-Ministro, o Rei Feiticeiro demonstrou como ele pode ser generoso e terrível ao mesmo tempo. Precisamos mostrar o nosso valor, ou seremos o próximo Re-Estize.
...
Ufa! Que capitulo dificil de escrever, manter o personagens educados e com a pompa certa foi um pesadelo, em determinado momento entrei em uma espiral de "por favor", "obrigado" e educação sem fim que quase enlouqueci kkkkkkkkkkkkkk!!!
