Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones trazendo o fim do arco de Sebas com o capítulo 16 da minha fanfic.
Nesta parte veremos um lado diferente de Sebas e Tuare, chegada do protetor da Rainha, mas quem a protege de seu protetor?
Outro capítulo longo porque não estou com vontade de cortar a ação pela metade, me ajudem a corrigir e melhorar a minha escrita comentando, obrigado.
Com vocês
Aquele que voltou
Capítulo 16: Furia e Castigo
Tuare passou a maior parte do tempo junto aos outros funcionários nos fundos da mansão. Algo comum a todos é falar mal dos patrões, e ninguém tinha algo de bom para falar sobre os nobres que frequentavam a Flor-de-Lis.
Entre as conversas, Tuare descobriu o quanto a nobreza também era podre aqui. Isso nunca mudava: aqueles que tinham poder abusavam dos menos afortunados. Com ela foi assim, em todo lugar era assim, menos no Reino Feiticeiro, lá esses tipos de pessoas seriam esfoladas vivas. Isso parecia confortar Tuare, saber que o Rei Feiticeiro governaria a todos no futuro. Foi quando ela escutou o rugido.
— Sebas, o que fizeram com você?
O anfitrião olhava para as costas do embaixador, mas algo estava errado: sua silhueta tinha ficado maior, haviam chifres, havia uma cauda e, principalmente, havia a sensação de morte eminente.
— Mate, mate essa coisa! – gritou o nobre para os seguranças que os acompanhavam.
Quando se aproximaram, houve um movimento rápido de mão e então os seguranças tinham se transformado em manchas na parede. O esfíncter do anfitrião se soltou, dando o alerta para correr, e ele correu o mais rápido possível, mal tendo tempo de dobrar uma esquina antes que chamas engolfassem o corredor.
Gritos o seguiam, assim como o som de portas sendo arrancadas, homens chorando como crianças antes de serem silenciados, e um calor sufocante. O anfitrião cruzou com uma empregada correndo para o lado errado, talvez ela lhe desse alguns segundos para chegar em seu escritório.
— Mais um pouco, só mais um pouco! – bufava o homem, até que conseguiu fechar a porta secreta do que parecia ser um cofre.
Então ele escutou o baque e o arranhar no metal – 'ele nunca vai passar por ali' – pensou, antes de ver a porta ser arrancada apenas com a força dos dedos.
— N-Não por f-favor, não m-me mate!
A criatura se aproximava lentamente, pronta para arrancar a cabeça do homem, quando uma voz foi ouvida.
— Precisamos dele vivo – disse Tuare. Sua voz não vacilou. Ela nunca tinha visto Sebas assim antes, e sabia que era ele. Ela precisava que ele parasse.
— Precisamos que ele nos conte tudo. Se não conseguirmos aqui, há pessoas que conseguem em casa, mas ele precisa estar vivo até lá! – Tuare estava mudando, tinha mais confiança, ela estava crescendo.
— Senhor, pelo que você pode ver, não posso segurá-lo por muito tempo, não se o senhor não ajudar. Precisamos de informações.
— TUDO, EU CONTO TUDO! SÓ NÃO DEIXE ELE ME PEGAR! – gritava o anfitrião histericamente.
— Muito bem. Você já viu esta pessoa?
— O que? Não! Espere… já vi sim! Ele achou um cartão negro perdido, veio uma semana aqui antes que a gente descobrisse que ele não tinha dinheiro nem pras bebidas.
— Quando?
— Meses atrás, antes do incêndio! Oh, pelos Quatro, a mansão vai queimar de novo!
Um rugido veio de Sebas.
— Acho que o senhor deveria se preocupar com o que vai acontecer com você se não responder tudo – advertiu Tuare.
O homem engoliu em seco.
— Ele veio, tinha um cartão de convidado, só ficava na sala de entrada, nunca subiu pros quartos ou pros jogos. Não tivemos tempo de checar mais a fundo, foi uma semana infernal, todo dia alguma coisa fechava a casa antes dos clientes especiais chegarem, isso até que o incêndio começo... oh, porra, foi ele né, foi ele que fez alguma coisa! Mas como alguém entope um esgoto ou seca um poço?
— Ele nunca foi até as crianças? Isso é verdade? – perguntou Tuare se dirigindo a uma das meninas que estavam paradas perto da porta.
Enquanto Tuare procurava desesperadamente por Sebas nos andares inferiores e o encontrou transtornado, massacrando os nobres e seguranças que estavam naquele lugar, todas as crianças correram para o mesmo quarto. A empregada sabia o que haviam feito com elas, o horror que tinham passado. Sebas, em sua fúria, não as tinha machucado, mas elas morreriam se ficassem ali, então calmamente Tuare as chamou.
— Olá, meu nome é Tuareninya, estou aqui pra ajudar! Não tenham medo, viemos salvá-las.
— Vocês são heróis? – perguntou uma das crianças enquanto fitava Sebas que estava de novo no corredor.
— Não – respondeu Tuare – só queremos ajudar.
— Que bom! Você vai nos proteger do herói?
— Vamos proteger de qualquer coisa que queira te machucar.
— Ele vem com gente? – apontou para Sebas.
— Você tem medo dele? Ele não precisa vir junto agora.
— NÃO! ELE TEM QUE VIR COM A GENTE, NOS PROTEGER!
— 'Sebas parece um monstro coberto de sangue saído de um pesadelo. O que fizeram com essas crianças a ponto de pedirem esse tipo de ajuda!?' – pensou Tuare enquanto estendia a mão.
— Sim, ele vem junto e vai proteger vocês.
Então todas correram e se agarraram às saias de Tuare. O anel de proteção ajudaria a passar pelas chamas, mas teriam que ser rápidos e não poderiam ficar muito tempo na mansão, logo tudo estaria consumido.
Quando Sebas passou a perseguir novamente o anfitrião, Tuare seguiu atrás, chegando a tempo apenas de impedir que o mordomo-dragão o devorasse. Agora, ela conversava com uma garotinha.
— Você já viu esse homem alguma vez há alguns meses? Ele foi até vocês? Ele… fez alguma coisa?
— Não, nunca vi ele não. Poucos vinham até a gente, todos velhotes, menos o herói. Ele nos mandava usar máscara antes de entrar no quarto, pra não ver ele.
— Então ele poderia ser esse herói?
— Não, o herói vem aqui há muitos anos.
Pensar há quanto tempo essas crianças estavam passando por tudo isso embrulhou o estômago de Tuare.
— Sebas, precisamos ir, logo os guardas do palácio vão chegar! Eles não podem pegar esse monstro, ele deve ser punido em Nazarick – sussurrou Tuare tão baixo que somente Sebas seria capaz de ouvir, enquanto ela pensava em pedir um favor especial a Demiurge sobre como lidar com esse verme.
Lentamente, Sebas começou a mudar, então lá estava de novo o Mordomo de Ferro de Nazarick.
— Desculpe se deixei você preocupada Tuare, vamos sair daqui – "Lady Shalltear, tenho um convidado para ser atendido por Neuronist. Poderia por favor abrir um portão? Ah! Obrigado!" – Sem cerimônia, Sebas arremessou o anfitrião através do portal negro e esta foi a última vez que o viu.
Dentro do palácio, o pânico se instalava.
— Vossa Majestade não pode sair assim! – gritava o Primeiro-Ministro enquanto corria atrás da Rainha.
— Claro que posso! Sou a droga da rainha e você me acordou no meio da noite pra dizer que o embaixador foi a um bordel no meio do bairro nobre e que agora ESTÁ EM CHAMAS!
— Os cavaleiros estão indo para lá! A mansão não fica próxima de outras construções, o fogo não vai se espalhar.
— ESSA NÃO É A MALDITA QUESTÃO! – gritou a rainha. Ela parou, respirou fundo e explicou.
— Eu senti, senti a fúria de um dragão, aquele tremor de antes. Eu sei o responsável por isso, só não imagino o que fizeram para irritar tanto ele. O que tem lá, senhor Primeiro-Ministro?
— Não sei, minha senhora. Nunca fui convidado, e mesmo que fosse, eu abandonei meus desejos carnais há muitos anos. O lugar já foi investigado antes, parece ser apenas um bordel exclusivo para os ricos e poderosos. Eu sou apenas o Primeiro-Ministro, não ganho o suficiente ou tenho contatos para ser um cliente daquele lugar.
A Rainha bufou - Com certeza alguém quer esconder algo.
— Eu preciso ir até lá, preparem uma escolta. Se o embaixador morreu em um incêndio, eu preciso estar pronta para oferecer a minha cabeça em troca.
Toda a mansão já queimava e quando o fogo se extinguisse, não sobraria nada. Dezenas de empregados seminus ou de uniforme completo entulhavam as ruas e parte do jardim, junto com mais uma centena de curiosos. A comitiva precisou abrir caminho para se aproximar.
Formando um cordão de isolamento, a Rainha pôde presenciar a lenta caminhada de uma silhueta que vinha da mansão engolida pelas chamas até sua direção.
A Rainha não deveria ter descido da carruagem, estar tão próxima das pessoas instiga algo nelas. Sempre existe alguém descontente, e basta uma oportunidade para fazer algo.
A voz de um nobre menor começou a ser ouvida do meio da multidão, instilando a revolta contra a realeza e pressionando os guardas para que tomassem alguma atitude. Havia gente demais, e então alguém jogou uma pedra na Rainha, não se importando com o fato de que ela não se feriria com isso, mas sim com a imagem que seria o estopim para uma revolta.
Mas a pedra nunca a atingiu, foi parada pelas mãos de alguém usando uma armadura completa: O aventureiro Adamantite Cerabrate.
— Olá, Rainha Draudellion, é sempre um prazer encontrá-la assim – disse Cerabrate despreocupadamente enquanto esmagava a pedra com a mão.
— V-Você voltou… – 'Não, de todas as pessoas, ele não!'
Todos pararam imediatamente. Cerabrate era o principal aventureiro do reino e a maior defesa contra os homens-fera. Ele tinha uma péssima fama, mas ninguém levantaria a voz para falar algo. Ninguém queria morrer.
— Acabei de voltar, estava indo ao palácio quando vi as chamas.
— Que bom que apareceu, agora pode me soltar – a Rainha falou enquanto tirava o braço que estava ao redor de seus ombros.
— Claro, Vossa Majestade – respondeu o aventureiro com um sorriso malicioso.
— Lord Sebas, o que aconteceu aqui? – questionou a Rainha ao embaixador que havia acabado de chegar.
— Algo muito desagradável, Vossa Majestade. Acho que a senhora deveria escutar o que estes têm a dizer – disse Sebas apontando para as crianças que estavam agarradas às saias de Tuare.
Todos ficaram chocados quando as viram, algumas usavam roupas infantis, mas muito curtas, algumas estavam vestidas como adultos, mas minimamente. A revolta entre as pessoas começou novamente e um novo tumulto parecia estar preste a irromper. Cerabrate se virou para a Rainha e disse:
— Vossa Majestade precisa sair daqui, eles vão queimar tudo.
— Não! Se eu fugir agora, o reino cairá antes do fim da noite.
— Não se preocupe Vossa Majestade, eu cuido disso! Afinal, eu sou o seu herói.
Foi então que Sebas sentiu o cheiro de amônia no ar. Ele se virou e percebeu uma das crianças tremendo em pânico – ela não tinha demonstrado esse tipo de reação à noite toda, apesar das coisas que viu.
— O que houve criança? O que aconteceu?
— O h-herói, o herói tá aqui! "E-Eu s-sou o s-seu herói", é o que e-ele sempre f-falava quando vinha no meu quarto… – respondeu a criança por entre as lágrimas.
Pela segunda vez nesta noite, Sebas se enfureceu.
A rainha estava sendo empurrada por Cerabrate em direção à carruagem quando olhou para Sebas e percebeu a raiva que o consumia. Essa era talvez a sua única chance de se livrar desse monstro, então fez contato visual com o mordomo e sussurrou sem falar: "Por favor".
Nesse momento, um grito de terror silenciou a multidão. Era Cerabrate, sua mão que antes estava no ombro da Rainha agora era segurada pelo Mordomo de Ferro.
— O que você está fazendo!? – gritava o aventureiro.
— Tire suas mãos imundas dela.
Cerabrate se esforçou para soltar a mão esmagada, mas era como tentar puxá-la debaixo de uma bigorna gigante. Finalmente, ele conseguiu libertá-la, graças a todo o sangue que esguichava de seus dedos.
— Me cure, ME CURE, PORRA! – esbravejou para um de seus companheiros da Crystal Tears. Apesar de temerem Cerabrate, ninguém se mexeu. Todos o odiavam.
Ele agarrou uma das poções do cinto assim que se lembrou delas e a bebeu. Sua mão voltou a crescer e se curar.
— Seu maldito, não sei quem é você, mas vai pagar por isso!
Sebas estava pronto para matar Cerabrate ali mesmo na frente da multidão e da Rainha, um ato de guerra que certamente seria pago com sua vida.
Então, a voz da Rainha soou limpa e calma.
— Lord Sebas, eu, a Rainha Draudillon Oriculus, Rainha do Reino Dracônico, solicito ajuda do Reino Feiticeiro para deter e punir por crimes contra a humanidade o aventureiro Adamantite conhecido como Cerabrate da Crystal Tears. O Reino Feiticeiro irá nos ajudar?
— Sim, ele irá – disse Sebas, agora tomando uma posição de luta mais calma, antes de se lançar em direção a Cerabrate.
— O que você está fazendo sua vadi-… – a voz de Cerabrate falhou quando foi atingido.
Os movimentos de Sebas eram precisos, e a cada golpe feito com as pontas dos dedos, ecoava um som similar ao de galhos quebrando, mesmo com a armadura completa, podia-se escutar os ossos do aventureiro sendo esmigalhados. Se antes na mansão Sebas era um furacão, agora ele era o raio.
O corpo humano possui em torno de 206 ossos. Sebas já havia golpeado mais de trezentas vezes antes de Tuare tocar seu ombro.
Nesta noite, a empregada novamente mostrou mais resiliência do que era esperado dela.
— Sebas Tian, você está aqui para o deter, não para executá-lo. Você não é o carrasco, você o Mordomo da Grande Tumba de Nazarick. Deixe que os seus o punam.
O mordomo parou de golpear e assumiu sua postura de costume.
— Sim, mais uma vez você tem razão. Obrigado Tuare por me lembrar quem eu sou – disse Sebas enquanto recuava.
Mas Tuare não se afastou, ela se aproximou do moribundo aventureiro. Seus ossos estavam partidos, expostos em alguns lugares, seus membros tortos em ângulos estranhos, sangue jorrava de suas feridas. Ele morreria em breve.
Tuare pegou uma poção vermelha de sua bolsa e despejou uma única gota sobre o rosto de Cerabrate. Mesmo com a mandíbula partida e aberta, ele tentou sorrir pelo gesto, foi quando a dor chegou.
Após ser surrado tanto, Cerabrate estava além da dor, em estado de choque. Com a poção de cura, seu corpo começou a se refazer, mas Tuare havia derramado tão pouco que a consequência foi apenas fechar os ferimentos e solidificar as fraturas, não colocar elas de volta no lugar, não amenizar a dor.
O corpo humano não foi feito para ter tantas dobras, a agonia deveria ser escruciante. A única maneira de acabar com isso seria a morte ou quebrar todos os ossos de novo, e então usar uma poção de cura maior. Ninguém se daria o trabalho.
— CIDADÃOS DO REINO DRACÔNICO! HOJE RECEBEMOS A AJUDA DO REINO FEITICEIRO PARA ACABAR COM UM MAL QUE ASSOLAVA NOSSA CIDADE, NÃO O PERIGO DOS HOMENS-FERA QUE NOS DEVORAM FORA DESTES MUROS, MAS DE UMA FERA QUE DEVORAVA NOSSA ALMA DENTRO DESTA CIDADE. HOJE PODEREMOS DORMIR MAIS SEGUROS, A FERA FOI QUEBRADA, PRESA E SERÁ PUNIDA GRAÇAS A ESTA AJUDA E POR ISSO NÓS DO REINO DRACÕNICO E EM NOME DE SUA MAJESTADE DRAUDILLON ORICULUS SÓ PODEMOS AGRADECER A LORD SEBAS TIAN, MUITO OBRIGADO! – bradou o Primeiro-Ministro em um discurso inflamado.
As pessoas aplaudiram, acenaram, muitas vieram congratular Sebas e então, finalmente, começaram a se dispersar.
— Precisamos conversar – informou a Rainha a Sebas que assentiu com a cabeça.
O dia seguinte até a noite foi tumultuado para a Rainha. Diversos nobres haviam sumido, outros simplesmente fugiram, e quem ficou ou apoiava a Rainha ou simplesmente a culpava.
Os depoimentos dos empregados mostravam que eles eram ameaçados ou drogados para trabalharem naquele lugar. O dono estava desaparecido, mas Draudellion suspeitava quem já o havia pego.
As portas do escritório se abriram e Sebas foi anunciado para entrar, seguido de Tuare.
— Boa noite, senhor embaixador.
— Boa noite, Vossa Majestade. Espero que minhas atitudes não tenham lhe prejudicado.
— Nada que não possa ser controlado. Na verdade, você nos ajudou imensamente, sem o senhor não seríamos capazes de deter Cerabrate.
— Sabe, já ouvi histórias de cavaleiros salvando princesas das presas de um dragão, mas nunca uma sobre um cavaleiro dragão salvando uma rainha dragão de um monstro humano! – riu baixinho a Rainha.
— Vossa Majestade se subestima. A senhora seria mais do que capaz de lidar com alguém como ele.
— Fisicamente, sim. Mas aquele maldito mantinha o reino sob ameaça, se ele quisesse poderia começar uma revolta antes que pudéssemos silenciá-lo.
— Nós sabíamos, EU sabia das "preferências" de Cerabrate. Achei que se conseguisse mantê-lo interessado, talvez outras crianças não sofreriam desse mal. Eu… eu não sabia daquele lugar – disse Rainha de forma chorosa.
— Eu sei disso. O Rei Feiticeiro não a culpa pelo acontecido, ele recebeu os meus relatórios e vê como o seu povo a ama e que você tem feito o impossível para protegê-los.
— E agora?
— Agora retornarei ao Reino Feiticeiro, emitirei o meu relatório final, e solicitarei pessoalmente um envio urgente de ajuda para o Reino Dracônico. Deixarei a investigação sobre ontem à noite aos cuidados do seu reino, se me permite. Gostaria de enviar as crianças para o orfanato em E-Rantel, tentaremos descobrir de onde elas vieram e daremos a assistência que precisarem. Talvez, com o tempo, até possam esquecer o que passaram.
— Sim, nós ainda não temos condições de tratá-las. Acho que nunca mais terão interesse em retornar.
— E o senhor embaixador? Voltará para estabelecer a embaixada do Reino Feiticeiro?
— Acho que o meu serviço aqui está concluído, Vossa Majestade, lamento muito.
— Mas você poderia voltar, eu poderia pedir especificamente por você, poderia pedir que você ficasse, aqui... comigo – dizia a Rainha enquanto seu corpo mudava e sua voz se tornava adulta. Agora ela era uma jovem mulher na flor da idade, mas com muitos anos de vida em seus olhos.
Tuare nem mesmo se assustou, ela havia percebido os olhares que a Rainha lançava para Sebas. Ela sabia que se o Rei Feiticeiro ordenasse, Sebas ficaria aqui, até mesmo se casaria com a Rainha para unir os dois reinos, afinal, ele amava Nazarick e quem era ela comparada a uma rainha.
— Se me fosse ordenado a ficar, eu ficaria. Mas meu coração não estaria aqui, este já ama… alguém – respondeu Sebas olhando levemente para Tuare.
A rainha olhou por sobre o ombro de Sebas e viu a empregada corar intensamente. Ela entendia.
— Você é uma mulher de sorte – disse a rainha – e o senhor é a pessoa mais honrada que já conheci. Sabe, eu sou 1/8 dragão, o senhor é mais da metade, não, 99% dragão, posso sentir isso, mas esse 1% o torna mais humano do que todos nós. Espero que algum dia o senhor retorne.
— Eu também espero isso, Vossa Majestade. Se me der licença, preciso terminar os preparativos para a partida. Adeus, Rainha Draudillon Oriculus.
— Adeus, Lord Sebas Tian, até breve.
— 'Eu posso esperar' – pensou a Rainha – 'Posso esperar mais cinquenta anos se for preciso. Ela é apenas humana, quantos anos ela pode viver ainda? Algum dia talvez ele fique sozinho, e então poderíamos começar algo' – a rainha foi deitar com esse pensamento – 'Algum dia talvez ele volte pra mim'.
Na manhã seguinte, a carruagem deixou a capital do Reino Dracônico, seguindo pelo caminho que haviam feito antes, desta vez escoltados por uma guarda de honra.
— Talvez possamos aproveitar mais o retorno, não é mesmo Lord Sebas?
— Absolutamente. Assim que sairmos das terras do reino, pegaremos um portal para Nazarick.
Tuare fez um beicinho após descobrir que o passeio estava acabando.
— Mas hoje, de noite, talvez eu possa… visitá-la e talvez… ahan… a gente possa, comemorar, o sucesso da missão – disse Sebas corando, algo inimaginável para ele.
— Sim, hoje à noite iremos comemorar! – disse Tuare com um sorriso sensual
