Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones trazendo mais um capítulo da minha fanfic.
Aqui teremos descobertas, ação, decepção, compreensão e aprendizado.
Se curtiram compartilhem por favor, obrigado.
Com vocês.
Aquele que Voltou
Capítulo 22: Ataque e Resgate
- Como vamos fazer então, as janelas estão muradas, acho que o jeito é arrombar a porta da frente.
- Eu tenho uma ideia melhor, senhor Gerente da Noite. Fly
Inta então viu Entoma subir e subir no céu. Com sua visão vampírica ele era capaz de vê-la a quilômetros de altura.
- O que ela pensa que vai fazer-... OH!
Dentro do armazém, o trabalho era frenético, mais de cinquenta homens carregando caixas e mais caixas e carroças. Pelo jeito era uma grande operação de evacuação, todos estavam muito apreensivos com as últimas notícias de como muitos negócios tinham sido estragados, principalmente para os traficantes de Pó Negro.
De repente, todos pararam. Começaram a ouvir um som baixo que foi aumentando em um assovio muito alto, então o teto veio abaixo.
Entoma estava tão alto que sua respiração saía em lufadas brancas, olhando para baixo ela cancelou Fly e começou sua descida vertiginosa. Seu corpo não era muito pesado, mas devido à altura em que estava e sua aceleração, protegida pelos Besouros Blindados, com mínima resistência ao vento, ela atingiu o teto do prédio como um míssil balístico, atravessando os andares antes de abrir uma cratera no meio do armazém.
Inta seguiu pelo buraco aberto, invocando seus familiares morcegos e espalhando ainda mais o terror.
- MATEM ELES SEUS MALDITOS! - ESTAMOS SENDO ATACADOS! - FAÇAM ALGUMA COISA! - esbravejavam alguns que pareciam ter se recomposto mais rápido do que se esperava.
Inta usava suas mãos, garras e asas, e por onde passava, os bandidos eram estripados. Já Entoma era pura graça, com movimentos acrobáticos ela desviava das tentativas de a golpearem enquanto ria, era divertido ver os humanos se baterem e esfaquearem uns aos outros enquanto tentavam infrutiferamente acertá-la, até que algo a atingiu, não fisicamente.
- EU VOU MATAR ESSE INSETO!!!
Entoma parou e observou a enorme marreta descer sobre ela, mas nunca chegou a atingi-la. Usando uma de suas patas extras, a marreta foi segurada, o homem parecia tentar colocar toda a sua força em vão. Desenrolando suas outras patas extras, Entoma as usou para se elevar até a altura dos olhos do enorme bandido.
- Eu não sou um inseto, sou um aracnídeo.
O chute no peito do agressor fez com que ele fosse arremessado do outro lado do armazém, atingindo uma das carroças carregadas de Pó Negro que acabou destruída.
Uma das características do Pó Negro, além de ser extremamente viciante, é o fato de ser inflamável. Como qualquer pó inflamável fino quando arremessado no ar em grande quantidade, se torna explosivo. Bastava apenas que a lanterna que estava pendurada na carroça se quebrasse, como aconteceu.
A explosão que se seguiu abriu um buraco na parede e começou um incêndio que logo se espalharia. A empregada foi pega de surpresa, ficando momentaneamente abalada, assim vários bandidos aproveitaram a oportunidade para tentar escapar, apenas para encontrar as portas lacradas por teias.
Os que seguiram para o esgoto foram parados pelos parentes de Kyouhukou e os que foram pelo beco encontraram os familiares de Inta.
O humor de Entoma tinha azedado, geralmente ela deixava um ou dois bandidos fugirem para espalhar o terror em forma de história por entre o submundo, uma técnica testada, confirmada e aprovada por seu mestre que a usou muito como Momon, mas hoje ninguém escapará.
Rimbor não sabia como tudo isso aconteceu, desviando de mendigos, caixas velhas e sacos de lixo, ele fugiu por uma viela, se aproveitando da explosão para fugir pelo buraco aberto na parede para o outro prédio, escapando em seguida para a rua vazia.
Ele tentava chegar a algum lugar seguro, entrou pela viela e então uma esperança surgiu, uma patrulha logo no final da ruazinha, eles poderiam protegê-lo, se fossem subornados talvez até o escoltassem até um local seguro, mas seu grito de socorro foi cortado quando foi puxado de volta para a escuridão, ninguém escaparia.
Entoma puxou Rimbor, o enrolou com teia e o carregou para cima do prédio em questão de segundos, ela nem mesmo viu o sinal de gratidão que o soldado veterano dirigiu a ela enquanto saltava por entre os prédios com sua carga de arrasto. Rimbor era um dos cérebros por trás dessa operação, ele era uma dos alvos a serem interrogados pela equipe de Nazarick.
Chegando sobre o telhado do armazém ela percebeu que Inta ainda não havia saído e o prédio já estava tomado de chamas - "será que algo aconteceu com ele? Ainda tenho que checar a jaula." - então se lançou pelo buraco até os andares abaixo.
- Inta! Onde você está?
- Aqui! - respondeu com uma voz estranha.
Ele estava agachado dentro da jaula, a porta tinha sido arrancada.
- É ele? Por que não me esperou?
- Não é ele, eu percebi assim que me aproximei das grades.
- O que é então?
- Crianças, são duas crianças.
- Droga, pelo jeito você tinha razão, podemos ir então, o prédio logo virá abaixo.
- O que vamos fazer com elas?
- Com quem?
- Com as crianças.
- Elas parecem mortas.
- Sim, em certo ponto estão mortas, mas não podemos deixar elas aqui.
- Por que não?
- São crianças.
- São apenas humanas.
Inta olhou para Entoma com uma mescla de espanto, tristeza, vergonha e decepção.
- Nunca pensei em ouvir algo assim de você... - murmurou o vampiro enquanto agarrava as duas crianças com as garras dos pés e então levantou voo seguindo pela abertura no teto e depois em direção ao hotel.
Entoma não entendia o que tinha acontecido, o que ela disse que irritou Inta?
Ela ficou remoendo o pensamento de que tinha feito algo errado, mas não sabia o que era, enquanto carregava Rimbor de volta ao seu apartamento, deixando ele amarrado no quarto subiu rapidamente para o de Inta, chegando lá encontrou Kyouhukou.
- O que você está fazendo aqui?
- O senhor Barintacha me pediu um favor, então eu vim esperar você para saber o que aconteceu já que a senhorita comeu o meu contato e o nosso gerente não quis dar muitas explicações.
- Bem, não sei o que houve, tudo aconteceu assim... - Entoma explicou como havia sido a noite até o momento onde algo irritou o vampiro.
- Você não disse isso?!
- O quê?
- Às vezes eu me esqueço do quanto a senhorita é jovem.
- Eu não entendo o motivo dele ter ficado irritado COMIGO!
- A senhorita disse para deixar as crianças lá para morrerem e o motivo disso é que eram apenas humanas.
- E por que isso é importante? - questionou a empregada de forma angustiada.
- Não sei se reparou, mas o Senhor Barintacha tem lutado pela integração dos povos não humanos.
- Sim eu sei disso, é uma luta fazer os humanos nos aceitarem.
- Esse é o ponto, integração e tolerância são uma via de mão dupla, isso inclui aceitar os humanos como eles são.
- Você quer dizer para perdoá-los?
- Não, de jeito algum, quem precisar ser punido será, quem pode mudar deve ser ensinado e incentivado a isso, e os inocentes devem ser protegidos.
- Mas eles não têm utilidade para nós, são apenas humanos fracos.
- Você é fraca.
- O quê voCÊ DISSE?!
- Você é fraca, se comparada a suas irmãs, você é fraca se comparada aos guardiões, você é fraca se comparada a Sua Majestade, e mesmo assim eles não te menosprezam, não te diminuem, ou desdenham, eles te apoiam e te fortalecem.
- O Rei Feiticeiro, se quisesse, poderia arrasar uma cidade humana com um único feitiço, se ele realmente quisesse todos os humanos mortos, bastaria esvaziar a Cela Negra e enviar meus parentes, cada um com uma porção ínfima de arsênico, em uma noite todos os humanos do reino estariam mortos ao custo de apenas algumas toneladas de veneno.
- Mas em vez disso ele escolheu o caminho mais longo, pelo que pude entender, nosso mestre deseja a paz entre as raças, todas elas, ele vê todos da mesma maneira, mesmo os humanos. E nós devemos aprender com isso.
- Eu não sabia - murmurou Entoma de forma envergonhada, então ela viu a porta do quarto se abrir.
- Int-... Pestonya?!
- Uma boa noite para a senhorita-au.
- Mas o que, como?
- Eu pedi para ela vir, esse foi o favor que o senhor Barintacha me solicitou, um curandeiro, lógico que com autorização de nosso mestre. Lorde Ainz apenas me perguntou se alguém da equipe havia se machucado, eu informei que não, então perguntou se era para o bem de Nazarick, e eu respondi que sim.
- Então Lord Ainz já deve saber da minha atitude.
- Provavelmente, inclusive acredito que ele sabia desde o começo, por isso envio você aqui.
- Era um teste e eu falhei.
- Ao contrário, acho que era mais uma aula, algo para você aprender, como foi feito com Lord Cocytus, por isso você deve contar pessoalmente tudo para Sua Majestade.
- Eu entendo, como os huma..., as crianças estão?
- Desnutridas, desidratadas, espancadas, com overdose de Pó Negro, mas após a cura estão bem fisicamente.
- Mas mentalmente...
- Inta! - Entoma correu até o vampiro que estava em sua forma mais humana - Me desculpe Inta, eu não entendia.
- Me perdoe também, acho que fui muito duro com você.
- Não precisa, eu mereci uma bronca, acho que meu mestre queria me ensinar algo que eu não estava vendo.
- Sua Majestade é muito sábio.
- Sobre as crianças, você disse antes que elas estavam mortas, mesmo não estando, explique para mim, por favor.
- Bem acho que legalmente estão mortas, elas provavelmente eram nobres, não tinham calos nas mãos, devem ter sido vendidas como escravas para pagar alguma dívida, mesmo entre os nobres caídos ainda existem leis que restringem como podem ser usados. Um nobre ainda retém conhecimento e às vezes contatos, então alguém com estudo acaba como chefe da criadagem, quanto menos você for capaz, pior o serviço, elas eram novas demais para trabalhar, devem ter virado damas de companhia.
- Mas como elas podem ter acabado naquele lugar?
- Talvez não fossem boa companhia, talvez a família que comprou teve que se livrar delas, mas, com certeza, foi há pouco tempo, elas não durariam muito mais em outro serviço, expuseram elas ao Pó Negro tentando entorpecê-las.
- Para o que?
- Acho que seriam escravas sexuais, pelo jeito seriam enviadas para outro reino, "intocadas" provavelmente valeriam bastante dinheiro para os malditos pervertidos.
- Como permitem isso?
- Não permitem, ainda mais hoje em dia onde a escravidão se tornou ilegal, mas basta algumas moedas de prata na mão do fiscal certo e você tem um documento comprovando que morreram de alguma doença, dai é só vender sem ninguém saber.
- Meu mestre precisa saber disso.
- Além disso, a overdose afetou demais a mente delas.
- Como assim?
- Vem comigo.
