Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones trazendo o final de mais um arco da minha fanfic.

Inta conta mais sobre o seu passado e busca de Entoma está chegando ao fim .

Se curtiram compartilhem por favor, obrigado.

Com vocês.

Aquele que Voltou

Capítulo 23: Volta para casa

Entraram no quarto seguidos por Pestonya e Kyouhukou, dentro havia uma grande cama onde estavam deitadas duas meninas, muito novas, loiras, gêmeas, ambas estavam com os olhos abertos mas não reagiam à presença.

— Eu usei minha hipnose vampírica para olhar a mente delas, está em branco, não possuem memórias, isso é um dos efeitos do Pó. No começo, viciados vão perdendo a memória, esquecem a família, depois de si mesmos, desnutridos por esquecerem de comer, no final só resta a droga e morrem. Com elas acho que forçaram apenas algumas doses, mas grandes demais, talvez tivessem pressa.

— É minha culpa, eles estavam assustados, queriam tirar toda a operação de uma vez, eu fiz isso com elas.

— Não tem como saber Entoma, eles podiam já estarem planejando isso.

—VOCÊ NÃO PODE GARANTIR QUE A CULPA NÃO É MINHA!

— I-Irmã-ã…

— O quê ela disse? – Entoma estava surpresa.

Inta se aproximou, seus olhos brilharam em vermelho.

— Incrível, há algo aqui. É tênue, uma memória, antiga, desfocada, mas agora tem uma nova memória, viva, de sua voz. Graças, isso é um bom sinal.

— O que quer dizer, Inta?

— A mente delas não está morta, apenas adormecida, suas memórias, o que tornavam elas mesmas foi destruído, mas com ajuda talvez elas possam se recuperar, formar novas memórias.

— Pestonya, elas teriam ajuda nos orfanatos em E-Rantel?

— Infelizmente não temos experiência em tratar doenças mentais senhorita-au.

— Eu faço – Inta afirmou sem pestanejar.

— Por que você, Inta?

— Eu sou o mais indicado para isso, a hipnose pode ajudar, já fiz algo parecido uma vez. Sabia que já tive uma filha?

Entoma apenas balançou negativamente a cabeça.

— É mesmo, não contei sobre isso, você pode imaginar como ela morreu?

— "Estaca, lâmina de prata, aventureiros" – pensou Entoma – Não, não sei, Inta.

— De velhice, em sua cama, pacificamente, a seiscentos e trinta anos atrás, ela tinha 87, vinte e dois após a morte da mãe.

— Ela não era uma vampira!

— Não, não era, nem a mãe dela. Sabe, o vampirismo é uma maldição, mas se propaga como uma doença. Algumas doenças não passam para os filhos. Eu vivi uma vida calma com elas, mas no final ela mal me reconhecia, a hipnose ajudava, mas eu não sabia muito na época. Depois disso, jurei nunca mais ver um filho meu morrer assim, fui presente na vida de meus netos, mas os bisnetos se afastaram muito, ou fui eu, perdi o contato com eles, acho que morreram na ascensão dos Oito Reis, não tenho como ter certeza.

— Lamento muito sua perda Inta, você não precisa assumir essa responsabilidade.

— Não preciso, mas posso assumir, elas não têm ninguém, eu sou a melhor ajuda que elas terão.

Toc Toc*

— Deve ser o Gunter com a comida.

Inta foi até a porta com Entoma logo atrás, mas não se mostrando para o Gerente do Dia.

— Ah! Obrigado, desculpe Gunter por incomodá-lo tão tarde, ou seria cedo?

— Estou ao seu dispor, senhor Barintacha.

— Ainda vou precisar saber onde o seu ex-empregado passava as noites – disse Entoma fora de vista, pensando em como ainda não havia acabado a sua missão.

— Acho que isso será difícil – Gunter respondeu subitamente – M-Me desculpe Senhor Barintacha, não era minha intenção escutá-los! – se empertigou o gerente.

— Não se preocupe Gunter, o que houve?

— Acredito que a senhorita deve estar falando do senhor Yamashiro, ele foi o único empregado a ir embora nos últimos anos.

— Sim, é dele mesmo, o endereço que deu era falso, precisamos saber onde ele passava as noites.

— Oras senhor, aqui, ele dormia aqui. O senhor autorizou.

— O que?

— Ele deu aquele endereço apenas se alguém o procurasse, tinha certos receios, mas ele disse que não tinha onde ficar, então eu pedi ao senhor se um dos empregados podia usar o quarto reserva para dormir aqui. Ele saía de serviço, se ausentava por poucas horas, acho que ia até uma taverna e depois voltava para dormir.

— Eu achei que fosse o Miko.

— O Miko ficou com o quarto também depois que se recuperou e voltou, quando o senhor Yamashiro foi embora.

— Agora eu vejo como vampiros podem ter memória ruim – zombou a empregada.

— VAMPIRO!? Quem?!

— Ninguém Gunter, você não ouviu nada sobre vampiros – disse Inta com olhos vermelhos e um gesto de mão.

— Sim senhor… acho que vou voltar à portaria, com licença Senhor Barintacha, senhorita Entoma.

— Boa noite senhor Gunter – disse Entoma de forma envergonhada – Ele não sabia?!

— Não.

— Me desculpe.

— Acho que ainda não é hora dele saber, amanhã vamos olhar o quarto.

No dia seguinte, nada foi encontrado no quarto, nem nas tavernas próximas e nem nas semanas seguintes. A busca foi geral, mas mais nada foi descoberto, então chegou o dia que todos foram chamados de volta à Nazarick.

— Acho que isso é um adeus – disse Entoma na janela de sua carruagem branca.

— Você pode vir me visitar, estamos apenas a um daqueles portais incríveis que vocês usam.

— Sempre que eu puder! Esse não vai ser o fim da Aranha Negra.

— Sempre preferi Garota-Aranha, mas você não soube? Parece que há um novo aventureiro, um homem-besta morcego.

— Um Homem-Morcego, quem acreditaria nisso!? – respondeu Entoma de forma jocosa.

— Não é?! Acho que se sentem mais seguros imaginando um homem-besta do que um vampiro herói, puro preconceito He! He! He!

— Por falar nisso senhor Barintacha – disse Kyouhukou – lembre-se que os meus parentes foram voluntários para ficarem, eles estão seguindo os desígnios de Sua Majestade o Rei Feiticeiro, espero que os trate bem.

— Com certeza o farei senhor Kyouhukou, eles ajudarão muito. Agora lhe devo dois favores.

— E como está se saindo a sua nova gerente da noite?

— A senhora Crista parece estar se adaptando bem e ela realmente sabe lidar com vítimas do Pó Negro, está ajudando bastante com as meninas, mas elas sentirão muito a sua falta, não param de chamar a irmã mais velha.

— Parece que você já tem toda ajuda que precisa – mencionou Entoma com um tom de desagrado.

— Oras, você sabe que a senhorita Crista não faz o meu tipo.

Então Entoma agarrou Inta e o puxou para dentro da carruagem, tirou a máscara e deu um longo beijo no vampiro que retribuiu.

— Adeus Barintacha Hierofantes, até logo!

— Adeus senhorita Entoma Vasilissa Zeta!

Quando a carruagem começou a andar, Entoma jogou um pequeno objeto na direção do vampiro.

— Aqui! Pega!

Inta segurou o pacote arremessado e então o abriu enquanto a carruagem se afastava. Dentro havia um livro.

— "42 Dias Em Arwintar: Um Guia de Viagens Para Heteromorfos E Humanos", poxa vou precisar pedir para ela autografar! – brincou o vampiro, sorrindo.

…………………………………..

Nos meses que se seguiram, Entoma retornou regularmente a Arwintar e mesmo que as suas aparições como Garota-Aranha tenham diminuído, sua popularidade não. Como o herói Homem-Morcego foi visto várias vezes com ela, acreditava-se que mesmo só vendo ele era provável que a Garota-Aranha estaria por perto.

Os parentes de Kyouhukou permaneceram por várias gerações em Arwintar, mantendo vigilância e auxiliando Inta, o que em termos humanos representou apenas alguns anos até que fosse dado fim à vigilância contínua de toda a cidade.

Com a ajuda de Crista e a terapia hipnótica de Inta, as gêmeas apresentavam melhoras rapidamente, mas era durante as visitas de Entoma que se tornava mais visível esses avanços. Algo na voz dela estimulava as meninas que sempre a chamaram de irmã mais velha. Elas nunca se lembraram de seu passado e em determinado tempo começaram a treinar para ser parte de Nazarick em uma força humana especializada.

O livro 42 Dias em Arwintar foi um grande sucesso, incentivando uma segunda edição, desta vez voltada apenas para gastronomia, mas foi preciso separar em edições para humanos e outra para heteromorfos, afinal de contas alguns dos restaurantes indicados possuíam voluntários humanos que vinham principalmente das arenas e eram pagos antecipadamente para estar no cardápio.

Entoma, Inta e as meninas ainda estão juntos e felizes.

...

NOTA DO AUTOR

Olá, sou o Mr. Bones, acho que preciso dar umas explicações e tirar algumas duvidas que possam permanecer.

Sobre as crianças: Sim, as meninas resgatadas são as irmãs de Archer, nunca gostei do fim que elas levaram na LN, principalmente por ter sido escolhido por votação, então nesta versão elas só foram dadas como mortas, perderam a memória mas reencontraram sua irmã, mesmo que seja apenas na voz que Entoma ainda usa.

Sobre Inta que veio emprestado de outra fanfic, obrigado AtheistBasementDragon, eu mudei um pouco sua origem, isso fará sentido no final desta fanfic, assim como outras coisas, tenham paciência comigo por favor.

Sobre o viajante vocês perceberam que ele é o "MacGuffin", o objeto que faz esses pequenos contos se desenvolverem, sim, ele vai aparecer no final, tentarei fazer com que seja um personagem interessante e importante para futuras histórias minhas, espero que curtam até o final pois ainda tem bastante coisa pela frente.