Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones com o capítulo 25 da minha fanfic de Overlord.

Néia corre perigo durante um reecontro.

Obrigado por lerem até aqui, agradeço os comentários e se quiserem compartilgar agradeço.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 25: Reencontro

— CZ! O que você está fazendo aqui?!

— Vim visitar Neia – disse a androide enquanto atirava diversas vezes com seu rifle por debaixo do braço que segurava a flecha encantada. Todos os tiros atingiram a mesma janela do outro lado da praça.

Neia abriu um grande sorriso para, de repente, perdê-lo no tumulto que se formou. As pessoas perceberam que a Santa Sem Rosto quase tinha sido morta e começaram a se aglomerar, várias passaram pela segurança, uma criança com uma faca de madeira na cintura, um homem truculento usando luvas de metal pesadas, uma jovem com roupa sensual, uma senhora idosa, todos correram em direção a Neia. Alguns tomaram posições para defendê-la, outros tentaram ver se estava machucada, quando alguém tentou tocar-lhe o rosto, um grito parou a multidão.

A velha senhora estava gritando a poucos centímetros do rosto de Neia. Abaixo dela, mãos negras seguravam seus tornozelos, o som deles sendo esmagados era bastante audível e então a senhora foi derrubada e arrastada vários metros para longe, antes de ser engolida pelas sombras.

— O que foi isso?! – exclamou Neia, perplexa.

— Demônio das sombras, Neia Baraja – uma voz respondeu.

— Um demônio matou aquela velhinha? Estou sendo atacada por demônios?!

— Em absoluto, minha cara. Estes seres estão aqui para lhe proteger e acredito que, pelas marcas deixadas pelo rastro das mãos daquela senhora, aquilo seja algum tipo de óleo venenoso. Sugiro que seja limpo rapidamente antes que alguém se envenene acidentalmente.

Neia então percebeu de onde estava vindo a voz que dava uma explicação tão formal, um ser que parecia uma ave preta e branca pendurado por um arreio na frente do corpo de CZ.

— Pelo Supremo… É TÃO FOFO!

CZ apenas levantou o polegar em sinal de positivo e Éclair bufou.

— Senhorita, eu sou Éclair Écleir Éicler, Mordomo número um da Gran... humm, de Sua Majestade o Rei Feiticeiro.

— É um prazer conhecê-lo, senhor Éclair.

— Senhora, é melhor sairmos da rua, ainda é perigoso – disse Bertrand, o assistente de Neia.

Bertrand foi um dos primeiros a se juntar a Neia, ainda quando montaram as primeiras equipes de busca ao Rei Feiticeiro. O mais fiel dos Seguidores da Justiça.

— Sim Bertrand, você tem razão, vamos ao meu escritório.

Entraram pela igreja em ruínas, parte dela estava sendo reconstruída, mas muito ainda precisava ser feito para que pudesse receber os fiéis. No fundo dela se encontrava o escritório de Neia, separado apenas por uma porta de seu dormitório.

CZ retirou Éclair do arreio e quase que imediatamente foi apanhado por Neia.

— PARE SENHORITA! Pare, pa-… Humm isso é bom – disse Éclair após ser agarrado e ter sua cabeça acariciada. Com CZ sempre era um eterno estrangulamento, mas agora ele se sentia… aconchegado.

— Vamos CZ, me conte o que tem feito! Como andam as coisas no Reino Feiticeiro, como está sua Majestade, ele virá para as festividades?

— Festividades?

— Sim, nos próximos dias será a data que Sua Majestade retornou para nós, alguns queriam comemorar como a queda de Jaldabaoth, mas achamos melhor exaltar o retorno de nosso Deus. Há alguns meses até quiseram comemorar a minha ida ao reino Feiticeiro como uma data especial, imaginaram que talvez Sua Majestade viria nos visitar por ser uma data importante, mas sabemos que é muito ocupado para algo tão trivial – despejou Neia, a princípio com entusiasmo, mas no final com óbvio desapontamento.

— Sua Majestade o Rei Feiticeiro é a pessoa mais ocupada do mundo – interveio Éclair – Sua responsabilidade é de tal tamanho que se ausentar poderia levar vários reinos a ruína. Ainda assim ele provavelmente se sentiria honrado com o convite.

— Ah não, não enviamos um convite, sabemos como Sua Majestade é ocupada, e com uma possível guerra civil estourando aqui seria horrível incomodar ele com um convite para um local em ruínas.

— Vejo o seu ponto, parece que vocês… Seguidores da Justiça? É assim que vocês se chamam? Parece que vocês estão passando por muitas necessidades.

— Sim, quando surgimos passamos a nos chamar de Seguidores da Justiça, como nas outras religiões, seguidores do Deus do Fogo, da Água ou Terra, mas há alguns meses alguém começou a nos chamar de forma diferente e parece que pegou, a gente está sendo chamado de …

TOC TOC*

— Oh! Entre!

— Com licença senhora Neia, trouxe chá e alguns biscoitos para seus convidados.

— Obrigado Bertrand, desculpe por oferecer tão pouco, como o senhor mesmo disse senhor Éclair, estamos em uma situação de contenção de gastos.

— Neia deveria receber o apoio do Rei Santo.

— Sim, ele declarou o apoio, até mesmo ofereceu recursos, mas tivemos que recusar, tal atitude simplesmente fomentaria ainda mais o ódio dos nobres do Sul, não podemos ser o motivo que estouraria a guerra. Além disso, os templos recebem recursos vendendo curas aos fiéis, o que não fazemos, então tudo que temos são as parcas doações de nossos seguidores, e eu consegui um bom valor pela casa de meus pais. Estamos com recursos apenas para as obras e ajudar os filhos da guerra

— Não queremos ser comparados àqueles gordos padres vestidos de ouro e joias, seremos puros em nossos objetivos e superaremos as adversidades, afinal se tornar forte é justiça.

— Entendo o seu ponto senhorita, mas, mesmo assim, acho que como representante de uma divindade você deveria estar em situação melhor, a abnegação é louvável, mas como você fará o que é necessário sem recursos?

— Ainz-Sama ajudará Neia se ela pedir – disse CZ levando dois dedos à cabeça como se fosse começar uma mensagem.

— NÃO! Por favor não CZ, eu não posso pedir isso a ele depois de tanto que já nos fez! Nós ficaremos bem, logo o Reino Santo irá se reconstruir e as adversidades só nos fortalecerão.

— Adversidades como a de hoje, senhorita?

— Ah! Aquilo?! Se não tentarem me matar pelo menos uma vez por semana eu nem durmo direito hahahahaha!

— Então aquilo é comum?

— Não – suspirou Neia – pelo menos não tantos de uma vez, parece ter aumentado recentemente. Graças aos presentes de Sua Majestade, todos se frustraram.

— Neia esteve em perigo hoje – disse CZ enquanto retirava três milkshakes de chocolate de dentro de seu espaço dimensional. Neia pegou o seu com avidez – a faca foi uma distração, mas sem sua proteção te mataria em segundos, a flecha tinha mágica arcana poderosa, poderia ter ferido mortalmente Neia, o veneno que a idosa estava usando era forte o suficiente para superar o anel contra venenos que usa. Neia precisa de equipamentos melhores.

— Mas tudo foi presente de Sua Majestade, nunca poderia arrumar artigos melhores para me proteger.

— Deixe disso senhorita Neia. Apesar deles serem bons para situações eventuais, eles não são os melhores para o que você estava enfrentado hoje. Se não fosse pela senhorita CZ e os Demônios das Sombras você poderia estar passado por uma ressuscitação neste exato momento.

— Ainda bem que eles vieram junto com vocês hoje, preciso agradecê-los.

Neia não sabia, mas tais Demônios estavam com ela desde a partida de Ainz, protegendo ela nas sombras e passando relatórios a Demiurge, o responsável pelos planos de desenvolvimento ou queda do Reino Santo.

— Na verdade CZ, como você sabe do veneno e todas essas coisas?

— Relatório dos Demônios das Sombras, dois dos atacantes foram interrogados, o Ladino e a Alquimista, não reconhecem quem os contratou, ambos são especialistas em suas áreas, foram pagos com dinheiro do Reino Santo.

— Mas e quem disparou a flecha?

— O Arqueiro não foi localizado, a arma foi deixada no local, uma balestra com arco duplo para disparos a grandes distancia. Sangue de duas pessoas estava no cômodo, um deles era do morador, estava com a garganta cortada, o outro sangue era de um agente desconhecido, bastante hábil para se esquivar de alguns dos meus disparos e fugir rápido o suficiente para não ser localizado… ainda.

— Uau, parece que dessa vez se esforçaram, CZ! Eu estava com saudades, mas eu sei que você não deve ter vindo à toa, seu serviço ao lado de Sua Majestade é muito importante, principalmente depois do que houve a Re-Estize, então você deve estar aqui em alguma missão, não é?!

— Sim, Neia tem razão. Eu estava com saudades, mas Sua Majestade me enviou em missão, preciso achar uma pessoa.

— Como ele se chama?

— Telcontar, mas pode ser um nome falso.

— O que ele fez?

— Não posso dizer.

— Quando ele esteve aqui?

— Não sei dizer – como era os primeiros dias de busca de todos, ainda não se tinha uma linha cronológica das andanças do Viajante.

— Como ele é?

CZ então retirou o retrato falado do Viajante e entregou junto com mini sanduíches e outro milkshake, este de baunilha. Neia desta vez aproveitou com mais calma enquanto analisava o desenho.

— Humm, não o reconheço, a aparência é muito comum, mas talvez alguém saiba quem ele é.

Neia se levantou rapidamente engolindo o resto de seu mini sanduíche e saiu pela porta. CZ e Éclair a seguiram, provavelmente ela iria perguntar a Bertrand ou a outra pessoa sobre o viajante.

Ao sair da igreja ela se dirigiu novamente ao púlpito e então falou.

— Meu povo!

Nesse momento a praça que ainda estava cheia de Seguidores muito preocupados se a Santa estava bem, pararam o que estavam fazendo e olharam em sua direção, todos ao mesmo tempo em uma coordenação horripilante demais para não ser notada, menos por Neia que já estava acostumada com essas coisas.

— Meu povo, procuro por alguém!

—'Ela não vai fazer isso!' – pensou Éclair.

— Algum de vocês já viu esta pessoa?! – gritou Neia levantando o cartaz.

— 'Ela fez, e lá se vai a discrição'- pensou novamente Éclair, enquanto CZ levantava o polegar em sinal de positivo.