Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr Bones com mais um capítulo da minha fanfic sobre Overlord.

Néia descobre uma conspiração não apenas para matá-la mas talvez derrubar o Reino Santo.

Com vocês

Aquele Que Voltou

Capítulo 27: É uma armadilha!

— Não é possível!

— O que houve, Neia?

— O corpo, o corpo de Remédios foi roubado!

— Ladrões de túmulos são comuns, pilhar o corpo deve ser o objetivo.

— Não, não acho, se quisessem apenas roubar as coisas não teriam levado o corpo, na verdade ele é muito mais valioso do que qualquer coisa que tenham enterrado junto. Preciso falar com o Rei Caspond – Neia saiu correndo sem disposição para dar mais explicações, CZ seguia logo atrás, montaram em seus cavalos e saíram em velocidade.

Após aproximadamente uma hora, as duas chegaram ao castelo.

— ALTO! QUEM VEM LÁ! – gritou o guarda no portão que estava junto com seus companheiros.

— Eu sou Neia Baraja, preciso falar urgentemente com o Capitão Gustav Montagnés.

— Sua Santidade! – saldou o guarda batendo o punho no peito como os Seguidores da Justiça faziam. Ele era um devoto, assim como os outros que o acompanhavam.

— Lamento incomodar a essa hora da noite, mas trago informações urgentes que precisam chegar ao próprio Rei Caspond.

— Não havia pior hora possível para a senhora, Sua Santidade, o Capitão Gustav acaba de retornar da patrulha onde foi emboscado, ele deve estar em conferência com o Rei neste exato momento.

— Emboscado! Mais um motivo para vê-lo, me levem até ele.

Os guardas nem mesmo questionaram sua autoridade ou o fato dela estar acompanhada pela conhecida Empregada Demônio. Abriram uma das portas e as escoltaram até uma sala reservada onde aguardaram antes de serem anunciadas.

— Sua Santidade, o Rei a aguarda em sua sala privada. Que a Justiça a acompanhe.

— Que a Justiça acompanhe todos vocês – respondeu Neia, deixando os guardas extasiados depois de terem estado na presença da Santa Sem Rosto.

— Sua Majestade, Capitão Gustav, trago notícias urgentes – disse Neia apenas fazendo uma saudação com a cabeça, o Rei já havia comunicado que, em particular, não havia necessidade de maiores saudações, pois a considerava uma amiga e uma das maiores forças do Reino Santo, junto ao Capitão Gustav.

— Ah! Senhorita Neia Baraja, é tão bom vê-la novamente, mas acho que nada poderia piorar a situação atual.

— Roubaram o corpo de Remédios Custódio.

— Por tudo que é mais sagrado, tudo acabou de piorar! – disse o Rei Santo caindo sentado em uma poltrona – O Capitão Gustav foi emboscado há poucas horas.

— Capitão, o senhor está bem?

— Sim, senhorita Neia, o ataque foi muito bem planejado, fui ferido durante a luta, perdi muitos homens, no final acho que o objetivo era me separar deles, acredito que seja obra dos separatistas do Sul.

— Soube por sua Majestade o Rei Feiticeiro que uma vez foi tentado o mesmo em Re-Estize, quando quase mataram o seu campeão o Capitão Guerreiro Gazef a fim de enfraquecer o reino – disse Neia se recordando das histórias que o Rei Feiticeiro contava durante a sua jornada compartilhada a mais de um ano – Ainda bem que não lograram êxito em matá-lo Capitão, com a baixa de sacerdotes e a resistência das igrejas em ajudar o reino, sua ressurreição seria bastante inconveniente.

— Não acho que quisessem me matar, não posso me comparar a Gazef, hoje sou facilmente substituível, o objetivo deles era outro, algo mais importante do que eu.

— O que seria mais importante que matar o Capitão dos Paladinos do Reino Santo?

— Roubar a espada Safarlisia.

— Não!

— Sim, conseguiram me cercar, eu ainda não sou capaz de usar todo o poder da espada como Remédios fazia, então fui ferido gravemente. Para minha vergonha, não consegui impedir que a tomassem, eles nem mesmo se preocuparam em me matar, eu não era o alvo deles – suspirou um abatido Gustav.

— Mas isso só pode significar um ataque coordenado ao Reino, esta tarde mesmo fui atacada por três assassinos ao mesmo tempo, só escapei graças a intervenção de CZ e… amigos. Você, Gustav, pelo visto foi atacado ao mesmo tempo, e o roubo do corpo de Remédios não deve ter sido há mais de um dia, já que a terra de sua sepultura estava fresca. Acho que o Rei Gaspond pode ser o próximo a sofrer um atentado, sua segurança deve ser reforçada, Majestade. CZ, nossos amigos das sombras estão aqui?

— Sim, Neia Baraja, eles estão nos acompanhando.

— Então peça para eles cuidarem do Rei.

— Não, eles estão aqui para sua segurança.

— CZ, estou pedindo este favor, mantenha eles aqui para proteção do Rei, ele deve ser a prioridade agora, estarei bem com você.

CZ entrou em uma luta interna que levou meros milissegundos.

— Sim, Neia, eu vou cuidar de você.

— Obrigada, CZ. Sua Majestade, além da guarda palaciana, estou deixando uma segurança extra aqui, eu garanto que Vossa Majestade estará seguro – neste momento, uma dupla de sombras brotou dos pés de Neia e acenou para Caspond, sumindo sob seus pés.

Ela não sabia, mas havia agora três Demônios das Sombras na sala trocando informações, dois de Neia e o que sempre acompanhava o doppelgänger Caspond, que estava confuso. Tudo estava indo mais rápido do que o esperado, esse tipo de ataque era previsto por Lord Demiurge para daqui a meses, a morte do rei pelas mãos dos separatistas era uma das vias de ação, fazendo Neia surgir como nova representante do reino por aclamação. Outra linha dizia que ela seria transformada em mártir, levando a religião dos Seguidores da Justiça ao frenesi e desencadeando uma Guerra Santa onde o Rei Feiticeiro surgiria como o Deus a proteger seus seguidores. Mas o roubo da espada não fazia sentido, apesar de ser um tesouro nacional, não era um item particularmente poderoso, algo facilmente substituível por qualquer peça do cofre da Grande Tumba.

— Obrigado pelo apoio, Senhorita Neia, estarei muito mais satisfeito se a própria senhorita ficasse aqui.

— Será uma honra Sua Majestade, mas preciso pegar algo em casa para poder fazer este serviço, meu arco – Neia passou a guardar o arco em um cofre sempre que não estava treinando ou trabalhando, o tesouro mais estimo dela precisava ser protegido.

— Se Sua Majestade me permite, vou me retirar, mas logo voltarei com reforços para a guarda do palácio, até mais Gustav.

— Aguardo o seu retorno, senhorita Baraja.

— Até logo, Neia – se despediu Gustav.

Antes de deixar o palácio, Neia se virou para a empregada de batalha.

— Vamos correndo até em casa, preciso pegar o meu arco e reunir um grupo de Naza-… – a fala de Neia foi cortada por CZ que acabara de receber uma mensagem.

— Neia, preciso ir a um lugar, você vem comigo.

— Onde CZ, agora?

— Sim, fora da cidade, os Demonios das Sombras encontraram a Arqueira, ela está morrendo, não vai durar muito.

— Que tal usar um daqueles portais?

— Tentei contato, mas Lady Shalltear parece estar humm, indisponível no momento, ela está com suas… humm… noivas vampiras, só devo ligar de novo se for urgente.

— Que mulher dedicada, treinando a esta hora da noite! – Neia parecia genuinamente surpresa.

— Sim, treinando, ela treina muito.

— Então é melhor você ir sozinha, eu só te atrasaria, vou rápido até a igreja e retorno com um grupo em menos de uma hora, não se preocupe, ficarei bem.

A contragosto, CZ partiu para o ponto onde os Demônios das Sombras aguardavam. Com o mapa da cidade e arredores gravados em sua memória, a empregada chegou em menos de vinte minutos ao local, uma cabana um pouco após os muros da cidade.

— Onde ela está? – exigiu CZ irrompendo pela porta.

— Aqui no porão, senhorita.

— Quais as condições dela?

— Está quase morta. Ela é bastante habilidosa, seus ferimentos não foram em lugares vitais e foram tratados, poção de cura provavelmente, não o suficiente para uma melhora completa, mas nada fatal.

— Então por que ela está morrendo?

— Acreditamos que ela foi envenenada.

CZ, mesmo na escuridão do porão, podia ver as veias escuras que subiam pelos braços da arqueira, indo em direção ao seu rosto que estava inchado.

— Quem mandou você? Preciso que me responda – CZ estava pronta para usar uma poção de cura de Nazarick para ganhar mais tempo e, se precis,o torturar ou enviar a Arqueira para Neuronist, mas nem foi preciso fazer a oferta.

— E-Eles me t-traíram.

— Quem te traiu?

— F-Falsos a-adoradores dos Quaatro, t-talvez do Sul, v-você precisaa s-salva-la!

— Salvar quem?

— N-Neia Baraja, eles q-querem ela – disse a Arqueira enquanto cuspia sangue.

CZ imediatamente jogou uma poção para o Demônio das Sombras mais próximo.

— CURE ELA! – gritou a empregada de uma forma incomum enquanto queimava um pergaminho de mensagem.

— 'Neia! Pode me ouvir Neia Baraja?' – não houve resposta.

Neste momento, a igreja que servia de casa para Neia explodia em chamas.