Olá Pergaminhos e Nazarins, Mr.Bones trazendo... o último capítulo da minha fanfic Aquele que Voltou.

Espero que tenham gostado de acompanhar esta minha história deste mundo tão incrível que é Overlord.

Saberemos agora um pouco mais de TW e como os guardiões irão reagir.

Aproveitem

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 38: Novo Mundo

Ambos estavam sentados no escritório e pareciam pensar no que aconteceu.

— Pelo jeito foi o mesmo que houve comigo no momento que o jogo encerrou... como você se sentiu? Eu fiquei perdido, mas por ter virado um morto-vivo parece que me acalmei bem rápido – Ainz recontou sua experiência do fatídico dia em que veio para esse mundo, um dia que ficava cada vez mais distante em sua memória.

— Haha, imagino! Bem, quando dei por mim eu estava ao lado de uma cidade, quase tive um ataque cardíaco, pensei que podia ser um DLC, mas notei que estava sem fôlego, eu estava respirando, então foi aí que eu percebi que tinha sido Isekaneado.

— Isekaineado?

— Eu inventei a palavra, fui mandado para outro mundo e sacaneado ao mesmo tempo! Continuando, tive que me adaptar, ainda bem que era uma região humana, eu não teria chance em uma luta, como humano nível 1 eu era bem fraco. Vendi amuletos básicos para sobreviver, então percebi que não podia mentir e que a minha sorte ainda funcionava em 99% todas vezes.

— Por que isso da mentira?

— Acho que foi a mudança de mundo, várias coisas como contadores de tempo e outros tipos de magia foram adaptados, por isso invocações duram até serem destruídas, mas ainda é preciso esperar um tempo para usar outras magias. O mesmo foi feito com as bençãos que me impregnavam, foram adaptadas para funcionarem neste mundo, isso me afetou dessa maneira me purificando, mesmo em nível 1 eu não me canso facilmente, nem preciso comer ou beber para me sustentar por meses. Quanto à minha sorte, esta se tornou constante, então usei ela o melhor que pude, percebi que gerava azar para os outros em contrapartida, então criei o método para armazená-lo, só levei dez anos para isso.

— Dez anos! Você deve ter sido um vizinho terrível.

— Por isso me mudava constantemente, assim não estragava a vida das pessoas e podia procurar sinais de outros jogadores.

Isso chamou a atenção de Ainz.

— E você encontrou algo?

— Claro, estavam em todos os lugares, as estátuas dos Seis Deuses que chegaram há 600 anos, pinturas dos Oito Reis da Ganância de 500 anos, O Sábio Minotauro que veio há 400 anos e as Divindades do Mal que assolaram este continente há 300 anos, até entre os Treze Heróis que lutaram há 200 anos havia jogadores.

— Todos eles?

— E ainda mais, nas minhas buscas descobri que sociedades inteiras sumiram e emergiram com o passar dos séculos, e sempre havia a influência dos jogadores. Você sabe há quanto tempo existe este mundo?

— Não faço ideia Wild, não é como se eu pudesse fazer a datação de carbono das pedras com magia.

— Tenho certeza que se você pedisse, os Guardiões poderiam inventar algo, pelo que me lembro Demiurge deveria ter inteligência de gênio.

— Sim, ele tem. Mas os guardiões são muito ingênuos sabe, não têm experiência real de combate. Fora a grande invasão, quase não tiveram ação, mas acho que a mudança de mundos deixou eles realmente inteligentíssimos e incrivelmente habilidosos como estava na descrição de cada um deles.

— Isso é meio que um problema, não é?! A magia adaptou suas programações ao pé da letra e eles levam também tudo ao pé da letra, percebi com a Shalltear, se você diz "fique", ela fica, para todo o sempre se for preciso, sem questionar.

— Estou trabalhando nisso, quero que eles aprendam a tomar decisões melhores, mas é difícil quando eles imaginam que você é um ser perfeito. Agora voltando à questão da idade...?

— Certo, eu meio que vasculhei muitas ruínas, este mundo deve ter centenas de milhões de anos, acho que pode ser até mais velho do que o nosso mundo original, e o que quer que tenha nos trazido aqui, tem despejado jogadores há pelo menos quase tanto tempo suponho, chegando a cada 100 anos, às vezes sozinhos ou com as guildas, mas sempre acima do nível 50, sempre acabando como uma força positiva ou negativa, criando, destruindo ou reconstruindo, então a gente tem pelo menos mais 98 anos para nos prepararmos antes da próxima leva chegar.

— Nível 50 você diz, mas você é nível 1... Ah! A sua sorte, deve ter sido isso que te fez vir! Você descobriu quem pode ser o culpado?

— Nada, tudo começou há mais tempo do que viveu o dragão mais velho, talvez o tatatatatatatatatatatatataravô do Imperador Dragão soubesse... se foi passado algo para os seus descendentes, eles não vão contar para nós, eles nos odeiam muito.

— Eu percebi, já encontrei com um, estava usando uma relíquia de Yggdrasil como se fosse o dono, acho que ele deve ter uma base de guilda inteira em algum lugar.

— Usava uma armadura? Eu sei exatamente de quem você está falando e sei exatamente onde ele mora.

— Agora você mostrou valor, Wild – falou Ainz dando um soquinho no ar.

— A-há! Muito engraçado – disse TW de forma jocosa – levei sessenta anos de andanças neste continente só para arranhar a superfície da sua história, e ainda nem puder explorar os outros continentes além mar, ninguém acreditava em mim que deveria haver mais terra.

— E existe?

— Sei lá! Só indo lá para ver.

— Certo, entendo, o fato de você não envelhecer deve ser por causa do bug.

— É, acho que envelheci cinco anos nestes cem, então não sou imortal, na verdade posso morrer facilmente, só tenho sorte de não ser acertado, mas você sabe, sempre tem aquele 1%.

— Ok, agora me diga, como você sabia que a gente ia atrás de você?

— Ah! Isso acho que preciso contar com o seus guardiões, eles precisam saber disso, senão vão sempre querer se livrar de mim.

— Eles não fariam isso.

— Fariam sim! Pelo que vi, eles têm um ciúme tremendo de você, eu não posso ser um obstáculo senão será o meu fim, um escorregão e "Oops! Meu machado caiu sem querer sobre ele, tadinho, morreu, vamos passear Ainz-Sama!" – disse TW com voz infantil.

— Você tem um ponto aí, então vamos falar com eles antes que enlouqueçam imaginando onde você se encaixa no meu plano de dez mil anos.

— Dez mil anos? Acho que você deveria se preparar para os próximos um milhão de anos – disse TW abrindo a porta onde todos aguardavam e puderam ouvir esta última parte – afinal nunca descobri sinais de que os malditos Seraphims já chegaram a este mundo.

— Seraphims!? UM MILHÃO DE ANOS!? - se espantaram todos.

— Guardiões, vamos à Sala do Trono.

— SIM, AINZ-SAMA – assentiram.

Dentro da sala, sentado em seu trono, Ainz tentava manter a pose de Ser Supremo onipotente que havia ensaiado.

— Meus Guardiões! Eu ouvi o que Totally Wild tinha a dizer e posso afirmar que este é realmente meu antigo companheiro que foi injustamente arrancado de nossa guilda contra sua vontade, eventos que só aconteceram por seu sacrifício para proteger seus colegas. Hoje eu o reintegro como um membro ativo, e por sua própria vontade ele abandona o título de Ser Supremo apenas para ser mais um integrante desta casa, então peço a todos que o tratem como um igual e não levem seu passado ao resto dos integrantes de Nazarick. Se alguém discorda da minha decisão, que fale agora.

Ninguém questionaria as ordens de seu mestre, ninguém queria cair em desgraça agora que um antigo companheiro retornou, mas Albedo ainda tinha planos e talvez ela não fosse a única.

— Wild, gostaria de dizer algo? – Ainz perguntou para o antigo companheiro agora aos pés da escada.

— Obrigado, Ainz-Sama. Como foi dito, eu sou Totally Wild, mas podem me chamar de TW ou apenas Wild, fui um antigo companheiro de seu mestre, mas não sou mais digno de tal título, por isso espero ser companheiro de vocês.

— Você mentiu sobre seu nome, então mentiu que não podia mentir, então tudo pode ser mentira – disse Albedo com um desgosto óbvio.

— Me desculpe lady Albedo, mas em nenhum momento eu menti, tenho vários nomes, uso todos e atendo como meus em cada cidade que vou. Sei que levará tempo para confiarem em mim, mas espero ganhar tal confiança – TW continuou firme – Ainz-Sama me pediu para contar como eu pude saber quem iria me seguir, isso faz parte das bençãos que recebi, eu sou um profeta, sou capaz de ter visões do que pode acontecer.

— Então você saberá tudo que está por vir? – questionou Demiurge vislumbrando uma oportunidade.

— Não exatamente, esta é uma habilidade que mesmo nestes cem anos não pude controlar, a última vez que tentei forçar uma premonição, tive a visão de acordar de um coma, então acordei em minha cabana um ano depois, isso quase me matou, e se eu morrer não tenho níveis para ser ressuscitado, simplesmente acabou.

Albedo fez uma nota mental com tal informação.

— Então qual a sua utilidade? – ela resmungou.

— Vocês viram o que posso fazer com o tempo, só preciso disso, deixar as visões virem naturalmente e então juntar as mais prováveis.

— Mais. Prováveis? Não. São. Visões. Do. Futuro?

— Visões do futuro são difíceis e elas não são definitivas, pois o futuro não está traçado. As pessoas imaginam o tempo como um rio, o presente seria o barco navegando, você pode antecipar certas coisas quando vê a bifurcação do rio, uma escolha, ao olhar para trás do barco você vê o seu passado com lembranças, se subir no mastro você se torna um profeta vendo ao longe, mas isso está errado, o tempo não é um rio, ele é um oceano e você está em um barco navegando embaixo da água. O futuro está em todas as direções à sua frente, infinitas possibilidades, por isso os profetas morrem cedo, ter muitas visões destrói suas mentes. Tudo que posso fazer é perceber o fluxo, quais as possibilidades mais favoráveis. Eu só consigo fazer isso por causa das bençãos que me protegem, senão já teria enlouquecido.

— Então teríamos que esperar os caprichos de seu "poder" para que você seja útil? – disparou Albedo.

— Posso ser mais útil que apenas isso, Lady Albedo. Olhar as possibilidades do passado e presente é muito mais fácil e incrivelmente informativo, são versões alternativas com as quais podemos aprender. Por isso me tornei um contador de histórias, para que todos possam aprender com o que já vi, eu vi várias versões deste mundo, eu vi a Tumba nunca chegar ou surgir neste mundo com todos os 42 membros, Nunca Sozinho, eu vi uma Trindade, vi Aquele que Ficou, A Sombra da Valquíria e a Ascensão de Deus, eu vejo mundos que existem, existiram ou podem existir eu, eu, eu, eu...

Totally Wild então acorda assustado em sua cama.

Faltam 95 anos até a chegada da Grande Tumba de Nazarick.

— Uau, essa premonição foi forte pra caramba! Não vou conseguir me lembrar da metade – disse ele se sentando na beirada da cama – que dooor de cabeça, daria uma perna por uma aspirina.

— Aff! Preciso escrever isso antes que esqueça tudo – ele se levanta e vai até sua mesa – pena, pena, pena, aqui, tinta, ok! Vamos ver, como começa mesmo? Ah sim!:

"Montanhas Azerlisia: lugar inóspito e desagradável..."

Fim

...

Fim?

Não, claro que não!

Não parem de ler agora, preciso dar algumas explicações.

Primeiro, este era para ser o final realmente, a história deveria girar em torno da busca por TW apenas para eu contar aquilo que sempre quis. Uma história de Sebas encontrando a Rainha Draudillon, Entoma namorando, Solution espiã etc.

Eu já tinha escrito este final quando comecei, mas com o desenrolar da história foram surgindo mais tramas e sobrando algumas pontas soltas, então, resolvi continuar escrevendo.

Vai haver mais capítulos para amarrar essas pontas, introduzir alguns personagens, fazer as Rosas Azuis correrem um pouco e contar sobre a traição de Demiurge...ops! Spoiler, semana que vem já saberemos o que os guardiões fizeram enquanto Ainz conversava com TW no escritório, então aguardem.

Ah! Muito obrigado por lerem até aqui.

O Autor.