CAPÍTULO XXII

Assim que Pansy terminou de amamentar o filho e o colocou de volta no berço, Harry entrou no quarto. Ele parecia ansioso e incomodado. Pansy endireitou-se e levou o indicador aos lábios, pedindo silêncio.

- Vamos para outro aposento, Pansy! Preci samos conversar. – Harry sussurrou.

Ela o seguiu, mesmo sem querer. Temia aquela conversa, estava cansada e não queria brigar com Harry. Não agora.

- Há uma coisa que quero saber, e quero que seja sincera. – Harry começou, assim que ele fechou a porta.

Pansy caminhou até as janelas, parando e virando-se para encarar Harry. Ela esperou pela pergunta.

- Porque Pius deixou aquela herança para você? Qual era a natureza do relacionamento de vocês?

Pansy encarou Harry por um momento antes de responder.

- Pius sempre foi muito bom comigo Harry. Eu não tinha boas referências, como você sabe, mas ele me aceitou como assistente. Eu tinha a formação, mas não tinha experiência, ninguém queria me dar uma oportunidade. Mas ele me deu e eu aprendi bastante com ele, tanto que me tornei sua assistente pessoal. Pius foi um mentor para mim, e apenas isso. Nunca houve nada amoroso ou sexual entre nós, apesar dos comentários maldosos. Tenho certeza de que foi Comarc quem inventou tudo.

- Ele gostava muito de você então. – Harry comentou. – Porque ele lhe deixou muito, fez muito por você.

- Ele era meu pai Harry.

Harry a encarou com os olhos arregalados.

Pansy não pretendia contar nada sobre isso. Ela manteria segredo, afinal, ela não foi oficialmente reconhecida como filha e nem queria ir atrás de seus direitos como tal, aceitando apenas aquilo que ele lhe ofereceu. Mas Harry era o pai de seu filho e ela não queria mais continuar com aquelas brigas. Um ambiente calmo era o que ela desejava para criar seu filho.

- O quê? Não é possível...

- Minha mãe me contou toda a história quando eu disse a ela que estava grávida. – Pansy o interrompeu - Eles tiveram um relacionamento bem antes de ela se casar. Ela estava apaixonada e ele a abandonou grávida, temendo que uma mulher e uma criança atrapalhassem sua carreira, sua vida.

- Merlin, Pansy! Eu...

- Minha mãe conheceu meu pai, aquele que me criou, e passou a viver com ele. Ela disse a ele a verdade e ele a aceitou, grávida de outro. Ele nos assumiu e passou a ser meu pai desde então.

- Pansy eu não sabia...

- Acredito que Pius deixou aquilo para mim como uma compensação.

- Eu não sei o que dizer – Harry estava visivelmente chocado.

- Eu fiquei tão chocada quanto você! Mamãe disse que levou meu currículo para ele e contou que eu queria muito a vaga. Ela pensa que quando ele me viu na entrevista, concluiu que eu era mesmo sua filha e por isso me deu a oportunidade.

- Pansy... Eu disse coisas horríveis a você – Harry falou, suspirando. – Eu... Por favor, perdoe-me!

- Não sei se posso, Harry. – Pansy disse com sinceridade. Seu coração ainda doía por tudo o que tinha ouvido dele.

- Eu entendo, mas eu vou fazer de tudo para que você me perdoe. Porque não me contou antes? – Harry tinha o olhar perdido.

- Pensei que você não acreditaria.

Harry caminhou até Pansy e a envolveu em um abraço. Ele sabia que ela tinha razão. Ele estava tão cego por tudo o que disseram dela, pela forma como se relacionaram. Como fora um idiota com aquela mulher tão boa, tão sensível!

Pansy não pensava, ela só queria aproveitar o momento. Ela se deixou envolver por aqueles braços, sentindo o cheiro de Harry, seu conforto. Como precisava daquilo!

- Você está certa. Não podemos continuar assim.

- Tenho certeza de que podemos chegar a um acordo civilizado, Harry.

- Civilizado! Quem quer ser civilizado?!

- Bem, você quer, não é? Já me explicou sua ideia de casamento perfeito, e isso não me satisfará.

- Essa é a melhor opção Pansy. Temos um filho recém-nascido. Deveria ser a melhor época de nossas vidas. Diga-me o que a satisfaria! – Harry implorava com o olhar.

As lágrimas escorram pela face dela. Ela tentou controlar, mas não conseguiu. Pansy chorava por tudo o que deixaria de des frutar ao lado de Harry, por estar apaixonada, por não ser correspondida.

- Diga-me o que quer! – Disse Harry segurando-a pelos braços. O tom era exigente e agoniado.

- Quero um casamento de verdade, Harry – Ela disse num fio de voz. – Quero você e James, mas não assim como um acordo comercial! Eu me apaixonei por você, mas eu sei que nunca será possível termos algo - Pansy cobriu a boca com a mãos, fechando os olhos, arrependida do que dissera.

Ela tentou se desprender do aperto de Harry, mas ele a se gurou pelos ombros e forçou-a a encará-lo. Ela fez um débil esforço para se libertar.

- Repita isso Pansy!

- Não torne isso pior do que já é, Harry. Não preciso que me humilhe mais.

- Pior para você? Tem alguma ideia do inferno no qual tenho vivido? Todas as noites sem poder tocá-la... - Parou de falar, a voz entrecortada pela dor. - Droga, Pansy! Não me provoque com frases como essa, para depois afastar-se de mim.

- Não estou provocando você, Harry! - pro testou, chocada com a injustiça da acusação. - Desculpe-me, mas me apaixonei por você. Entende agora por que não poderíamos nos casar? Passar aquelas poucas horas com você no casamento teve um grande efeito sobre mim. Eu me senti tão a vontade e atraída por você que não pude resistir em me entregar. Mas então você veio com todas aquelas acusações...

Ele permaneceu imóvel, como que paralisado.

- Não posso ser pragmática e sensata! Eu sempre desejaria mais. Eu sen tiria ciúme, não suportaria que você tivesse uma amante. Não seria o tipo de esposa que você deseja.

- Mas Pansy, eu a desejei no momento em que a vi. – Harry declarou - Lutei contra isso, mas o tempo que conversamos naquela festa mostrou um lado diferente do que eu imaginava de você! Eu não levo uma mulher para a cama no primeiro encontro, eu não pretendia isso com você, mas não resisti. A atração era tão forte! Mas acordar sozinho me lembrou dos comentários maldosos que ouvi sobre você e pensei que era uma estratégia sua.

Pansy piscou, perplexa por ouvir aquilo.

- Sei que agi com irracionalidade quando pensei que você estava com Comarc, eu mesmo não me reconheci. A ideia de outro homem em sua vida me deixou louco, Pansy! É assim que me sinto, foi essa a razão de eu agir assim com você todo esse tempo. Pensar que poderia ter outro homem na sua vida me enlouquece. Pius, Comarc, pensar neles desperta em mim uma raiva que não consigo conter.

- Mas você esteve com Cho e Ginny...

- Distrações, Pansy. Eu desejava você e só você, não apenas na minha cama, mas na minha vida, você só minha. E eu não soube lidar com isso. Precisava provar para mim mesmo que poderia ficar com outra mulher.

Harry a encarou decidido e se aproximou mais de Pansy, os corpos juntos. Ela não se afastou. Ele a olhou nos olhos, antes de encarar os lábios dela. Harry terminou com a distância entre eles, colando os lábios em um beijo longo e doce, como se nunca houves sem se beijado antes.

- Não acredito nisso - murmurou Pansy, quando Harry afastou os lábios dos dela. - Você me odeia.

- Isso não é verdade. Tenho um preconceito sim por toda a historia que vivemos em Hogwarts, mas me apaixonei por você no momen to em que a vi na porta do seu apartamento naquele dia do casamento. Afinal, Luna tinha razão quando quis nos unir, mas não enxerguei isso. Sempre fui deter minado a nunca me tornar uma vítima de meus desejos, mas naquela noite em que fizemos amor, eu me entreguei a eles e me apaixonei perdidamente. Nem sequer consegui lu tar contra a força daquele sentimento.

Pansy permaneceu em silêncio, feliz demais para poder encontrar as palavras certas para se expressar.

- Meu primeiro pensamento, quando acordei naquela manhã, foi como conseguiria fazê-la acei tar o fato de que eu a levara para a cama sem falsas pretensões, mesmo sabendo que seria seu chefe em poucos dias. Mas você tirou esse fardo de meus ombros, pois, quando acordei, não estava na cama, nem no quarto.

- Pensei que você fosse se sentir aliviado com minha partida. Sabia que não poderia agir como se aquilo não houvesse significado nada para mim. Eu nunca havia feito nada assim antes, então, me pareceu melhor...

- Fugir.

- Sim. Pensei em fugir várias vezes quando o assunto é você. Senti tanto medo quando soube que estava grávida! Queria contar para você, mas pensei que fosse me acusar de que que era mais uma de mi nhas tramas maquiavélicas, então fugi para Devonshire. Depois de estar com você e vê-lo com Ginny, pensei em fugir novamente, mas dessa vez para sempre, para nunca mais vê-lo. - Pansy enterrou o rosto no ombro protetor, enquanto chorava outra vez.

- Não posso culpá-la por pensar assim. Quis matar Comarc quando pensei que o filho fosse dele... E quando soube que era meu, eu... Odiei-me por havê-la deixado passar por tudo sozinha...

- Você não duvidou que fosse seu?

- Nunca. No fundo eu sabia a verdade, mas não queria admitir. Eu vi você Pansy, a verdadeira, profissional e séria, mesmo no casamento do Malfoy. Sei que Pius reconhecia isso também e lamento ter me deixado convencer pelas mentiras e fofocas.

- Pius só aceitou me dar uma oportunidade porque minha mãe pediu. Eu desejei tanto aquela vaga que mamãe foi até ele e exigiu que ele me entrevistasse. Depois disso, penso que Pius viu como eu gostava do trabalho e tinha capacidade para realizá-lo. Ele nunca disse uma palavra sobre ser meu pai.

- Lamento por isso, por sua mãe. Mas não fique triste, temos nossa família agora.

- Pensei que quisesse apenas James, e não a mim também.

- É tão irônico! Ambos estávamos imersos em nossos mundos de solidão enquanto estávamos apaixonados. Se houvéssemos dito, um ao ou tro, como nos sentíamos, teríamos evitado meses de amargura. - Harry abraçou-a com força.

- Não Harry, acredito que não teria feito diferença, você não me via de uma boa maneira.

- Eu estava cego, Pansy, já te disse. Cego de ciúmes, cego de despeito, cego por ignorância.

- Não sei se posso perdoá-lo, mesmo estando tão apaixonada! – Pansy disse com sinceridade.

- Dê-me essa chance Pansy, por favor, por nossa família! Eu prometo fazer tudo para faze-la feliz, tudo por nossa pequena família.

- Eu tenho medo...

- Eu estou apaixonado também, tenho medo de me entregar também, mas eu quero passar a minha vida contigo, com James, e com os outros filhos que teremos.

Pansy suspirou, avaliando a situação conforme conseguia, diante de toda a insegurança e ansiedade que ela sentia. Harry estava oferecendo o que ela queria, um casamento de verdade, com envolvimento, com sentimentos. Mas ela não se sentia segura, mesmo ele tendo dito que a desejava, que estava apaixonado. Ela não suportaria se ele mudasse de ideia, se a abandonasse no altar.

- Eu prometo a você Pansy, de agora em diante a única mulher que eu terei em minha cama e em minha vida será você. É você quem eu quero.

- Não está sendo um pouco precipitado? Quero dizer, nem nos conhecemos bem Harry.

- Já fui paciente demais, querida, e paciência tem limite! Eu sei quem você é, como você é. Não quero perder mais nenhum precioso momento com você e com James. - Harry beijou-lhe nos lábios e ao quebrar o beijo, ajoelhou-se. – Case-se comigo Pansy, quero que seja minha esposa e meu amor por toda a vida.

Pansy o encarou emocionada.

- Sim, Harry. Eu me casarei com você!

Harry exultou e beijou Pansy.

- Mal posso esperar! Quero que todos saibam que você é minha esposa e a mãe do meu filho.

- Eu sonhei com isso por tanto tempo! Mas não tinha mais esperanças. – Pansy confessou.

- Quero beijá-la, fazer amor com você!

- Parece-me uma ótima ideia. Não desejo apressá-lo, mas bebés não dormem muito, muito menos James.

- Então, não percamos tempo - disse ele, em voz rouca, beijando-a enquanto se aproximavam da cama.

Pansy estava desesperada pelo toque de Harry, excitada por ele. Enquanto o beijava ela passou as mãos por baixo da camisa dele, levantando-a em seguida. Harry a ajudou a se livrar de sua própria blusa, seguindo para o sutiã, enquanto os lábios permaneciam juntos.

Ela levou as mãos ao cós da calça dele, puxando-a para baixo. Harry usava uma calça de moletom. Ele desabotoou o short jeans que ela usava, e quando o tirou, levou a calcinha junto.

- Deite-se!

Pansy fez o que ele pediu, mas se apoiou sob os cotovelos para observar Harry, que se livrava da própria roupa íntima. Ela suspirou quando o viu completamente nu, seu membro duro e grande. Ela considerou o quanto Harry era bonito, e por um momento se sentiu insegura sobre seu corpo. Ela tinha mudado após o nascimento de James.

Sem tirar os olhos dela, Harry caminhou ate a cama e ela sentiu o colchão baixar sob seu peso, quando ele se posicionou em cima dela.

- Você é tão linda! – Harry declarou.

Ele deu um pequeno beijo nos lábios dela antes de descer pelo pescoço e chegar aos seios. Harry beijou-os, passando a ponta da língua sobre cada um dos mamilos dela, até que ficassem duros. Pansy gemeu. Ele beijou o pescoço dela, dando uma pequena mordida na orelha, que fez Pansy se arrepiar.

- Quero sentir seu gosto.

Harry desceu sobre o corpo de Pansy e passou o dedo pela fenda dela, já molhada. Pansy instantaneamente abriu um pouco mais as pernas. Harry passou a distribuir beijos pelas coxas dela, até chegar a fenda e passar a língua. Pansy gemeu.

— Você está encharcada... E eu ainda nem comecei..

Harry sorriu maliciosamente enquanto passava o dedo, parando para esfregar o polegar no pequeno botão, fazendo o quadril de Pansy se erguer do colchão em direção ao seu toque. Ele rosnou e enfiou um dedo nela, fazendo com que Pansy engasgasse com a invasão inesperada. Harry usou a língua para estimular seu pequeno botão, enquanto movia o dedo dentro dela. Pansy gemeu e agarrou o lençol com as mãos, cerrando os punhos.

- Seu gosto é tão bom!

- Harry!

Ele colou outro dedo dentro dela, fazendo movimentos que a fizeram se movimentar com ele, lançando os quadris contra os dedos e o rosto dele. Ela sentia que estava perto. Harry era habilidoso. Ela abriu os olhos e o encarou, ele olhava para ela.

- Deixe vir... – Ele pediu.

A combinação do olhar dele com o toque excitante dos dedos e da língua foi demais... Pansy sentiu o estômago apertar, uma sensação inebriante tomou conta, e as costas arquearam quando ela gozou. Harry tirou os dedos, mas não a língua. Ele continuava lambendo-a, causando pequenos espasmos pelo corpo dela. Ela suspirou, fechando os olhos, e quando olhou novamente para ele, ele lambia os dedos molhados por ela.

Harry se levantou e, se inclinando sobre ela, ele tomou os lábios de Pansy nos dele. Dessa vez o beijo não foi desesperado, foi doce e suave. Ela sentiu quando ele se alinhou e bruscamente ela a invadiu, em um impulso duro. Pansy arqueou com a invasão, enfiando as unhas nos braços dele. Ela se sentiu esticar e depois bem cheia, preenchida. Harry estava imóvel, como que esperando ela se acostumar a ele.

Então, ele levantou as mãos dela até o alto cabeça e entrelaçou os dedos. Harry começou a se movimentar lentamente, suspirando, antes de voltar a beijá-la, seus lábios quentes e famintos contra os dela. As estocadas se tornando mais rápidas, mais intensas. Pansy passou a sentir o prazer se espalhar por seu corpo. Harry a beijava com tanto desejo, tanta intensidade. Ela o beijava da mesma forma. Quando ele quebrou o beijo, ela abriu os olhos.

Harry a encarava, seus olhos brilhavam. Ele soltou uma das mãos dela, levando-a até onde eles se uniam e começou a acariciá-la, estimulando-a. Pansy soltou um pequeno gemido, enquanto ele permaneceu focado em seu rosto.

Harry passou a investir mais e mais rápido, Pansy não conseguiu se segurar, e ela gemeu fechando os olhos, enquanto suas mãos seguravam os ombros dele. Pansy sabia que estava perto. Ela sentiu os dedos dormentes, a falta de ar, aquela tensão no estomago. Ela explodiu, gemendo o nome dele, e Harry deu apenas mais duas estocadas antes de se perder nela, despejando-se em seu interior, aquecendo-a.

Eles tinham a respiração irregular, mas ainda assim ele a beijou, doce e lentamente, enquanto se acalmavam.

Harry se retirou de Pansy e ela fechou os olhos, até sentir os lábios dele sobre seu seio, enquanto a outra mão se dedicava a massagear o outro e estimular o mamilo. Ela gemeu, mas Harry se separou dela, levantando-se para se apoiar sentado na cabeceira da cama.

- Venha aqui – Ele pediu.

Pansy viu como Harry continuava excitado enquanto ele a puxava para seu colo. Pansy sentiu um pequeno orgulho enquanto era empalada por Harry. Orgulho por fazer aquilo com ele, por excitá-lo. Draco sempre dissera que ela não conseguia despertar o desejo de um homem, mas ela sabia que era mentira. Ela despertou o desejo de Harry.

Pansy moveu os quadris guiada por Harry. Quando ela estabeleceu um ritmo constante ele voltou sua atenção aos seios dela, chupando um enquanto apertava o outro com os dedos. Ele a puxou para um beijo desajeitado, enquanto ela continuava montando ele, voltando a chupava seus seios outra vez.

Pansy sabia que não ia durar muito, essa posição, o modo como Harry estimulava seus seios... Ela logo se sentiu invadida pelo seu orgasmo. Harry a segurou pelos quadris, apertando-os enquanto guiava seus movimentos. Ele gozou logo depois, enchendo-a mais uma vez, enquanto ela estava desfeita sobre ele. Ele beijou-a mais uma vez e eles ficaram quietos, as respirações se acalmando lentamente, até ouvirem o choro de James.

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